quarta-feira, 30 de setembro de 2015

Tá na hora de dormir!




               "Existem verdades que a gente só pode dizer depois de ter conquistado o direito de dizê-las."

Jean Cocteau



Opinião

Situação-limite

Eliane Cantanhêde

Apesar das aparências e de fingir que tudo está na santa paz, a presidente Dilma Rousseff se debate desesperadamente pela sobrevivência, dá tudo o que o guloso PMDB exige e está chegando a hora em que será obrigada a se definir entre o ministro Joaquim Levy e os lulistas que mandam no PT, na Fundação Perseu Abramo, na CUT, no MST e na UNE. 

O cerco à presidente está se fechando, com uma disputa entre os que defendem o impeachment e os que querem Dilma presidente para transformá-la numa marionete de seus interesses ou de suas convicções. Com o PIB receoso de bater de frente com o governo, o PMDB rachado em torno de mais carguinhos e o PSDB cheio de dedos, a oposição é insuficiente para garantir o impeachment. Mas o “baixo clero” do PMDB invade o governo, enquanto os exércitos de Lula se esforçam para subjugar Dilma e assumir, na prática, o poder.

Os movimentos sociais e intelectuais alinhados com o PT estão, estridentemente, despudoradamente, com Lula e contra Dilma. E estão empurrando Joaquim Levy porta afora do governo com a mesma intensidade com que o próprio Levy decidiu parar de engolir sapos calado e sinaliza que, se é para sair da Fazenda, ele sai, mas não vai capitular da sua política econômica nem dos seus princípios.

É uma situação limite, dramática, resultado de um processo, ou de uma ambiguidade, que vem desde que as cortinas do teatro eleitoral caíram e a realidade emergiu ameaçadora, como previa a economista Sinara Polycarpo, aquela analista que foi demitida do Santander depois que Lula chiou. Enquanto ela ganha na Justiça, a realidade castiga o crescimento do país, os investimentos, a inflação, o câmbio e, obviamente, os empregos e os avanços sociais.

Assim chegamos ao décimo mês do governo com uma guerra aberta entre duas visões de mundo e de como retomar o crescimento, ambas bem representadas nos gabinetes de Brasília. De um lado, os que consideram danosa a política econômica do primeiro mandato e se batem pela volta da responsabilidade fiscal e do pragmatismo. De outro, os que têm saudade daqueles anos e se esgoelam pela volta do crédito fácil, da gastança e do populismo. 

Nesse ambiente, os economistas lulistas da Fundação Perseu Abramo lançam um grito de guerra contra o ajuste de Dilma2-Levy1, que, segundo eles, “acarreta a desconstrução do modelo socialmente inclusivo implantado nos últimos anos”. “Últimos anos”, entenda-se, é um eufemismo óbvio para “governo Lula”.

Esse diagnóstico desconsidera fatores fundamentais, como a mudança do cenário e dos ventos favoráveis, a urgência da questão fiscal para a salvação da lavoura e o fato cristalino de que jogar a política de Levy no lixo e voltar ao primeiro mandato de Dilma seria aprofundar o desastre, afugentar de vez os investidores, inibir definitivamente a produção e...jogar o ônus no lombo dos mais vulneráveis. Nada poderia ser menos “socialmente inclusivo”.

Ao discursar ontem na entrega de troféus da primeira edição do Estadão Empresas Mais, Levy reagiu à turma do Lula. Disse que “a realidade se impõe, acima de ambiguidades políticas”, criticou “a procura por soluções fáceis” e avisou que o governo faz o que considera necessário, “apesar de todo o ruído”. Para ele, a prioridade é a questão fiscal, “maior fonte de incertezas para todo mundo”. Só então será possível recuperar o crédito e traçar as reformas estruturais. Ou seja: é preciso fechar as contas, com corte de gastos e aumento de receita, para então pôr a casa em ordem. 

