A luta do funcionalismo!
Durante o feriadão, fiquei observando o desenrolar da movimentação
do funcionalismo público estadual, sacrificado pelo parcelamento de salários
determinado pelo governador do Estado.
Já manifestei que sou contra a medida, que acho que os
trabalhadores devem receber, integralmente, seus vencimentos ao final de cada
mês para atender seus compromissos, pagar suas contas, manter a sobrevivência
de suas famílias.
Ao mesmo tempo tenho manifestado que, por outro lado, o
governo tem que tomar algum tipo de atitude para estancar a sangria que vem
sendo imposta às finanças estaduais. Colocar panos quentes buscando empréstimos
para tapar o rombo, aumentar impostos para ter dinheiro em caixa, apelar para
os depósitos judiciais, não me parece que sejam soluções adequadas. Com tais
medidas, o buraco será cada vez maior.
Minhas posições, sempre mostradas de maneira clara e
objetiva, provocam o descontentamento entre muitos servidores estaduais. Recebo
ameaças e ofensas, de todo o tipo, sempre que toco no assunto. Não me
intimidam, até me incentivam a seguir no caminho que considero certo. Afinal,
mesmo que uma parte da população esteja sendo prejudicada com o parcelamento,
uma outra parte, infinitamente maior, sofre com prejuízos, quem sabe, muito mais
sérios.
Basta olhar os jornais de hoje para ver que a insegurança
tomou conta do Rio Grande do Sul. Inocentes estão sendo mortos, pois os
bandidos, os marginais, tomaram conta das ruas. Não há policiamento, o que abre
caminho para a bandidagem.
Crianças que buscam escolas pensando num futuro melhor para
suas vidas, estão sem aulas faz não sei quanto tempo. E ficarão sem elas, no
mínimo, até sexta-feira, dia 11. Como logo depois vem o final de semana, aula,
se houver, só na segunda-feira, dia 14. Certamente o que foi perdido durante a
paralisação, jamais será recuperado.
Mesmo achando justa a reivindicação do funcionalismo, não
posso concordar com algumas coisas que estão sendo proporcionadas por alguns
setores. E dou como exemplo a interdição de ruas e até de estradas por
manifestantes. Hoje pela manhã, por exemplo, servidores em greve trancaram a
freeway, para quem vinha do litoral, impedindo que muitos chegassem ao trabalho.
Entre eles, pessoas que vinham da praia, onde passaram o feriadão e pessoas que
moram em Osório, Santo Antônio, Gravataí, e trabalham em Porto Alegre. Foram
prejudicados sem qualquer tipo de culpa. É o momento em que, na minha opinião,
os manifestantes atiram no próprio pé.
Ao final do desfile de 7 de setembro, um grupo de
funcionários públicos passou pela avenida protestando contra o parcelamento. Ao
contrário deles, que participam pessoalmente dos protestos, muitos estavam na
praia, onde encontrei muitos conhecidos que trabalham em órgãos estaduais, no
interior ou em algum lugar sem contribuir em nada com o movimento. Esquecem, certamente,
que não se trata de férias, mas de uma greve que precisa da participação de
todos, engrossando fileiras em busca de uma solução para o problema.
Ficar em casa, ir para a praia, para qualquer lugar que seja
fingindo que participa do movimento para, depois, se aproveitar do que for
conquistado, é muito fácil. Difícil mesmo, é vir para a frente de lutas, sair
da zona de conforto e batalhar para que seja encontrado algum tipo de solução.
Minha solidariedade aos verdadeiros funcionários públicos
estaduais, aqueles que lutam por dias melhores que, certamente, chegarão para
eles e para os que não fizeram nada em favor da luta da categoria.
Tenham todos um Bom Dia!