quinta-feira, 17 de agosto de 2017

➤Honoris causa

Justiça Federal cancela homenagem a Lula


A caravana do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva pelo Nordeste nem começou e já tem a primeira pedra no caminho do petista. A Justiça Federal deferiu a liminar cancelando a entrega do título de doutor honoris causa ao ex-presidente concedido pela Universidade Federal do Recôncavo Baiano (UFRB), criada na gestão do petista, em 2005. A cerimônia para homenagear o petista estava marcada para ocorrer na sexta-feira, 18, no município de Cruz das Almas, e é um dos roteiros do tour do petista pela região.

A determinação, do juiz Evandro Reimão dos Reis, da 10.ª Vara Federal Cível da Seção Judiciária da Bahia, estipula a suspensão do evento para esta “ou outra qualquer data”. “A solenidade encontra-se marcada para o dia 18/08/2017 e sua realização frustra a prestação jurisdicional, porquanto, acaso procedente a pretensão, não será possível retroceder no tempo para desconstituir a solenidade”, diz o magistrado.

O recurso foi apresentado pelo vereador soteropolitano Alexandre Aleluia (DEM). Ainda de acordo com o juiz, o ofício será encaminhado para a Polícia Federal, “para que (a PF) esteja presente na data e local anunciados da entrega da honraria e, em caso de descumprimento desta decisão, adote as medidas cabíveis”.

O Instituto Lula e a universidade por enquanto não vão se pronunciar sobre a decisão.
Agência Estado

➤BOA NOITE


Em 1975, Millos Forman deu ao cinema um de seus grandes filmes, Um estranho no ninho que em 1976 recebeu cinco prêmios Oscar: Melhor filme, melhor diretor, melhor ator, melhor atriz e melhor roteiro adaptado.

Dois prêmios fizeram justiça aos atores Jack Nicholson e Louise Fletcher, inesquecíveis nos papeis do psicótico Randall e da opressora enfermeira Ratched.

Para hoje, selecionei uma das músicas que fizeram parte da trilha sonora do filme: Bus Ride To Paradise, de Jack Nitzsche


➤Barcelona

Atentado terrorista deixa  ao menos 13 mortos

Foto: Estadão/Reprodução
Uma multidão foi atropelada por uma van, nesta quinta-feira (17), na Avenida La Rambla, um dos principais pontos turísticos de Barcelona. Segundo comunicado oficial do Ministro do Interior da Catalúnia, Joaquim Forn, pelo menos 13 pessoas morreram e 50 ficaram feridas. Um dos autores do ataque foi morto. A polícia local trata o atropelamento como um atentado terrorista. 

Segundo o jornal La Vanguardia, um dos responsáveis pelo ataque conseguiu fugir com a van por cerca de 3 quilômetros, mas acabou morto pela polícia, depois de uma troca de tiros.

Fontes policiais também identificaram e prenderam outro suspeito de envolvimento no atentado. Driss Oukabir, um magrebino — natural da região de Magreb, formada por Marrocos, Argélia, Tunísia Saara Ocidental e Mauritânia — teria alugado a van usada no atropelamento. 

De acordo com o jornal, a van passou em alta velocidade, em zigue-zague por cerca de 530 metros. Uma segunda van, localizada na cidade de Vic, a cerca de 60 quilômetros ao norte de Barcelona, também pode ter sido usada no ataque.
Agência Estado

➤Troca

PMDB volta a ser MDB 

A alteração, que tem o aval do presidente Michel Temer, 
deve ser concretizada em 27 de setembro

Foto: Divulgação
O presidente nacional do PMDB, Romero Jucá (RR), afirmou ontem que encaminhou um ofício ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para mudar o nome da legenda para MDB (Movimento Democrático Brasileiro), como era durante o regime militar. A alteração, que tem o aval do presidente Michel Temer, deve ser concretizada em 27 de setembro, durante a convenção nacional do partido.

Jucá nega que a mudança do nome seja uma tentativa de “esconder” a sigla atrás de uma nova marca, já que a cúpula da legenda e o próprio Temer têm sido alvo de diversas denúncias relacionadas a escândalos de corrupção, especialmente no âmbito da Operação Lava Jato.

