Funcionários da Trensurb em greve segunda-feira
Em assembleia realizada nesta quinta feira (17), o Sindicato
dos Trabalhadores em Empresa de Transporte Metroviário do RS (Sindimetrô)
decidiu paralisar as atividades da Trensurb na próxima segunda feira. A
categoria exige auamento salarial de 21%, referente a perdas da inflação dos
últimos nove anos. Segundo o Sindimetrô, a pauta de reivindicações foi entregue
em março e, até hoje, não foi feita nenhuma proposta por parte da direção.
Segundo a Trensurb, foram realizadas reuniões com representantes
dos funcionários quando a empresa se comprometeu a apresentar uma proposta até
o final de maio. A direção manifestou sua surpresa com a decisão já que,
justamente para segunda feira, estão marcadas inaugurações de duas novas
estações do metrô de superfície, a Rio dos Sinos, em São Leopoldo, e a Santo
Afonso, em Novo Hamburgo. Mesmo tentando um acordo para que a greve seja
cancelada, a direção da Trensurb já admite transferir a cerimônia.
CPI poupa Delta, governadores e políticos de investigação
Como muitos previam, a CPI do Cachoeira livrou governadores e parlamentares de quebra dos
sigilos bancário, fiscal e telefônico e de serem convocados a explicar suas
relações com o contraventor.
Apontada pela PF como o braço financeiro do esquema, a
Construtora Delta também não terá seus sigilos quebrados nacionalmente. A
maioria dos componentes da Comissão entendeu que “faltam indícios” para pedir a
quebra de sigilo da empreiteira. Os parlamentares livraram de investigação, o
presidente licenciado da Delta, Fernando Cavendisch.
Apenas a Delta da região Centro-Oeste teve autorizada a quebra do
sigilo autorizada pelos senadores e deputados da CPI.
A votação foi orientada pelo PT e PMDB, que comandam a CPI, e
contou com ajuda da oposição. O relator, deputado Odair Cunha (PT-MG), sequer
colocou em votação os requerimentos acerca dos governadores e da Delta
nacionalmente. Esses requerimentos só devem constar na pauta da CPI no dia 5 de
junho. O deputado Carlos Sampaio (PSDB-SP) e Fernando Franceschini (PSDB-PR),
da oposição, apoiaram a proposta de adiar a discussão.
O deputado Candido Vaccarezza (PT-SP) disse que “a CPI não fará
devassa”. Já seu companheiro de partido, Paulo Teixeira, disse que “a
generalização cheira a devassa”
Um acórdão entre caciques do PT, PMDB e PSDB para poupar os
governadores Marconi Perillo (PSDB-GO), Agnelo Queiroz (PT-DF) e Sérgio Cabral
(PMDB-RJ), incluiu ainda a preservação da Delta nacionalmente, que tem obras
com o governo federal.
Para a senadora Kátia Abreu (PSD-TO) “reuniu-se um grupo numa
sala e decidiu quem vai morrer. O Rio de Janeiro está enterrado até a alma. Na
minha opinião, estamos convocando os bagrinhos da história. Os importantes
estão de fora”.
O senador Álvaro Dias (PSDB-PR) disse que “dá a impressão de
estarem selecionando alvos por orientação político-partidária”. Já o senador
Randolfe Rodrigues (PSOL-AP) reclamou sobre o que classificou de “um mau começo
da CPI”. Ele foi um dos poucos a insistir na convocação dos governadores.
“Estamos passando uma vergonha aqui. A Delta recebeu mais de R$ 4
bilhões do governo federal e não vamos quebrar o sigilo da empresa? Como vamos
explicar isso ao Brasil?”, afirmou o deputado Fernando Francischini (PSDB-PR).
A votação desta quinta-feira praticamente sepulta a CPI. As
investigações devem ficar restritas ao que já foi apurado pela Polícia Federal
sobre os membros do grupo de Cachoeira sem avançar para os pontos não apurados
pela PF, até o momento, por envolverem políticos, que têm direito ao foro
privilegiado. A PF também não investigou a Delta porque seu trabalho era
voltado para Cachoeira.
