Sergei Vasilievich
Rachmaninoff foi um compositor, pianista e maestro russo, um dos últimos
grandes expoentes do estilo Romântico na música clássica europeia.
sábado, 30 de abril de 2016
Boa Noite!
Zuleido Veras
“Lula sempre ganhou mensalinho da OAS”
O engenheiro Zuleido Veras conhece bem o ambiente de
promiscuidade que existe entre o mundo político e as empreiteiras de obras
públicas. Em 2007, Veras foi preso em uma operação da Polícia Federal, acusado
de pagar propina em troca de contratos milionários no governo - um roteiro de
corrupção muito similar ao do hoje famoso petrolão. Dono da construtora
Gautama, o empreiteiro ficou doze dias na cadeia, respondeu ao processo em
liberdade e, neste ano, o Supremo Tribunal Federal considerou nulas as provas
contra ele.
Na década de 80, antes de abrir o próprio negócio, Veras ocupou
durante dez anos um cargo importante na OAS, uma das empreiteiras envolvidas no
escândalo de pagamentos de suborno da Petrobras. Trabalhou ao lado de Léo
Pinheiro, ex-presidente da OAS e hoje um dos condenados no esquema de fraudes
na estatal. Nesse período, Veras testemunhou o início de um relacionamento que
pode explicar muito sobre alguns eventos ainda em apuração na Operação
Lava-Jato.
Além dos golpes contra a Petrobras, Léo Pinheiro está
sendo investigado por ter pago propina a políticos importantes, entre eles o
ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, suspeito de ter recebido de presente
da empreiteira um tríplex numa praia do Guarujá e a reforma de um sítio em
Atibaia, ambos no Estado de São Paulo. Em entrevista a VEJA, Zuleido Veras conta
que as relações financeiras entre Lula e a OAS reveladas pela Lava-Jato não o
surpreenderam: elas existiam desde que o ex-presidente ainda era apenas um
político promissor. O empresário afirma que Léo Pinheiro sempre deu dinheiro a
Lula para "sua sobrevivência", valores que hoje ficariam entre
"30.000, 20.000, 10.000 reais", e também ajudava "por fora"
nas campanhas políticas do ex-presidente. Em troca, os petistas estendiam a
mão aos interesses da OAS. Veras também diz que o petrolão foi criado no governo
Lula com a missão de garantir recursos para eleger Dilma.
(Com veja.com/conteúdo)
Propaganda e obras da Rio 2016
Dilma abre crédito de R$
180 milhões
Foto: Agência Globo/Reprodução |
A duas semanas da votação no Senado que poderá afastá-la
do cargo, a presidente Dilma Rousseff começou a anunciar medidas de última
hora. Nesta sexta-feira, ela prorrogou o Programa Mais Médicos, liberou R$ 100
milhões para gastos com publicidade da Presidência e outros R$ 80 milhões para
infraestrutura das Olimpíadas no Rio. Na próxima semana, o governo promete liberar todo o orçamento da Polícia Federal previsto
para o restante do ano, o equivalente a R$ 160 milhões.
Além do anúncio de ações, o governo começou ofensiva
contra promessas do eventual governo Temer. Texto divulgado pelo Ministério do Desenvolvimento informou na noite
desta sexta-feira que a proposta do PMDB para focar nos 5% mais pobres do país
vai excluir outras 36 milhões de pessoas que estão no Bolsa Família.
A pasta diz ter examinado o cadastro único e, a partir do que foi divulgado
sobre promessas do PMDB — a pasta não cita o nome de Temer —, sustenta que boa
parte do público do programa no Nordeste e no Sudeste está sendo esquecida.
Dilma estuda ainda adotar outras medidas que podem
impactar as contas do governo, como reajustar o Bolsa Família e corrigir a
tabela do Imposto de Renda.
Mais cedo, em outra frente contra Temer, o ministro da
Justiça, Eugênio Aragão, deixou claro que a liberação dos recursos da PF vai
garantir que a instituição não seja afetada em eventual saída de Dilma. Sem
citar nomes, fez alusão a eventuais ingerências do governo do vice na PF e
Lava-Jato:
— É muito simples. É possível que nós tenhamos uma
presidenta suspensa de suas funções. E nós estamos querendo garantir que
durante esse período excepcional de até 180 dias a PF funcione
independentemente da crise política.
Fonte: Agência Globo
Bom Dia!
