quinta-feira, 10 de maio de 2018

➤Morte de Marielle

Jungmann: Vereador, PM e ex-PM são  investigados


O ministro Raul Jungmann, da Segurança Pública, confirmou nesta quinta-feira que o vereador, o PM e o ex-PM, apontados por uma testemunha do caso Marielle, estão entre os investigados pelo assassinato da vereadora. Jungmann disse que o caso "está chegando em sua etapa final" e que em breve a investigação apresentaria resultados.

— O que eu posso dizer é que estes e outros todos são investigados e que a investigação no caso Marielle está chegando na sua etapa final. Eu acredito que em breve nós vamos ter resultados — respondeu o ministro após ser questionado por jornalistas sobre o possível envolvimento dos dois com o crime.

O ministro voltou a falar sobre o envolvimento de milícias no assassinato da vereadora:

— Eu disse lá atrás, vocês devem se recordar, que tudo apontava para as milícias. Não estou dizendo que são esses especificamente, mas eu falei isso — disse Jungmann.

Os preparativos para a reprodução simulada das mortes da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes começaram por volta das 10h desta quinta-feira. Há dezenas de militares na esquina das ruas Joaquim Palhares e João Paulo I, no Estácio, onde ocorreu o crime. Seis caminhões e um ônibus do Exército estão estacionados em uma faixa da Rua João Paulo I, causando a interdição parcial da via.

Para evitar congestionamento, agentes de trânsito atuam no local. A reconstituição está marcada para as 22h, com bloqueios em ruas do entorno a partir das 20h. A simulação será feita pela Delegacia de Homicídios da Capital, com o apoio logístico do Comando Conjunto.

Agência Globo

➤Primeira instância

Celso de Mello envia mais seis processos


O ministro Celso de Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF), enviou hoje (10) mais seis processos contra parlamentares para instâncias inferiores, aplicando o entendimento recém-firmado pelo plenário de que só devem tramitar na Corte investigações contra parlamentares que apurem fatos ocorridos durante e em razão do mandato.

Dos processos baixados de instância pelo ministro, três são ações penais, quando já houve denúncia aceita e o investigado passou à condição de réu. Outros três são inquéritos, ainda na fase de apuração pela autoridade policial e promotores.

Passada uma semana desde que o STF restringiu sua interpretação sobre o direito constitucional de parlamentares a foro especial, ao menos 50 processos já foram remetidos a instâncias inferiores.

Confira abaixo quais são e para onde foram os processos declinados nesta quinta-feira por Celso de Mello:

Ações penais
 - Senador Dário Berger (MDB-SC) – denunciado por supostos desvios na construção de uma rodovia quando era prefeito de São José (SC), no ano 2000. O processo foi enviado para o Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4).

- Deputado Subtenente Gonzaga (PDT-MG) – denunciado por gestão fraudulenta de entidade previdenciária entre os anos de 2004 e 2005. O processo foi enviado para o Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF1).

- Deputado Ronaldo Lessa (PDT-AL) – denunciado por calúnia em 2013 após atacar procuradores da República que o haviam denunciado em outro processo. O caso foi remetido para o Tribunal Regional Federal da 5ª Região (TRF5).

Inquéritos
- Deputado Marco Tebaldi (PSDB-SC) – Investigado por desvios de recursos públicos. O caso foi enviado para o Tribunal de Justiça de Santa Catarina

- Deputada Shéridan (PSDB-RR) – Investigada por compra de votos durante a campanha eleitoral quando era primeira-dama de Roraima, em 2009. O caso foi enviado para a Justiça Eleitoral do estado.

- Deputado Victor Mendes (MDB-MA) – Não há detalhes sobre o caso, pois o processo tramita em sigilo. O inquérito foi enviado ao Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF1). 

