terça-feira, 23 de outubro de 2012


Pena dos Mensaleiros - 3
Barbosa retoma o voto analisando a conduta de Valério no crime de peculato relativo à Câmara dos Deputados.
"O réu pretendeu não apenas enriquecer ilicitamente, mas também obter sua remuneração pela prática concomitante de outros crimes em proveito do PT. Quanto mais alto o desvio, mais reprovável é a conduta e mais graves são as consequências para o bem jurídico", afirma Barbosa.
O relator fixa a pena de 4 anos 8 meses de reclusão para Valério pela prática do crime de peculato relativo à Câmara dos Deputados. Barbosa também condena Valério a 210 dias-multa, no valor de 10 salários-mínimo cada um, totalizando R$ 546 mil.

Mensalão


Pena dos mensaleiros – 2
Réu: Marcos Valério
Barbosa retoma o voto. Neste momento, ele analisa o crime de corrupção ativa imputado a Valério relativa à Câmara dos Deputados.
Barbosa fixa a pena de 4 anos e 1 mês de reclusão para Valério pela prática do crime de corrupção ativa relativa à Câmara dos Deputados.
O relator também condena Valério a 180 dias-multa, no valor de 10 salários-mínimos cada um, totalizando R$ 432 mil.
Rosa Weber, Luiz Fux, Cármen Lúcia e Gilmar Mendes acompanham o relator. Marco Aurélio diz que tem dúvidas com relação à continuidade delitiva. Celso de Mello acompanha o relator, mas diz que entende importante considerar o que observou Marco Aurélio.
Marco Aurélio também vota com o relator e define a pena de Valério por quadrilha em 4 anos e 1 mês de reclusão mais 180 dias de multa.

Mensalão

Pena dos mensaleiros – 1
Réu: Marcos Valério
Por 7 votos a 3, o STF decide que quem absolveu os réus não poderá definir a dosimetria.
Barbosa inicia a votação da dosimetria. Ele sugere que a divisão seja feita por núcleos, iniciando pelo núcleo publicitário.
O relator inicia seu pronunciamento com o réu Marcos Valério, começando pelo crime de formação de quadrilha. "A análise da presença ou não de maus antecedentes deve ser analisada caso a caso", diz Barbosa. "Neste caso, observo que Marcos Valério não ostenta maus antecedentes. Tem que haver uma sentença condenatória. Há casos quem cada réu tem 15, 20 ações penais já concluídas ou não", diz o relator.
"Valério tem sim algumas ações em tramitação, mas entendo que enquanto o plenário não resolver esta pendência, não vejo condições de aplicarmos maus antecedentes nestas situações", explica.
Celso de Mello complementa: "Seria mais prudente manter a orientação que sempre existiu no tribunal". Barbosa responde: "É o que estou fazendo".
Barbosa retoma: "Quanto às circunstâncias do ilícito, também me parecem desfavoráveis a Valério. Assinalo o fato de que a associação perdurou por mais de dois anos", diz o ministro.
Joaquim Barbosa fixa a pena de 2 anos e 11 meses de detenção + 291 dias-multa para Marcos Valério em relação ao crime de quadrilha.

Mensalão


A questão do desempate
O STF está reunido na tarde de hoje, extraordinariamente, para aquele que poderá ser um dos últimos dias de julgamento do esquema do mensalão
Na sessão desta terça-feira, os ministros do STF definirão a questão dos desempates do julgamento. O empate tornou-se possível a partir da aposentadoria compulsória de Cezar Peluso, deixando o tribunal com dez integrantes
Apesar de algumas divergências, a Corte se encaminha para absolver todos que não tiveram placar formado para a condenação com base no princípio do in dubio pro reo (na dúvida, absolve-se o réu). Foram 7 os empates: 4 por lavagem de dinheiro (José Borba, Paulo Rocha, João Magno e Anderson Adauto) e 3 formação de quadrilha (Valdemar Costa Neto, Jacinto Lamas e Vinicius Samarane).
Além da questão dos empates, o Supremo ainda precisa definir as penas que serão aplicadas a cada réu, a chamada dosimetria. A última decisão da Corte será definir o que fazer com o mandato dos deputados condenados no julgamento.
O presidente da Corte, Ayres Britto, declara aberta a sessão desta terça-feira  e faz um retrospecto da sessão de ontem, na qual foi concluída a última fatia do julgamento.
"Gostaria de encaminhar o entendimento de que, em caso de empate, prevaleça a tese da absolvição do réu", diz o presidente.
Após uma série de opiniões divergentes sobre qual a melhor decisão sobre os casos em que as votações terminaram empatadas, o presidente Ayres Britto comunica que, por decisão da maioria, os casos em que os réus tiveram seus julgamentos terminados empatados, serão absolvidos.

