sexta-feira, 3 de novembro de 2017

➤FUTEBOL

Campeonato Brasileiro 2017
32ª Rodada
33ª Rodada


SERIE A

Sábado - 04/11
17:00
Santos 3 X 2 Atlético MG - Vila Belmiro

19:00
Botafogo 1 X 2 Fluminense - Engenhão
Atlético GO 0 X 1 São Paulo - Serra Dourada

21:00
Coritiba 4 X 0 Avaí - Couto Pereira

Domingo - 05/11
17:00
Grêmio 3 X 1 Flamengo - Arena Grêmio
Corinthians 3 X 2 Palmeiras - Arena Corinthians
Cruzeiro 1 X 0 Atlético PR - Mineirão

18:00
Bahia 2 X 0 Ponte Preta - Fonte Nova

19:00
Vasco 1 X 1 Vitória - Maracanã
Chapecoense 1 X 1 Sport - Arena Conda

CLASSIFICAÇÃO


SÉRIE B

Terça – 31/10
19:30
Goiás 1 X 1 Criciúma – Serra Dourada

21:30
Paraná 1 X 2 Oeste – Durival de Brito

Sexta – 03/11
19:15
Internacional 0 X 0 CRB – Beira Rio
Juventude 1 X 0 Ceará – Alfredo Jaconi

21:30
ABC 0 X 1 Luverdense – Frasqueirão
Paysandu 1 X 1 Vila Nova – Curuzu

Sábado – 04/11
16:30
Figueirense 2 X 0 Brasil – Orlando Scarpeli

17:30
Santa Cruz 2 X 3 Náutico – Arruda
Guarani 0 X 1 América MG – Brinco de Ouro
Boa Esporte 0 X 1 Londrina - Varginha

CLASSIFICAÇÃO

➤OPINIÃO - 2

A escrava que não é Isaura*


A ministra dos Direitos Humanos, Luislinda Valois, apresentou um pedido ao governo para acumular o seu salário de ministra com o de desembargadora aposentada, o que lhe garantiria vencimento bruto de R$ 61,4 mil mensais, revelou o Estado. Por força do teto constitucional, ela recebe atualmente R$ 33,7 mil mensais. Essa situação, “sem sombra de dúvidas, se assemelha ao trabalho escravo, o que também é rejeitado, peremptoriamente, pela legislação brasileira desde os idos de 1888 com a Lei da Abolição da Escravatura”, diz o pedido apresentado no início de outubro.

É uma afronta à Lei Áurea e aos direitos humanos utilizar a lei que aboliu a escravidão no País como argumento para receber mais que o teto previsto na Constituição. A remuneração dos ocupantes de cargos públicos não pode exceder o subsídio mensal dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), diz o art. 37, XI da Constituição.

Insatisfeita com os seus rendimentos de R$ 33,7 mil mensais, a ministra dos Direitos Humanos fez uma interpretação muito peculiar do que seria o teto constitucional. “Ao criar o teto remuneratório, não se pretendeu, obviamente, desmerecer ou apequenar o trabalho daquele que, por direito adquirido, já percebia, legalmente, os proventos como sói acontecer na minha situação”, diz Luislinda Valois, referindo-se ao fato de que ela – obviamente sem contar as famosas verbas indenizatórias – já recebia R$ 30.471,10 como desembargadora aposentada e, portanto, o acréscimo em seus proventos pelo cargo de ministra se resume a R$ 3.292 mensais brutos.

E é justamente isso – receber pelo cargo de ministra apenas R$ 3.292 mensais – que faz a ministra dos Direitos Humanos achar que sua situação é equiparável à dos escravos. “Todo mundo sabe que quem trabalha sem receber é escravo”, disse Luislinda Valois ao Estado. Talvez não seja de todo inútil informar-lhe que o salário mínimo no País é de R$ 937 e que a imensa maioria dos trabalhadores não tem direito ao que Luislinda Valois, pelo fato de ser ministra, tem: carro com motorista, jatinhos da FAB à disposição, cartão corporativo e imóvel funcional.

Se Luislinda Valois sente-se insatisfeita e desmerecida com as condições de seu trabalho a ponto de equipará-lo à escravidão, deve imediatamente pedir demissão de seu cargo de ministra de Direitos Humanos, em vez de requisitar que o governo descumpra a Constituição e lhe pague R$ 61,4 mil mensais.

