sexta-feira, 8 de maio de 2015

Indicado para o STF

Procurador recebeu como advogado


Indicado pela presidente Dilma Rousseff (PT) para uma vaga no Supremo Tribunal Federal (STF), o jurista Luiz Edson Fachin, que será sabatinado no Senado na próxima terça-feira (12/5), recebeu como advogado privado da Companhia Paranaense de Energia (Copel) para defender a empresa e emitir pareceres técnicos, cujo sócio majoritário é o Estado do Paraná. O conflito é que, na época, em 2004, Fachin era procurador do Estado e já recebia salário justamente para isso. A assessoria de imprensa do advogado não informou quanto o governo do Paraná repassou ao escritório de Fachin e nem o período em que ele atuou na causa. Limitou-se a informar que ele prestou serviço para a Copel.

O caso em questão refere-se a uma arbitragem internacional na Câmara Arbitral de Paris. A multinacional norte-americana El Paso, que era parceira da Copel na Usina Elétrica a Gás de Araucária (UEG), havia entrado com um ação de indenização contra a estatal. Na época, o governador, Roberto Requião (PMDB-PR), entendeu que a norte-americana estava agindo de encontro aos interesses do governo do Paraná em razão de contratos considerados fraudulentos. Com pareceres técnicos elaborados por Fachin, o Estado acabou pagando aproximadamente US$ 190 milhões para a El Paso e obteve o controle da usina em questão.

A Copel informou, por meio da assessoria de imprensa, que é uma empresa de economia mista. O governo do Paraná tem a maioria das ações. A Copel também não informou quanto foi pago na época ao escritório de Luiz Edson Fachin.

Confissão de Lula

Líder do DEM quer ouvir Mujica


O líder do Democratas no Senado, Ronaldo Caiado (GO), afirmou na tarde desta sexta-feira, 8, que vai apresentar um requerimento de convite para que o ex-presidente do Uruguai José Mujica fale sobre a suposta confissão que o ex-presidente Lula fez do envolvimento dele no escândalo do mensalão. O pedido será apresentado na Comissão de Relações Exteriores da Casa e tem como base um livro-reportagem sobre Mujica em que Lula teria narrado ao ex-presidente uruguaio, em encontro em 2010, que esse esquema de corrupção "era a única forma de governar o Brasil".

"A acusação é muito séria, até porque é a própria esquerda brasileira que trata Mujica como uma espécie de mártir e coloca sua índole acima de qualquer suspeita. Se ele diz que o ex-presidente Lula, não só confirmou ter conhecimento sobre o mensalão, como admitiu que era a sua única forma de governar o País, isso coloca em xeque toda a tese que o inocentou do esquema", defende Caiado, em nota divulgada. O caso foi publicado em reportagem do jornal O Globo desta sexta-feira.

Segundo o líder do DEM, o convite também será feito ao ex-vice presidente do país Danilo Astori, que, segundo Mujica, estava na sala e também ouviu a confissão do petista.

Banco Central avisa:

Juros vão aumentar


Ata do Copom diz que avanços no controle de preços são insuficientes e sugere necessidade de conter os salários

Quem tem planos de tomar dinheiro emprestado deve repensá-los. Para analistas do mercado financeiro, os juros vão continuar a subir neste ano, a partir da interpretação da ata da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) divulgada ontem. A reunião a que se refere a ata ocorreu na terça e na quarta-feira da semana passada, quando a taxa básica de juros (Selic) subiu 0,5 ponto percentual, atingindo 13,25%. A próxima reunião será em 2 e 3 de junho. “A única certeza a partir da leitura da ata é que a elevação que acaba de ocorrer não foi a última. Haverá nova alta, de 0,25 ou 0,5 ponto, com chances de 50% para cada possibilidade”, afirmou Carlos Thadeu de Freitas Filho, economista da Franklin Templeton. Qualquer que seja o aumento da Selic, porém, ele acha que será o último do ano. “O ciclo está perto do fim.”

Os integrantes do Copom veem avanços na convergência da inflação para o centro da meta de 4,5%, mas apontam a persistência de fatores contrários a isso, sobretudo no mercado de trabalho — para economistas, o BC espera que os salários caiam mais do que a inflação, reduzindo preços no setor de serviços. Para os preços administrados, a projeção de alta neste ano é agora de 11,8%. Na reunião do Copom de março, era de 10,7%. Só a energia elétrica subirá 38,3%. A intenção é conter os efeitos secundários desses aumentos em 2015.

