segunda-feira, 28 de maio de 2018
➤FUTEBOL
Uma partida - Sampaio Corrêa 1 X 0 Ponte Preta - encerrou a 7ª Rodada da Série B do Brasileirão 2018. Veja como ficou a classificação:
➤Pesquisa
Maioria desaprova ‘greve’ de caminhoneiros
Uma pesquisa realizada pelo instituto Idea BigData no fim
de semana e divulgada pelo Globo nesta segunda-feira, 28, aponta
que a maioria da população está contra o movimento dos caminhoneiros, ao
contrário do que pode parecer nas redes sociais, com a mobilização das milícias
digitais favoráveis ao protesto.
De acordo com a pesquisa, 55% dos brasileiros desaprovam
a paralisação. O levantamento, que ouviu 2.004 pessoas por telefone,
mostra também que 95% desaprovam as ações do governo Temer para tentar por fim
ao protesto e 66% são contra a política de preços da Petrobras, que leva em
conta a cotação internacional do petróleo, para reajustar diariamente o
combustível entregue às refinarias
Blog BR 18/Estadão
➤Greve dos caminhoneiros
PF vai prender quem tentar continuar
As novas concessões do governo aos caminhoneiros, anunciadas na noite desse
domingo pelo presidente Michel Temer, não foram suficientes para
encerrar os protestos nas estradas e fazer a categoria voltar ao trabalho
normal. O governo fala em 'retorno da normalidade', mas ainda há manifestações
na maioria dos Estados e o reabastecimento das cidades é lento. A Polícia Federal deve começar a
prender líderes da greve que resistem ao fim da paralisação.
Os postos que
receberam combustíveis das distribuidoras registram longas filas. O
transporte público segue prejudicado - em São Paulo, o prefeito Bruno Covas afirmou que a frota de ônibus só tem combustível suficiente
para circular até esta terça-feira, 29.
Escoltas das forças de segurança priorizam o transporte para áreas essenciais - como o de combustível para veículos
policiais, aeroportos e área da saúde. Hospitais ainda cancelam procedimentos não urgentes pelo risco de desabastecimento.
Pesquisas mostram que o apoio da população à greve dos caminhoneiros caiu
nos últimos dias. Na capital paulista, houve registro de manifestações de motoristas de vans escolares nesta
segunda-feira, 28. A Bolsa de Valores caiu 4,49% no pregão desta segunda e a Petrobrás soma
perda R$ 115 bilhões em uma
semana.
Agência Estado
➤Diesel mais barato
Governo admite que vai
aumentar imposto
O ministro da Fazenda, Eduardo Guardia, indicou nesta segunda-feira que o governo terá de
aumentar impostos de “outras
coisas” ou retirar benefícios tributários para garantir uma das partes da
redução de impostos sobre diesel, com
impacto de 4 bilhões de reais neste ano.
“Haverá aumento (de impostos) para alguém? Sim”,
afirmou ele, acrescentando ainda que essa compensação também pode vir com
eliminação de benefícios hoje existentes. “Isso não é aumento da carga
tributária, é um movimento compensatório previsto na lei”, afirmou ele.
Na noite passada, o
presidente Michel Temer anunciou redução do preço do diesel em 46 centavos de
reais por litro por 60 dias, em atendimento às reivindicações dos
caminhoneiros. Mesmo assim, a categoria mantinha a paralisação que tem
provocado desabastecimento em todo o país.
Desses 46 centavos, 30 centavos serão bancados até o
final do ano pela União, via programa de subvenção que custará 9,5 bilhões de
reais, coberto por uma sobra de 5,7 bilhões de reais que o governo tem em
relação à meta de déficit primário, além de corte de despesas de 3,8 bilhões de
reais.
Os 16 centavos adicionais virão por redução de
impostos, ao custo total de 4 bilhões de reais, perda de receita que, por lei,
deverá ser compensada por outras fontes, ressaltou Guardia. Ele destacou que a
aprovação do projeto de reoneração da folha de pagamento é crucial para essa
cobertura, mas, sozinho, não dará conta do recado.
