Dia Nacional da Triagem Neonatal
Teste do pezinho pelo SUS avança em diagnósticos e tratamentos
O Hospital Materno-Infantil Presidente Vargas (HMIPV) vai
comemorar o Dia Nacional da Triagem Neonatal neste ano, em 6 de junho, com um
avanço importante na realização do teste do pezinho em recém-nascidos gaúchos.
O hospital é o único no Rio Grande do Sul que faz o exame pelo Sistema Único de
Saúde (SUS) desde 2001, e agora, a partir desta sexta-feira, 1º de junho, passa
a incluir a investigação de fibrose cística nos testes. Também conhecida como
mucoviscidose, a doença afeta principalmente os sistemas respiratório e
gastrointestinal.
Com esse acréscimo, o Serviço de Referência de Triagem Neonatal
(SRTN) do HMIPV entra na Fase 3 do Programa Nacional de Triagem Neonatal. As
Fases 1 e 2 englobam a detecção da fenilcetonúria (doença genética que pode
intoxicar o cérebro quando o bebê ingere certos alimentos), do hipotireoidismo
congênito (falta de função da glândula tireóide que pode ocasionar deficiência
mental e somática nas crianças), além de alterações genéticas que acometem os
glóbulos vermelhos do sangue – entre as quais, a mais comum é a anemia
falciforme. Em breve, serão acrescentados também outros testes ao programa de
triagem neonatal, que estão com implantação em fase de estudo.
Sendo descobertas a tempo, quando ainda não surgiram os primeiros
sintomas, as enfermidades identificadas pelo teste do pezinho podem ser
tratadas de modo que os pacientes venham a ter boa qualidade de vida, mesmo que
as doenças não sejam curadas. Por isso, o ideal é que a coleta de material para
exame seja feita entre o terceiro e o sétimo dia de vida – prazo que deve ser
cumprido também para os bebês prematuros ou doentes, durante a hospitalização.
A triagem neonatal é um exame de laboratório simples (a partir de
amostra de sangue retirada do calcanhar do bebê), que serve para diagnosticar
precocemente doenças do metabolismo e enfermidades genéticas ou infecciosas que
podem produzir lesões irreversíveis – como retardo mental. Para confirmar a
suspeita das doenças pesquisadas, é preciso testar também as dosagens de sódio
e cloro no suor do bebê. Como o resultado pode gerar dúvidas, às vezes é
necessário analisar ainda a possibilidade de mutações genéticas.
Atenção continuada - No
Hospital Presidente Vargas, são realizados em torno de 10 mil testes por mês,
em crianças nascidas em todo o Estado. O número de bebês atendidos equivale a
pouco mais de 80% dos nascidos vivos no Rio Grande do Sul. No caso de bebês
diagnosticados com distúrbios pelo teste do pezinho, a assistência à criança e
à família tem início imediatamente e se estende ao longo da vida.
Esse cuidado continuado é o que diferencia o serviço prestado
pelo SUS do atendimento disponível na rede particular de saúde – que identifica
a suspeita de doenças, mas deixa para os pais a tarefa de ir à procura de ajuda
para confirmar os diagnósticos e, se necessário, encaminhar o tratamento. A
atenção do SUS às crianças e suas famílias, a partir dos diagnósticos, envolve
equipe interdisciplinar composta de vários profissionais, como médicos
pediatras, endocrinologistas, hematologistas, pneumologistas, além de
nutricionistas, psicólogos, enfermeiros e assistentes sociais. Para acolher
todo o Rio Grande do Sul, o HMIPV se mantém articulado com serviços
especializados externos, incluindo o Interior, por meio de parcerias com o
Estado e os municípios.
Excelência -
Atualmente, o Hospital Presidente Vargas presta assistência a 800 famílias –
entre as quais, 600 com filhos diagnosticados com hipotireoidismo congênito,
100 com casos de fenilcetonúria e outras 100 com crianças em tratamento por
anemia falciforme. “Nossa maior responsabilidade é buscar excelência e
assegurar a qualidade no atendimento integral aos pacientes detectados”,
enfatiza a médica pediatra Paula Regla Vargas, coordenadora do Serviço de
Referência de Triagem Neonatal do Rio Grande do Sul no HMIPV. Segundo ela,
antes de 2001, quando o teste do pezinho não era feito pelo SRTN no Estado,
menos de 40% dos bebês gaúchos tinham a possibilidade de ter diagnóstico
precoce, e havia um alto índice de mortalidade de crianças portadoras das
doenças falciformes.
Salário dos vereadores
A Câmara Municipal de Porto Alegre distribuiu nota sobre o
aumento proposto para o salário dos vereadores. Conforme a nota, a proposta de
reajuste de 5,1% é do presidente Mauro Zacher e não representa,
necessariamente, a vontade da maioria.
Informamos que a posição quanto à reposição do
índice da inflação medido pelo IPCA (5,1%) na Mesa Diretora do Legislativo da
Capital não é unânime, sendo esta a proposta do presidente da Câmara Municipal
levada à Mesa e acompanhada por alguns de seus integrantes.
No entanto, alguns vereadores da mesa já emitiram
publicamente suas divergências quanto ao percentual, cuja defesa varia de 0% ao
teto constitucional de 75% dos subsídios do deputado estadual.
A decisão da Mesa, contudo, é a de que o assunto
seja deliberado antes de iniciado o período eleitoral, sendo o prazo sugerido
pelo presidente para o envio do projeto ao plenário é o do próximo dia 18 de
junho, momento em que as posições e emendas poderão ser defendidas e submetidas
a apreciação do conjunto dos parlamentares presentes na sessão.