terça-feira, 9 de junho de 2015

Operação Lava Jato

PF e CPI fecham cerco a Zé Dirceu



O ex-ministro da Casa Civil José Dirceu está novamente sob cerco. Enquanto a CPI da Petrobras estuda aprovar requerimento para quebrar o sigilo telefônico dele, a Polícia Federal se prepara para concluir os inquéritos sobre ele e sua empresa, a JD Assessoria e Consultoria, alvo da Operação Lava-Jato. De posse dos dados fiscais do ex-ministro, a PF deve obter em breve os dados bancários do principal ministro do primeiro mandato do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, conta o delegado regional de Combate ao Crime Organizado da Superintendência da PF no Paraná, Igor Romário de Paula. Na CPI dos Correios, o sigilo fiscal de Dirceu foi quebrado e ele já teve dados telefônicos abertos na investigação sobre a parceria MSI-Corinthians.

O delegado disse que a investigação deve se encerrar no mês que vem. Dados da Receita Federal mostraram que JD Consultoria faturou R$ 29 milhões entre 2006 e 2013, sendo R$ 10 milhões de clientes investigados na Lava-Jato. Igor de Paula é um dos líderes de uma equipe de oito delegados, seis escrivães, 18 agentes e seis peritos dedicados exclusivamente à maior investigação de corrupção da história recente no Brasil. O delegado diz que, ao menos neste momento, não há motivos para prender Dirceu, mas não existem provas de que ele prestou consultoria de verdade para as empreiteiras fornecedoras da Petrobras e fala de pressão sobre a PF para prender alguns acusados, como o ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto.

No caso do ex-ministro, faltam ainda serem feitas perícias contábeis, analisar mídias apreendidas, receber o sigilo bancário dele, tomar depoimentos de pessoas como o lobista Milton Pascowith, que pagou R$ 1,4 milhão a Dirceu, e ouvir o próprio investigado. “É um inquérito que não vai demorar muito para acabar, não”, afirmou o delegado, no prédio da PF em Curitiba, no bairro de Santa Cândida. A previsão era concluir em junho o trabalho, mas algumas informações atrasaram.

Indústria automotiva

Mais de 35 mil trabalhadores estão parados



Mais de 35 mil trabalhadores da indústria automobilística estão afastados de suas funções em sete montadoras de automóveis, caminhões e ônibus. Com a produção sofrendo queda de 25,3% e atingindo o mesmo patamar de 2005, segundo a Anfavea, o jeito que as fabricantes encontraram para diminuir o impacto da crise foi colocar trabalhadores em férias coletivas ou suspender os contratos de maneira temporária, o chamado layoff.

Há um mês, o número de trabalhadores parados era de aproximadamente 10 mil pessoas, e o cenário do mercado apontava queda de 25% nas vendas e de 21,7% na produção.

Fiat
A maior fabricante de veículos do país também é a que possui mais funcionários ociosos. Segundo a marca, a produção ficará interrompida desde a última segunda-feira (8) até sexta-feira (12).
Com isso, a maior parte dos 19 mil funcionários da planta de Betim (MG) ficará ociosa. A marca já havia tomado decisão semelhante em abril. Da planta, saem 15 modelos, em mais de 70 versões.

Mercedes-Benz
Além de demitir 500 trabalhadores, a Mercedes-Benz tem 7.250 funcionários parados na fábrica de caminhões e ônibus, em São Bernardo do Campo. Destes, 7 mil estão em férias coletivas até 15 de junho e outros 250 em regime de layoff.
A crise, entretanto, não atrapalha os planos da marca de retomar a produção de automóveis no país. A empresa alemã ergue na cidade de Iracemápolis, no interior de São Paulo, uma planta para produção dos modelos Classe C e GLA. Ela fica pronta no início de 2016.

General Motors
A produção na fábrica de São Caetano do Sul está parada até 28 de junho, de acordo com o Sindicato dos Metalúrgicos da cidade. Segundo a entidade, 5,5 mil dos 10,5 mil funcionários da planta estão sem trabalhar.
Além disso, outros 1,7 mil trabalhadores da fábrica de São José dos Campos (SP) estão com os contratos suspensos por tempo indeterminado.

Hyundai CAOA
A montadora produz na cidade de Anápolis (GO) os modelos Tucson, ix35, HR e HD78. Por motivos de readequação de estoques, a marca resolveu paralisar a produção por duas semanas, entre os dias 8 e 22 de junho. Com isso, 1.650 trabalhadores estão parados.

Volkswagen
A marca afirma que tem tomado medidas para adequar o volume de produção à demanda do mercado, porém, não diz quantos trabalhadores estão parados, ou se estão de férias coletivas ou com os contratos suspensos.
O Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, entretanto, afirma que 220 funcionários da fábrica de São Bernardo estão em layoff desde o dia 1º de junho, com duração de 5 meses. Além disso, outros 800 aderiram ao Plano de Demissões Voluntárias, o PDV, até abril.
Em São José dos Pinhais (PR), são 570 funcionários com contratos suspensos desde abril, de acordo com o Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Curitiba. O G1 tentou entrar em contato com o Sindicato dos Metalúrgicos de Taubaté, cidade onde a Volkswagen possui fábrica, porém, não obteve retorno.

Volvo
Após greve de três semanas, a Volvo decidiu encerrar um dos dois turnos de produção na fábrica de caminhões em Curitiba, criando um excedente de 600 funcionários. Com isso, a Volvo resolveu suspender os contratos destes trabalhadores, garantindo salários e benefícios até dezembro.
Paralelamente, abriu um Plano de Demissões Voluntárias (PDV) com expectativa de adesão destes 600 funcionários.

Ford
São 234 trabalhadores da planta de São Bernardo com os contratos suspensos desde 11 de maio. A montadora afirma que não há um prazo para o término do programa. Na fábrica, é produzido o New Fiesta, além da linha de caminhões. (Com informações do G1)


Decisão do HSBC

Fim das atividades no Brasil e na Turquia


Banco britânico diz que sofre com falta de escala e que Brasil tem pouca abertura comercial; filial brasileira vai se restringir a uma pequena operação para atender apenas grandes empresas

A pequena abertura do Brasil ao comércio internacional e a falta de escala no mercado brasileiro explicam a decisão do HSBC de deixar o Brasil. A explicação foi dada nesta manhã pelo executivo-chefe do grupo financeiro, Stuart Gulliver.

No México, ao contrário, o banco continuará de portas abertas. Para explicar a manutenção da outra filial latino-americana, o executivo argumentou que o "quadro é diferente no México, onde a economia é aberta e há 11 reformas em

banco britânico também informou que cortará quase 50 mil postos de trabalho em todo o mundo e que vai reduzir seu banco de investimentos. Isso diminuirá os seus ativos em um quarto, em uma medida para simplificar e melhorar sua lenta performance. Segundo a instituição financeira, cerca de metade dos cortes virá das vendas dos negócios no Brasil e na Turquia.

Durante evento para atualização do cenário para os investidores do HSBC, o principal executivo do grupo explicou com naturalidade a decisão de sair do Brasil. "Os negócios têm gerado resultado abaixo do esperado no Brasil, Turquia, México e Estados Unidos. O que vamos fazer é vender o Brasil e a Turquia e mudar no México e EUA", disse Gulliver, ao ressaltar que a filial brasileira do HSBC vai se restringir a uma pequena operação para atender grandes empresas. "Vamos manter uma modesta presença no Brasil". (Agência Estado)