Ele lembrou que o projeto, tal qual aprovado pela
Câmara dos Deputados, teria impacto positivo de 3 bilhões de reais em 12 meses.
O texto ainda demanda cumprimento de noventena para começar a valer, de forma
que seu efeito líquido não será suficiente para tapar o buraco de 4 bilhões de
reais.
Bastante questionado a respeito da natureza das demais
medidas tributárias que virão a seguir, Guardia repetiu em diversos momentos
que tudo será divulgado em momento oportuno. E afirmou que o governo buscará
nessa tarefa melhorar a qualidade do sistema tributário.
“Temos que aproveitar essa discussão para caminhar na
direção de uma carga tributária melhor distribuída independentemente das
reclamações que possam vir em função disso”, afirmou.
O ministro avaliou que a greve dos caminhoneiros terá
impacto temporário e não tenderá a alterar o comportamento da inflação. Mais
cedo, ressaltou ainda que o governo segue prevendo um crescimento da economia
de 2,5% este ano apesar dos distúrbios provocados pela paralisação até agora.
A greve dos caminhoneiros tem afetado a atividade
econômica nos últimos dias e influenciado a leitura de agentes econômicos.
Segundo pesquisa Focus do Banco Central divulgada nesta manhã, as estimativas
para a expansão do Produto Interno Bruto (PIB) caíram a 2,37% na semana
passada, sobre 2,5 por cento antes.
Portal VEJA
➤Blog BR 18
O que falta agora para encerrar greve?
Giros de reportagem de emissoras de TV e de rádio e de
jornais já constatam na manhã desta segunda-feira que a greve dos caminhoneiros
não se encerrou. Pontos de bloqueio se mantêm e caminhoneiros autônomos dizem
que a redução de R$ 0,46 no diesel não é suficiente.
O governo cedeu uma, duas, três vezes. A ampliação da
pauta e a insistência na paralisação mostram que quando se negocia mediante
chantagem o resultado é imprevisível. O governo é refém da boa vontade de um
movimento cujas lideranças nem consegue identificar ao certo
Temer deveria pedir desculpas
Michel Temer deveria ter aberto seu pronunciamento de domingo à noite pedindo desculpas à população por seu governo não ter a menor ideia do que acontecia com os caminhoneiros durante todos os meses em que a categoria já demonstrava insatisfação.
Em seguida, deveria pedir desculpas novamente por não
existir nenhum esquema preparado para evitar que o País quase entrasse em
colapso por conta da paralisação. Temer se restringiu a anunciar sua
capitulação diante das exigências feitas.
De JK a Temer
Sem ferrovias ou hidrovias, o Brasil vem costurando a
crise gerada pelas greves dos caminhoneiros desde que Juscelino Kubitschek
preferiu investir em rodovias. A avaliação,
repetida diversas vezes nos últimos dias, aparece também no texto de Ricardo
Rangel em O Globo.
“De JK para cá, ninguém fez nem faz nada para mudar isso.
Somos reféns de caminhoneiros e transportadores, e, cada vez que os interesses
dessas categorias convergem, elas se unem para nos chantagear”, escreve o
colunista.
FHC: ‘Quebrou-se o respeito’
O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso disse nesta
segunda-feira que a crise dos caminhoneiros levou a uma “quebra de respeito”
pelo governo federal. “Quebrou-se o respeito. Isso vai levar um tempo para
reconstruir”, afirmou diante de uma plateia de representantes de Organizações
Sociais (OSs) que atuam em São Paulo, realizado no teatro Sérgio Cardoso, na
capital.
Ele pregou que, nas eleições, se vote em candidatos que
não queiram “reinventar a roda”. “Tem de ser sem ideias malucas”, disse FHC,
que também falou na necessidade de “bom senso” e de se buscar “alguma coesão”
com vários setores da sociedade.
Política de preços teve aprovação unânime
Como sempre no Brasil, agora chovem críticas à política
de preços dos combustíveis da Petrobrás, querendo atribui-la totalmente ao
presidente da empresa, Pedro Parente, ou ao vice-presidente da área de
finanças, Ivan Monteiro –“herdado” da gestão de Aldemir Bendine, no governo
Dilma Rousseff.
