Estabilidade e Uber!
Claro que são assuntos diferentes, mas estão na pauta de
todos os noticiários. A estabilidade diz respeito a uma declaração do
governador José Ivo Sartori, e a questão do Uber começa a ter contornos quase
dramáticos e, certamente, de polícia.
Este comentário, certamente, me deixará exposto ao entendimento de alguns que concordarão, ou não.
Tenho muitos amigos, e até parentes, que são funcionários
públicos, que fizeram concurso e foram admitidos na função pública tendo,
depois de algum tempo, adquirido estabilidade na função. Ou seja, não podem ser
demitidos a não ser via processo ou coisa parecida. A não ser que peçam
demissão, trabalharão, sem serem incomodados, até se aposentarem, como
funcionários públicos.
Na administração do governador José Ivo Sartori, estão
enfrentando alguns problemas, até graves, como o parcelamento de salários, a
ameaça de ficarem sem vencimentos no fim do mês e outras consequências da grave
crise financeira que tomou conta do Brasil e do Estado.
Ontem (26), Sartori, um gringo de língua solta, fez uma
declaração que, na minha avaliação, não foi muito bem entendida pelos
funcionários nem pelo presidente do Sindicato dos Técnicos Científicos nem por
um vereador do PT, que inclusive já foi prefeito e sabe das dificuldades de atender
uma imensa folha de pagamentos todo o mês.
Para o sindicalista, o funcionalismo está sujeito a “regras
de sindicâncias e de inquéritos administrativos” e a estabilidade “na verdade,
protege o servidor de pressões de políticos e partidos”.
Em parte presidente, acho que tem razão. Estar sujeito a
regras de sindicâncias e inquéritos, é o mínimo que um servidor deve admitir no
cumprimento de suas funções. Elas só se concretizam quando o servidor dá algum tipo
de motivo para que sejam instaladas. Ou não? Imunidade a pressões de políticos e de
partidos, algo totalmente injustificável,só ocorre com funcionários
públicos. Na iniciativa privada, existem vários casos em que, jornalistas por
exemplo, foram demitidos a pedido de políticos ou partidos. Por outro lado, a
recíproca nem sempre é verdadeira. Se políticos e partidos não podem pressionar
funcionários públicos, estes nem sempre agem da mesma maneira. Conheço casos,
em grande número, de funcionários que só trabalham como deveriam, quando o
governo é de seu partido.
Resumindo, o que o governador disse, e muitos não
entenderam, alguns por não quererem entender, é que no momento em que o
desemprego atinge cerca de 10 milhões de pessoas no Brasil, o funcionalismo,
pelo menos, tem seu emprego garantido, mesmo sofrendo com atrasos e
parcelamento de salários. Estão empregados, e só serão demitidos se cometerem
ato grave.
Quando ao deputado do PT que sugeriu que o governador
peça desculpas ao funcionalismo, não lembro de ter lido alguma sugestão dele
para que a presidente peça desculpas pela corrupção na Petrobras, pelo descaso
com as barragens, pela lama que matou pessoas e destruiu o meio ambiente, pela inflação de mais de 10% e pelo PIB ridículo previsto para
este ano.
Sobre o Uber, rapidamente, acho que os taxistas estão
dando um tiro no pé. Agredir violentamente a um profissional, como fizeram ontem
no estacionamento do Carrefour, não levará a nada, a nenhum tipo de solução.
Muito pelo contrário. A população começa a se revoltar com quem comete este
tipo de violência e, é bom que os taxistas pensem que podem estar perdendo a
simpatia de muitos. Quem assistiu ao vídeo da agressão sofrida pelo motorista do Uber, está indignado com a ação dos agressores. A questão depende de lei, e a lei jamais deve ser a da força!
Tenham todos um Bom Dia!