Sete servidores são denunciados por fraude
O Ministério Público Federal em Santos ajuizou ação civil
pública por atos de improbidade administrativa contra 29 envolvidos em um
esquema de importação fraudulenta de diversos produtos. O grupo atuou de 2010
até a deflagração da Operação Navio Fantasma, em março de 2012. Sete dos réus
são servidores da Receita Federal. Os delitos praticados visavam à sonegação de
impostos, cujo montante alcança pelo menos R$ 25,5 milhões em valores
atualizados.
Segundo informação divulgada pelo site do Ministério
Público Federal as irregularidades eram baseadas no registro do trânsito
aduaneiro das mercadorias em território nacional. Segundo o procedimento
regular de importação, os produtos estrangeiros que chegam ao Brasil podem ser
liberados pela unidade da Receita no local de entrada ou transportados, a
pedido do importador, até outro terminal onde haja o controle aduaneiro para o
despacho da carga e a eventual cobrança dos tributos. O esquema utilizava essa possibilidade
de remoção para inserir os carregamentos no mercado brasileiro sem a passagem
por postos da alfândega.
O esquema funcionava nos aeroportos Afonso Pena
(Curitiba) e Tom Jobim (Rio de Janeiro) e no Porto de Santos. Após chegarem em
aviões, os produtos eram despachados para o porto pelos servidores da Receita
envolvidos, de onde prosseguiriam viagem. No entanto, os caminhões desviavam o
trajeto e levavam as cargas aos reais compradores no Brasil, sem o pagamento
dos impostos.
No terminal de
Santos, outros funcionários do Fisco registravam falsamente a chegada dos
carregamentos e finalizavam a operação.
A Operação Navio Fantasma apontou o aumento
desproporcional do patrimônio dos servidores em relação a sua renda, o que
indica o recebimento de propina para a operação das fraudes.
Além de cinco
auditores e dois analistas tributários da Receita, integravam o esquema
empresários, despachantes, agentes de carga e caminhoneiros. Todos já respondem
a ações penais, que listam os crimes de facilitação ao descaminho, descaminho,
tentativa de descaminho, corrupção ativa e passiva e formação de quadrilha.(Agência Estado)