Acontece que a política –que prevê reajustes diários nos
preços, de acordo com o mercado internacional de petróleo– teve aprovação
unânime da diretoria da Petrobrás. A primeira mudança foi em outubro de 2016. A
segunda, que estipulou a regra atual, foi em julho de 2017. O assunto só virou
tabu porque, agora, o preço internacional do petróleo explodiu.
Meirelles ‘é candidato de si mesmo’
Henrique Meirelles (MDB) não é candidato do partido, nem
do governo, mas de si mesmo. Está na disputa porque vai colocar a mão no bolso,
mas sua candidatura mais atrapalha que ajuda porque “sua candidatura retira
graus de liberdade das lideranças estaduais do partido”, afirma o professor da USP, Fernando Limongi, no Valor.
No Ceará, por exemplo, pode forçar o senador Eunício
Oliveira a subir em dois palanques. Nesse “encontro com o futuro”, mais
realista foi Michel Temer, que desistiu da candidatura, enquanto Lula tapa o
céu com a peneira.
Propina em Belo Monte e Cidade Administrativa
Em delação autorizada pela Procuradoria-Geral da
República, o ex-presidente da OAS Léo Pinheiro afirma que houve pagamento de
propina e caixa dois para campanhas eleitorais em troca de contratos da
empreiteira em obras como a hidrelétrica de Belo Monte e a construção da
Cidade Administrativa, que virou sede do governo de Minas Gerais.
Essa parte da delação envolve Lula, presidente na época
do leilão da usina, e Aécio Neves, governador de Minas Gerais durante a
construção da nova sede. As informações são do jornal O Globo, que teve acesso aos
documentos.
Gleisi vai concorrer à Câmara
Com a decisão de Roberto Requião de disputar uma vaga no
Senado pelo Paraná, Gleisi Hoffmann desistiu de tentar a reeleição na Casa.
“Avaliei que só haverá uma vaga no campo progressista no Estado. Como o
Requião será candidato, vamos apoiá-lo. Seria correr um risco. E eu saio
candidata a deputada federal”, disse, segundo a Folha.
A presidente do PT enfrenta quatro acusações. Uma delas
tramita no Supremo Tribunal Federal e investiga se a senadora desviou R$ 1
milhão da Petrobrás para financiar sua campanha de 2010.
Publicado no portal do Jornal Estado de São Paulo em 28/05/2018
➤Blog do Noblat
Temer chama o Pires, mas
não havia Pires
General Villas Bôas |
Sempre que se via
contrariado, João Figueiredo, o último presidente da ditadura militar de 64, ameaçava
chamar o Pires.
O Pires de Figueiredo era o general Walter Pires,
ministro do Exército, sempre disposto a botar para quebrar.
O presidente José Sarney,
empossado pela junta médica que cuidou do presidente enfermo Tancredo Neves,
tinha seu Pires.
Era o general Leônidas Pires Gonçalves, ministro do
Exército, um Pires menos brucutu, mas assim mesmo um Pires.
Foi Leônidas, com um exemplar da Constituição nas
mãos, quem disse primeiro que Sarney sucederia a Tancredo.
Ele foi decisivo para que Sarney arrancasse da
Constituinte de 1988 o mandato de cinco anos como queria, e não de quatro.
O presidente Michel Temer imaginou que o general
Eduardo Villas Bôas, comandante do Exército, poderia ser o seu Pires.
Não se sabe o que os dois conversaram recentemente sob
rigoroso sigilo e por iniciativa de Temer.
Mas se para enfrentar a greve dos caminhoneiros Temer
precisava de um Pires como Walter ou Leônidas, faltou-lhe um.
Temer chamou o Exército para desbloquear as estradas e
fazer mais o que fosse necessário. Villas Bôas fingiu ouvir.
Helicópteros do Exército sobrevoaram estradas,
pequenos contingentes de tropas apareceram aqui e acolá, e foi só.
Os militares da ativa se recusam a fazer o trabalho
sujo que os políticos querem jogar no seu colo.
Os de pijama até que topariam fazer – mas cadê tropas
para isso? Disparam nas redes sociais e depois vão jogar dominó.
