Já são 28 mortos e mais de 300 feridos
A procuradora-geral da Venezuela, Luisa Ortega Díaz, afirmou
nesta quinta-feira que 28 pessoas morreram em meio aos protestos que assolam o
país há mais de um mês. No final de fevereiro, o presidente Nicolás Maduro chegou a "chutar" que mais
de cinquenta pessoas haviam morrido em conflitos espalhados pelo país, em
particular em "guarimbas", os bloqueios que se tornaram uma das
principais formas de protesto em várias cidades, incluindo a capital Caracas.
O governo culpa os
manifestantes, que chama de “fascistas”, “terroristas” e “golpistas”, e oculta
a ação de homens armados que atiram nos jovens e se deslocam em motos, agindo
com o aval da cúpula chavista. Maduro já convocou publicamente as milícias para
acabar com as barricadas.
Em sua conta no Twitter, o prefeito metropolitano de Caracas,
Antonio Ledezma, pediu um basta à repressão, citou mais 48 feridos com
gravidade e mais de 1.300 detidos. A deputada María Corina Machado considerou
uma “vergonha” a declaração da Unasul sobre a crise no país, por não criticar a
repressão, e falou em 40 casos de tortura documentados.
Luisa Díaz divulgou o número oficial de mortos em Genebra, na
Suíça, onde participa de uma reunião do conselho de Direitos Humanos da ONU.
Ela afirmou ainda que há 365 feridos, incluindo civis e policiais, e que 42
investigações sobre possíveis violações de direitos humanos estão em andamento.
A representante da Venezuela
ouviu manifestações de apoio de países como Cuba, Equador, Nicarágua, Rússia e
China. A representante dos EUA, no entanto, denunciou “as detenções arbitrárias
e o uso excessivo da força contra os manifestantes e os jornalistas". (Agência Estado)