Agência Brasil

➤Blog BR 18


União dos ‘progressistas’
Aliados de Ciro Gomes seguem entoando o coro da união dos partidos de esquerda, que eles chamam de “campo progressista”, enquanto o pedetista expande os horizontes e abre pontes com PP e DEM.
“É uma questão de bom senso, independente de ser o Ciro ou não. Todos os que são do campo progressista e têm espírito público deveriam buscar uma união. Sob o risco de esse campo ficar fora do segundo turno”, diz o ex-governador do Ceará Cid Gomes ao BR18. Ele deve fazer parte do grupo que entabulará as tratativas com o PSB.

Bolsonaro: ‘Cadastro positivo não garante sigilo’
Criticado duramente por ter votado contra o cadastro positivo ontem na Câmara, junto com partidos de esquerda e extrema esquerda, como PT, PC do B e PSOL, Bolsonaro disse nesta quinta-feira, 10, o que o levou a adotar tal posição.
“Não existe no projeto garantia quanto ao sigilo de dados, a privacidade de informações pessoais”, afirmou. “O governo diz que em três semanas vai dar uma garantia mas esse governo não tem credibilidade.”



Classes A e B encolhem
Até 900 mil pessoas deixaram de pertencer às classes A e B em 2016, apontam estimativas do Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos do banco Bradesco. Os números são baseados em dados do IBGE e foram obtidos pelo Valor.
“Mesmo quem conseguiu se recolocar em empregos formais, provavelmente obteve um salário menor do que antes”, disse Cosmo Donato, economista da LCA Consultores. A empresa também fez uma pesquisa paralela e identificou a mesma tendência do Bradesco, mas com número menos expressivo. Pelo levantamento da LCA, foram 441 mil pessoas a deixar as classes A e B.

Cardozo sondado pela Rodrimar
O ex-ministro da Justiça José Eduardo Cardozo pode integrar equipe de defesa dos investigados da empresa Rodrimar, alvo de inquérito que investiga se decreto do presidente Michel Temer favoreceu a empresa operadora no Porto de Santos.
O dono da Rodrimar, Antônio Celso Grecco, está preso desde 29 de março.

Maia e os tucanos
Se Rodrigo Maia segue torcendo o nariz para uma eventual aliança com Geraldo Alckmin, pelo menos para um tucano ele é só sorrisos.
Maia será recebido com pompa amanhã, em Manaus, pelo prefeito da capital amazonense, Arthur Virgílio. O tucano não concorda com a candidatura de Alckmin e acena com apoio para Maia, que cumprirá agenda de pré-candidato no Amazonas nessa sexta-feira. 



O Brasil que Temer quer
O presidente Michel Temer até queria, mas a Globo não permitiu que ele enviasse uma mensagem ao quadro ‘Que Brasil você quer para o futuro?’.
Andreza Matais informa na Coluna do Estadão que o texto já estava pronto, mas a emissora respondeu que o espaço não era para candidatos. Temer diria que o que deseja é a continuidade de suas ações no governo.

Procura-se Lúcio Vieira Lima
Lúcio Vieira Lima (MDB-BA), irmão de Geddel, foi notificado pelo Conselho de Ética nos diários oficiais da União e da Câmara após ‘sumir’ do Congresso. O Broadcast informa que Lúcio não registra presença na Casa desde 10 de abril, e o Conselho tentou notificá-lo pessoalmente cinco vezes, sem sucesso.
O deputado virou réu e responde a processo no caso do bunker de R$ 51 milhões. Ele tem até o dia 24 de maio para apresentar sua defesa por escrito.



Janaína Paschoal: “Nada definido sobre candidatura”
Diante das especulações de que poderá ser candidata ao governo de São Paulo pelo PSL, o partido de Bolsonaro, formando chapa com a jornalista Joice Hasselmann, pré-candidata ao Senado pela legenda,  a advogada do impeachment, Janaína Paschoal, disse em publicação feita no Twitter na terça-feira, 8, que, por enquanto, não há nada definido em relação à questão.
“Amados, se eu me candidatar a algum cargo público, vocês serão os primeiros a saber e saberão por aqui”, afirmou Janaína, que se filiou ao PSL quase no final do prazo legal, segundo o Major Olímpio, presidente do PSL paulista. “Já devem ter notado que não mando recados, nem planto notas. O que tenho para falar, eu mesma falo. Todos os convites que recebi muito me honram, mas não há nada definido.”