O pedido apresentado por Luislinda Valois é manifestação de absoluta incompatibilidade com o cargo que ocupa. O respeito aos direitos humanos tem como requisito primário o cumprimento da lei. Quem busca um privilégio que afronta a Constituição – receber do Estado R$ 61,4 mil mensais – não preenche as condições para ocupar a chefia do Ministério dos Direitos Humanos.

Além de respeitar a lei, quem comanda o Ministério de Direitos Humanos precisa ter um mínimo de sensibilidade com a situação do governo e do País. Há um grave problema fiscal, de difícil resolução, com consequências para todos, população e governo. Basta ver a árdua batalha para aprovar a reforma da Previdência. Além disso, há gravíssimos problemas sociais, a começar pelos 12,96 milhões de brasileiros desempregados, segundo dados do IBGE. Enquanto isso, a ministra dos Direitos Humanos apresenta um pedido de 207 páginas ao governo federal para que possa receber R$ 61,4 mil mensais.

Quando questionada sobre a razoabilidade de seu requerimento e de seu argumento sobre a escravidão, Luislinda Valois disse-se triste com a repercussão do caso. “Estou muito triste. Sempre fui muito correta, estudiosa e não admito que queiram me levar para o lado negativo. (...) Tanta coisa que tem que se fazer no País e as pessoas ficam se apegando a miudezas? Eu só quero o meu direito de peticionar.”

Certamente, cabe-lhe o direito de postular suas pretensões salariais e de dizer o que pensa. O que não cabe é fazer tais pedidos e interpretações e continuar ocupando o Ministério dos Direitos Humanos. Se o pesado cargo lhe é demais, alforrie-se. Ela é livre para isso. O que ela chama de “miudezas” está longe de ser miudezas – são acintosos privilégios num país de desprivilegiados.

*Publicado no Portal Estadão em 03/11/2017

➤DESTAQUES


PT deve permitir aliança com partidos pró-impeachment de Dilma
O ex-prefeito de São Bernardo Luiz Marinho é um dos petistas mais próximos ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Ex-ministro do Trabalho e da Previdência, o ex-prefeito, alçado ao posto de pré-candidato ao governo de São Paulo, afirmou  que o PT tem de rever, para as eleições de 2018, a proibição de alianças com os partidos que apoiaram o impeachment de Dilma Rousseff para “recuperar a maioria do povo brasileiro”.
Presidente estadual do PT em São Paulo, Marinho disse que uma candidatura do ex-prefeito Fernando Haddad ao Senado depende de convencer o vereador Eduardo Suplicy a disputar uma vaga na Câmara. Sobre o PSDB, seu adversário direto na corrida ao governo do Estado, afirmou que está na hora de o partido sair do Palácio dos Bandeirantes. 
- É muito cedo para falar disso porque vai ter uma evolução muito grande na chegada. Acredito em um monte de mudanças no início do ano, inclusive mudanças de partido até março. E a grande definição passará pela candidatura do Lula. E isso que vai definir o arco de alianças do PT no Brasil inteiro, inclusive em São Paulo – afirmou Marinho.

Geddel quer descobrir quem denunciou à PF o bunker dos R$ 51 mi
O ex-ministro Geddel Vieira Lima (PMDB) pediu ao Supremo Tribunal Federal, nesta quarta-feira, 1, que seja revelado o número de telefone utilizado para fazer a denúncia anônima sobre o bunker dos R$ 51 milhões atribuídos a ele. A montanha de dinheiro vivo foi encontrada em malas e caixas em um apartamento na cidade de Salvador. O montante – maior volume de dinheiro vivo já apreendido pela PF na história – em que foram encontradas impressões digitais do peemedebista, estava em um apartamento na capital baiana a pouco mais de um quilômetro da residência do peemedebista. A Polícia Federal descobriu o tesouro por meio de uma denúncia anônima. Geddel é investigado por lavagem de dinheiro.
Na montanha de notas de R$ 100 e R$ 50 encontrada no apartamento, há marcas dos dedos do ex-ministro, de seu aliado Gustavo Pedreira Couto Ferraz, ex-diretor da Defesa Civil de Salvador, do assessor de Lúcio, Job Ribeiro Brandão, além de uma fatura com o pagamento da empregada do parlamentar.
Em petição ao relator da Lava Jato no Supremo Federal, Edson Fachin, o advogado Gamil Foppel, que defende Geddel, requer ao ministro que ‘determine à Autoridade Policial que certifique, nestes autos, o número telefônico que supostamente teria entrado em contato com o Núcleo de Inteligência Policial, assim como a identidade do agente policial que o recebeu, fato alegadamente ocorrido em 14 de julho de 2017’.

