Furtos de bagagem aumentam
nos aeroportos de SP
Em Guarulhos (SP), o maior aeroporto do país, foram 1.519
registros de furtos de malas e violações de bagagens até outubro, 130
ocorrências a mais do que todo o ano passado; 54 pessoas foram presas em
flagrante neste ano
A psicóloga Camila Freitas, de 27 anos, se preparava para
embarcar rumo a Fortaleza (CE) no saguão do Aeroporto Internacional de
Guarulhos/Cumbica (SP), quando se deu conta de que a bagagem que havia deixado
por alguns instantes no chão enquanto fazia o check-in tinha sido trocada. No
interior, em vez da câmera fotográfica e de roupas e acessórios comprados para
passar o feriado de novembro na praia, estavama papéis amassados, para fazer
volume. “Foi muito rápido. Quando me dei conta, tinha acabado de ser roubada,
foi horrível”, diz. Os pertences, afirma a psicóloga, nunca foram recuperados.
Maior aeroporto do país, Cumbica é também o campeão no índice de
furtos. Foram registrados 1.519 até o mês de outubro deste ano, de acordo
com a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (SSP), 130 ocorrências a
mais do que a soma de 2011. Desse total, 60% dos casos são de violação de
bagagem, e 40% de furtos nos saguões, em ações semelhantes a que vitimou
Camila.
Se comparado ao fluxo de 33 milhões de passageiros que embarcam e
desembarcam em Cumbica, esse número de furtos pode parecer pequeno. Mas não é. Nos
Estados Unidos, o John F. Kennedy, principal porta de entrada de Nova York,
recebe 50,3 milhões de passageiros por ano e teve 493 casos em 2011. Em
Londres, o terminal de Heathrow recebeu 67 milhões de passageiros em 2011, com
índice de 365 ocorrências. O Charles de Gaulle, em Paris, registrou 348 furtos
para 61 milhões de passageiros.
Tamanha diferença em relação ao terminal brasileiro se explica
quando os dados relacionados ao investimento em segurança veem à tona. Um dos
exemplos são as câmeras de segurança. O aeroporto nova-iorquino conta com 4.500
aparelhos instalados, o londrino possui 5.000, e o parisiense, 5.800. Cumbica
tem espalhadas pelos dois terminais apenas 700 câmeras. A exígua fiscalização
torna o terminal paulista um terreno propício à ação de criminosos.
Agência Brasil/Foto: Marcelo Camargo