O texto afirma que “o cenário de convergência da inflação para 4,5% no fim de 2016 tem se fortalecido”. Antes, mencionava-se apenas tendência de convergência no próximo ano. Em seguida, porém, revela preocupação: “Os avanços alcançados no combate à inflação ainda não se mostraram suficientes. Nesse contexto, o Copom reafirma que a política monetária deve manter-se vigilante”. Para o ex-diretor do BC Alexandre Schwartsman, o texto sugere uma elevação de 0,25 ponto em junho. “Se eles afirmassem que o Copom está ‘especialmente vigilante’, eu esperaria aumento de 0,5 ponto. Mas não é o caso”, explicou.

A ata menciona “certa persistência da inflação, o que reflete, em parte, a dinâmica dos preços no segmento de serviços”. Esses preços são muito influenciados pelo nível de emprego. O texto observa que “a estreita margem de ociosidade no mercado de trabalho tem se arrefecido, com alguns dados indicando o início de um processo de distensão nesse mercado”. Em seguida, porém, faz um alerta: “O Copom pondera que é preciso ampliar o horizonte de observações, e que ainda prevalece risco significativo relacionado, particularmente, à possibilidade de concessão de aumentos de salários incompatíveis com o crescimento da produtividade, com repercussões negativas sobre a inflação”.

Opinião

Clima de barata voa

Eliane Cantanhêde

Estado de São Paulo
08 Maio 2015

O clima no poder é de barata voa, cada um tentando se “descolar” do outro e se esfalfando para salvar a própria pele. Aliás, esse é o verbo da moda em Brasília: todo mundo tenta se “descolar” de todo mundo.
O PT se “descola” da presidente Dilma Rousseff e se agarra ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Depois de fugir de um pronunciamento pela TV no Primeiro de Maio, Dia do Trabalho, a presidente foi empurrada para fora da propaganda do seu próprio partido, terça-feira à noite. E a grande estrela foi, ou era para ser, Lula. O que é muito estranho.

Afinal, Dilma já bateu no fundo do poço, com seus míseros 13% de aprovação, e nem fazendo muito esforço para errar será capaz de cair mais ainda. Já Lula está em pleno processo de queda. Já perdeu 21 pontos, segundo as últimas pesquisas, e muito possivelmente continua deslizando ladeira abaixo junto com o governo que patrocinou e o partido que criou.

O PT, portanto, parece viver aquela clássica situação: se ficar, o bicho Dilma come; se correr, o bicho Lula pega. Ponha Dilma ou ponha Lula na TV, a sangria e os panelaços continuam.

Se o PT tenta se “descolar” de Dilma, a recíproca é verdadeira. Foi o ministro da Comunicação Social, Edinho Silva, - do PT, frise-se - quem declarou a repórteres que é “um erro” misturar cotidianamente o governo ao partido e que não cabe ao governo, mas ao partido, responder sobre o último panelaço (o de terça, durante o programa petista).

Entre a presidente e o PT, Lula fica com uma terceira entidade: ele mesmo. Tenta se “descolar” das lambanças do PT e dos erros abundantes da sucessora, mas precisa do PT, tanto quanto o PT precisa dele, e não pode bater de frente com Dilma nem com um governo que ele critica há tempos, de manhã, à tarde e à noite. Afinal, o partido é ele, e Dilma só virou o que virou por sua culpa, sua máxima culpa.

O resultado de tanto cola-descola é que o programa de TV do PT ficou sem pé nem cabeça, Lula decidiu satanizar a terceirização da mão de obra e Dilma saiu da tela para virar espectadora, enquanto o PMDB chamou o PT às falas, cobrando que suas bancadas assumissem as restrições trabalhistas e previdenciárias determinadas pela presidente. Ou seja: o PMDB obrigou o partido do governo a se comportar como partido do governo.

E, afinal, contra quem e contra o quê foram os panelaços? Será que o 8 de Março foi só contra Dilma? Será que o da terça-feira, durante o programa do PT, foi só contra o PT? E será que nenhum dos dois foi contra Lula? Ou será que os panelaços passados, presentes e futuros foram, são e serão contra Dilma, Lula e o PT?

Por mais que Lula tente se “descolar” de Dilma, Dilma tente se “descolar” do PT e o PT tente se “descolar” de Dilma, eles estão todos colados, senão para sempre, seguramente hoje, nestes tempos de crise. E não há remédio para esse trio de siameses, a não ser uma cirurgia radical, como a que Marta Suplicy fez e outros estão na fila para fazer.

