quarta-feira, 9 de maio de 2018

➤Segunda Turma do STF

Maioria mantém prisão de Lula


A Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) formou maioria para negar o recurso da defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva que pedia a revogação da prisão dele. Os três votos dados até o momento no julgamento virtual no colegiado foram para negar o recurso. Assim como o ministro Dias Toffoli, o ministro Gilmar Mendes seguiu o entendimento do ministro Edson Fachin, relator da ação no STF, e votou por manter Lula preso.

Detido desde o dia 7 de abril na sede da Superintendência da Polícia Federal em Curitiba, o petista cumpre a pena de doze anos e um mês de prisão a que foi condenado em segunda instância no processo referente ao tríplex do Guarujá.

O julgamento virtual ainda terá os votos dos ministros Celso de Mello e Ricardo Lewandowski, os demais membros da Segunda Turma. Com os três votos dados pela manutenção da prisão, no entanto, o resultado não será alterado com os posicionamentos deles.

O prazo para que Mello e Lewandowski apresentem seus votos no sistema eletrônico do Supremo é às 23h59 desta quinta-feira 10.

O recurso movido pelos advogados de Lula, um agravo regimental em uma reclamação, sustentava que o ex-presidente foi preso antes que a segunda instância, ou seja, o Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4), terminasse de analisar todos os recursos dele contra sua condenação. Sem a conclusão do processo no TRF4, conforme a defesa, não poderia ser aplicado o entendimento do STF de que réus condenados em segundo grau podem ser presos para cumprir pena.

Quando Lula foi preso, ainda era possível entrar com embargos de declaração referentes ao acórdão dos embargos de declaração do julgamento, os chamados “embargos dos embargos”.

O pedido da defesa foi negado por Fachin no dia da prisão do ex-presidente, os advogados recorreram da decisão dele e o ministro enviou a ação ao plenário virtual da Segunda Turma.

Com os “embargos dos embargos” negados depois da detenção do petista, os defensores de Lula passaram a argumentar que a segunda instância só estaria concluída quando a vice-presidência do TRF4 decidisse sobre a admissibilidade de recursos aos tribunais superiores contra a condenação – recurso especial ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) e recurso extraordinário ao STF – ou, ainda, após eventual recurso contra essa decisão.

Em seu voto, o ministro Gilmar Mendes ponderou que o plenário do Supremo decidiu negar o habeas corpus preventivo movido pela defesa de Lula, “viabilizando a execução antecipada de acórdão de apelação”. Gilmar ressaltou, contudo, seu posicionamento pessoal sobre as prisões após segunda instância. Ele defende a tese de que a detenção deveria ser executada depois da confirmação da condenação pelo STJ, a terceira instância, e que o entendimento do STF sobre o assunto trata da possibilidade – e não da obrigatoriedade – da prisão do réu.

“Ante o exposto, reitero e ressalvo o meu posicionamento pessoal sobre a matéria, mas acompanho o eminente relator em homenagem ao princípio da colegialidade, confirmando a decisão que negou seguimento à reclamação, sem prejuízo da apreciação de outros casos que eventualmente se coloquem à jurisdição desta Corte”, decidiu Gilmar Mendes.

Portal VEJA

➤Foro privilegiado

Toffoli propõe restrição a todas as autoridades


O vice-presidente do Supremo Tribunal Federal (STF)Dias Toffoli, vai propor aos colegas a adoção de súmulas vinculantes (que devem ser cumpridas pelas instâncias inferiores) que restrinjam a todas as autoridades o alcance do foro privilegiado. A ideia de extensão da prerrogativa vem em menos de uma semana da decisão de limitar o alcance da prerrogativa no caso de deputados federais e senadores.

Na outra proposta de súmula, o ministro também quer que seja declarada a inconstitucionalidade de todas as concessões de foro previstas em Constituições estaduais que contemplem a prerrogativa sem que haja previsão expressa na Constituição Federal. Toffoli defende que, sem as súmulas, haveria margem para múltiplas interpretações sobre o instituto.

