Marco Maia: “Queria solicitar R$ 1 milhão”
Deputado Marco Maia (PT-RS) |
Em seu novo depoimento ao juiz da Lava Jato nesta
terça-feira, 13, o ex-presidente da OAS Léo Pinheiro disse que o deputado Marco
Maia (PT-RS), relator da CPI Mista da Petrobrás, em 2014, o procurou naquele
ano para cobrar propina em troca de proteção a sua empresa na comissão que
deveria investigar as irregularidades na estatal petrolífera.
Segundo o empreiteiro, preso pela segunda vez na semana
passada e cujo acordo de delação fracassou após vazamentos, o encontro com o
então relator da comissão ocorreu em uma residência em Brasília, no Lago Sul.
“Ele teve uma conversa comigo, que podia ajudar porque o relatório é fruto de
todo um trabalho investigativo feito durante o período (da CPI) e o relatório
final é que é votado. Então, ele teria condições de ajudar no sentido de
proteger nossa empresa”, disse Léo Pinheiro.
Ainda de acordo com Pinheiro, Marco Maia teria lhe
relatado uma “dificuldade bem grande” pelo fato de ser relator de uma
investigação que implicaria grandes empresas e traria dificuldades para ele
conseguir doação para sua campanha. O deputado teria então, segundo o
empreiteiro, solicitado ajuda financeira. “Queria lhe solicitar, em troca de
lhe ajudar quando estiver fazendo o relatório final da CPI, uma contribuição de
R$ 1 milhão”, teria dito o deputado, segundo o empreiteiro.
“O deputado Marco Maia foi muito incisivo comigo, (de que)
o produto final de uma CPI era o relatório”, seguiu o executivo.
Léo Pinheiro confirmou ao juiz Sérgio Moro que sua
empresa acabou fazendo o pagamento para um empresário indicado pelo parlamentar
e que atuaria para campanhas políticas. Nesta parte do depoimento, porém, Moro
pediu ao empreiteiro que focasse apenas na denúncia da Procuradoria da
República contra Argello, que não tem mais foro privilegiado, e não desse mais
detalhes sobre o episódio envolvendo Maia.
Agência Estado