“Brasil precisa de opção
que resgate a esperança”
O presidente nacional do
PSB e governador de Pernambuco, Eduardo Campos, disse nesta segunda-feira, 7,
que a aliança com a ex-senadora Marina Silva só foi possível por causa de um
"gesto de grande largueza política, de grande compreensão" por parte
da idealizadora da Rede Sustentabilidade, partido que teve seu registro negado
pela Justiça Eleitoral na quinta-feira. No sábado, Marina anunciou sua filiação
e apoio à pretensão de Campos de disputar a Presidência em 2014.
"Essa construção só é possível porque Marina teve um
gesto de grande largueza política, de grande compreensão", afirmou Campos
aos jornalistas, em Recife. "Ela viu ao longe, viu um movimento que a
política tradicional não enxergava e construiu o mais forte ato político dos
últimos anos da política brasileira que vai ter grande reflexo sobre
2014."
O governador citou sua ligação
com Marina desde os tempos em que ambos eram ministros do governo Lula.
"Temos relação de proximidade na política do Acre desde que Marina começou
a militar junto com companheiros do PSB. Temos pessoas ligadas à Rede que
trabalham conosco, sempre tive posição clara em relação à criação da
Rede", disse. "Nossa identidade é desejarmos construir uma nova
política no Brasil."
Na entrevista, o governador
foi questionado sobre temas que têm aceitação no PSB, como a união entre
homossexuais e a legalização do aborto, mas enfrentam resistência pessoal por
parte de Marina. Campos reconheceu que PSB e Rede têm diferenças, assim como
ele próprio e a ex-senadora, mas afirmou que haverá "aprendizado"
entre as partes dessa "coligação programática". "Reconhecemos
diferenças que temos, tanto que somos dois partidos. Um que tem 60 anos e um
que tem um ano, recém-criado, que busca novos valores que tem na
sociedade", afirmou. "Para o PSB é muito importante essa convivência
com a Rede para que a gente aprenda com a militância da Rede, para que a gente
renove o nosso partido. Também para a Rede acredito que vamos ter contribuição
a dar nesse aprendizado."
Para Campos, a Rede e o PSB
estão de acordo no que é "fundamental". "O Brasil merece ter uma
opção que resgate a esperança, a leveza na política, o compromisso com o povo,
a excelência da gestão, da participação popular, dos valores da ética, da
sustentabilidade que é sem sombra de dúvida uma releitura do socialismo e é o
que vamos fazer com muita tranquilidade", disse o governador. "A
questão meramente eleitoral a esta altura está completamente secundarizada.
Será consequência do conteúdo. Quanto mais fizermos bem o debate de conteúdo
sintonizados com os valores que nós representamos na vida pública brasileira
hoje, mais o eleitoral vai vir. Não tenho a menor dúvida disso." (Agência
Estado)