Estatal 'está
acima' de falhas de funcionários
Presidente evita comentar decisão de
ex-diretor preso pela PF de aceitar fazer delação premiada sobre negócios da
estatal: 'Não se pode confundir as pessoas com as instituições'
Depois de o ex-diretor de
Abastecimento da Petrobrás Paulo Roberto Costa, preso pela Polícia Federal,
decidir fazer delação premiada, a candidata à reeleição Dilma Rousseff (PT) disse
na manhã deste domingo, 24, que a empresa "é muito maior que qualquer
agente dela" e que a Petrobrás "está acima" de eventuais falhas
de conduta de seus funcionários.
"Não se pode confundir as
pessoas com as instituições. A Petrobrás é muito maior que qualquer agente
dela, seja diretor ou não, que cometa equívocos, crimes - ou, se for julgado,
que se mostre que foi condenado. Isso não significa uma condenação da empresa",
disse Dilma, em coletiva de imprensa concedida na manhã deste domingo no
Palácio da Alvorada.
"Posso te falar uma coisa? O
Brasil e nós todos temos de aprender que, se pessoas cometeram erros,
malfeitos, crimes, atos de corrupção, isso não significa que as instituições
tenham feito isso."
Horas antes de Costa se decidir por
falar o que sabe de corrupção em negócios da Petrobrás, na sexta-feira, 22, a
Polícia Federal deflagrou a quinta fase da Lava Jato e vasculhou os endereços
de 13 empresas de consultoria, gestão e assessoria, todas situadas no Rio e
ligadas a uma filha, Ariana Azevedo Costa Bachmann, a um genro, Humberto
Sampaio Mesquita, e a um amigo dele, Marcelo Barboza.
Acuado, na iminência de sofrer uma
sucessão de condenações como réu da Operação Lava Jato, Costa considera que não
tem a menor chance de sair da prisão tão cedo. Ele quer preservar seus
familiares, que também se tornaram alvos da Lava Jato. O ex-diretor está preso
na sede da Superintendência Regional da PF em Curitiba.
Na avaliação de Dilma, não existe
"nenhuma instituição acima de qualquer suspeita quando se trata dos seus
integrantes". "Inclusive, nas instituições - qualquer uma - e nas
empresas - inclusive nas que vocês trabalham -, pode ocorrer isso",
afirmou a candidata, dirigindo-se aos repórteres.
"Porque os homens e as mulheres
é que falham, não são as instituições necessariamente. A Petrobrás está acima
disso. Eu não tenho o que comentar sobre a decisão de uma pessoa presa fazer ou
não delação premiada, isso não é objeto do interesse da Presidência da
Republica", comentou Dilma. (Agência Estado)