RS - Temporal provoca destelhamentos de casas e queda de árvores
O temporal da madrugada desta sexta-feira (3) provocou destelhamentos e queda de árvores no Rio Grande do Sul. Há relatos de falta de luz em diversas cidades gaúchas, entretanto, para as concessionárias de energia a situação está normalizada.
Em Santa Rosa, no Noroeste do estado, cerca de 25 moradores procuraram o Corpo de Bombeiros para pedir lonas e telhas após suas casas terem sido destelhadas. Na cidade, ao menos dez árvores caíram com a força do vento e, até as 6h, 70% da cidade estava sem energia elétrica.
Em Três de Maio, na mesma região, a Avenida Santa Rosa está interrompida para o tráfego de carros devido à queda de árvores.
Também houve estragos em Tiradentes do Sul, São Luiz Gonzaga, Santo Ângelo e Porto Xavier, cidades localizadas no Noroeste do estado.
Em Santa Maria, na Região Central do estado, também houve queda de árvores. Na BR-158, o trânsito foi interrompido próximo a uma ponte devido à queda de fios de luz, que ficaram espalhados pela pista. O local foi interditado até a chegada da RGE, concessionária responsável pela região.
Em Gravataí, na Região Metropolitana de Porto Alegre, a queda de uma árvore preocupa moradores de uma casa de madeira na Rua Tapuias. 

É "fato incontroverso" repasse da Odebrecht a Aloysio Nunes, diz Raquel Dodge
Em documento encaminhado ao Supremo Tribunal Federal (STF), a procuradora-geral da República, Raquel Dodge, afirmou ser “fato incontroverso” que o ministro das Relações Exteriores, Aloysio Nunes, recebeu R$ 500 mil da empreiteira Odebrecht para financiar a campanha dele ao Senado, em 2010.
Na petição, enviada no último dia 24, ao ministro do STF, Gilmar Mendes, relator do processo em que Nunes é investigado ao lado do senador José Serra (PSDB-SP), Raquel Dodge diz ser necessário ampliar as investigações para confirmar se o montante é fruto de corrupção.
“O fato incontroverso que houve o repasse de recursos para a campanha do senador Aloysio Nunes. Resta investigar a origem destes recursos e a finalidade do repasse, o que será elucidado na oitiva do colaborador Arnaldo Cumplido, a quem incumbia analisar a viabilidade do pagamento da propina, a fim de se confirmar o crime de corrução”, diz a procuradora.

Trabalho escravo: Ministra tem direito a motorista, jatinho, cartão corporativo e imóvel
Apesar de comparar seu contracheque de R$ 33,7 mil mensais à situação de trabalho escravo, a ministra dos Direitos Humanos, Luislinda Valois (PSDB-BA), tem um série de direitos devido ao cargo que ocupa, como carro com motorista, jatinho da FAB, cartão corporativo e imóvel funcional. Além desses benefícios, Luislinda também ganha diárias do governo federal. Só neste ano ela recebeu R$ 45,098 mil. No ano passado, a ministra recebeu R$ 26.135 de julho, quando assumiu, a dezembro em diárias.
Em junho deste ano, além do salário de desembargadora aposentada no Tribunal de Justiça da Bahia, Luislinda recebeu ainda R$ 15 mil a mais relacionados a uma vantagem paga a servidores daquele estado.
Em nota divulgada nesta quinta-feira, Luislinda afirma que desistiu do pedido para acumular salários. Na petição que enviou ao governo federal pedindo que ao seu salário de ministra fosse somado o de desembargadora aposentada, o que lhe garantiria o rendimento bruto de R$ 61,4 mil, Luislinda afirmou que "sem sombra de dúvidas" a situação se assemelha ao trabalho escravo. Ela reclamou que devido à regra do teto constitucional só pode receber R$ 33,7 mil, o equivalente ao que ganha um ministro do Supremo Tribunal Federal. O caso foi revelado pelo jornal "O Estado de S. Paulo".
Em entrevista nesta quinta à rádio CBN em que confirmou o pedido, a ministra disse que fez uma "uma alusão, uma simbologia (ao trabalho escravo), porque todo trabalho que se executa e que não tem a respectiva remuneração, ele não é correto, ele não é um trabalho legal".