Enquanto o PT delira
Sem organizar uma alternativa de candidatura para substituir Lula na corrida pelo Planalto, importantes parlamentares do PT começam a se preocupar com o espaço que Ciro Gomes (PDT) vai ocupando entre os eleitores de esquerda.
Embora falar em substituir Lula tenha virado quase uma blasfêmia dentro do PT, esse grupo acha que o partido demorar a se mover, será tarde demais para reverter o crescimento de Ciro.

Publicado no portal do jornal Estadão em 10/05/2018

➤Guga Chacra

Por que Irã e Israel são inimigos

Faz total sentido palestinos e israelenses serem adversários. Divergem sobre o status final de Jerusalém, os assentamentos na Cisjordânia, a questão dos refugiados e a incitação ao terrorismo. Mas qual o motivo de Israel e Irã serem inimigos? Quais exatamente são as disputas entre estas duas nações do Oriente Médio? Por que podem entrar em guerra?

A resposta é simples. Um dos pilares da ideologia da autodenominada República Islâmica é a narrativa contra os americanos. E, para o regime do Irã, Israel seria uma espécie de posto avançado de Washington no Oriente Médio.

A origem deste sentimento anti-EUA encampado pelos aiatolás na Revolução Islâmica de 1979 não teve sua origem em uma questão religiosa. Na verdade, os iranianos nunca perdoaram os EUA pelo golpe que resultou na queda em 1953 de Mohammad Mossadegh do cargo de premier de um governo eleito democraticamente dois anos antes.

O Irã, naquele momento, vivia um dos raros hiatos de democracia na milenar história desta nação que foi a Pérsia, uma das mais antigas civilizações da Humanidade. A CIA, com a ajuda do serviço de Inteligência britânico, simplesmente removeu um líder democrático do poder em Teerã. Para agravar, os EUA intensificaram o apoio à ditadura travestida de monarquia do xá Reza Pahlevi.

Durante o regime do xá, o Irã sem dúvida avançou econômica e socialmente. Mulheres não precisavam se cobrir. Teerã tinha uma vida noturna com bares e baladas famosos entre playboys europeus e americanos. Era uma das sociedades mais sofisticadas, abertas e intelectualizadas do Oriente. Talvez fosse mais cosmopolita do que Istambul e Beirute. Ao mesmo tempo, ofuscada por esta celebrada imagem “ocidentalizada”, Pahlevi reprimia com dureza os opositores através da sua selvagem polícia secreta, a Savak. Clérigos xiitas e opositores laicos eram perseguidos, torturados e mortos. Com o passar das décadas, a figura do xá se desgastou, especialmente entre os mais religiosos. Muitos o viam como um simples fantoche dos EUA.

O momento de ebulição foi a queda do xá e da influência americana na Revolução Islâmica quase quatro décadas atrás. A tomada da Embaixada dos EUA em Teerã pelos revolucionários, incluindo a manutenção de dezenas de americanos como reféns, simboliza perfeitamente o sentimento do Irã naquele momento. A imagem dos EUA se agravaria ainda mais quando Washington apoiou a ditadura de Saddam Hussein nos anos 1980 durante a guerra do Iraque contra o Irã, na qual o ditador iraquiano matou centenas de milhares de iranianos com armamentos americanos, incluindo um arsenal químico.