O ministro cita um estudo da consultoria do Senado segundo o qual existem 16.559 autoridades estaduais, distritais e municipais que teriam a prerrogativa perante tribunais locais asseguradas exclusivamente com base em normas locais. A Constituição Federal, segundo o estudo do Senado, ainda prevê o foro especial a outras 38.431 autoridades federais, estaduais e municipais.

“Esse expressivo número de autoridades detentoras de foro, sem paralelo no Direito Comparado em nenhuma democracia consolidada que consagra a prerrogativa de foro com a abrangência como a brasileira, evidencia o potencial conflito de competência que podem se estabelecer entre as diversas instâncias do Poder Judiciário”, disse Toffoli em ofício encaminhado à presidente do STF, Cármen Lúcia.

As duas sugestões de Toffoli são parte do voto vencido do ministro no julgamento que restringiu o alcance do foro, encerrado na quinta-feira passada. Até o momento, segundo dados de andamento processual do STF, já houve cerca de 40 decisões sobre envio de investigações contra parlamentares do STF para instâncias inferiores. O Superior Tribunal de Justiça, por exemplo, já adotou a decisão do Supremo como parâmetro para enviar casos envolvendo governadores para a primeira instância.

Portal VEJA/Reuters


➤Título de eleitor

Prazo para tirar ou atualizar acaba hoje


Acaba às 18 horas desta quarta-feira 9 o prazo para quem pretende votar nas eleições de 2018 emitir um novo título de eleitor, transferir seu domicílio, atualizar os dados ou regularizar sua situação junto à Justiça Eleitoral. Após essa data, as alterações só poderão ser feitas depois das eleições, que acontecem no dia 7 de outubro (primeiro turno) e 28 de outubro (segundo turno).

Também termina nesta quarta o prazo para o cadastro biométrico (impressões digitais) nos 1.264 municípios onde ele é obrigatório — consulte abaixo a relação do Tribunal Superior Eleitoral. Quem não comparecer a uma unidade da Justiça Eleitoral para efetuar o procedimento terá o título cancelado. Nos municípios onde não há essa obrigatoriedade, como a cidade de São Paulo, não haverá impedimento ao voto de quem tem essa pendência.

O prazo para o eleitor fazer a biometria havia se encerrado em março, mas o Tribunal Superior Eleitoral o estendeu  para  até hoje. Apenas no Estado de São Paulo, a obrigatoriedade do recadastramento biométrico pode diminuir em cerca de 400.000 o número de eleitores registrados.

A inscrição eleitoral e o voto são obrigatórios aos brasileiros a partir dos 18 anos e facultativos aos jovens de 16 e 17 anos, aos maiores de 70 anos e aos analfabetos. Desse modo, o eleitor com 15 anos de idade que vai completar 16 anos até a data da eleição e pretende votar também pode requerer o título de eleitor até hoje.

Para obter o título de eleitor, é preciso comparecer a uma das unidades de atendimento da Justiça Eleitoral com carteira de identidade, carteira de trabalho ou certidão de nascimento ou de casamento; comprovante de residência original e recente; homens maiores de 18 anos também devem emitir o certificado de quitação com o serviço militar. A apresentação de Carteira Nacional de Habilitação (CNH) ou passaporte exigirá complementação documental para suprir os dados necessários à emissão do título.

Também nesta quarta-feira termina o prazo para o eleitor informar à Justiça Eleitoral qualquer mudança de dados para a atualização de seu cadastro ou solicitar a transferência de domicílio eleitoral. Para isso, basta comparecer a qualquer cartório eleitoral munido de um documento oficial com foto e de seu novo comprovante de residência.

Travestis e transexuais que desejarem incluir no título de eleitor o nome social, a fim de votar em outubro, também devem comparecer a uma unidade da Justiça Eleitoral. A mudança exige apenas a autodeclaração do nome com o qual deseja ser identificado. O nome civil e o nome social ficarão registrados nos bancos de dados de eleitores. 

