Operação
Porto Seguro
No site
da Revista VEJA, está publicada matéria que mostra claramente o quanto setores
do governo federal estão envolvidos em corrupção e falcatruas. Pessoas intimamente
ligadas ao poder se utilizam de seus cargos para fraudar instituições, falsificar,
indicar parentes e obter dinheiro fácil. No caso da “amiga” do ex-presidente
Lula, Rosemary Nóvoa Noronha, fica ainda mais evidente a total falta de cuidado
com o dinheiro público. Como se sabe, ela viajou, a convite de Lula, para 24 países,
com passaporte diplomático e diárias pagas com verbas públicas, ou seja, com o
dinheiro do contribuinte.
Reproduzo
a matéria da VEJA, onde fica claramente demonstrada a total despreocupação dos
envolvidos que, abertamente, trocavam e-mails tratando da falsificação de
documentos e obtenção de benefícios pessoais. Uma verdade tristemente trágica e
que mostra a cara do que ocorre atualmente no Brasil. Parece, sinceramente, que
o mensalão não foi suficiente.
Machado
Filho
Com diploma falso, Rose emplacou ex na
seguradora do BB
Paulo Vieira, ex-diretor da ANA, encomendou
certificado acadêmico fajuto para que José Claudio Noronha, ex-marido de
Rosemary Nóvoa, pudesse ser indicado a cargo na Aliança do Brasil Seguros,
rebatizada como BB Seguros
As trocas de favores entre a ex-chefe de gabinete da Presidência
da República, Rosemary Nóvoa de Noronha,
a Rose, e o ex-diretor da Agência Nacional de Águas (ANA), Paulo
Rodrigues Vieira, foram muito além das indicações de cargos. Ela costumava usar
os serviços de seus afilhados políticos para resolver problemas pessoais, como
o divórcio e a pensão do atual marido e o diploma de curso superior para o
ex-marido, José Cláudio Noronha, de quem ela ainda herda o sobrenome.
Segundo trechos obtidos por VEJA da investigação que
deflagrou a Operação Porto Seguro,
da Polícia Federal, Rose e Vieira trocaram dezenas de e-mails em 2009 sobre o
tema identificado como "diploma para o JCN" – sigla que ela usava
para se referir ao ex nas mensagens. A ex-chefe de gabinete queria indicar o
pai de suas duas filhas a uma vaga na Aliança do Brasil Seguros – a seguradora
do Banco do Brasil, posteriormente rebatizada como BB Seguros. Noronha, que
trabalha como assessor especial na Superintendência da Infraero em São Paulo,
não cursou faculdade e, por proibição regimental, não poderia assumir cargo na
empresa. Ciente do obstáculo Rose não se intimidou. Procurou Vieira para conseguir
um certificado falso que permitisse ao marido abocanhar a vaga de suplente no
conselho de administração da Aliança, o que já lhe garantiria uma polpuda
remuneração.
"Graças a Deus saiu o que eu esperava. Preciso do
diploma urgente. Para adiantar, tenho que colocar no currículo a formação. Qual
é o nome?”, questionou a ex-chefe de gabinete do governo petista em e-mail
enviado a Paulo em 4 de maio de 2009. Segundo o inquérito, o que Rose tanto
esperava era a vaga para seu ex-marido. Ela, aparentemente, demonstrava total
desconhecimento do título que Claudio receberia – afinal o que lhe interessava
era apenas o papel que lhe permitiria dar prosseguimento à negociação para
sacramentar a indicação. No passo seguinte, coube ao ex-diretor da ANA não
apenas forjar o diploma como também obter o reconhecimento oficial do
Ministério da Educação (MEC).
Dois meses depois, após seguidas súplicas envidas via
e-mail por Rose – muitas delas escritas em letras garrafais –, o diretor da ANA
respondeu: "Desculpe só responder agora. É que fiquei muito gripado e o
pessoal do MEC tá (sic) dando muito trabalho. Quanto ao JCN, não se preocupe.
Essa questão está resolvida. Os documentos devem chegar a qualquer
momento", disse Paulo Vieira, que é apontado pela PF como o chefe da
quadrilha que comprava relatórios de funcionários públicos para favorecer
empresas privadas.
A demora em receber o diploma prosseguiu por mais quatro
meses – período em que Rose cobrou e questionou Vieira de forma incansável. Em
novembro daquele mesmo ano, para alívio da ex-chefe de gabinete, o documento
foi finalmente registrado pelo MEC. Como resultado, o ex-marido de Rose acabara
de ganhar um título oficial de Bacharel em Administração de Empresas. Em
setembro de 2010, a nomeação de Noronha na Aliança do Brasil foi publicada no
Diário Oficial da União (DOU). Como era usual em seus e-mails, Rose agradeceu
com um “Finalmente! Obrigada!”
Demissão – O envolvimento de Rosemary Nóvoa – demitida pela presidente Dilma
Rousseff por seu envolvimento com a quadrilha que vendia pareceres fraudulentos
de órgãos do governo – na indicação de José Claudio Noronha, o JCN, pode lhe
custar o cargo na BB Seguros. Segundo a Agência O Globo, o BB já teria decidido
por sua destituição.
A instituição financeira deve pedir a substituição do
ex-marido de Rose no próximo encontro do conselho, que deve ocorrer semana que
vem. Uma reunião extraordinária deve ser convocada para oficializar o
afastamento.
Participação do MEC – As benesses de Paulo Vieira no MEC lhe permitiram muito mais que
forjar um diploma. Citado amplamente no inquérito, o ex-consultor jurídico do
MEC, Esmeraldo Malheiros Santos, é acusado pela Polícia Federal de entregar a
Vieira pareceres da pasta que seriam utilizados por faculdades ameaçadas de
descredenciamento.
A polícia interceptou um e-mail de dezembro de 2010, no
qual Paulo Vieira afirma: "Peça para a sua amiga fazer um bom relatório e
logo", referindo-se à manifestação do Instituto Nacional de Estudos e
Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), responsável pela avaliação das
faculdades.
Vieira também obteve uma senha privativa de um funcionário do MEC para alterar
números de uma de suas faculdades, a Faculdade de Ciências Humanas de Cruzeiro,
no interior de São Paulo.(VEJA online)