Lula guardava laudo contratado pela Odebrecht de poço em
chácara de Atibaia
A Polícia Federal quer saber o porque Luiz Inácio Lula da
Silva guardava em sua casa, em São Bernardo do Campo, um documento de serviço
prestado em propriedade em Atibaia (SP) que tem como cliente a Odebrecht. A
força-tarefa da Operação Lava Jato acredita que o Sítio Santa Bárbara, na mesma
cidade, tenha sido comprado pelo ex-presidente e registrado em nome de dois
sócios de um de seus filhos, no final de 2010. Trata-se de um “Laudo analítico”
da água da Chácara Otelo em Atibaia feito por uma empresa especializada, de São
Paulo. O nome do cliente que contratou os serviços “Construtora Norberto
Odebrecht”. O endereço que consta no documento é Estrada dos Pires s/n. Para a
Lava Jato, Odebrecht e a OAS – duas empresas acusadas de corrupção na Petrobrás
– junto com o pecuarista José Carlos Bumlai, amigo de Lula preso desde
novembro, tenham bancado a reforma do sítio em 2011 como forma de compensação
por contratos na estatal.
Suiça vai enviar “avalanche” de dados sobre políticos
brasileiros
O Ministério Público da Suíça fechou um acordo com
a Procuradoria-Geral da República para transferir ao Brasil
"milhares" de documentos, extratos e informações sobre as contas
envolvendo políticos e outros suspeitos na Operação Lava Jato. Pelo entendimento
informal, o Brasil será autorizado a usar os dados para processar suspeitos não
apenas por corrupção, mas também por sonegação fiscal e evasão, ligados a com
pelo menos US$ 800 milhões depositados no país europeu. O acordo foi fechado na
quinta-feira, numa reunião de quatro horas entre o procurador-geral da
República, Rodrigo Janot, e Michael Lauber, seu homólogo suíço. Para o país
europeu, que não penaliza a sonegação no exterior por um estrangeiro, o
entendimento é "revolucionário" e permitirá que "dezenas de suspeitos"
sejam punidos.
Quinze
estados têm manifestações contra ou a favor do governo Dilma
Manifestações contra e a favor do governo Dilma acontecem
em 15 estados do país. Nos estados de Alagoas, Bahia, Ceará, Goiás, Maranhão,
Mato Grosso, Rondônia, Pará, Paraíba, Piauí, Rio Grande do Norte, Santa
Catarina, Sergipe e São Paulo as manifestações são de apoio ao governo. Alagoas, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do
Sul, Paraná, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e São Paulo têm atos contra o
governo.
Justiça do RJ derruba segunda liminar e Lula assume
ministério
O desembargador Reis Friede, do Tribunal Regional Federal
da 2ª Região, no Rio de Janeiro, suspendeu a liminar da Justiça Federal do Rio
de Janeiro que impossibilitava a posse do ex-presidente Luiz Inácio Lula da
Silva na Casa Civil. Com a queda das duas liminares que impediam o petista de
assumir o cargo, Lula pode exercer suas funções como chefe do ministério mais
importante. Na quarta-feira, a Justiça do Distrito Federal derrubou a liminar da Justiça Federal de Brasília. Até
agora, há dez ações no STF que questionam a posse de Lula na Casa
Civil. Elas foram propostas por partidos de oposição - PSDB, PSB e PPS - e
também por pessoas comuns, advogados e entidades. A maioria delas, seis, está
sob a relatoria do ministro Gilmar Mendes. "Os advogados do ex-presidente
devem ser notificados sobre a decisão do TRF2 e ele passa, automaticamente, a
assumir o cargo", explica o advogado e professor da Faculdade de Direito
do Mackenzie Gustavo Nicolau.
No PP, pressão máxima pelo desembarque do governo
Às voltas com um processo de impeachment, a presidente
Dilma Rousseff pode, nos próximos dias, ser abandonada por mais um aliado.
O Partido Progressista, atualmente no comando do Ministério da Integração e
enroladíssimo no escândalo do petrolão, vai ter de se debruçar sobre a
possibilidade de rompimento com a petista. Isso porque foi alcançado o mínimo
de um terço das assinaturas de deputados favoráveis ao fim da aliança, o que
implica convocação da reunião do diretório para deliberar sobre o tema. Não há
prazo para o encontro dos progressistas. De acordo com o deputado Jerônimo
Goergen (RS), foram coletadas dezoito assinaturas de deputados e quatro de
senadores. O problema é que o presidente do partido, senador Ciro Nogueira
(PI), não apoiou o movimento, e cabe a ele convocar o diretório para discutir a
saída da base governista. Na próxima terça-feira, o grupo que defende o
rompimento vai tentar uma conversa com Nogueira para pressioná-lo a marcar a
reunião. Na Câmara, o PP integra o maior bloco partidário, formado também pelo
PSC, PHS e PTB, sendo a única legenda ainda aliada a Dilma Rousseff.