Quem pariu Mateus que o embale. Lula, Dilma, Temer não
foram paridos na caserna.
Bolsonaro é coisa do baixo clero de farda. General não
bate continência para capitão. Jamais para um suspeito de traição.
Publicado no
portal da Revista VEJA em 28/05/2018
➤Greve dos Canhoneiros – 2
Serviços seguem com problemas no RS
A segunda-feira (28) começa com aulas suspensas na rede de ensino estadual e em algumas universidades do Rio Grande do Sul, e com alteração no funcionamento do transporte público em Porto Alegre. Os ônibus da capital voltaram a circular após o serviço ser suspenso no domingo (27), mas com mudanças nos horários.
A segunda-feira (28) começa com aulas suspensas na rede de ensino estadual e em algumas universidades do Rio Grande do Sul, e com alteração no funcionamento do transporte público em Porto Alegre. Os ônibus da capital voltaram a circular após o serviço ser suspenso no domingo (27), mas com mudanças nos horários.
Mesmo após o governo
anunciar medidas que atendem reivindicações dos caminhoneiros, ainda no
domingo, a categoria segue concentrada em diversos pontos de rodovias estaduais
e federais. É o oitavo dia de manifestações.
Caminhões carregados com
combustível têm deixado a Refinaria Alberto Pasqualini (Refap), em Canoas, para
o abastecimento de postos da capital e da Região Metropolitana, o que vem
gerando filas de carros e até complicando o trânsito em alguns pontos.
O Exército foi
deslocado até a Refap para garantir a saída dos caminhões na
manhã desta segunda. Eles saem principalmente para abastecer o Aeroporto
Internacional Salgado Filho e veículos de forças de segurança. A refinaria
abastece a maior parte do Rio Grande do Sul.
Veja os principais reflexos
da paralisação no estado
Transporte
Os ônibus de Porto
Alegre retornam às
ruas nesta segunda-feira (28). Segundo a Empresa Pública de
Transporte e Circulação (EPTC), a tabela é normal nos horários de pico (das 4h
às 8h30 e das 17h às 19h30), e nos demais horários as viagens são de hora em
hora.
Educação
A semana inicia sem aulas
para pelo menos
dez universidades do Rio Grando do Sul, em função das dificuldades
de transporte consequentes da greve dos caminhoneiros.
De acordo com o secretário
de Educação de Porto Alegre, Adriano Neves, as escolas de ensino básico e as
creches terão aulas normalmente. Para as particulares, a orientação do
Sindicato do Ensino Privado do RS (Sinepe/RS) é que cada instituição avalie as
condições de sua localidade para decidir sobre o seu funcionamento. A
recomendação é que os pais entrem em contato com a escola.
E na rede estadual, as
aulas foram suspensas em todas as escolas. De acordo com a Secretaria de
Educação, todas as aulas serão recuperadas oportunamente.
Combustíveis
Postos começaram a receber
combustível, e motoristas fazem filas em busca de abastecimento.
Aeroporto
A Fraport, empresa
responsável pela administração do Aeroporto Salgado Filho, em Porto Alegre, tem
recebido caminhões com querosene de aviação. Porém, segue operando nos níveis
de reserva. As operações devem seguir normalmente até terça-feira (29). A
orientação é que os passageiros entrem em contato com as companhias aéreas para
confirmar voos.
Saúde
A paralisação afeta o
atendimento de alguns hospitais pelo estado.
Frigoríficos suspenderam
abates e estão liberando funcionários no interior do estado.
Estoques de gás de cozinha
estão terminando.
A Associação Gaúcha de
Supermercados (Agas) e as Centrais de Abastecimento do Rio Grande do Sul
(Ceasa-RS) afirmam que ainda têm parte dos produtos, mas que o
estoque está comprometido.
O Sindicato da Indústrias
de Laticínios do Rio Grande do Sul (Sindilat) diz que as empresas associadas
informam que estão com seus setores de expedição lotados de produtos e há
registro de falta de insumos para o processo industrial.
O leite
armazenado começa a ser jogado fora, devido à falta de
condições de transporte da produção.