Neste contexto de sentimento anti-EUA, entra Israel. Na mesma época da Revolução Islâmica, os israelenses invadiram o Sul do Líbano para lutar contra milícias palestinas que lançavam operações contra o Norte de Israel. O problema é que esta área libanesa é uma das raras regiões de todo o Oriente Médio com maioria xiita. Os aiatolás, que são xiitas, decidiram armar esses libaneses para lutar contra Israel, formando o Hezbollah. E assim o sentimento anti-Israel se somou ao sentimento anti-EUA na narrativa dos aiatolás iranianos para se manterem no poder e como estratégia geopolítica.

Mas este discurso contra os EUA se reduziu parcialmente depois do Acordo Nuclear. O governo de Barack Obama não era visto como inimigo, apesar de haver discordâncias em temas como a Guerra da Síria, Hezbollah e Israel-Palestina. Contra Israel, no entanto, se agravou. O Irã intensificou o apoio ao Hezbollah no Líbano e estabeleceu bases militares na Síria.

O governo de Donald Trump, porém, fez a equação se alterar mais uma vez ao retirar os EUA do acordo com o Irã com apoio do premier de Israel, Benjamin Netanyahu. Esta medida talvez se some ao golpe contra Mossadegh, o apoio à ditadura do xá e o suporte a Saddam Hussein na Guerra Irã-Iraque, além da ocupação israelense do Sul do Líbano, como mais um episódio da narrativa anti-EUA e anti-Israel em Teerã, beneficiando a linha-dura do regime dos aiatolás e o Hezbollah no Líbano. Uma pena. Podia ter sido diferente.


Publicado no portal do jornal O Globo em 10/05/2018

➤Pensando bem

Um ser humano deve ser sério

— Eu reclamei (quando algemado). Falei: "Isso não é assim. Não se trata um ser humano assim, muito menos alguém que não oferece perigo, alguém que está aqui pacificamente". Ele (o chefe da carceragem da PF em Curitiba, Jorge Chastalo Filho) respondeu: "Isso é determinação" — disse Cabral, que ainda reclamou: — E eu fui na caçamba, não fui no banco da frente não!

A declaração acima foi extraída de matérias publicadas em vários veículos de imprensa do Brasil nesta quinta (10). Nela o ex-governador Sérgio Cabral reclama do tratamento que recebeu, em Curitiba, de agentes da Polícia Federal e do MP.

Provavelmente, mas acho difícil, ele tenha esquecido que é condenado a 100 anos de prisão por desvio, lavagem de dinheiro, formação de quadrilha e por ter levado um Estado inteiro, o Rio de Janeiro, a total bancarrota.

Cabral, que está preso, reclamou de ser transferido para outra penitenciária, Bangu 8, depois que o MP descobriu comida congelada e de restaurantes caros, em sua cela no presídio de Benfica. Ele afirma que é tudo mentira ou invenção do Ministério Público.

Falando em mentira, quem é Sérgio Cabral para acusar alguém de mentiroso depois de ter sido condenado por mentir, roubar, esconder dinheiro, usar a máquina pública e quebrar o Rio de Janeiro?

“Um ser humano”, como ele diz ser, mas que é sério, também não rouba, não desvia, não se aproveita do cargo que ocupa para lavar dinheiro, usar uma verdadeira quadrilha de parceiros para suas falcatruas, e laranjas para esconder a roubalheira.

Um ser humano que se preze, não festeja em Paris, com vários amigos, tudo com o dinheiro roubado do contribuinte, dos cofres públicos, oriundo de propinas e contratos faturados muito acima do preço normal. Nem se utiliza do helicóptero do governo para passeios e viagens com a família para aproveitar a casa da praia.

Um verdadeiro ser humano não usa dinheiro roubado para presentear a mulher, também envolvida nos crimes do marido, com joias, roupas e viagens caríssimas. Tudo subvencionado com o produto do roubo descarado e sem limites.

Cabral, certamente, gostaria de sair da cadeia com ternos importados, sentado comodamente no banco da frente da viatura policial, ou ser levado para uma cela tipo a que ofereceram a seu colega de roubalheira na sede da PF em Curitiba.

