quarta-feira, 28 de janeiro de 2015

Escândalo na Petrobras

Justiça do Rio determina quebra do
sigilo bancário de Gabrielli e Duque

Renato Duque e José Sérgio Gabrielli
A Justiça do Rio determinou nesta quarta-feira (28) a quebra de sigilo bancário e fiscal e o bloqueio de bens em caráter liminar do ex-presidente da Petrobras José Sérgio Gabrielli, do ex-diretor de Serviços da estatal Renato Duque, e de executivos e técnicos do Cenpes, o centro de pesquisa da Petrobras, em ação por improbidade administrativa.
Ao todo, oito pessoas, das quais seis ex-funcionários da estatal, tiveram seus sigilos quebrados pela Justiça, entre os períodos de 2005 a 2010. A ação, que tramita na 5ª Vara de Fazenda Pública da Justiça do Rio, tem como base denúncia do Ministério Público do Rio, que apontou indícios de superfaturamento em contratos entre a estatal e a construtora Andrade Gutierrez para obras no Cenpes.
Segundo a ação, investigação feita anteriormente pelo Tribunal de Contas da União (TCU) mostrou que teria havido superfaturamento de R$ 31,4 milhões nas obras para a ampliação e modernização do centro de pesquisa, que fica na Ilha do Fundão, zona norte do Rio.
Petrobras e Andrade Gutierrez também são rés no processo. A estatal é acusada de ter, por meio da ação de diretores e técnicos, dado preferência à Andrade Gutierrez para assumir obras de uma outra construtora, a Cogefe Engenharia Comércio e Empreendimentos, no Cenpes.

Opinião

Assim falou Dilma 2

César Cabral*

Dilma.2 fez, nessa terça feira, 27 de janeiro, sua primeira reunião ministerial de seu novo mandato; nem tão novo assim. A presidente segundona foi insuperável, mais uma vez,de si mesma. O espetáculo se deu na granja do Torto (huumm!) e começou meio enviesado. A produção do mafuá se esqueceu de tirar o brilho da exuberante maquiagem, o microfone não funcionou e o “teleprompter” semi-invisível andava mais lento do que seu Raciocínio apesar de funcionar com apena um único e imbatível neurônio. Mas vestia um não sei lá o que dourado com gola oriental, cabelo cortado para a ocasião com leves toques de brilho; estava uma fofura – diria se tivesse suficiente intimidade. Saiu do ar. Voltou e a frente de um fundo de pedras empilhadas, reclamou,
fez cara feia, manteve seu nariz empinado que  nem pandorga e mandou ver sua verborragia grotesca, complexa,confusa pois ainda fala em dilmês tardio pré cabralino.

Assisti tudo, do início ao fim, como meio de, martirizando-me, receber uma graça de Tupã e de meus protetores: Sepé Tiaraju, Caipora e a Teiniaguá. Como meus leitores devem pagar seus pecados cada um a sua maneira, vou apenas destacar alguns trechos da prosopopeia dilmesca ( Figura em que o orador atribui o dom da palavra, o sentimento ou a ação a seres inanimados ou irracionais, aos mortos ou aos ausentes) para não torturá-los ainda mais do que os 200% de juros do cheque especial.

Dilma.2 disse: Bom, então a minha primeira recomendação para vocês, que vão compartilhar comigo essa responsabilidade de governar e desse novo mandato, é trabalhar muito para que que nós possamos dar sequência ao projeto político que nós implantamos desde 2003, e que está mudando o Brasil, mudando para muito melhor, porque nós temos menos pobreza, mais oportunidades, temos uma situação de mais igualdade, mais direitos e cada vez mais democracia.

Depois de nós e mais nós ela reafirma a intenção de não deixar o governo do Brasil nas mãos de ninguém que não seja do PT, pois é um “projeto político”. Depois de algumas mentiras - a pobreza não diminuiu; foi estatisticamente deslocada e nem há mais oportunidades e igualdades e muito menos ainda temos mais direitos - disse sem explicar que diabos é isso – e não há possibilidade de se ter mais ou menos democracia, já que ela é um sistema político que desde a antiga Grécia até os dias atuais tem tido diversos formatos e regimes distintos. Democracia não se quantifica

“Nós devemos enfrentar o desconhecimento, a desinformação sempre e
permanentemente. Nós não podemos permitir que a falsa versão se crie e se alastre. Reajam aos boatos, travem a batalha da comunicação, levem a posição do governo à opinião pública, a posição do ministério à opinião pública. Sejam claros, sejam precisos, se façam entender. Nós não podemos deixar dúvidas."