Vaccarezza é flagrado tentando blindar Sérgio Cabral em CPI
O deputado federal Cândido Vaccarezza (PT-SP) foi flagrado nesta
quinta-feira, durante sessão da CPI do Cachoeira, garantindo blindagem do PT ao
governador do Rio, Sérgio Cabral (PMDB), que corria risco de ser convocado a
depor na comissão.
As imagens da troca de mensagens de celular entre Vaccarezza, um
dos principais articuladores da base governista na CPI, e Cabral foram
registradas por um cinegrafista e exibidas na edição desta quinta-feira do
"Jornal do SBT".
"A relação com o PMDB vai azedar na CPI. Mas não se
preocupe, você é nosso e nós somos teu [sic]", escreveu Vaccarezza a
Cabral.
Deputados apoiam 30 horas para enfermeiros
Com faixas e camisas com os dizeres “30 horas semanais já”,
profissionais da enfermagem ocuparam o Plenarinho da Assembleia Legislativa
para audiência pública da Comissão de Saúde e Meio Ambiente (CSMA), proposta
pelo Sindicato dos Enfermeiros no Estado do Rio Grande do Sul. Um comitê
formado por parlamentares e representantes da categoria irá a Brasília para
apoiar aprovação do projeto que regulamenta a carga horária.
A deputada Marisa Formolo (PT), presidente da CSMA manifestou seu
apoio a regulamentação da carga horária para os enfermeiros. “Sabemos que esse
projeto já motivou vários debates e alterações, e tem a perspectiva de entrar
em votação ainda este ano. O serviço de enfermagem é um suporte fundamental das
equipes técnicas de saúde. Sou favorável a valorização dos técnicos e
enfermeiros”, disse a parlamentar.
Valdeci Oliveira (PT) líder do governo no Parlamento, propôs a
criação de uma Frente Parlamentar em defesa do movimento, e a formação de um
comitê de deputados e sindicalistas para irem a Brasília pressionar pela
aprovação da matéria, em encontros com a bancada federal gaúcha e o presidente da
Câmara, Marco Maia.
A vice-presidente do Sindicato dos Enfermeiros, Sonia Silvestrin
esclareceu que a categoria não quer redução de jornada, mas sim a regularização
da profissão. “Vários outros profissionais da área da Saúde tem sua carga
horária regulamentada, mas a enfermagem não tem. Esse reconhecimento passa pela
regulamentação da carga horária. A enfermagem é composta majoritariamente por
mulheres, e sabemos que as mulheres ainda têm o ônus da segunda carga horária,
do cuidado com os filhos e a casa. É precisso um olhar humanizado para os
profissionais. Enfermagem trabalha 24 horas por dia durante os 365 dias do
ano", alertou.
Claudir Lopes, presidente do Conselho Regional de Enfermagem
lembrou o tempo de luta pela prerrogativa. "Nosso projeto de lei de 30
horas já tem doze anos. Há anos estamos aguardando uma aprovação. Precisamos
nos unir ainda mais". Também alertou para a sobrecarga de pacientes por
profissional, citando exemplo de enfermeiro que devia atender 126 pacientes em
turno noturno. "Sem regulamentação não há como impedir abusos”, frisou.
Teresinha Valduga, presidente da Associação Brasileira de
Enfermagem, afirmou saber que a folha de pagamento é um ônus que preocupa as
instituições. "Mas deve-se olhar também o custo indireto. Hoje trabalhamos
numa situação de risco. Não é só o risco do paciente, mas do profissional de
enfermagem", alertou. Lucia Trindade, coordenadora da Região Sul da
Federação Nacional dos Enfermeiros afirmou que as camisetas pretas dos
manifestantes já dão a mensagem: "A Enfermagem está de luto",
lamentou. Vanderlei Castagna, secretário-geral da Confederação Nacional dos
Trabalhadores da Saúde, alertou para a importância da iniciativa dos
enfermeiros, lembrando a pressão que o movimento sofre por parte de instituições
de Saúde do setor privado e filantrópico. E declarou: "Não queremos mais
ser lembrados somente quando alguém vai doente para um hospital".