➤OPINIÃO

Me engana que eu gosto*

Luislinda Valois, Lula e Bolsonaro, exemplos 
de mistificação para tirar vantagem

Eliane Cantanhêde

Políticos vivem de mistificações e muitos deles, ao mesmo tempo em que se colocam como vítimas por serem negros, mulheres, (ex) pobres ou de recantos longínquos do País, usam essas mesmas condições para se fazerem populares e abocanharem privilégios. Ninguém desconhece que o Brasil tem ranços racistas e machistas e que a principal origem de nossas piores mazelas está na desigualdade social, mas usar essa triste realidade para detratar os adversários, de um lado, e obter simpatias e boquinhas, do outro, é ilegítimo e cínico.

A ministra dos Direitos Humanos, Luislinda Valois (PSDB), é desembargadora aposentada, mulher das leis, mas, quando a lei afeta seus interesses, aí são outros quinhentos. Como mostrou a Coluna do Estadão, ela tentou furar o teto salarial do funcionalismo, de R$ 33,7 mil, e acumular R$ 61,4 mil com aposentadoria e salário de ministra, alegando que a adequação à lei, “sem sombra de dúvidas, se assemelha ao trabalho escravo”. Logo, quis tirar vantagem com a conexão entre sua condição de negra e a escravidão, quando o teto vale (ou deveria valer) para brancos, negros, mulatos, asiáticos... 

Curiosamente, não há registro de nenhuma manifestação de Valois contra a portaria do trabalho escravo que mobilizou o País. Se alguém no governo botou a boca no trombone, foi a secretária nacional de Cidadania, Flávia Piovesan – aliás, exonerada na quarta-feira pela Casa Civil. Alegação: ela já estava a caminho mesmo de Washington, para representar o Brasil na Comissão de Direitos Humanos da OEA. Ah, bom!

O caso Luislinda Valois remete a um outro personagem que, há décadas, usa a seu favor a imagem de pobre, migrante nordestino, operário e... “de esquerda”. Sim, Luiz Inácio Lula da Silva, o inimputável, o que pode tudo, ganhar presentes de empreiteiras, fatiar a propina da Petrobrás, ratear estatais e fundos de pensão entre os “cumpanheiro”, jogar as culpas na mulher já falecida, lavar as mãos diante dos erros da pupila feita presidente da República.

Se Valois quis driblar a lei por ser negra e argumentar contra a escravidão (dela, não dos outros), Lula sempre se pôs acima de críticas, de regras e agora da lei porque tem a biografia que tem. E como cuida bem dessa biografia! Em nome dela e da mítica do nordestino pobre e “perseguido pelas elites”, ele preferiu aceitar sítio, triplex na praia e apartamento em frente ao seu de presente, em vez de simplesmente comprá-los. Seu dinheiro legal dava e sobrava para isso. Mas perder a aura de pobrezinho? Jamais. Esse é o seu “trunfo”.

A mitificação vale também para o presidenciável Jair Bolsonaro, que se faz passar por “militar” até hoje, angariando apoios e simpatias nas bases das Forças Armadas e de saudosistas da ditadura, apesar de estar na reserva do Exército desde 1988, como capitão, estar na política desde 1990, há quase 30 anos, e desfrutar do seu sétimo mandato como deputado federal.

Para se consolidar no segundo lugar das pesquisas e escamotear sua falta de condições para disputar a Presidência, o que ficou chocantemente evidente em suas últimas entrevistas, Bolsonaro se esconde por trás da fantasia de “militar”, da mesma forma como Lula usa a de “pobre e do povo”, e Valois, a de “negra vítima da escravidão”.

São todas mistificações para dourar a realidade ou “enganar um bobo, na casca do ovo”. Não um, mas milhões de bobos que não conseguem ver que Lula, o campeão das pesquisas, é réu seis vezes, já condenado uma vez, e deixou de ser pobre há décadas. E que Bolsonaro, o segundo colocado, foi um militar expelido prematuramente da tropa e é um político medíocre, que só sai do anonimato raramente e à custa de bandeiras do atraso. Só não vê quem não quer.

*Publicado no Portal Estadão em 03/11/2017