“Nós estamos querendo colocar o partido de acordo com o que tem de mais moderno no mundo hoje. Os novos partidos não são registrados como partido. Também estamos resgatando essa questão histórica, a nossa memória. Nós não queremos ser um partido, nós queremos ser uma força política. Queremos ganhar as ruas com uma nova programação”, disse.

O MDB foi criado em 1966, para fazer oposição à Aliança Renovadora Nacional (Arena), partido que dava sustentação à ditadura militar. O fim do bipartidarismo, em 1979, levou à reorganização do quadro partidário e fez o MDB virar PMDB.

Com Tribuna da Bahia

➤Caxias do Sul

Greve dos médicos completa quatro meses

Foto: G1/Reprodução
A greve dos médicos de Caxias do Sul completa quatro meses nesta quinta-feira (17). Mais de 30 mil consultas foram canceladas. Na quarta-feira (16) foi apresentada uma proposta que deve ser analisada pela categoria na próxima semana.

A presidente do Sindicato dos Servidores Municipais de Caxias do Sul (Sindiserv), Silvana Pirolli, formalizou uma proposta encaminhada pela prefeitura. No entanto, a administração municipal diz que só aceita discutir a inclusão da parcela autônoma aos salários, se os médicos voltarem ao trabalho.
Uma reunião foi convocada para a próxima segunda-feira (21) pelo sindicato para definir que rumo a categoria deve tomar.

Nos quatro meses de paralisação, o atendimento segue prejudicado nas sete unidades básicas de saúde e nos centros especializados.

A Secretaria de Saúde de Caxias do Sul, no entanto, diz que a adesão dos grevistas é baixa, de apenas 5%, e que não interfere tanto no atendimento à população.

Os médicos que estão em greve fazem uma espécie de rodízio, cumpridno metade da carga horária, com atendimento realizado dia sim, dia não.

Por enquanto, ainda não existe plano de recuperação das consultas perdidas.
Agência Globo

➤DESTAQUES


Reforma política
Sem consenso nos principais pontos, a votação da reforma política ficou para a próxima terça-feira (22). A PEC muda as regras para a escolha de deputados e vereadores. A proposta é criar o “distritão”, que valeria para duas eleições: a de 2018 e 2020. A partir de 2022, passaria a valer o distrital misto.

Delação 'contaminante'
O doleiro preso Lúcio Funaro afirmou que ainda não tem previsão de assinar o acordo de delação premiada. Segundo ele, a negociação com o Ministério Público esbarra em impasse sobre benefícios. O governo admite que a delação de Funaro tem tudo para contaminar o Congresso.

Escondendo o jogo
Estados maquiam rombo da Previdência e declaram R$ 30 bi a menos. Governos informaram ao Tesouro déficit de R$ 55 bi em 2016, mas a União detectou que o rombo é de R$ 84,4 bi.

Caravana
Começa hoje em salvador, na Bahia, a caravana do PT com o ex-presidente Lula. 

Corrupção
Justiça nega pedido de liberdade ao ex-ministro Antonio Palocci (PT).  Petista é acusado de ter recebido propina e de manter conta no exterior; preso desde setembro, político já foi condenado a 12 anos de reclusão.

Financiamento
Caixa reduziu limites para crédito imobiliário a partir desta quarta. Banco diminuiu de 90% para 80% do valor total do imóvel o teto dos financiamentos.

Avançando devagar
'Prévia' do PIB do BC aponta que economia cresceu 0,25% no 2º trimestre. Indicador aponta crescimento da economia brasileira pelo segundo trimestre seguido, porém em ritmo mais lento do que o registrado no primeiro trimestre de 2017. Em junho, IBC-Br avançou 0,50%.

Alarmante
Um em cada três PMs mortos no país é do Estado do Rio. Com 92 óbitos entre janeiro e julho, índice é quatro vezes maior que o de São Paulo e supera todos os estados do Nordeste somados.

Adeus amor
Depois de 40 anos de ‘casamento’, Aldo Rebelo deixa o PC do B.

Barretos
Começa hoje a tradicional Festa do Peão de Barretos. Hoje tem Team Penning, Três Tambores, e os shows de Henrique e Diego, Bruninho e Davi e Filhos da Terra.