Um marginal qualquer, preso por aplicar um golpe de poucos reais, é transportado, algemado, na caçamba da viatura policial. E, mesmo que Cabral não considere, é um ser humano exatamente igual a ele. A diferença é que não foi governador e nunca roubou tanto como o condenado a 100 anos de cadeia.

“Não se trata um ser humano assim”, disse Sérgio Cabral. A não ser é claro, que este dito ser humano seja um ladrão, corrupto e condenado sendo transferido de penitenciária, digo eu.

Machado Filho

➤Na internet

PF faz operação contra racismo e terrorismo


Polícia Federal realiza, na manhã desta quinta-feira, uma operação contra os crimes de racismo, ameaça, incitação ao crime e terrorismo na internet.

Batizada de “Bravata”, a ação tem cerca de sessenta policiais nas ruas para prender uma pessoa e cumprir oito mandados de busca e apreensão, em Curitiba, Rio de Janeiro, São Paulo, Recife, Santa Maria (RS) e Vila Velha (ES). Segundo a PF, há evidências de que os investigados nessa operação são os responsáveis por ameaças à bomba enviadas a diversas universidades brasileiras.

O preso detido será conduzido à carceragem da Polícia Federal em Curitiba.

Em sites e fóruns mantidos pelos alvos, eram compartilhadas mensagens que “incentivam a prática de diversos crimes, como o estupro e o assassinato de mulheres e negros”. Os alvos da Operação Bravata estão indivíduos aparentemente associados a outros dois, presos em 2012 na Operação Intolerância.

À época, a PF prendeu dois homens que mantinham o blog Sílvio Koerich, abastecendo a página de conteúdo racista e planejando, com um mapa, um ataque à bomba em uma casa utilizada por estudantes da Universidade de Brasília (UnB). De acordo com os investigadores, os citados na ação de hoje “continuaram a praticar crimes por meio dos mesmos sites e fóruns na internet que costumavam utilizar, tendo inclusive criado novos ambientes virtuais para a prática destes delitos”.

Portal VEJA

➤Vacinação contra gripe

Dia D vai mobilizar rede municipal de saúde

Foto:PMPA/Reprodução
Neste sábado, 12, cento e seis salas de vacina da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) estarão abertas das 8h às 17h para imunizar contra a gripe pessoas que compõem os grupos prioritários da campanha de 2018. No Centro de Saúde Modelo, a prefeitura realiza mais uma edição do Prefeitura nos Bairros, evento que promove a integração e oferta de serviços municipais à comunidade local. Além das salas de vacina, espaços como a sede da Coordenadoria Geral de Vigilância em Saúde da SMS também estarão abertos para a imunização.

Podem receber a vacina na rede pública, neste ano – e no sábado – crianças entre seis meses e menos de cinco anos, pessoas com mais de 60 anos, gestantes, puérperas que tiveram bebê há até 45 dias, trabalhadores da saúde e indígenas. Também devem ser vacinadas pessoas com comorbidades (doenças pré-existentes) e professores da rede básica e ensino superior. Funcionários do sistema prisional, pessoas privadas de liberdade e adolescentes em cumprimento de medidas socioeducativas também estão nos grupos-alvo, embora não sejam contabilizados para a meta estabelecida pelo Ministério da Saúde.

A SMS já recebeu da Secretaria de Estado da Saúde cerca de 500 mil doses da vacina. Não há risco de desabastecimento. A campanha de vacinação contra influenza segue até 1º de junho na rede pública do país; A meta é vacinar 90% de cada grupo prioritário. Até o final da manhã desta quarta-feira, 9, de acordo com os dados do Sistema de Informações do Programa Nacional de Imunizações (SIPNI-Web), entre grupos prioritários e pessoas com comorbidades, 158.811 doses da vacina foram administradas na rede da SMS. O vacinômetro indica percentual de 31,81% da meta alcançado.