O Fundo de Desenvolvimento
e Defesa Sanitária do Animal (Fundesa) afirma que as indústrias de aves e
suínos deveram parar as atividades.
Água
A Companhia Riograndense
de Saneamento (Corsan) alertou para o risco
de desabastecimento de água, em especial na regiões Sul e Central.
Em Porto Alegre, o
Departamento Municipal de Água e Esgoto (Dmae) informou que o abastecimento de
água está normal.
Em Santa Maria, começou a
faltar água em algumas distribuidoras.
A coleta de lixo em Porto
Alegre pode ser prejudicada por causa do deslocamento de caminhões. Por
enquanto, ainda não foi suspensa.
Prefeituras do interior já
pararam o serviço. É o caso de Santana do Livramento, Candiota, Santa Rosa, Rio
Grande e Cruz Alta.
O pedido é para que os
moradores não coloquem sacos de lixo na rua, para evitar que seja espalhado por
animais.
Com G1
Com G1
➤Greve dos caminhoneiros
Representantes aprovam medidas anunciadas
Representantes de
caminhoneiros autônomos afirmaram que aprovam as medidas anunciadas
pelo presidente Temer em pronunciamento na noite de domingo. Entre
as medidas está a redução de R$ 0,46 no preço do litro do diesel por 60 dias e
a isenção de pagamento de pedágio para eixos suspensos de caminhões vazios. A
redução de R$ 0,46 no preço do diesel custará ao governo R$ 10 bilhões.
As três medidas
provisórias para atender às demandas dos caminhoneiros saíram em
edição extra do Diário Oficial da União no fim da noite de domingo.
—
Saiu no 'Diário Oficial', a nossa recomendação é que aceitem [as propostas e
liberem as estradas] — afirmou Carlos Alberto Litti Dahmer, presidente do
Sindicato dos Transportadores Autônomos de Carga (Sinditac) de Ijuí (RS).
O presidente da Associação
Brasileira dos Caminhoneiros (Abcam), José da Fonseca Lopes, disse que as
medidas anunciadas pelo presidente Michel Temer para acabar com a paralisação
atendem às reivindicações da categoria. Ele pediu para os motoristas deixarem
os acampamentos e voltarem ao trabalho.
—
Foi o melhor para o caminhoneiro. Peço aos motoristas que levantem acampamento
e sigam a vida — disse Fonseca, em entrevista na porta do Palácio do Planalto.
— O caminhoneiro sabe que chegou o momento (de levantar acampamento). Agora,
ele (caminhoneiro) tem que fazer a sua parte.
O
presidente da Confederação Nacional dos Transportadores Autônomos (CNTA),
Diumar Bueno, afirmou na noite deste domingo que os três pontos anunciados pelo
governo federal atendem às reivindicações feitas pela categoria. Durante
coletiva de imprensa em Curitiba, onde fica a sede da CNTA, ele disse, porém,
que não pode garantir que a paralisação vai terminar:
—
O governo, basicamente, contempla propostas da categoria, que confiou à CNTA
seu canal de comunicação com o governo — disse Bueno. — (O fim das
mobilizações) vai depender da base. Foi a categoria de forma independente que
estabeleceu o movimento e tem a competência de avaliar as propostas do governo
e entender se é hora de desmobilização ou não.
Bueno
disse que os caminhoneiros estão sendo avisados por meio da "logística de
comunicação da categoria", como grupos de whatsapp. Segundo ele, o governo
enviou as propostas para a CNTA por volta das 20h e se comprometeu a
apresentá-las publicamente durante a noite.
O presidente do Sindicato
dos Transportadores Autônomos de Carga (Sinditac) de Ijuí (RS), Carlos Alberto
Litti Dahmer, disse que após a publicação das medidas no 'Diário Oficial' a
recomendação dada aos caminhoneiros é que aceitem as propostas e liberem as
estradas.
