Taxa básica de
juros chega a 10,5%
Banco Central tenta conter alta de preços com elevação de
custos de empréstimos
O Comitê de Política Monetária
(Copom) do Banco Central anunciou nesta quarta-feira, em Brasília, que elevou a
meta da taxa básica de juros da economia em 0,5 ponto percentual, de 10% ao ano
para 10,5%. É a sétima elevação consecutiva da taxa, que sobe desde abril do
ano passado. O aumento é maior do que esperava a maioria das instituições
financeiras, que apontavam para alta de 0,25 ponto.
"Dando prosseguimento ao
processo de ajuste da taxa básica de juros, iniciado na reunião de abril de
2013, o Copom decidiu por unanimidade, neste momento, elevar a taxa Selic em
0,50 p.p. (ponto percentual), para 10,50% ao ano, sem viés", informou o
Copom em comunicado, praticamente repetindo o texto que utilizado no encontro
anterior, acrescentando apenas a expressão "neste momento".
"Eles tentaram deixar mais claro
ainda o que tinham indicado no último comunicado: que está próximo do final do
ciclo, que esse ritmo de 0,50 (ponto de alta) não se mantém para as próximas
reuniões", afirmou a economista do Santander Brasil Tatiana Pinheiro, para
quem a Selic chegará a 11% neste ano.
A taxa básica de juros serve de base
para todas as outras praticadas na economia. Isto porque é a taxa que o governo
paga por seus títulos – ativo de menor risco para investimento. Com a taxa com
menor risco subindo, as instituições financeiras tendem a subir também as taxas
para emprestar para pessoas físicas e empresas, já que o risco para emprestar
para eles é maior do que para o governo.
Com taxas mais altas para
empréstimos, fica mais difícil para pessoas físicas consumirem – o que freia a
atividade econômica, reduz a demanda e a possibilidade de aumento de preços. E
esse é o objetivo e a função do Banco Central: controlar a inflação.
Por outro lado, fica mais caro também
para as empresas pegarem dinheiro emprestado para crescerem e aumentarem a
oferta: outra maneira de frear a inflação. Para evitar esse problema, o governo
possui um banco próprio para empresas, o Banco Nacional de Desenvolvimento
Econômico e Social (BNDES), que cobra juros que não são atrelados à taxa
básica.
Desde abril do ano passado, quando o
Copom iniciou a série de altas da taxa, os juros básicos pularam de 7,25% ao
ano para os atuais 10,5%.
Com informações da Reuters.(Agência Reuters)