Além do Dia D, todas as unidades de saúde com salas de vacina abertas participam da campanha, com horário de atendimento das 8h às 17h, de segunda a sexta-feira. O Centro de Saúde Modelo e a US São Carlos, que têm atendimento até as 22h, vacinarão das 8h às 22h, de segunda a sexta-feira, e a Clínica de Família da Restinga terá atendimento das 8h às 20h, de segunda a sexta-feira.

PMPA/Comunicação

➤Temer não é mais candidato

Ele passa a trabalhar por Meirelles na eleição

Foto: Agência Globo/Reprodução
Em conversa com aliados do seu círculo pessoal, no Palácio da Alvorada, na tarde de domingo, o presidente Michel Temer confirmou que não irá disputar as eleições de outubro. Reunido com o ex-ministro da Fazenda Henrique Meirelles e com dois de seus auxiliares mais próximos, o ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, e o ministro de Minas e Energia, Moreira Franco, o presidente deixou claro que pretende sair de cena como candidato e deu sinais de que irá atuar nos bastidores pela candidatura do ex-ministro da Fazenda Henrique Meirelles.

Desde que anunciou o desejo de disputar a reeleição, Temer experimentou o avanço do noticiário policial — ele responde a dois inquéritos no STF — sobre seu grupo político e familiar. Também enfrentou resistências dentro do seu próprio partido, preocupado com os prejuízos financeiros de uma campanha presidencial centrada na sua reeleição. Para auxiliares do presidente, a escalada de notícias negativas e a devassa no passado de Temer tenderiam a piorar muito durante a campanha, o que deixaria o presidente sob constante tiroteio dos candidatos.

— Imagine como seria a cobertura da imprensa de um presidente candidato, com todos os repórteres que já cobrem o Planalto indo a todo evento dele? O Michel não teria um segundo de paz. E tudo que ele precisa agora é tocar o governo e deixar de ser alvo — diz ao GLOBO um auxiliar direto de Temer.

Além de ter sido aconselhado a sair dos holofotes eleitorais, Temer decidiu trabalhar pela construção da candidatura de Meirelles por considerar o ex-ministro o único que poderá fazer a defesa do seu governo durante a campanha. A recente aproximação com Geraldo Alckmin, na última semana, manteve o diálogo aberto com o PSDB. Temer, no entanto, sabe que o pré-candidato tucano jamais defenderia o governo na campanha — e tampouco interessa ao PSDB atrair para sua candidatura a impopularidade do presidente.

Internamente, no PMDB, Temer também foi convencido das resistências ao seu nome dentro dos diretórios regionais. Ao longo de três jantares com lideranças peemedebistas nas últimas semanas, o clima entre os líderes regionais era de angústia. Os dirigentes estaduais do PMDB apresentaram uma série de dificuldades políticas ante a possibilidade de terem que sustentar uma candidatura de Temer nos estados. Sem recursos próprios para bancar o projeto, Temer teria de utilizar as verbas do seu partido, o que prejudicaria a distribuição de dinheiro para campanhas de parlamentares e de governadores país afora.

Os altos índices de impopularidade de Temer, que sequer conseguiria frequentar locais públicos durante a campanha, também preocupavam os peemedebistas. Diante desse cenário, o nome de Meirelles passou a ser visto como solução pelo presidente.

Além de contar com recursos próprios para financiar sua campanha, Meirelles atenderia ao objetivo pessoal de Temer, de contar com uma candidatura que defenda seu governo durante a campanha. Dentro do PMDB, a resistência ao nome do ex-ministro da Fazenda também seria infinitamente menor que ao nome de Temer.

Primeiro, na avaliação dos peemedebistas, porque Meirelles não tem a impopularidade do presidente, que poderia tirar votos em palanques estaduais. Segundo porque o ex-ministro teria um legado positivo na economia para defender.

— Para o nosso grupo no estado, a questão do Meirelles é muito simples. Onde ele não atrapalha (busca pelo voto), ele ajuda. Onde ele não ajuda, no caso da pesquisa, ele também não atrapalha — diz um peemedebista.