Também termina nesta quarta o prazo para o eleitor com deficiência ou mobilidade reduzida, que vai necessitar de atendimento especial no dia da eleição, pedir transferência para uma seção eleitoral com acessibilidade.

Portal VEJA

➤Blog BR 18

PT sendo PT…
O Partido dos Trabalhadores está obstruindo a votação de requerimento para debater a PEC que trata da prisão em segunda instância na CCJ.
Quem informa é o deputado federal Betinho Gomes (PSDB-PE), em sua conta no Twitter.
Mais uma vez o PT obstrui um debate importante para o Brasil. Nesse momento impedem até votação de requerimento para debater à PEC que trata da prisão em segunda instância na @ccjc_camara .


Sai o mandado de prisão de Cachoeira
A juíza Simone Rolim, titular da 29.ª Vara Criminal da Capital do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro, expediu mandado de prisão contra o contraventor Carlos Augusto de Almeida Ramos, o Carlinhos Cachoeira, informa o Estadão.
Cachoeira foi condenado na primeira instância da Justiça, em 2012, por fraudes na Loteria do Estado (Loterj). Ele pegou pegou oito anos por corrupção ativa e fraude em licitação. A 29.ª Vara Criminal já enviou o mandado de prisão para ser cumprido em Goiás.



Foro já começa enrolado
A Comissão Especial que discutirá o foro privilegiado começa hoje suas discussões já no meio de polêmica. PT e outros partidos de oposição devem questionar até a existência da comissão.
Por se tratar de uma matéria que muda a Constituição, eles acham que essa discussão fere a lei. A  Constituição não pode ser alterada quando um Estado estiver sob intervenção federal, como é o caso do Rio de Janeiro. Mas o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, interpreta que a proibição é apenas para a promulgação da emenda e não para sua discussão.

Tucanos tentando voar
O comando do PSDB se reúne essa tarde com senadores, deputados e representantes dos diretórios regionais do partido para discutir os rumos da campanha eleitoral.
Com Geraldo Alckmin presidindo os trabalhos, os tucanos acham que agora é a hora de aproveitar a terra de ninguém que virou o cenário eleitoral para embalar as candidaturas do PSDB.

Cid vê tática ‘isolacionista’ do PT

Um dos principais articuladores da candidatura do irmão, Ciro, o ex-governador do Ceará Cid Gomes disse ao BR18 que os partidos de centro-esquerda devem iniciar um diálogo de união sem contar com o PT, que adotou uma estratégia, a seu ver, “isolacionista”.
“Respeito totalmente a decisão do PT de esperar o Lula, mas ela é isolacionista, porque pressupõe que os partidos vão esperar o tempo do partido, que extrapola os prazos das convenções”, afirmou.


Publicado no portal do jornal Estado de São Paulo em 09/05/2018

➤Pedido negado

Justiça mantém Cabral em Bangu 8


O pedido do ex-governador do Rio, Sérgio Cabral (MDB), para deixar a Penitenciária Pedrolino Werling de Oliveira, a Bangu 8, foi indeferido nesta terça-feira, 8. O juiz da Vara de Execuções Penais (Vep), Rafael Estrela Nóbrega, negou a transferência do ex-governador para a Cadeia Pública José Frederico Marques, em Benfica.

A defesa de Cabral – condenado a 100 anos de reclusão em processos da Operação Lava Jato – alega que há ‘tratamento discriminatório’ na prisão do ex-governador em relação aos demais presos da Operação Lava Jato, além de sofrer ameaça de detentos milicianos e ex-policiais.

O juiz apontou relatório de vistoria feita pela Vara de Execuções Penais. O documento diz que Cabral está em cela individual, isolado dos demais presos e com banho de sol em horário diferenciado.

