O presidente do Senado,
Renan Calheiros (PMDB-AL), fez um duro discurso nesta terça-feira (24) contra a
gestão de Dilma Rousseff, afirmando que o ajuste fiscal proposto pela petista
ao Congresso não será aprovado como está. Ele voltou a defender a redução à
metade do atual número de ministérios. "O Congresso Nacional está pronto
para fazer a sua parte. Não há como o Parlamento abrir mão de aprimorar o
ajuste fiscal proposto pelo Executivo. O ajuste como está tende a não ser
aceito pelo Congresso porque é recusado pelo conjunto da sociedade",
discursou o peemedebista em evento da CNI (Confederação Nacional da Indústria),
que entregou a ele uma lista de prioridades da indústria para o Legislativo em
2015.
Proposto pelo governo
Dilma com o objetivo de reequilibrar as contas públicas, o pacote de ajuste
fiscal pretende economizar R$ 67 bilhões ao ano, mas é atacado pelas centrais
sindicais e por petistas, entre outros segmentos, por reduzir benefícios
trabalhistas e previdenciários. Afirmando que o momento é difícil e grave,
Renan disse que cabe ao Executivo dar o exemplo e cortar na carne. Para isso,
voltou a defender uma das bandeiras da oposição nas eleições de 2014: o corte à
metade do atual número de ministérios (39). "Se aplaudimos recentemente o
Mais Médicos [um dos principais programas do governo na área da saúde], está na
hora do programa 'Menos Ministérios'; 20 no máximo, menos cargos comissionados,
menos desperdício e menos aparelhamento", afirmou. O discurso de Renan foi
bastante aplaudido pelos empresários presentes ao ato da CNI, em Brasília.
A proposta de redução de
ministérios conta com o apoio do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ),
que tem projeto nesse sentido. A posição do PMDB vem na esteira da queda de
popularidade de Dilma, cujo índice de reprovação só não é maior do que o do
final do período de Fernando Collor de Mello na Presidência. Renan também
defendeu a manutenção do programa de desoneração da folha de pagamento, que
beneficia 59 setores da economia. "A desoneração da folha de pagamentos
foi importante. O fim da desoneração, como quer o governo, será um colapso. Na
crise vínhamos mantendo o nível de emprego, que agora se vê ameaçado." (Agência Folha)