Dentro do MDB, os diretórios mais hostis ao projeto do PMDB ter candidato são os grupos comandados pelo senador Renan Calheiros, em Alagoas, e Roberto Requião, no Paraná. Esse dois diretórios e o grupo peemedebista do Ceará, ligado ao presidente do Senado Eunício Oliveira, têm se mantido distante em torno de Meirelles.

Nas últimas semanas, além de definir a equipe de assessores que já atua na pré-campanha, Meirelles escolheu seu marqueteiro, Chico Mendez, e contratou o serviço de um instituto de pesquisas especializado em estudar o comportamento das camadas populares da sociedade.

O ex-ministro tem procurado construir sua base de apoio no PMDB a partir de diretórios comandados por aliados ou com figuras simpáticas a seu nome, como é o caso de Santa Catarina, Goiás e São Paulo, onde a rivalidade com o PSDB de Geraldo Alckmin impede qualquer aproximação.

Em visita a Florianópolis há duas semanas, Henrique Meirelles ouviu conselhos do deputado Mauro Mariani (MDB-SC) no sentido de fazer mais aparições públicas e deixar a timidez de lado.

— Ele pode ser uma novidade. Pode atrair os que já apoiam o presidente Temer e os que rejeitam o seu nome — disse o deputado.

Como Meirelles está disposto a bancar a própria campanha, Mariani acha que este fato pode ser um “diferencial” para aglutinar forças no partido por liberar os recursos para as campanhas de deputados.

Agência Globo

➤Tentativa de homicídio

Promotor denuncia petista

Foto: EFE/Reprodução
O promotor Luiz Eduardo Levit Zilberman denunciou o ex-vereador Manoel Eduardo Marinho, o ‘Maninho do PT’, e seu filho, Leandro Eduardo Marinho, o ‘Maninho’, por tentativa de homicídio contra o empresário Carlos Alberto Bettoni, no dia 5 de abril, em frente à sede do Instituto Lula, em São Paulo.

Segundo o promotor, ‘na suposição de que o ofendido fosse um opositor do ex-Presidente, os indiciados, agindo em concurso de agentes, passaram a agredi-lo com emprego de chutes, empurrões e pontapés’.

“À certa altura, quando Carlos Alberto já estava na via e fora da calçada, os indiciados, mesmo percebendo a aproximação de um caminhão pela via, assumindo e aceitando os riscos de produzir o resultado morte, empurraram derradeiramente a vítima em direção à rua com violência”, afirmou.

“Os indiciados, após constatarem que o ofendido estava imóvel e desacordado na rua, dando claras mostras uma vez mais de que o resultado morte lhes era absolutamente indiferente, afastaram-se do local, sem prestar qualquer socorro a ele mesmo estando a poucos metros do Hospital São Camilo situado nas imediações. Ainda assim, negaram socorro à vítima, assumindo o risco de que a morte pudesse ocorrer”, acusa o promotor.

Para o promotor, o ‘crime foi cometido por motivo torpe decorrente de intolerância diante da suposição de que a vítima estivesse no local a protestar contra o ex-Presidente da República e seus apoiadores políticos’.

“O crime foi cometido com emprego de meio cruel eis que, ao projetarem a vítima com empurrões em direção à via por onde trafegava veículo de grande porte, os indiciados elegeram, para prática delitiva, meio apto a provocar no ofendido intenso e atroz sofrimento físico, em contraste com o mais elementar sentimento de piedade humana”, concluiu.

Agência Estado



➤OPINIÃO

O calvário de um presidente

Carlos José Marques



Michel Temer vive dias de provação. Pela primeira vez, a família de um presidente em pleno exercício do cargo é arrolada a depor, prestar explicações, por supostos casos de corrupção. Uma investigação da Polícia Federal dá conta de lavagem de recursos via reformas nas casas tanto da filha como da sogra em troca de um decreto de portos – que acabou por não existir, diga-se de passagem. Ruim para Temer, pior para o Brasil. 

