Concessões? Eu aprovo!
Nos governos passados, o PT chamava de privatização. Depois
que assumiu o poder, trocou a roupa das medidas e passou a chamar de concessão.
Pode ser que haja até alguma diferença entre uma e outra, mas acho que, no
fundo, é tudo a mesma coisa. Entrega- se à administração, por exemplo, de uma
estrada, para o setor privado que vai abrir, pavimentar e conservar o caminho.
Em troca, vai cobrar pedágio. Tipo assim como é feito na ‘friuei’, como diz o
Prévidi.
Agora mesmo o governador Sartori está finalizando um
programa estadual de concessões envolvendo as secretarias do Transporte e do
Planejamento e que inclui a RSC 287, ligação entre Candelária e Santa Maria, a
ERS 324, ligando Nova Prata e Passo Fundo e a ligação Santa Rosa, Santo Ângelo
e Ijuí.
Inicialmente o governo abrirá licitações em que as empresas
devem apresentar, baseado em diretrizes determinadas pelo Piratini, um cronograma
de obras, número de praças de pedágio e valor da tarifa, para uma concessão de
30 anos.
Tudo parece bem encaminhado com o governo federal e, até o
final do processo, ainda podem ser incluídas a duplicação da ERS 122, entre São
Vendelino e Farroupilha e a problemática ERS 118, que liga Viamão e Sapucaia do
Sul. A única dúvida do governo em autorizar as obras na ERS 118, está no fato
de que terá que ser implantada a cobrança de pedágio. Bem, mas se o governo não
tem verba para duplicar a estrada, não poderá fugir do pedágio.
Por falar em pedágio, utilizo seguidamente a BR 290, para ir
visitar meu irmão em São Gabriel. Até pouco tempo, a estrada era bem cuidada,
muito bem sinalizada e asfaltada. A gente pagava pedágio mas viajava tranquilo.
No governo passado, as praças de pedágio foram desativadas e demolidas. Hoje, a
estrada está em péssimas condições.
É mais ou menos como disse Vinicius de Moraes em Cotidiano
número 2: “...se foi prá destruir, por que é que fez?”
E olhem que falei só em concessões de estradas. Temos
muitos, mas muitos outros setores que também devem ser incluídos no programa de
concessões, pois existem organismos que somente incham a máquina pública e esvaziam
os cofres do governo. Não oferecem qualquer tipo de receita, apenas despesas.
A pergunta que faço, é a seguinte: É justo o governo pagar
para ter prejuízos? Se não há dinheiro nem para pagar a folha do funcionalismo,
manter estruturas gigantescas que só trazem despesas é a solução? Na minha
opinião não, e é o motivo principal para que eu seja totalmente a favor das
concessões.
Tem gente que tem uma bela casa de praia, que aproveita
todos os finais de semana, mas reclama por pagar pedágio para chegar lá. E só
vão para a praia, pois sabem que a estrada é muito boa. Se fosse mal cuidada,
esburacada, sem sinalização, sem socorro mecânico e médico, será que iriam?
Sempre que quero o melhor, digo para a minha mulher que
temos que pagar, caso contrário, optamos pelo mais barato. A qualidade tem
preço e não sei se o governo, com a obrigação de sustentar uma máquina
monstruosa, tem dinheiro para pagar. Ficar fazendo empréstimos que jamais
terminam, parece não ser a melhor solução. Mas também parece que é o que muitos
querem. É mais fácil!
Tenham todos um Bom Dia!