Significa que Levy comprou a guerra e entrou no tudo ou nada. Resta saber o que fará a chefe dele, que parece mais ao vento que biruta de aeroporto e que, aliás, vai se reunir hoje com Lula para discutir o latifúndio do PMDB no governo, o futuro do mandato e o que ela pretende fazer com o país. Ai, que medo!

Publicado no Estadão - 30/09/2015

Cinco meses no cargo

Dilma demite Ministro da Educação

A presidente Dilma Rousseff comunicou na tarde desta quarta-feira (30) ao ministro da Educação, Renato Janine Ribeiro, que ele deixará a pasta na reforma ministerial do governo que deve ser anunciada nesta quinta.

Dilma deu a informação ao ministro ao recebê-lo na tarde desta quarta no Palácio do Planalto. De acordo com a assessoria do ministério, ela reconheceu e agradeceu o trabalho de Janine à frente da pasta.

O atual chefe da Casa Civil, ministro Aloizio Mercadante, voltará para a Educação, pasta que já comandou. Nesta quarta, a assessoria de imprensa do MEC confirmou que o novo ministro será Mercadante e que Janine continuará na função até a transmissão de cargo, ainda sem data marcada.

Renato Janine permaneceu no cargo durante cinco meses – ele assumiu o ministério em abril deste ano, depois que o então ministro Cid Gomes pediu demissão.

Rapidinhas


Ministros pressionam presidente do TCU a marcar votação das 
contas de Dilma
Ministros do Tribunal de Contas da União (TCU) pressionam o presidente da corte, Aroldo Cedraz, a marcar para logo a sessão para apreciar as contas do governo da presidente Dilma Rousseff em 2014. O relator do processo, ministro Augusto Nardes, e outros integrantes do tribunal pretendem pedir em plenário nesta quarta-feira, 30, que Cedraz faça o agendamento para a próxima semana, possivelmente na quarta-feira. O principal argumento é que a análise sobre a defesa apresentada pelo governo sobre as irregularidades apontadas nas contas, entre elas as pedaladas fiscais, está quase concluída e a demora na apreciação cria desgaste excessivo aos ministros. O relatório da área técnica a respeito, que vai embasar a opinião dos ministros, rejeitará a maioria dos argumentos do governo. 

Litro da gasolina sobe R$ 0,20 em Porto Alegre
Alguns consumidores já estão sentindo no bolso o aumento nos preços dos combustíveis em Porto Alegre. Um posto nas imediações do Aeroporto Salgado Filho, na zona Norte da Capital, cobrava R$ 3,29 pelo litro da gasolina até ontem. Nesta quarta, o valor já subiu para R$ 3,49. O aumento de R$ 0,20 deve ser o praticado pela maioria dos estabelecimentos. O repasse do reajuste autorizado pela Petrobras deve ocorrer até o final desta semana.

Eduardo Cunha arquiva três pedidos de impeachment de Dilma; 
restam dez
O presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), afirmou nesta quarta-feira (30) que na noite anterior arquivou três pedidos de abertura de processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff. Com esses arquivamentos, restam outros dez pedidos protocolados na Câmara sobre os quais Eduardo Cunha terá de tomar uma decisão, entre os quais o dos juristas Hélio Bicudo, um dos fundadores do PT, e Miguel Reale Júnior,  que recebeu apoio de partidos da oposição. No mês passado, Cunha já tinha indeferido outros quatro pedidos. Cunha não explicou quais foram as motivações para os três novos arquivamentos.

Lula pede ao PT que não atrapalhe reforma ministerial
Em reunião com a executiva nacional do PT na manhã desta quarta-feira,  na sede do partido, no centro de São Paulo, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu mudanças na política econômica do governo e pediu que o PT não crie obstáculos à reforma ministerial desencadeada pela presidente Dilma Rousseff. Lula aproveitou o encontro para confirmar que vai a Brasília nesta quinta para um almoço com Dilma no qual serão discutidos os detalhes finais da reforma ministerial.