Essa é a terceira onda de ataques sistemáticos ao chefe da Nação e, com ela, o País vai vivendo à base de soluços. Anda e para a depender da atenção que a pauta de ajustes consegue arranjar. Os revezes pessoais do mandatário contaminaram a gestão. A economia ficou a reboque das insânias políticas. A agenda reformista, que tinha na previdência seu maior alvo, ficou para as calendas. Na verdade, logo foi abatida. A primeira de uma longa lista. 

Há pouco mais de um ano o empresário Joesley Batista, para escapar do cerco que se fechava sobre ele, comprometeu Temer numa gravação conduzida e criminosa. De lá para cá, a prioridade de combate à crise foi abaixo. Não há tempo para as negociações, para costurar alianças em torno de projetos, para propor saídas. Os esforços são consumidos na luta por salvar a própria pele. Há algo de perverso nessa contenda. Adversários tentam minar a resistência federal buscando colar a pecha de ineficiência em um governo que, bem ou mal, conseguiu fazer a transição. 

Há resultados concretos e sabidos: da inflação e dos juros levados a níveis historicamente baixos à reforma trabalhista, o fim da recessão e uma inominável lista de boas providências. Longe de ser suficiente. Porém significaram fundamentais passos na direção correta. A camarilha parlamentar, a despeito das conquistas, não perdoou. Nos últimos tempos, após estratégia infrutífera de afastar o presidente por meio de votação em plenária, resolveu sabotar todo e qualquer projeto de melhorias estruturais. De novo, trágico para o Brasil. 

A paralisia do trabalho verificada atualmente no Congresso assemelha-se a de um Parlamento em pleno status de intervenção. Tal qual nos idos do AI-5. Não se vota nada, não se aprova qualquer medida provisória que valha. A privatização da Eletrobras empacou. A simplificação do sistema tributário, defendida desde o início do ano, não é nem mais lembrada. Até a bancada governista bandeou-se para o lado da oposição na luta contra o cadastro positivo de devedores que Temer almejou adotar. O que sai daquela casa nos dias de hoje é mera perfumaria. 

Deputados e senadores estão mais preocupados em garantir a reeleição. Sonham com a perpetuação do foro privilegiado contra eventuais rescaldos das investigações da Lava Jato. Eis a classe política que restou. Parlamentares atentos a questões comezinhas. A janela da troca partidária galvanizou mais interesse do que a vital preocupação com equilíbrio das contas nacionais. Cortar, reduzir gastos, eliminar desperdícios é discussão impopular para o momento eleitoral. 

Na direção oposta, congressistas estão mesmo é derrubando todos os vetos de Temer a medidas que oneram o erário. A festa da distribuição de recursos inexistentes alcançou o auge. As renegociações de dívidas do Funrural, por exemplo, custarão mais R$ 15 bilhões ao Tesouro por obra e graça dos senhores do parlamento que resolveram torrar o dinheiro da viúva. E o presidente – encurralado por querelas com a PF, o TSE e a Procuradoria – fica com as mãos atadas, sem margem de manobra. 

O esfacelamento do seu poder reflete-se ainda nos entendimentos para a formação de uma candidatura de centro consistente e vencedora. O fatiamento das opções eleitorais nesse eixo cria um cenário de grandes riscos à sucessão. Não há ainda uma chapa que anime. O tucanato resiste, bestamente, em fechar um acordo com o MDB para defender o legado – de resto consistente – traçado por Michel Miguel Elias Temer Lulia. A impopularidade, inclusive nas ruas, assusta.

 Dois anos depois de assumir, o presidente vive o seu inferno astral. Tentará contornar a má imagem e má fase com uma forte ação de comunicação realçando suas realizações no período. Ainda acalenta a própria candidatura como alternativa para ficar vivo no jogo.

Publicado no portal da revista ISTOÉ em 10/05/2018