quinta-feira, 17 de março de 2016

Impeachment de Dilma

Câmara oficializa abertura de processo

No auge da crise política, a Câmara dos Deputados instalou nesta quinta-feira a comissão especial que vai analisar o processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff. A petista será julgada pelo crime de responsabilidade na prática das chamadas pedaladas fiscais, já condenadas pelo Tribunal de Contas da União (TCU), e por editar, via decreto, aumento de despesas sem o aval do Congresso Nacional, o que é proibido em lei. A explosiva delação do ex-líder do governo Delcídio do Amaral, na qual Dilma é acusada de ter conhecimento do escândalo de corrupção na Petrobras e de tentar obstruir o avanço da Lava Jato na Justiça, foi anexada às denúncias contra a petista.

O processo de impeachment foi aberto no início de dezembro do ano passado, mas ficou paralisado por causa de questionamentos procedimentais feitos ao Supremo Tribunal Federal. Ao ter a comissão instalada, abre-se prazo de até 10 sessões para a apresentação de defesa pela petista. Dilma foi notificada nesta tarde pelo primeiro-secretário da Câmara dos Deputados, Beto Mansur (PRB-SP).

Nesta noite de quinta-feira, deputados discutem, com os ânimos acalorados, quais parlamentares irão comandar o colegiado. Houve um acordo para que o líder do PSD, Rogério Rosso (DF), assuma a presidência, e o líder do PTB, Jovair Arantes (GO), fique com a relatoria. A oposição, no entanto, pressiona para que o deputado Carlos Sampaio (PSDB-SP), um dos mais ferrenhos opositores de Dilma, assuma a vice-presidência. Aos gritos, parlamentares governistas protestam contra a indicação.

Boa Noite!

No final dos anos 50, bem no comecinho dos anos 60, as reuniões dançantes eram embaladas por músicas românticas. Boleros, baladas e sambas canções faziam bater mais forte os corações de quem dançava de rosto colado.

The Platters, um conjunto americano, deve ter sido responsável pelo início de muitos namoros que acabaram em casamentos.

Fiquem com a música de maior sucesso de  The Platters – Only You


Rapidinhas


Governo recorre de suspensão de nomeação de Lula para a Casa Civil
Na manhã desta quinta-feira, 17, a presidente Dilma Rousseff concedeu posse ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva na chefia da Casa Civil do governo. Na sequência, o juiz da 4ª Vara da Justiça Federal, Itagiba Catta Preta Neto, concedeu liminar para suspender a nomeação. Governo já apresentou recurso contra a suspensão. A nomeação do petista, que é alvo de investigação da Operação Lava Jato, motivou uma série de protestos durante a quarta-feira. A divulgação de conversas interceptadas com autorização do juiz federal Sérgio Moro, incluindo diálogos entre Dilma e Lula, conversas do ex-presidente com outros ministros de Estado e políticos, deixou ainda mais tenso o clima entre manifestantes favoráveis e contrários ao PT e ao atual governo. Desde o início da manhã, protestos ocorrem em São Paulo e em Brasília.

PF encontra contrato de compra de sítio na casa de Lula
A Polícia Federal encontrou na casa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em São Bernardo do Campo, minuta de contrato de compra e venda do sítio Santa Bárbara, em Atibaia, ao preço de R$ 800 mil. O documento, que não está assinado, foi apreendido no dia 4 de março durante a Operação Aletheia, desdobramento da Lava Jato que pegou Lula. O Santa Bárbara é o ponto crucial da investigação. A força-tarefa suspeita que Lula é o verdadeiro dono do imóvel. Sua defesa nega.

Câmara elege Comissão que analisará impeachment
A comissão foi eleita por 433 votos a favor e apenas 1 contrário, do deputado José Airton Cirilo (PT-CE). "Está eleita a comissão especial destinada a dar parecer quanto à denúncia contra a senhora presidente da República", anunciou o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), às 15h48. Pela proporcionalidade das bancadas, PT e PMDB serão os dois partidos com mais integrantes na comissão, 8 cada. O PSDB terá 6 representantes. Cunha também anunciou que está convocada para as 19h desta quinta uma sessão em um dos plenários das comissões para a eleição de presidente e relator da comissão do impeachment. Segundo o presidente da Câmara, 45 dias é um “prazo razoável” para concluir toda a tramitação do processo de impeachment na Casa. Presidente Dilma terá 10 sessões para defesa após colegiado ser instalado.

STF recebe 10 ações contra posse de Lula; 7 estão com Gilmar Mendes
O Supremo Tribunal Federal (STF) recebeu até a tarde desta quinta-feira (17) dez ações protocoladas contra a nomeação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Desse total, sete ações têm como relator o ministro da Corte Gilmar Mendes. Outras duas estão com o ministro Teori Zavascki e uma com Marco Aurélio Mello. Todas as ações argumentam que deve ser suspenso o decreto de nomeação e o efeito da posse porque houve, por parte da presidente Dilma Rousseff, tentativa de manipular o juiz natural que analisará as investigações contra Lula na operação Lava Jato. Após assumir a Casa Civil, o ex-presidente voltou a ter foro privilegiado e todos os processos que o investigam passam a ser remetidos ao Supremo Tribunal Federal.