Mudanças de Dilma indicam um ministério ainda pior
Se as mudanças já combinadas pela presidente Dilma Rousseff com líderes dos partidos aliados e os futuros subordinados não caírem por terra mais uma vez, o governo passará a ser comandado por um ministério ainda pior e igualmente dispendioso - na prática, o enxugamento da máquina pode nem sequer alcançar os 200 milhões de reais por ano anunciados no pacote fiscal do governo. As últimas novidades nos bastidores de Brasília são a possível realocação do chefe da Casa Civil, Aloizio Mercadante, na pasta da Educação, que ele já administrou no primeiro governo de Dilma. Em seu lugar, assumiria Jaques Wagner, hoje na Defesa. A dança das cadeiras é uma tentativa da presidente de manter Mercadante, seu fiel escudeiro, protegido por um cargo no governo enquanto é investigado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por uso de caixa dois na campanha de 2010.

Política

André Machado se filia ao PDT

O jornalista André Machado, que na eleição passada concorreu à Câmara Federal pelo PCdoB, acaba de assinar ficha com o Partido Demorático Trabalhista (PDT). Filho do ex-deputado, secretário de Estado e vereador, Dilamar Machado, André pretende seguir os passos do pai, sem definir a que cargo poderá concorrer nas próximas eleições.

- Minha filiação não significa que eu deva, necessariamente, concorrer a algum cargo nas eleições do ano que vem. Tenho um contrato com a Bandeirantes e pretendo cumprir, afirmou o jornalista.

Logo após a filiação de André Machado ao PDT, algumas especulações passaram a ser feitas, inclusive a de que ele será o candidato do PDT à prefeitura de Porto Alegre. O jornalista faz questão de desmentir, mas deixa claro que seu futuro depende de uma decisão partidária.

- Não sou candidato a vereador, nem a deputado estadual, nem a qualquer cargo majoritário. Fico, a partir de agora, à disposição da direção do PDT. Se entenderem que devo disputar algum cargo, vou me preparar, caso contrário, sigo trabalhando como jornalista, concluiu.

Outra informação que circula nos meios políticos é de que André Machado pode ser candidato a vice-prefeito na chapa de Sebastião Melo (PMDB).

30/09/2015


Estadão - Petrobrás anuncia aumento do preço da gasolina em 6% e do diesel em 4%
Reajuste, que vale a partir desta quarta nas refinarias, é uma forma de melhorar o caixa da estatal e também uma tentativa de sinalizar que a empresa tem autonomia na política de preços; impacto de preço para o consumidor final não foi estimado

Folha de São Paulo - Dilma conversa com Mercadante, e ministro vai para a Educação
Em conversa com o ministro, presidente demonstrou chateação em ter de abrir mão de seu fiel assessor; o mais cotado para a Casa Civil é o petista Jaques Wagner (Defesa)

Veja.com - Dilma estuda tirar status de ministério da CGU em reforma
Atribuições do órgão, responsável pelo combate à corrupção no Executivo, seriam incorporadas à Casa Civil ou divididas entre o Ministério da Justiça e uma nova pasta

Época – Governo acredita que deve perder julgamento do TCU sobre pedaladas
Auxiliares de Dilma que acompanham processo acreditam que ‘politização’ do tema deve levar a reprovação de contas

Correio Braziliense – Prédio da Terracap é invadido por sem-teto; grupo critica atuação do órgão
Cerca de 300 pessoas estão no local e pedem audiência com presidência do órgão

Agência Brasil – PT errou ao se envolver em escândalos de corrupção, diz Gilberto Carvalho
O ex-ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República Gilberto Carvalho afirma que o PT errou ao se envolver em escândalos de corrupção e que está pagando por isso

Gazeta do Povo – Para fazer caixa, governo federal desiste de energia mais barata
Meses atrás, Planalto queria usar leilão de usinas antigas para derrubar valor da tarifa. Agora, prioridade é arrecadar

Portal G1 - Governo Dilma tem 10% de aprovação e 69% de reprovação, aponta Ibope
Pesquisa foi feita entre 18 e 21 deste mês. Margem de erro é de 2 pontos percentuais

O Globo - Dilma se reúne com Lula para fechar reforma
Petistas estão insatisfeitos com a perda de espaço no governo, mas ex-presidente pede compreensão para entregar pastas

Estado de Minas - Cotado para assumir Ministério da Saúde é suspeito de assassinato
Uma testemunha afirmou que ele teria participação no assassinato do vereador José Barros, em 2000, em Pedras de Fogo (PB).

