ONDA DE VIOLÊNCIA
Vandalismo no protesto
em Porto Alegre
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Foto: Agência RBS |
Mesmo com o valor das passagens de ônibus reduzido após manifestações
de rua, outra passeata contra o reajuste de tarifas foi convocada
para esta quinta-feira, e terminou em quebra-quebra, em Porto Alegre. Em
um protesto que começou de forma pacífica em frente à prefeitura e se
radicalizou noite adentro, contêineres foram incendiados, bancos quebrados e
veículos depredados.Vinte e três manifestantes foram detidos — 18 homens e
cinco mulheres.
Os ativistas não se
contentaram com a redução da passagem de R$ 3,05 para R$ 2,85 em abril, após
passeatas semelhantes à desta quinta, ocorridas em março. A causa agora tinha
mais uma motivação: solidariedade aos manifestantes cariocas e paulistas que há
uma semana invadem as ruas e tentam baixar a tarifa, mimetizando o sucesso dos
ativistas gaúchos.
A BM estava orientada só
a acompanhar o protesto, mas um contêiner queimado foi o ponto crucial para a
mudança de postura da tropa de choque. Policiais identificaram manifestantes
consumindo maconha e cocaína e portando objetos como soco-inglês e pedras, que
vão bem além das bandeiras de partidos políticos e de diretórios estudantis. A
BM reagiu com bombas de gás lacrimogêneo. Ao final do protesto, os detidos foram
encaminhados a uma companhia do 9º Batalhão de Polícia Militar, na Rua José
Montaury (Centro).
Dos 23 presos, pelo
menos duas pessoas já eram conhecidas da polícia. Eles assinaram termos
circunstanciados por dano ao patrimônio privado e público e serão investigados.
(clicRBS)
Protesto no Rio termina
com detidos e feridos
Cerca de 10 mil pessoas participaram, na noite
desta quinta-feira, do protesto contra o aumento da passagem de ônibus no
Centro do Rio. Ao contrário do que aconteceu em São Paulo, onde os atos foram
marcados por confrontos violentos entre a polícia e os jovens, houve confusão
rápida só no fim da passeata, quando parte dos manifestantes seguia para a
Central.
Um estudante levou tiro de borracha no olho
esquerdo, e um PM foi atingido com pedrada na cabeça. Um terceiro manifestante
se feriu. Segundo a Polícia Militar, 16 pessoas foram detidas e encaminhadas à
5ª DP (Mem de Sá), mas a Polícia Civil informou que somente duas prestaram
esclarecimentos O protesto começou às 17h na Candelária e seguiu,
primeiramente, para a Cinelândia.
A Avenida Rio Branco ficou interditada
por uma hora, quando começou a manifestação e, no final, quando cerca de 200
homens do Batalhão de Choque chegaram para dispersar pequeno grupo.
Os jovens ficaram frente a frente com
os policiais, que estavam com escudos. As fachadas da Assembleia Legislativa
(Alerj) e da Igreja de São José, na Av. Presidente Antônio Carlos, foram
pichadas.
Na Central, jovens que se diziam do
movimento atearam fogo a montes de lixo. Um grupo teria sido detido.
Paulistano fica refém de
tiros e bombas
O quarto ato em uma semana contra o aumento da passagem de
ônibus em São Paulo, nesta quinta-feira, 13, teve, mais uma vez, confronto
entre manifestantes e a polícia. Bombas de gás lacrimogêneo atingiram
moradores, pedestres e passageiros de ônibus na Consolação, no centro da
capital. Cerca de 130 pessoas foram detidas e 105 ficaram feridas, de acordo
com o Movimento Passe Livre (MPL), que vem organizando a série de passeatas.
Até as 23h, quando a manifestação havia sido controlada, não havia um balanço
oficial.
Enquanto grupos ainda enfrentavam a polícia na
Avenida Paulista, o MPL já convocava um novo ato para a segunda-feira, 17,
às 17h, no Largo da Batata. No Facebook, um evento criado por três pessoas
também convida para uma outra manifestação nesta sexta-feira, 14, no mesmo
horário, em frente ao prédio da Rede Globo, no Itaim Bibi, zona sul.
Os conflitos desta quinta-feira, 13, foram o
desfecho de um dia tumultuado na cidade, onde uma greve em três da seis linhas
da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) já havia afetado ao menos
1 milhão de pessoas.