É nesse clima que o velho PT de guerra passa por situações nunca antes imaginadas, como manifestações históricas, panelaços, buzinaços e o circo no plenário na votação do ajuste fiscal, com a oposição batendo panela e as galerias jogando dólares falsos com as caras de Lula, Dilma e Vaccari. O petista Weliton Prado, que votou contra, corre o risco de virar herói.

Se Lula acha que radicalizar contra a terceirização será suficiente para reverter o clima e reaproximar o PT das bases, dos sindicatos, das massas e da opinião pública em geral, pode estar tremendamente enganado. Pois, se algo realmente se descolou de algo, foi o PT que se descolou da maioria do eleitorado brasileiro.

Fachin. É inacreditável que Dilma tenha levado nove meses para indicar o novo ministro do Supremo e tenha escolhido um procurador que atuava simultaneamente como advogado. É inconstitucional e o STF é justamente o garantidor da Constituição.

Esportiva


Cristian Rodriguez vai deixar o Grêmio


A relação entre Grêmio e Cristian Rodríguez está próxima do fim. Depois de chegar à Arena, há pouco menos de dois meses, o meia-atacante propôs uma rescisão de contrato com o clube. Logo depois de saber que estava novamente lesionado ainda no último sábado, na véspera do Gre-Nal, Cristian Rodríguez procurou a direção para fazer a proposta de saída. A rescisão do contrato de empréstimo seria bilateral e quebraria o vínculo que iria até 30 de junho. 

Nos últimos dias, o Grêmio tem negociado com agentes e advogados do jogador a melhor maneira de rescindir. O atleta ainda teria um mês de salários a receber e é preciso saber se ele abrirá mão destes valores ou se o dinheiro será bancado por Grêmio ou Atlético de Madrid.    

Nestes quase dois meses de Grêmio, Cristian Rodríguez não conseguiu atuar o equivalente a um jogo inteiro com a camiseta do clube. Foram 60 minutos contra o Cruzeiro e 29 minutos no primeiro Gre-Nal que decidiu o Gauchão, totalizando 89. Durante esse período, o meia-atacante teve uma lesão muscular na coxa e depois um problema na panturrilha. 

Cesta básica

Preços subiram em 17 capitais


A cesta básica ficou mais cara em abril em 17 das 18 cidades pesquisadas pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). As maiores altas foram registradas em Campo Grande (6,05%), no Rio de Janeiro (4,51%), em Natal (3,98%) e em João Pessoa (3,98%). Apenas Manaus (-1,73%) apresentou retração no custo da cesta.

Nos últimos 12 meses – de maio de 2014 a abril deste ano –, todas as cidades acumularam altas no preço. Aracaju (18,3%), Salvador (14,60%), Goiânia (11,74%) e João Pessoa (11,01%) tiveram as maiores elevações. Os menores aumentos ocorreram em Belo Horizonte (1,71%) e Porto Alegre (2,67%).

Os paulistanos continuam pagando o maior valor do país por itens básicos de consumo: R$ 387,05. Em seguida, estão Vitória (R$ 376,46) e o Rio de Janeiro (R$ 374,85). As capitais com registros de cestas com menores valores médios são Aracaju (R$ 281,61), João Pessoa (R$ 299,90) e Natal (R$ 300,73). (Agência Brasil)

Inflação cai em abril

Mas segue acima da meta



A inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) desacelerou e ficou em 0,71% em abril, ante 1,32% em março, divulgou nesta sexta-feira, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Com o resultado, o IPCA acumula altas de 4,56% nos primeiros quatro meses do ano, a maior para um primeiro quadrimestre desde 2003, quando foi de 6,15% - e 8,17% em 12 meses até abril, acima do teto da meta do governo para este ano, de 6,5% e a maior desde dezembro de 2003, quando a taxa acumulada ficou em 9,3%. 

Na leitura mensal, o avanço de 0,71% no IPCA de abril é o maior para o mês desde 2011, quando o aumento foi de 0 77%, segundo o IBGE.O IPCA mostrou que os preços subiram, em média, menos do que em março, levando-se em conta, principalmente, a energia elétrica. O item subiu 1,31% no mês, depois de uma forte alta de 22,08% em março, quando refletiu as revisões nos preços das tarifas de todas as regiões pesquisadas, ocorrendo aumentos extras a partir do dia 2 de março, fora do reajuste anual, além da alta de 83,33% sobre o valor da bandeira tarifária vigente.

