O caminho da esquerda
A quatro meses das
eleições, há uma inquietação entre lideranças de esquerda, especialmente dentro
do PT. O calendário pressiona os partidos a organizarem suas alianças e o
comando petista segue disposto a seguir com a estratégia de manter a
candidatura presidencial de Lula, mesmo sabendo que ela não será aceita pela
Justiça Eleitoral.
O problema é que alguns
grupos dentro do partido acham que o PT faria melhor definindo um outro
candidato sob pena de encolher nas próximas eleições sem um nome para puxar a campanha
nacional. Como a defesa de Lula ganhou ares místicos entre o comando do
partido, esse desconforto político se restringirá às conversas internas no PT.
Boff: ‘A hora de Moro vai
chegar’
O ex-frei Leonardo Boff
usou a sua página no Twitter para expressar todo o seu ódio pelo juiz Sergio
Moro, que para ele é uma espécie de Pôncio Pilatos de Lula. No post, Boff parece
ter se confundido, ao escrever “farelaw” em vez de “lawfare”, termo que se
refere ao uso da lei com objetivos políticos, popularizado pelos advogados
e aliados de Lula.
“A hora de Sergio Moro vai
chegar. A injustiça nunca triunfou na história”, afirmou. “Como se acovarda,
vai se refugiar na embaixada dos USA (sic) que lhe ensinaram o farelaw, como
distorcer o direito para condenar inocentes.” Diante do post de Boff, a
pergunta inevitável é: Como bom cristão que afirma ser, Boff não deveria
perdoar Moro pelos erros que lhe atribui, em vez de compartilhar sua ira contra
ele nas redes sociais?
Pezão é só elogios para
deputado preso
Em depoimento para o
TRF-2, o governador do Rio, Luiz Fernando Pezão destilou elogios para o
deputado estadual Paulo Melo (MDB). Melo está preso preventivamente desde
novembro de 2017, acusado de receber propina para defender interesses de
empresários na Alerj.
Pezão prestou depoimento
como testemunha de defesa e respondeu “não” para a maioria das perguntas,
negando ter conhecimento de condutas ilícitas de Melo. Questionado pela defesa,
disse que o deputado era “competente” e que ficava impressionado com os
conhecimentos de Melo sobre os procedimentos legislativos.
Na mesa com a monarquia
Cerca de 70 pessoas
estiveram no último domingo presentes na missa realizada no Outeiro
da Glória para comemorar os 80 anos de Dom Luiz de Orleans e Bragança, atual
Chefe da Casa Imperial do Brasil. Segundo o Blog do Paulo Sampaio, no Uol,
marcaram presença representantes das mais variadas tribos: bolsonaristas,
candidatos ao cargo de deputado estadual e até a ex-Femen, Sara Winter.
Após a missa houve um
almoço em homenagem a D. Luiz, pelo módico preço de R$ 250 por cabeça. Como tem
dificuldades de locomoção e mora em São Paulo, ele não esteve presente no
evento e foi representado pelo seu irmão D. Bertrand Maria.
A conta dos governadores
Um desdobramento político
da paralisação dos caminhoneiros é que não é apenas Michel Temer que está
apanhando pelo alto preço dos combustíveis. Os governadores também passaram a
ser criticados pelos seus adversários por terem responsabilidade em relação ao
preço da gasolina na bomba.
Como na hora de definir o
preço, o imposto estadual – fixado pelos governos estaduais – entra na conta,
os governadores passaram a ser apontados como co-responsáveis pelo preço
salgado da gasolina.
Resistência à volta da
contribuição sindical
O Congresso já se articula
para impedir que a contribuição sindical volte a ser obrigatória. Durante a
reforma trabalhista, foi aprovado pelos parlamentares que a contribuição
passaria a ser voluntária. Mas existe a discussão dentro do Supremo Tribunal
Federal para reverter a decisão.
“Não é aceitável, mais de
um ano após a decisão democrática da Câmara, haver um retrocesso que vai exigir
que os trabalhadores, mesmo que não se sintam representados pelos sindicatos,
sejam obrigados a contribuir com as centrais sindicais”, critica o líder do DEM
na Câmara, deputado Rodrigo Garcia (SP)
Publicado no portal do Jornal Estado de São Paulo em 04/06/2018