Portal IG – Duas equipes denunciam formação de cartel na Formula 1
Sauber, do brasileiro Felipe Nasr, e Force India entram com reclamação em comissariado europeu e alegam que divisão de renda e regras da categoria são "injustas e ilegais"

Portal UOL - Gasolina deve sofrer reajuste nas bombas de 5 a 7%
Estimativa é do presidente do Sincopetro no Estado de São Paulo; ele também acredita que o diesel vá subir entre 3,5 e 4,5%

Bom Dia!

Salvando a própria pele!

Acho que não sou diferente de todos os brasileiros que, faz muito tempo, se preocupam com o número exagerado de ministérios. Afinal, são 39 pastas algumas sem quase nada que justifique o status de ministério. Não vou citar quais, pois todo mundo sabe.

Agora, depois de afirmar que todas as pastas eram importantes, a presidente Dilma (PT), decidiu extinguir algumas e juntar outras num só ministério. Diz a presidente que se trata de uma medida de austeridade para economizar e tentar salvar o Brasil da profunda crise que os governos petistas provocaram, tentando garantir sua perpetuação no poder.

Claro que, se fosse verdade, seria muito bom. Teríamos a diminuição de ministérios e a economia de muitos milhões que poderiam ajudar o Brasil a botar a cabeça para fora do buraco em que foi jogado. Mas não é! O que estamos assistindo, é a presidente fazendo de tudo para salvar a própria pele. Está vendendo a alma para salvar o cargo.

Nesta terça-feira, sem nenhuma preocupação com a dignidade de quem ocupa um ministério, demitiu o ministro da Saúde por telefone. Ligou para Arthur Chioro para avisar que estava precisando da vaga dele. Manda quem pode, obedece quem tem um mínimo de juízo.

O Ministério da Saúde, é um dos mais importantes, com verbas diferenciadas e que trata de um dos pontos mais importantes da vida dos brasileiros. E Chioro, que é do PT, vinha fazendo um trabalho técnico, sem alardes e sem misturar a política com as necessidades que o ministério que dirigia exigiam.

Com o anúncio de sua saída, ou por coincidência, ontem mesmo ele tinha dado uma declaração de que a saúde no Brasil está um caos. Confessou todos os problemas que vem enfrentando seu ministério, tudo por culpa da péssima política econômica que começou no governo Lula e prosseguiu com Dilma. Tanto que ontem mesmo recebemos a notícia que o programa Farmácia Popular, vai acabar, ou já acabou. Não há dinheiro para financiar remédios para os pobres, os mesmos que Dilma e seu antecessor disseram que tinham passado para a Classe C, ou seja, deixado de ser miseráveis.

Pepe Vargas, da secretaria de Direitos Humanos da Presidência, é outro que já está desocupando a cadeira. Parece que o próximo será Aloisio Mercadante. E por aí vamos.

No mesmo momento, ficamos sabendo que mais um ministério será oferecido ao PMDB. Serão sete, ao todo. Tudo para que o partido do vice-presidente Michel Temer, impeça o prosseguimento de ações de impeachment contra Dilma e barre a derrubada de vetos que interessam ao governo.

Na realidade, o que sobra de tudo, é a clara demonstração de desespero de um governo que não sabe o que está fazendo, que tem uma aceitação mínima, uma popularidade que não existe, mas que deseja se manter no poder. Para tanto, oferece o que pode na busca por uma tábua de salvação. 

Duvido que alguma economia seja feita, já que os companheiros que estão empregados, seguirão ganhando o mesmo, apenas trocando de endereço. A base aliada precisa ser mantida, a qualquer custo, e o custo vai cair, como sempre, no bolso de cada um de nós.

Tenham todos um Bom Dia!