Provavelmente ela se referia à patifaria e as vigarices – fora os crimes – que a cambada ministerial e outros em altos cargos federais vêm fazendo como nunca antes “nesçsepais.” (!) Como enfrentar o desconhecimento do que todo mundo sabe e a desinformação do vem sendo informado, sempre e permanentemente? O que isso significa? Nada. Definitivamente nada!

Dilma.2 disse:  E foi isso... e foi nisso que a maioria do povo brasileiro,(referindo-se a educação) dos homens e mulheres deste país deram o seu voto, foi para isso que eles deram seu voto. Este é o meu compromisso, fazer com que o Brasil nos próximos quatro anos, tenha condições de ter as medidas necessárias para manter íntegra a estratégia de construir um país desenvolvido, um país próspero, cada vez mais igual, menos desigual, fazendo tudo o possível para manter e fortalecer o modelo de desenvolvimento que mostrou ser possível conciliar crescimento econômico, distribuição de renda e inclusão social.

Misturou alhos com bugalhos somou bananas com abacaxis.  Certamente foi com esse “raciocínio” torto – e estava lendo – que deve ter surgido o tal “slogan” Pátria Educadora. Essa coisa nenhuma, sem pé nem cabeça; abstrata.

Depois de culpar a China, a Europa (como se fosse uma pais) o Japão e a queda no preço das commodities pela nossa estagnação econômica e consequente aumento da inflação, ainda culpou a falta de água pela falta de chuvas, Dilma.2 disse: Diante destes eventos internos e externos, o governo federal cumpriu o seu papel. Nós absorvemos a maior parte das mudanças, dessas mudanças no cenário econômico e climático em nossas contas fiscais para preservar o emprego e a renda. Nós reduzimos nosso resultado primário para combater os efeitos adversos desses choques sobre nossa economia e proteger nossa população. Agora, atingimos um limite para isso. Estamos
diante da necessidade de promover um reequilíbrio fiscal para recuperar o crescimento da economia o mais rápido possível, criando condições para a queda da inflação e da taxa de juros no médio prazo e garantindo, assim, a continuidade da geração de emprego e da renda.”

Não há como comentar tanta besteira e nem o que disse a seguir. Vou concluir com o que há de melhor; de mais Dilma, de mais PT – “Gostaria de falar para vocês agora -podia passar mais rápido, por favor? -,(teleprompter lento) que toda vez que se tentou, no Brasil, toda vez que tentaram, no Brasil, desprestigiar o capital nacional estavam tentando, na verdade… Bom, eu vou preferir ler, sabe? Estavam tentando, na verdade, diminuir a sua independência, diminuir a sua concorrência e nós não podemos deixar
que isso ocorra. Nós devemos punir as pessoas e não destruir as empresas. As empresas, elas são essenciais para o Brasil. Nós temos que saber punir o crime, nós temos de saber fazer isso sem prejudicar a economia e o emprego do país. Nós temos de fechar as portas para a corrupção. Nós não podemos, de maneira alguma, fechar as portas para o crescimento, o progresso e o emprego.

Fico com a impressão, com esses nós temos, nós não podemos, que a bandalheira toda que ocorre há 12 anos, foi no vizinho, na casa da mãe Joana. A nossa grama é mais verde do que a deles. “Temos que continuar acreditando na mais brasileira das empresas, a Petrobras.” O que a Petrobras “fez” para merecer nossa descrença? Será ela é algum tipo de ser vivo, com vontade própria a fazer mal feitos por aí? Assim terminou o discurso da primeira reunião ministerial: ridículo, mentiroso, patético.

Dilma.2 não sai do palanque, do discurso de campanha eleitoral que 54 milhões de eleitores gostaram e decidiram a vida de 200 milhões de habitantes brasilinos.
Os eleitores ignorantes (a maioria) e os aproveitadores (os de sempre), acreditam que votar é um dever cívico, que o voto é a arma do povo, que é um direito de liberdade.

Democrático. Não é. O voto é obrigatório; se não votar há punição. Portanto ninguém é livre. Porém, há um “jeitinho”; uma condescendência democrática. Se não votar em três eleições o Titulo de Eleitor é cancelado ou então o eleitor paga uma multa calculada em UFIR (quem sabe o que é isso?). É assim: 3% VR (valor de referência) = 3(33,02)/100= 0,9906 *UFIR 0,9906 x R$ 1,0641 (VALOR DA *UFIR EM REAL) = R$ 1,05 (UM REAL E CINCO CENTAVOS). Assim é nossa democracia. Não são passeatas, nem a imprensa, nem redes sociais que nos darão o governo que merecemos. Deve haver outros meios; um deles a “imprensa livre” chama de terrorismo. Eu não sei! O Unabomber, que cumpre prisão perpétua nos EEUU, recomenda: “ bata a onde dói mais.” Pode ser a solução.
* Jornalista e escritor