Refrigerantes podem
ser proibidos em Nova York
O prefeito de Nova York, nos EUA, Michael Bloomberg, quer
proibir a venda de refrigerantes e outras bebidas açucaradas em locais
públicos, como medida de combate à obesidade. O veto afetaria somente as
bebidas com tamanho equivalente a cerca de 500 ml.
Três novos estudos publicados este fim de semana reforçam o
vínculo entre o consumo de refrigerantes e bebidas de frutas açucaradas e a
epidemia de obesidade nos Estados Unidos.
O consumo destas bebidas mais que dobrou desde os anos 1970,
assim como a taxa de obesidade entre os americanos no mesmo período, que afeta
atualmente 30% da população adulta, destacam os autores destas pesquisas
divulgadas na edição online do New England Journal of Medicine.
O primeiro estudo, feito com mais de 33.000 americanos, homens e
mulheres, indica que consumir estas bebidas açucaradas agiria nos genes,
afetando o peso e ampliando a pré-disposição genética de uma pessoa a engordar.
Os cientistas usaram as 32 variações de genes conhecidos por
influenciar no peso com a finalidade de estabelecer um perfil genético dos
participantes do estudo. Os autores determinaram também seus hábitos
alimentares, de consumo de bebidas açucaradas e de práticas de exercícios
baseados nas respostas a um questionário durante quatro anos.
Os outros dois estudos demonstraram que o fato de dar a crianças
e adolescentes bebidas sem calorias, como água mineral ou refrigerantes com
adoçantes, levaram a uma perda de peso.
O primeiro foi feito no hospital infantil de Boston com 224
adolescentes obesos ou que tinham excesso de peso, aos quais os cientistas
mandaram regularmente a domicílio garrafas d’água ou refrigerantes “light”.
Também os incentivaram a consumir estas bebidas durante um ano, período de
duração do estudo.
Estes adolescentes não tiveram ganho de peso superior a 1,5
quilo durante este prazo, contra um aumento de 3,4 quilos observado em um grupo
de controle.
A última pesquisa foi realizada por cientistas da Universidade
VU de Amsterdã (Holanda) com 641 crianças com idades entre 4 e 11 anos com peso
normal, das quais a metade consumiu diariamente um quarto de litro de bebidas
de frutas açucaradas e a outra metade a mesma quantidade de bebidas, mas com
adoçantes no lugar do açúcar.
Após 18 meses, as crianças que consumiram bebidas de baixas calorias
ganharam 6,39 quilos em média, comparativamente a um aumento de 7,36 quilos
registrado no grupo que ingeriu bebidas de frutas açucaradas.
“Tomados em conjunto, estes três estudos parecem indicar que as
calorias provenientes de refrigerantes e bebidas de frutas fazem diferença”,
destacou em um editorial publicado no New England Journal of Medicine a doutora
Sonia Caprio, do serviço de Pediatria da Universidade de Yale (nordeste dos
Estados Unidos).
Segundo ela, “chegou o momento de agir e apoiar vigorosamente a
implementação das recomendações do Instituto de Medicina, do American Heart
Association (Associação americana do coração) e da Obesity Society para reduzir
o consumo de refrigerantes e outras bebidas açucaradas entre crianças e
adultos”. (Com UOL).