Janot diz que “ser ministro não blinda ninguém”
O Procurador-Geral da República, Rodrigo Janot, disse nesta quinta-feira (17) que “ser ministro não blinda ninguém” e que a nomeação de Luiz Inácio Lula da Silva para a Casa Civil “não muda nada” para as investigações contra o ex-presidente. "Vou pegar os processos que estão em Curitiba, trazer para o Supremo (Tribunal Federal) e dar continuidade tal qual aconteceu em Curitiba. Sem diferença nenhuma", disse Janot. Ele afirmou que o Ministério Público Federal tem "couro grosso" para não se dobrar a pressões e relembrou o julgamento do mensalão, em referência ao risco de o julgamento no STF ser mais favorável ao ex-presidente.

Opinião

Acabou*

Eliane Cantanhêde

O ex-presidente Lula superestimou a sua força e subestimou a gravidade da situação ao tentar uma manobra radical para tentar salvar, ao mesmo tempo, a própria pele e o mandato de Dilma Rousseff. Lula, que sempre achou que podia tudo, avaliou que assumiria, de fato, o lugar de Dilma, reverteria o jogo e voltaria ao poder, de direito, nos braços do povo. Deu tudo errado.

Se pecou pela ousadia sem limite, a nomeação de Lula para um terceiro mandato indireto – ou “mandato tríplex”, na irreverência de Brasília - foi também de uma inoportunidade irritante: apenas três dias depois de milhões de pessoas saírem às ruas contra Lula, Dilma e PT. Elas gritaram “fora Lula” e Dilma fez o oposto, botou Lula para dentro do Planalto, desdenhando da Justiça e das investigações da Lava Jato.

Os manifestantes reagiram voltando às ruas, cercando o próprio Palácio do Planalto e reacendendo o temor de confrontos. O juiz Sérgio Moro não deixou por menos: retaliou liberando gravações comprometedoras de Lula e a conversa entre ele e Dilma em que falam do “termo de posse”, para ser usado “se necessário”. É considerado prova.

As gravações mostram como ele e Dilma arquitetaram a artimanha para fugir de Moro e cair no ambiente bem mais aconchegante do Supremo Tribunal Federal. Se isso não é tentativa de obstrução da Justiça, é o quê? O anúncio da volta de Lula era para ser um fato espetacular, mas foi um tiro n’água.

A hipótese de Lula nos braços do povo parece cada vez mais distante, lembrando a melancólica reação de Jânio Quadros quando desembarcou em São Paulo depois da renúncia. Olhou para um lado, olhou para o outro e indagou na sua solidão: “Cadê o povo?” Lula, como ele, pode não estar notando, ou acreditando, o quanto a sociedade lhe virou as costas.

A mirabolante nomeação de Lula foi recebida não só com fortes protestos nas ruas, mas resistência até mesmo dentro do governo. Enquanto o presidente da CUT alardeava que, com Lula, o governo “vai mudar radicalmente e dar uma guinada à esquerda” (populista e gastadora), o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, entrincheirava-se em defesa dos fundamentos econômicos e de uma política responsável.

A primeira ação do novo “superministro” Lula foi tentar dobrar o PMDB, enroscando-se com o já tão enroscado presidente do Senado, Renan Calheiros, e nomeando o peemedebista Mauro Lopes para a Aviação Civil quatro dias depois de a convenção nacional do PMDB proibir os membros do partido de aceitar cargos no governo. Foi uma provocação ostensiva, uma declaração de guerra contra o vice Michel Temer e a cúpula do fundamental PMDB.

Ou seja: ao renunciar na prática em favor de Lula, Dilma pôs uma pá de cal no seu mandato moribundo, irritou os manifestantes de domingo, cutucou as onças da Lava Jato com vara curta, abriu uma guerra com o PMDB, acendeu um sinal de alerta nos economistas e nas estatais e bancos públicos. E para quê? Foi tudo um tiro n’água, como já dito aqui, ou pior: um tiro no pé. Nunca o impeachment pareceu tão palpável quanto ontem à noite.
*Publicado no Portal Estadão em 17/03/2016

17/03/2016


Estadão - Lula chega para posse na Casa Civil; há protestos em Brasília e em São Paulo
Na manhã desta quinta-feira, 17, a presidente Dilma Rousseff dará posse ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva na chefia da Casa Civil do governo. A nomeação do petista, que é alvo de investigação da Operação Lava Jato, motivou uma série de protestos durante a quarta-feira

O Globo - Com posse confirmada, Lula chega a Brasília em meio a protestos
Cerimônia será às 10h. Nomeação para Casa Civil ocorre em clima de tensão após divulgação de conversa entre o ex-presidente e Dilma 

