Oposição quer afastar
ministro por tentativa
de blindagem a Rosemary
PSDB e Mobilização Democrática (MD) vão exigir explicações do
ministro da Secretaria-geral da Presidência, Gilberto Carvalho, sobre ação
paralela para sabotar investigação contra Rosemary Noronha, revelada por VEJA
Os partidos oposicionistas PSDB e Mobilização Democrática (MD)
anunciaram neste sábado que vão exigir na próxima semana explicações formais do
ministro da Secretaria-geral da Presidência, Gilberto Carvalho, e da Casa Civil
sobre a instauração de um processo paralelo para investigar a ex-chefe de gabinete
do escritório da Presidência da República em São Paulo, Rosemary Noronha, revelado por
VEJA desta semana. O líder tucano na Câmara dos Deputados,
Carlos Sampaio (PSDB-SP), chegou a defender o afastamento do ministro após a
tentativa de blindagem da ex-servidora.
Como mostrou a reportagem de VEJA, sob o pretexto de “acompanhar e orientar” as
investigações sobre as traficâncias de Rosemary, Carvalho articulou para
inviabilizar a apuração que estava sendo feita contra a ex-funcionária. Na
verdade, a apuração paralela coordenada pela pasta de Carvalho serviria depois
como munição para que a defesa de Rosemary Noronha questionasse a competência
da Comissão de Sindicância da Casa Civil e tentasse anular no futuro os
trabalhos do colegiado.
A partir de segunda-feira, PSDB e MD vão protocolar na Câmara dos Deputados
requerimentos de convocação do ministro Gilberto Carvalho. Os oposicionistas
pretendem também acionar o Ministério Público para que seja investigado se o
ministro Gilberto Carvalho cometeu o crime de improbidade administrativa. “É
inadmissível que a presidente Dilma mantenha em seu governo um ministro que
atua para atrapalhar a apuração em favor de uma ex-servidora denunciada pela
Polícia Federal por tráfico de influência”, afirmou o tucano Carlos Sampaio
neste sábado.
Diante das novas revelações de VEJA, o líder da Mobilização Democrática na
Câmara, deputado Rubens Bueno (MD-PR), se comprometeu a intensificar as
articulações para a instalação de uma comissão parlamentar de inquérito (CPI)
sobre as atividades criminosas de Rosemary e dos demais integrantes do governo
pegos na operação Porto Seguro, da Polícia Federal. São necessárias 171
assinaturas para se criar o grupo de investigação.
“Para provar que não está protegendo uma indiciada pela operação Porto Seguro,
Dilma precisa ordenar a seus aliados que assinem a CPI”, disse Bueno.