Publicado no portal do
Jornal O Globo em 28/05/2018
➤OPINIÃO
A velhíssima política
É certo que o “novo” não é, necessariamente, sinônimo de
“bom” na política. Pode ser, ao contrário, um retrocesso - um flerte com
soluções autoritárias, que prescindem do Congresso por considerar a atividade
política insalubre por princípio. O País deve, portanto, resistir ao discurso
segundo o qual basta expulsar do poder todos os que se identificam com a
“velha” política para que os problemas se resolvam. Contudo, há uma velhíssima
política que, esta sim, precisa ser eliminada urgentemente do cenário nacional.
Trata-se de parlamentares que exploram a política como instrumento para a
satisfação de seus interesses privados e, assim, não se importam em promover o
atraso no País se isso facilitar a manutenção de seus currais eleitorais.
É o caso, por exemplo, do presidente do Senado, Eunício
Oliveira (MDB-CE). Embora seja do mesmo partido do presidente da República,
Michel Temer, o senador Eunício tem sido um opositor de fazer inveja a muitos
petistas. Agora mesmo, no auge da complexa crise que resultou na alta dos
combustíveis e, por conseguinte, no protesto de caminhoneiros que paralisou
parte do País, o presidente do Senado partiu para a simplificação rasteira,
típica dos palanques. Em entrevista ao Estado, referindo-se à política de
preços da Petrobrás sob a gestão de Pedro Parente - que respeita a oscilação
dos preços internacionais do petróleo e, portanto, dispensa os subsídios que
tanto prejuízo deram à estatal durante o governo petista -, o senador Eunício
saiu-se com esta: “Entre os ‘Parentes’ e os consumidores, eu fico com os
consumidores”.
Na mesma entrevista, o presidente do Senado tratou de
forma igualmente ligeira outro assunto delicado, a privatização das falidas
distribuidoras da Eletrobrás no Norte e no Nordeste, passo necessário para a
privatização da própria Eletrobrás. Questionado se apoiava a decisão da Câmara
de não votar a medida provisória que destravaria o leilão das distribuidoras,
anunciada pelo presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), Eunício declarou:
“Já temos o aumento do combustível e agora vamos aprovar outra medida
provisória preparativa para o aumento de energia? Pelo amor de Deus! Energia,
gasolina, gás de cozinha. As pessoas estão com medo de voltar ao fogão a lenha
e ainda serem penalizadas pelo Ibama”.
Tal reação nem para comício deveria prestar. A Eletrobrás
e suas distribuidoras estão quebradas, em razão da política suicida para o
setor de energia levada adiante pelo governo de Dilma Rousseff, e os
consumidores já estão pagando a conta dessa irresponsabilidade. Caso a privatização
continue a ser sabotada, o prejuízo será ainda maior. Só para constar, a perda
do País com a transformação da Eletrobrás em laboratório da incúria petista já
custou, no total, R$ 228 bilhões.
O senador Eunício coroou sua entrevista confirmando sua
indisposição de retomar a discussão da reforma da Previdência ainda neste ano,
como pretende o presidente Temer. Nada surpreendente para quem já declarou que
não admitia a reforma porque, em suas palavras, não aceitava “mexer na
aposentadoria dos mais pobres” - uma das tantas mistificações produzidas pelas
corporações interessadas na manutenção da Previdência tal como está.
Compreende-se o comportamento do presidente do Senado
quando se observa que entre seus principais aliados está o ex-presidente Lula
da Silva, preso por corrupção e líder da sabotagem ao atual governo. Como Lula
ainda é muito popular no Nordeste, políticos como Eunício não pensam duas vezes
antes de abraçar a demagogia lulopetista, muito mais vantajosa, do ponto de
vista eleitoral, do que a desgastante defesa das reformas. Eunício é, também,
aliado da oligarquia Gomes.
E Eunício não está sozinho. O presidente da Câmara,
Rodrigo Maia, também não perde oportunidade para se distanciar da agenda
reformista do atual governo. Apesar de relativamente novo, o deputado Maia tem
encarnado igualmente essa anacrônica política movida a indiferença com o
interesse público, que tão mal tem feito ao País. E ambos, Maia e Eunício,
estão no comando do Congresso. Poucas situações retratam melhor o atraso brasileiro.
Publicado no portal do Jornal Estado de São Paulo em
28/05/2018
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