Além disso, os fiscais apontam que há apenas um ex-PM entre os detentos e que ele não convive com o ex-governador, sendo que a penitenciária reúne presos classificados como idosos, cadeirantes ou portadores de nível superior.

O magistrado também alega que pedido da defesa vai contra decreto que destina a Bangu 8 à absorção de condenados pela Justiça Federal.

Agência Estado

➤Vigília em Curitiba

Prefeito pede intervenção da Justiça

 

O prefeito de Curitiba, Rafael Greca (PMN), disse em entrevista nesta quarta-feira, 9, que pediu à Justiça Federal para que os militantes que acampam perto da sede da Polícia Federal em solidariedade ao ex-presidente Lula, condenado e preso na Operação Lava jato, sejam retirados de lá. 

 "O prédio da PF não é uma penitenciária e a Justiça não pode violar a lei. Conversei com desembargadores do TRF4 de Porto Alegre e fui muito bem recebido", disse Greca. "O município merece respeito da Justiça Federal, mas Justiça tem seu tempo e talvez por isso os prédios caiam em SP por abandono."

Ainda de acordo com o prefeito curitibano, o monitoramento feito pela Polícia Militar do Paraná e a Guarda Municipal para manter a segurança do local, onde já houve um ataque a tiros que deixou ao menos dois feridos, custa cerca de R$ 10 mil por dia. 


"Temos um monitoramento da PM e da Guarda, isso custa dinheiro, mas os ânimos estão acirrados. O PT e o MST colocam em antipatia a população civil de Curitiba", disse. "Tudo que for preciso pra proteger os moradores eu vou fazer. A Justiça não tem direito de criar desarmonia na minha cidade."

Lula cumpre a pena de 12 anos de prisão na sede da PF em Curitiba desde 7 de abril, dois dias depois de ter tido a prisão decretada pelo juiz Sergio Moro no caso do tríplex do Guarujá e após o Supremo Tribunal Federal ter-lhe negado um habeas corpus. O ex-presidente foi condenado em segunda instância pelo TRF-4 de Porto Alegre. 

Desde então, militantes do PT, MST, CUT e outros movimentos sociais acampam perto da sede da PF em vigília pela libertação do ex-presidente. O local tem recebido visitas de líderes do PT e de outros partidos. 

Agência Estado

➤Caso Marielle

Delator afirma que está jurado de morte


A testemunha disse que decidiu procurar a Polícia Federal para contar o que sabe porque está jurada de morte pelo miliciano Orlando Oliveira de Araújo, que cumpre pena na Cadeia Pública Bandeira Stampa, conhecida como Bangu 9. Segundo o delator, Orlando acredita que sua prisão no ano passado, feita pela Subsecretaria de Inteligência da Secretaria Segurança, pela Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco) e pela Coordenadoria de Recursos Especiais (Core), é resultado de uma denúncia feita por ele. A testemunha contou que se afastou da milícia em setembro:

— Orlando foi preso um mês depois. Ele acha que a denúncia foi minha. Não tive nada com isso.

O delator admitiu que instalava TV a cabo clandestina com dois policiais militares na comunidade da Boiúna, em Jacarepaguá. Até que Orlando assumiu todo o controle da favela há cerca de dois anos, obrigando a testemunha a trabalhar para a quadrilha. Segundo ele, a milícia na Boiúna fatura R$ 30 mil por mês com a exploração de “gatonet”, venda de gás e mototáxis.

— Em 2015, Orlando de Curicica matou um dos meus sócios e me procurou. Deixou claro que eu poderia morrer também. Entreguei tudo para ele e entrei para a quadrilha. Até acontecer um problema: pedi para sair, mas ele não deixou. Passei, então, a ser uma espécie de segurança. A tarefa principal era dirigir para o filho e a mulher dele.

Em 24 de abril, ele e o seu advogado foram à Superintendência da Polícia Federal, na Praça Mauá. Alegou que não confiava na Polícia Civil. Quando o delator contou os detalhes por trás do crime de Marielle, a PF decidiu acionar o delegado Rivaldo Barbosa, chefe da Polícia Civil.