Folha de São Paulo - Celular usado por Lula não estava em nome de seu segurança, mas de um laranja, segundo Lava Jato
O ex-presidente Lula de fato não tinha celular próprio. Seu segurança, Valmir Moraes da Silva, que o acompanha há mais de dez anos, é quem lhe cedia o aparelho toda vez que precisava contatar alguém. O celular, contudo, também não era oficialmente de seu auxiliar. Estava registrado no nome de um laranja

Correio Braziliense - Em dois anos, Lava-Jato consegue devolução de R$ 2,9 bi desviados
As investigações preliminares da Lava Jato começaram em 2009, a partir da apuração do envolvimento do então deputado federal José Janene (PP), que morreu em 2010, com os doleiros Alberto Youssef e Carlos Habib Charter

Estado de Minas – Posse de Lula como ministro de Dilma
BH em protestos na praça Tiradentes e Avenida Afonso Pena

Gazeta do Povo - Economia mergulha em incerteza inédita após divulgação de gravações
Para especialistas, é praticamente impossível recuperar expectativas nesse contexto

Revista Carta Capital - Grampo, Lula, Dilma e Moro: entenda o caos
Gravações da Lava Jato, uma delas sem autorização judicial, acirram ainda mais os ânimos de um país convulsionado

Revista Época -  Temer não comparecerá à cerimônia de posse dos novos ministros
O vice-presidente foi contra a indicação de Mauro Lopes para a Aviação Civil

Revista Veja - Lula toma posse como ministro da Casa Civil em meio a protestos por todo o país
Cerimônia acontece pouco mais de cinco anos após o petista deixar a Presidência da República, numa manobra de Dilma para dar foro privilegiado a Lula e poupá-lo das investigações de Moro

Portal IG - "Moro representa desejo de combate à corrupção", diz Lula em ligação grampeada
Crítico do magistrado na frente das câmeras, ex-presidente exaltou figura do juiz federal em conversa com Jaques Wagner

Portal G1 - Conversa entre Lula e Dilma deixa Planalto atordoado
Pela primeira vez, houve o reconhecimento de que a situação política ficou insustentável. De forma reservada, alguns auxiliares já reconhecem que foi um grande erro ter deflagrado a operação para transformar Lula em ministro

Bom Dia!

Prá morrer de vergonha!

Manifestação em Brasília contra a posse de Lula e a favor do impeachment






Manifestação na Avenida Paulista quarta-feira, dia 16/03/2016
A perplexidade tomou conta do Brasil, principalmente dos que ainda pensam e querem um país livre da corrupção e da roubalheira, do desmando e da mentira, depois que foram divulgadas as gravações das conversas de Lula com Dilma, com Jaques Wagner, Rui Falcão e outros iguais.

Esclarecendo o que todos já devem saber o governo imediatamente após a divulgação das gravações, iniciou um discurso, como sempre fajuto, de que a democracia e a liberdade tinham sido atacadas com o grampo no telefone da presidência. Mentira, mais uma vez.

O grampo, AUTORIZADO PELA JUSTIÇA, foi para o telefone do Lula, com prisão preventiva solicitada pelo MP, suspeito de integrar e comandar  uma quadrilha que roubou bilhões e integrar os suspeitos na operação Zelotes. O telefone dele estava grampeado e quem ligasse para ele, ou recebesse ligações dele, teria sua voz gravada. Foi o que  aconteceu no caso da presidente.

No momento em que o juiz Sérgio Moro (13h32min) liberou os documentos da 24ª fase da Operação Lava Jato, o ex-presidente não passava de um cidadão comum, sem qualquer tipo de privilégio e que estava sendo monitorado pela PF. Não houve irregularidade alguma na divulgação das gravações. A ação da PF do Paraná cessou quando o Diário Oficial, em edição extraordinária (?) publicou que Lula seria o ministro da Casa Civil.

Onde estão as irregularidades apontadas pelos desesperados que tentam, de todas as maneiras, manter o poder, ou para seguir roubando ou para encontrar alguma forma de esconder os escândalos acontecidos?

Tão grave quanto a gravação em que a presidente sugere ao Lula para “usar o documento (Termo de Posse) só em caso de necessidade”, é a fúria de Luiz Inácio contra a justiça brasileira. Ele chamou os ministros do STF e do STJ, de “acovardados” e, termos textuais dele, o presidente da Câmara e do Senado de “fudidos”.

Disse um amigo meu, lendo e assistindo as gravações com a palavra de Lula, que “este sujeito deve ser classificado no rol dos bagaceiras” pois não tem noção do cargo que ocupou por oito anos. Lula foi presidente do Brasil e não perdeu o jeito bagaceira de ser. Usa e abusa de termos de baixo calão, de palavrões, para se referir a pessoas que estão em nível intelectual e de educação, muito superiores ao seu.

Logo após a revelação das gravações, o povo brasileiro foi para as ruas protestar contra o que estava acontecendo. As fotos que publico na abertura do meu comentário, são de Brasília e da Avenida Paulista. Elas mostram, com clareza, o sentimento do brasileiro que não foi convocado, não ganhou sanduiche nem coxinha assada para dizer que não quer mais este governo corrupto que temos.Certamente todos estavam morrendo de vergonha!

Tenham todos um Bom Dia!