segunda-feira, 4 de junho de 2018

➤Blog BR 18


O caminho da esquerda
A quatro meses das eleições, há uma inquietação entre lideranças de esquerda, especialmente dentro do PT. O calendário pressiona os partidos a organizarem suas alianças e o comando petista segue disposto a seguir com a estratégia de manter a candidatura presidencial de Lula, mesmo sabendo que ela não será aceita pela Justiça Eleitoral.
O problema é que alguns grupos dentro do partido acham que o PT faria melhor definindo um outro candidato sob pena de encolher nas próximas eleições sem um nome para puxar a campanha nacional. Como a defesa de Lula ganhou ares místicos entre o comando do partido, esse desconforto político se restringirá às conversas internas no PT.


Boff: ‘A hora de Moro vai chegar’
O ex-frei Leonardo Boff usou a sua página no Twitter para expressar todo o seu ódio pelo juiz Sergio Moro, que para ele é uma espécie de Pôncio Pilatos de Lula. No post, Boff parece ter se confundido, ao escrever “farelaw” em vez de “lawfare”, termo que se refere ao uso da lei com objetivos políticos, popularizado pelos advogados e aliados de Lula.
“A hora de Sergio Moro vai chegar. A injustiça nunca triunfou na história”, afirmou. “Como se acovarda, vai se refugiar na embaixada dos USA (sic) que lhe ensinaram o farelaw, como distorcer o direito para condenar inocentes.” Diante do post de Boff, a pergunta inevitável é: Como bom cristão que afirma ser, Boff não deveria perdoar Moro pelos erros que lhe atribui, em vez de compartilhar sua ira contra ele nas redes sociais?


Pezão é só elogios para deputado preso
Em depoimento para o TRF-2, o governador do Rio, Luiz Fernando Pezão destilou elogios para o deputado estadual Paulo Melo (MDB). Melo está preso preventivamente desde novembro de 2017, acusado de receber propina para defender interesses de empresários na Alerj.
Pezão prestou depoimento como testemunha de defesa e respondeu “não” para a maioria das perguntas, negando ter conhecimento de condutas ilícitas de Melo. Questionado pela defesa, disse que o deputado era “competente” e que ficava impressionado com os conhecimentos de Melo sobre os procedimentos legislativos.


Na mesa com a monarquia
Cerca de 70 pessoas estiveram no último domingo presentes na missa realizada no Outeiro da Glória para comemorar os 80 anos de Dom Luiz de Orleans e Bragança, atual Chefe da Casa Imperial do Brasil. Segundo o Blog do Paulo Sampaio, no Uol, marcaram presença representantes das mais variadas tribos: bolsonaristas, candidatos ao cargo de deputado estadual e até a ex-Femen, Sara Winter.
Após a missa houve um almoço em homenagem a D. Luiz, pelo módico preço de R$ 250 por cabeça. Como tem dificuldades de locomoção e mora em São Paulo, ele não esteve presente no evento e foi representado pelo seu irmão D. Bertrand Maria.


A conta dos governadores
Um desdobramento político da paralisação dos caminhoneiros é que não é apenas Michel Temer que está apanhando pelo alto preço dos combustíveis. Os governadores também passaram a ser criticados pelos seus adversários por terem responsabilidade em relação ao preço da gasolina na bomba.
Como na hora de definir o preço, o imposto estadual – fixado pelos governos estaduais – entra na conta, os governadores passaram a ser apontados como co-responsáveis pelo preço salgado da gasolina. 


Resistência à volta da contribuição sindical
O Congresso já se articula para impedir que a contribuição sindical volte a ser obrigatória. Durante a reforma trabalhista, foi aprovado pelos parlamentares que a contribuição passaria a ser voluntária. Mas existe a discussão dentro do Supremo Tribunal Federal para reverter a decisão.
“Não é aceitável, mais de um ano após a decisão democrática da Câmara, haver um retrocesso que vai exigir que os trabalhadores, mesmo que não se sintam representados pelos sindicatos, sejam obrigados a contribuir com as centrais sindicais”, critica o líder do DEM na Câmara, deputado Rodrigo Garcia (SP)

Publicado no portal do Jornal Estado de São Paulo em 04/06/2018

➤Reforma trabalhista

Arrecadação de sindicatos desaba 88%

O “ajuste fiscal” chegou também para os sindicatos. Depois da entrada em vigor da reforma trabalhista, em novembro, que acabou com o imposto sindical, as entidades viram sua arrecadação despencar 88% nos quatro primeiros meses do ano, segundo dados do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). Enxutos, os sindicatos querem contornar o baque se mostrando mais atuantes junto aos trabalhadores e tentam compensar parte da queda de receita com a conquista de novos associados.

As mudanças nas leis trabalhistas drenaram recursos dos sindicatos. Apenas em abril, o volume total arrecadado pelas associações que representam trabalhadores foi de R$ 102,5 milhões – uma queda de 90% em relação ao mesmo mês de 2017. 

Isso porque, com a nova legislação, em vigor há mais de seis meses, a cessão obrigatória do equivalente a um dia de trabalho, que era destinada a sindicatos, centrais e federações que representam as categorias, foi extinta. A contribuição ainda existe, mas agora é voluntária, e a empresa só pode fazer o desconto com uma autorização, por escrito, do funcionário. 

“A extinção da contribuição fragilizou as entidades”, diz Clemente Ganz Lúcio, diretor técnico nacional do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). “Os sindicatos agora questionam na Justiça e buscam uma alternativa de financiamento coerente com o princípio da autonomia dos empregados.”

O desemprego elevado também colabora para a escassez de recursos. Sem uma vaga formal, o trabalhador não se filia e nem contribui às entidades.

Com menos dinheiro, os sindicatos se viram obrigados a cortar despesas para sobreviver: demitiram funcionários, fecharam subsedes, venderam carros, alugaram imóveis e reformularam os serviços prestados aos associados. A tendência, segundo dirigentes, é que as entidades se acostumem a operar com menos recursos em caixa. 

Um dos efeitos percebidos após a reforma trabalhista é a volta dos sindicatos para ações de rua, seja com mais mobilizações nas portas de fábricas ou no maior esforço direcionado a aumentar a quantidade de sindicalizados. A maior parte das entidades diz ter reforçado as equipes de campo, mesmo com um quadro mais enxuto. Funcionários que antes só exerciam atividades internas foram deslocados.

No Sindicato dos Empregados em Empresas de Prestação de Serviços a Terceiros (Sindeepres), como a frota de veículos próprios teve de ser reduzida pela metade, de 33 para 15, desde o ano passado, parte dos funcionários agora vai de ônibus promover ações nas empresas.

Agência Estado