No dia 30 de abril, com a garantia de que receberia proteção, a testemunha prestou o primeiro depoimento ao delegado Giniton Lages, da Divisão de Homicídios (DH), responsável pelas investigações do assassinato de Marielle e do motorista Anderson Gomes.

Para manter o sigilo das investigações, a testemunha foi ouvida no Círculo Militar, clube do Exército na Praia Vermelha. O depoimento de oito horas foi acompanhado por delegados federais e agentes da inteligência da Polícia Civil. No último sábado, acompanhado de seu advogado, o delator voltou a depor por mais oito horas no mesmo lugar. Os policiais apresentaram fotografias de suspeitos e buscaram informações sobre assassinatos nos quais Orlando estaria envolvido. O terceiro depoimento aconteceu anteontem, desta vez, na Divisão de Homicídios, na Barra.

Portal O Globo

➤Sem foro privilegiado

41 ações já deixaram o Supremo


O ministro Marco Aurélio Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF), decidiu encaminhar para outras instâncias quatro ações penais e dezessete inquéritos contra deputados federais e senadores. Marco Aurélio adotou o entendimento firmado pela Corte de restringir o foro privilegiado para esses parlamentares, que só deve ser aplicado para os crimes cometidos no exercício do mandato e em função do cargo.

Ao todo, ministros do STF já retiraram da Corte um total de 41 processos contra deputados federais e senadores. Há ainda três outros casos que o ministro Luís Roberto Barroso havia determinado que baixassem para outras instâncias, antes mesmo da conclusão do julgamento do foro privilegiado, mas a Procuradoria-Geral da República (PGR) entrou com recurso. Barroso não decidiu ainda sobre esses processos, que continuaram no STF nos últimos meses.

Marco Aurélio decidiu retirar do Supremo uma ação penal contra o senador Ivo Cassol (PP-RO), outra que investiga o deputado federal Marcos Reategui (PSD-AP) e duas ações penais que miram o deputado Roberto Góes (PDT-AP).

No caso de Roberto Góes, as investigações tratam de irregularidade na dispensa de licitação na área de transporte público e supostos desvios na época em que o parlamentar comandava a prefeitura de Macapá. As duas ações foram enviadas à Justiça Estadual do Amapá.

Cassol, por sua vez, é investigado por envolvimento em um esquema de compra de votos nas eleições de 2006, quando era governador de Rondônia. O processo foi para a Justiça Eleitoral de Rondônia.

Quanto a Marcos Reategui, o parlamentar era delegado da Polícia Federal na época em que os fatos investigados teriam ocorrido, razão pela qual Marco Aurélio decidiu remeter o processo à Justiça Federal do Amapá.

Inquéritos
Os inquéritos que deixarão o gabinete de Marco Aurélio envolvem o senadores Jader Barbalho (MDB-PA) e Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE), investigados por irregularidades na prestação de informações do Imposto de Renda e dispensa de licitação na época em que comandava a Prefeitura de Petrolina (PE), respectivamente.

O caso de Barbalho será encaminhado à Justiça Federal do Pará; o de Fernando Bezerra Coelho, à Justiça Federal de Pernambuco.

Os inquéritos de Marco Aurélio que sairão do STF também atingem deputados federais, entre eles Érika Kokay (PT-DF), Alfredo Kaefer (PP-PR) e Adriano Eli Corrêa (DEM-SP), entre outros.

Portal VEJA

➤OPINIÃO

A hora da peneira

Vera Magalhães

À medida que a corrida eleitoral avança, a inicial pulverização de candidaturas começa a dar lugar a um afunilamento. O movimento começou: candidaturas dos mesmos campos político-ideológicos começam a conversar, e a saída de Joaquim Barbosa da disputa tira do páreo o mais próximo que havia restado de um “outsider” do jogo da política tradicional.