Segundo o IBGE, com os aumentos ocorridos, o consumidor está pagando neste ano, em média, 38,12% a mais pelo uso da energia, enquanto nos últimos doze meses as contas estão 59,93% mais caras.

Diante da trégua nas tarifas de energia, o grupo Habitação desacelerou de 5,29% em março a 0,93% em abril. O alívio não foi maior porque outros itens pressionaram, entre eles gás de botijão (1,05%), condomínio (0,85%), mão de obra para pequenos reparos (0,73%), aluguel residencial (0,72%) e artigos de limpeza (0,64%). As taxas de água e esgoto, por sua vez subiram 0,61%.

Já as passagens aéreas ficaram 10,21% mais caras em abril. Apesar disso, o grupo Transportes desacelerou de 0,46% em março para 0,11% em abril. A desaceleração, segundo o IBGE, ocorreu porque os combustíveis ficaram mais baratos. Os preços da gasolina caíram 0,67%, enquanto o etanol cedeu 2,33%.

No grupo de alimentos e bebidas, a inflação passou de 1,17% em maçro para 0,97% no mês passado. No entanto, o IBGE destaca as altas de 17,9% no preço do tomate, de 7,05% na cebola, e de 6,55% no feijão mulatinho. No sentido contrário, ficaram mais baratos batata-inglesa, mandioca, farinha de mandioca, feijão-preto, feijão-carioca e ovos, entre outros.

Os remédios ficaram 3,27% mais caros em abril, o que gerou a maior contribuição individual para o IPCA no mês passado. O resultado adicionou 0,11 ponto porcentual à inflação, diz IBGE.

O resultado foi provocado pelos reajustes de 5%, 6,35% ou 7,70% nos medicamentos, conforme o nível de concentração no mercado, em vigor a partir do dia 31 de março. Com isso, o grupo Saúde e Cuidados Pessoais acelerou de 0,69% em março para 1,32% em abril.

Houve ainda, no mês passado, aumentos nos serviços médicos e dentários (0,93%), produtos óticos (0,91%) e plano de saúde (0,77%). (Com Agência Estado)

Bom Dia!

Companheiro é companheiro!


Mais uma vez está provado que, quando se consegue o que se quer, depois de alguns acertos, o dia seguinte é diferente. No caso da votação da MP 665, o PT conseguiu os votos que precisava para aprovação e agora passa a retaliar quem votou contra, principalmente entre os deputados de partidos da base aliada. É aquela velha história de que "aos amigos aplica-se a lei, aos inimigos, os rigores da lei". Mais ou menos assim.

Desde ontem, com a planilha de votações na mão, integrantes do governo decidiram que haverá tratamento diferenciado para quem votou a favor ou não. Mas só para os outros partidos, para o PT, não.

Os cargos do segundo escalão que serão destinados ao PDT, por exemplo, ficam para o fim da fila, assim como os do PP. Para o líder do governo, José Guimarães, "a base ficou muito incomodada", principalmente depois que o presidente Carlos Lupi disse que "o PT exagerou no roubo". 

Com relação ao PP, que teve 18 de seus deputados, dos 39 que formam a bancada, votando contra a MP, o tratamento também será de "castigo". Cargos para os progressistas, só depois que todo mundo for contemplado. 

Mas o mais interessante é que, mesmo com petistas votando contra e vários não votando e nem participando da sessão, não haverá punição para os companheiros.

Apenas para recordar, em 2003, quando foi votada a mudança na Lei da Previdência, durante o governo Lula, o PT expulsou quatro deputados que votaram contra a medida. Só que agora não haverá nem puxão de orelhas. Paulo Teixeira (PT-SP), disse que "não haverá retaliações pois o fechamento da questão foi mais um gesto político da bancada para assegurar a votação"

Mais uma vez o Partido dos Trabalhadores usa de seus aliados para fazer o que bem entende quando se trata de garantir sua permanência no poder. Os petistas transformaram o "apoio declarado" em "gesto político", garantindo a aprovação da MP 665. Passada a votação, punem quem votou contra e resguardam seus colegas de partido.

Está provado, mais uma vez que, para o PT, companheiro é companheiro! O resto que se dane.

Tenham todos um Bom Dia!