Futebol na história

23.10 (1971) – Grêmio sedia segundo Congresso Sul-americano de Clubes Tricolores
23.10 (1973) – Seleção gaúcha do interior 0x0 Deportivo Cáli da Colômbia em Porto Príncipe, Haiti
 Pesquisa Claudio Dienstmann

Mensalão

A hora das penas
A 40ª sessão de julgamento do processo do mensalão, nesta terça-feira, pode ser a última. 
Depois de encerrar a análise dos oito capítulos do processo e condenar o cérebro do esquema criminoso, o Supremo Tribunal Federal (STF) se dedica ao epílogo de uma história que, na corte, teve início ainda em 2007, quando o processo começou a tramitar.
Faltam duas etapas: o estabelecimento da pena dos réus e definição de uma saída sobre a situação de seis acusados sobre os quais a corte se dividiu em 5 votos a 5. O presidente da corte, Carlos Ayres Britto, defende que os empates sejam debatidos na primeira parte da sessão. Joaquim Barbosa, o relator, prefere o contrário. Além das penas para cada réu, os ministros precisarão discutir se os parlamentares condenados (João Paulo Cunha, Pedro Corrêa e Valdemar Costa Neto) devem perder o mandato imediatamente.
Na discussão da chamada dosimetria das penas, os ministros vão levar em conta o grau de participação dos réus nos crimes, a culpabilidade e a reprovabilidade das condutas.
No caso de José Dirceu, por exemplo, são duas condenações: uma por corrupção ativa e outra por formação de quadrilha. As penas mínimas são, respectivamente, de 2 e 1 anos de prisão. As máximas, de 12 e 3 anos. A situação do petista deve se agravar porque ele corrompeu nove deputados federais. A pena não será multiplicada, mas o número de corrompidos é considerado um agravante. O fato de Dirceu ter ocupado uma posição de destaque no esquema também deve agravar a pena.
Com a corte incompleta desde a saída do ministro Cezar Peluso, o julgamento do mensalão resultou em sete empates. Desses réus, quatro também foram condenados por outros crimes: o deputado Valdemar Costa Neto (PR-SP), o ex-deputado peemedebista José Borba, o executivo do Banco Rural Vinícius Samarane e o ex-funcionário do PR Jacinto Lamas.
Três acusados estarão completamente livres se forem beneficiados com o empate: os ex-deputados João Magno (PT) e Paulo Rocha (PT) e o ex-ministro Anderson Adauto (PTB).


Pedágios mais caros
A partir da próxima sexta-feira (26) as tarifas das praças de pedágio administradas pela CONCEPA, na BR 290, serão reajustadas. Autorizado pela Agência nacional de Transportes Terrestres (ANTT), o aumento elevará a tarifa de R$ 8 para R$ 8,50 nas praças de Santo Antônio da Patrulha (Km 19 – unidirecional) e Eldorado do Sul (Km 110 – unidirecional) e de R$ 4 para R$ 4,50 na praça de Gravataí (Km 77,8 – bidirecional).
Com os novos preços, a viagem de ida e volta ao Litoral Sul passará a custar R$ 17,50.
Os reajuste considera a variação do Índice Nacional de Preços ao Consumidor e o calendário de obras da concessionária.
Bom Dia!
"Isso revela um dos episódios mais vergonhosos da história política de nosso País, pois os elementos probatórios expõem aos olhos de uma nação estarrecida, perplexa e envergonhada, um grupo de delinquentes que degradou a trajetória política. Estamos a condenar não atores políticos, mas sim protagonistas de sórdidas tramas criminosas. Em uma palavra, condenam-se aqui não atores ou agentes políticos, mas, sim, autores de crimes”.
Assim, o ministro Celso de Mello concluiu seu voto condenando José Dirceu, Delúbio Soares, José Genoino e mais oito mensaleiros por formação de quadrilha. Logo depois, foi a vez do presidente do STF, Ayres Britto, confirmar a condenação dos réus.
Confesso que, até o momento em que o relator começou a ler seu parecer sobre o caso, no começo do julgamento do mensalão, eu era dos que não acreditavam em condenação, principalmente dos componentes do núcleo político. Imaginar que José Dirceu seria condenado como “chefe da quadrilha” era, no mínimo, sonhar muito alto. Depois de afirmar que somente os peixes pequenos seriam condenados, fico feliz por ter mordido a língua. Parece que, finalmente, a Justiça brasileira encontrou o caminho e acabou com a crença de que, no Brasil, somente ladrões baratos são condenados. Tomara que este seja o primeiro passo para banir, definitivamente, a corrupção da política em nosso país.
Agora, passado o primeiro momento pós-condenação do bando, fico pensando no que deve estar passando pela cabeça de Lewandowski e Toffoli. O revisor foi o defensor implacável dos corruptos. Absolveu quase todos sem a mínima cerimônia. Nem os advogados de defesa dos réus foram tão brilhantes ao defenderem seus clientes. Ricardo Lewandokski foi impecável. Assim como Dias Toffoli que, em nenhum momento se sentiu constrangido ao defender seus ex-patrões. Toffoli trabalhou na Casa Civil, sob as ordens de José Dirceu e foi advogado do PT durante muito tempo. Um ministro, digamos assim, com a maior cara de pau deste julgamento. Absolvia e nem ficava vermelho.
Agora resta saber o que decidirão os ministros sob as penas a que serão submetidos os condenados. Isso deve acontecer a partir de hoje, em sessão extraordinária do STF.
Enquanto isso fico imaginando o que estará acontecendo com Lula que, logo depois de ter pedido desculpas ao Brasil pelas trapalhadas de seus companheiros de partido, passou a afirmar que o mensalão não existiu, que era uma obra de ficção criada pela mídia. Pois o mensalão não só existiu como foi comprovado pela maioria dos ministros, em grande número indicados e nomeados pelo próprio Lula.
Para orgulho dos brasileiros decentes, estamos chegando ao fim da trama que o ministro Celso de Mello classificou como “um dos episódios mais vergonhosos da história política de nosso País”.
Para comemorar, fui buscar um vídeo de uma música antiga mas que diz muito bem daquilo que estou sentindo. Benito di Paula em Tudo Está no Seu Lugar. E que todos tenham, um Bom Dia!