Justamente por reunir atributos desejados pelo eleitorado cético com a política, Barbosa era o oponente visto como mais perigoso pelos concorrentes. Mas ele próprio surpreendeu a opinião pública e o PSB e, antes mesmo de o jogo começar para valer, anunciou que estava fora. A forma voluntarista com que agiu tanto na filiação, aos 45 minutos do segundo tempo, quanto na desistência mostra que talvez tenha sido melhor que ele tenha saído logo agora. Política requer couro curtido, resiliência e disposição ao diálogo. E a situação para lá de delicada do Brasil nos campos institucional, político e econômico não combina com dúvidas tão “classe média sofre” como saber se a portentosa aposentadoria de um ex-ministro do STF seria suficiente para manter a família. A Presidência da República é infinitamente maior que isso.

A rapidez com que os “candidatos ao novo” desistiram da missão reforça a máxima das raposas velhas segundo a qual a política não é para amadores. O que mostra a total falta de sintonia entre o establishment político e o que deseja o eleitorado. 

Se já não havia favoritos na atual disputa, como bem notou Eliane Cantanhêde em sua coluna, a saída de Barbosa retira da equação também a possibilidade de renovação. Ganham, num primeiro momento, os partidos mais estruturados, que já vinham tentando se reorganizar em torno de menos candidaturas.

Essas conversas continuam, ainda que o desfecho deva ocorrer apenas mais adiante. De um lado, Geraldo Alckmin tenta costurar uma ampla aliança de centro-direita, que esbarra na disputa velada entre DEM e MDB pelo lugar pelo lugar do copiloto e na hesitação do tucano em ter Michel Temer no centro do palanque.

De outro, a expectativa é de que as siglas de esquerda também se organizem de forma menos dispersa, e Ciro Gomes passa a ser um polo possível, a despeito da negativa do PT em apoiá-lo. O primeiro sinal foi dado pelo governador Flávio Dino (PCdoB-MA), e o PSB, ainda atordoado pelo fora que levou de Barbosa, pode também se aproximar do pedetista.

Nesta terça-feira, 11 pré-candidatos se revezaram num ensaio de debate em Niterói. Muitos desses não passarão pela peneira que já reteve Lula, preso, e os aspirantes a um novo que insiste em não vir. A tabela abaixo traz os mais e menos cotados na bolsa de apostas.

Tô fora
Desistência não é inédita na vida de Joaquim Barbosa
Quem acompanha a trajetória de Joaquim Barbosa não chegou a se espantar com sua desistência em disputar a Presidência da República. A trajetória do ex-ministro do Supremo Tribunal Federal inclui, não custa lembrar, a renúncia à cadeira no Tribunal Superior Eleitoral cinco meses antes de assumir a presidência da Corte, em 2009, e a aposentadoria antecipada do próprio Supremo, em 2014, aos 59 anos.

Ajuste de rota
Sem PT, Ciro pode fazer caminho rumo ao centro
Aliados e adversários do ex-governador e ex-ministro Ciro Gomes esperam que o pré-candidato do PDT ao Palácio do Planalto intensifique os acenos ao centro nos próximos dias, depois que ficou (mais) claro que o PT não pretende apoiá-lo. A busca por um vice do meio empresarial e declarações como a que repetiu ontem, de que o setor produtivo não pode ser “demonizado”, já estão inseridas nessa nova estratégia.

Peneira eleitoral
Quem deve ficar e quem pode cair fora

Ficam
Jair Bolsonaro
Marina Silva
Geraldo Alckmin
Ciro Gomes
Álvaro Dias
João Amoêdo
Guilherme Boulos

Deve entrar
Candidato do PT

Podem sair
Rodrigo Maia
Paulo Rabelo de Castro
Aldo Rebelo
Manuela D'Ávila
Flávio Rocha
Michel Temer
Henrique Meirelles

Fora do baralho
Lula
Joaquim Barbosa

Publicado no portal do jornal Estado de São Paulo em 09/05/2018