Fundo Partidário
A lei eleitoral, com as pequenas mudanças que sofreu,
acabou com o financiamento de empresas para candidatos que, nesta campanha,
terão que buscar recursos entre os amigos ou contar com as verbas do Fundo
Partidário. É ai que começam os problemas.
Ontem (5) o Tribunal de Contas da União informou ao
Tribunal Superior Eleitoral, que 34% das doações feitas por pessoas físicas,
estavam irregulares. Gente com renda inferior ao que é permitido para doar,
pessoas que recebem Bolsa Família, empresas que não podem prestar os serviços
contratados, e por aí vai. Como já estava previsto, estamos vivendo aquilo que
os castelhanos afirmam: ”hecha la ley, hecha la trampa”, ou seja, “feita a lei,
feita a mentira”.
No Brasil, meus amigos, lamentavelmente está instalada,
faz muitos anos, a indústria da corrupção, do jeitinho, da mentira, da
enganação. Dificilmente alguém cumpre a lei rigorosamente, pois a há sempre uma
maneira de burlar o que está determinado. E muitos acabam se aproveitando disso
e trilham o caminho da esperteza, da enganação.
Nos últimos anos, então, a corrupção se tornou
institucionalizada. Ontem, para quem não sabe, a Polícia Federal começou a
investigar um suposto desvio de R$ 8 bilhões em fundos de pensão de estatais e
bancos públicos. Sabem lá o que significa R$ 8 bilhões? É dinheiro que nem o
comunismo acaba como se diz lá em São Gabriel. Entre os mais visados aparecem o
Funcef (fundo dos funcionários da Caixa). Previ (funcionários do Banco do
Brasil), Petros (funcionários da Petrobras) e Postalis (funcionários dos
Correios). Avião, carros de luxo, iates e mansões foram confiscados pela PF.
Mas voltando ao Fundo Partidário e ao calvário que
candidatos enfrentam há uma profunda distorção, pelo menos no meu entendimento,
que acontece em relação à distribuição da verba que os partidos recebem.
O Partido dos Trabalhadores, por exemplo, é quem mais
recebe de verba do Fundo Partidário. Todos os meses, R$7,9 milhões são
depositados na conta do PT. Mesmo assim, candidatos em cidades que poderão ter
segundo turno, como Porto Alegre, Caxias do Sul, Santa Maria e Pelotas, não
receberam um único centavo e nem explicações da direção nacional.
No PTB, a diferença está entre ser candidato deputado
federal e estadual. Luiz Carlos Busato, candidato em Canos e deputado federal,
recebeu R$ 306 mil, enquanto seu companheiro de partido, Mauricio Dziedricki,
deputado estadual, candidato a prefeito de Porto Alegre, viu sua conta aumentar
em apenas R$ 160 mil.
Já em Santa Cruz do Sul, o candidato do mesmo Partido
Trabalhista Brasileiro, Sérgio Moraes, que também é deputado federal, recebeu
R$ 14,6 mil para fazer a campanha.
Sebastião Melo, recebeu R$ 100 mil, mas do diretório
estadual. O candidato nem conta com o dinheiro do PMDB nacional, já que a verba
partidária será distribuída entre os deputados federais.
A solução, para quem pretende agir com seriedade durante
a campanha, está em buscar colaborações dos amigos, desde que honestamente. O
dinheiro limpo é bem mais difícil de conseguir do que o sujo , que entra fácil.
Daí, meus amigos, muitos acabam seguindo o que dizem
nossos Hermanos: “hecha la ley, hecha la trampa”.
Tenham todos um Bom Dia!