Molecagem*
Na iminência de ser desalojada do
Palácio do Planalto, a petista Dilma Rousseff parece disposta a reafirmar, até
o último minuto de sua estada no gabinete presidencial, a sesquipedal
irresponsabilidade que marcou toda a sua triste trajetória como chefe de governo.
Até aqui, a inconsequência de Dilma
podia ser atribuída, com boa vontade, apenas a sua visão apalermada de mundo,
que atribui ao Estado o poder infinito de gerar e distribuir riqueza, bastando
para isso a vontade “popular”, naturalmente representada pelo lulopetismo.
Agora, no entanto, ciente de que não escapará da destituição constitucional,
justamente porque violou a Lei de Responsabilidade Fiscal, Dilma resolveu
transformar essa irresponsabilidade em arma, com a qual pretende lutar contra o
Brasil enquanto ainda dispuser da caneta presidencial.
A presidente prepara um pacote de
“bondades”, quase todas eivadas do mesmo espírito populista que tanto mal tem
feito ao País. A ideia da petista é obrigar o novo governo, presidido por
Michel Temer, a assumir o pesado ônus político de tentar anular algumas dessas
decisões, que claramente atentam contra as possibilidades do Orçamento.
Um exemplo é a concessão de um
reajuste do Bolsa Família. Articulada pelo chefão petista Luiz Inácio Lula da
Silva, a medida deverá ser divulgada por Dilma para celebrar o Dia do Trabalho,
amanhã. Não é uma mera “bondade”. Trata-se de uma armadilha para Temer.
O próprio Tesouro avalia que não há
nenhuma possibilidade de conceder reajuste para os beneficiários do Bolsa
Família sem, com isso, causar ainda mais estragos nas contas públicas. O
secretário do Tesouro, Otávio Ladeira de Medeiros, disse que não há “espaço
fiscal” – isto é, recursos no Orçamento – para o aumento.
Segundo Medeiros, o Orçamento tem uma
margem de R$ 1 bilhão para reajustar o Bolsa Família, mas a extrema penúria das
contas da União não permite que se mexa nesse valor enquanto o Congresso não
aprovar a nova meta fiscal – o governo quer aval para produzir um déficit de
até R$ 96,95 bilhões no ano. Sem essa autorização, e diante da perspectiva de
nova queda da receita, a Fazenda reconhece que será necessário fazer um
contingenciamento orçamentário ainda maior, o que inviabiliza o reajuste do
Bolsa Família.
Essa impossibilidade, aliás, foi
prevista pela própria Dilma. Ao sancionar a Lei de Diretrizes Orçamentárias de
2016, nos últimos dias do ano passado, a petista vetou os reajustes de todos os
benefícios do Bolsa Família. A previsão era de um aumento de ao menos 16,6%,
correspondente ao IPCA acumulado de maio de 2014 – data do último reajuste do
Bolsa Família – a novembro de 2015. Ao justificar o veto, Dilma escreveu que “o
reajuste proposto, por não ser compatível com o espaço orçamentário, implicaria
necessariamente o desligamento de beneficiários do Bolsa Família”.
Agora, no entanto, Dilma mandou às
favas o que havia restado daquela prudência, com o único objetivo de sabotar
Michel Temer. Sem ter autorização para mais gastos, o governo terá de fazer
novos cortes até o final de maio – quando se espera que o País já esteja sendo
governado pelo peemedebista –, e então qualquer liberação de dinheiro adicional
para pagar um Bolsa Família reajustado poderia representar o mesmo crime de
responsabilidade pelo qual Dilma está sendo acusada.
Atitudes como essa fazem parte de um
conjunto de decisões indecentes que Dilma resolveu tomar para travar sua guerra
particular contra o País. Sempre sob orientação de Lula, o inventor de postes,
Dilma escancarou seu gabinete para os líderes das milícias fantasiadas de
“movimentos sociais”, fazendo-lhes todas as vontades e concedendo-lhes
benefícios com os quais Temer terá de lidar. Enquanto isso, mandou seus
ministros se recusarem a colaborar com os assessores de Temer e reforçou sua
campanha internacional para enxovalhar a imagem do Brasil no exterior,
caracterizando o País como uma república bananeira. E esse espetáculo grotesco
não deve parar por aí.
Eis o tamanho da desfaçatez de Dilma
e de Lula. Inimigos da democracia, eles consideram legítimo aprofundar a crise
no Brasil se isso contribuir para a aniquilação de seus adversários. Isso não é
política. É coisa de moleques.
*Publicado no Estadão.com em 30/04/2016
Assinar:
Postagens (Atom)