Crise na Venezuela
Se a situação atual da Venezuela tem tudo para compor um coquetel político-econômico explosivo, como, em meio a desabastecimento generalizado, inflação brutal, grande rejeição popular e desprestígio internacional crescente, Maduro consegue se manter no poder?

Previsão do Tempo
Alerta para temporais em quase toda região Norte e parte do Centro-Oeste, especialmente em MS. Terça chuvosa em SP, RJ, PR e SC. No Nordeste, tempo firme e seco, exceto na faixa litorânea entre BA e RN. 

G1/clicRBS/Estadão/O Globo/ Veja/IG/Reuters/

➤OPINIÃO

Trump, nu e cru*

Os extremistas se consideram livres para externar seu pensamento deletério, e o presidente americano não parece disposto a fazer força para desmotivá-los
Os fanáticos de extrema direita que chocaram o mundo com uma manifestação abertamente racista e antissemita em Charlottesville, na Virgínia, no fim de semana, não viram necessidade de cobrir o rosto, como faziam os membros da Ku Klux Klan, a organização racista americana. E o motivo disso é simples: eles acreditam que um dos seus está hoje na presidência dos Estados Unidos, com a cara à mostra, dizendo as mesmas coisas que eles dizem, mudando apenas uma palavra ou outra em razão de conveniências políticas.

Afinal, o presidente Donald Trump não apenas foi incapaz de condenar, com a necessária contundência, aquele ato hediondo, como revelou certo apreço pelos extremistas, o que indica que ele começa a deixar de lado as tais conveniências políticas que até agora o fizeram refrear a língua no limite do discurso de ódio que tão bem caracteriza seus eleitores mais radicais.

A experiência histórica indica que líderes como Trump chegam ao poder com o objetivo explícito de destruir a política tradicional, aquela que pressupõe a convivência com os adversários ideológicos, e não sua aniquilação. Trump, assim como fizeram os líderes dos regimes de vocação totalitária do século passado, age como se pretendesse eliminar toda forma de intermediação institucional com seus eleitores, criando neles um sentido de pertencimento a uma comunidade nacional exclusiva – nela, não cabem os inimigos, isto é, todos aqueles que não cumprem os requisitos raciais, religiosos e nacionais para serem os “verdadeiros” americanos.

Quando Trump condena “ambos os lados” de um conflito em que um desses lados é formado por grupos supremacistas brancos e neonazistas armados, e o outro lado estava lá apenas para denunciar esse evidente atentado contra os valores mais caros dos EUA, está claro que está comprometido com os extremistas – e, para defendê-los, apelou para a mais rasteira equivalência moral, ao dizer que “há gente muito boa dos dois lados”. Ficou difícil encontrar quem poderia ser qualificado como “gente boa” entre os 700 manifestantes que gritavam palavras de ordem contra judeus, imigrantes e negros, portando tochas para intimidar os inimigos e inebriar os simpatizantes, como faziam os paramilitares nazistas na Alemanha dos anos 30.

Trump chegou à presidência dos Estados Unidos com uma campanha que seduziu os americanos que se consideravam negligenciados pelos poderosos clãs políticos de Washington. Era o outsider capaz de denunciar os imigrantes como “estupradores” e “traficantes”, capaz de questionar os efeitos da globalização e denunciar o predomínio dos predadores de Wall Street, capaz de dar voz à classe média branca que perdeu poder aquisitivo e se julgava injustiçada em relação a negros e latinos.

Os eleitores de Trump que desfilaram seu ódio em Charlottesville foram encorajados por essa plataforma, tomada por eles ao pé da letra. Não há razão para acreditar que será um incidente isolado. Infelizmente, outros virão, porque, desde a eleição de Trump, os extremistas se consideram livres para externar seu pensamento deletério, e o presidente americano não parece disposto a fazer força para desmotivá-los. A imensa reação negativa no país ao comportamento de Trump, inclusive entre aqueles que costumeiramente o defendem na imprensa e no Partido Republicano, pode acabar servindo para que ele e seus eleitores fanáticos se unam ainda mais, tornando mais errática a sua já imprevisível e caótica administração.

Não causa espanto, apenas desgosto, que ainda existam nos Estados Unidos, de forma organizada, grupos que defendem o nazismo, ideologia genocida que o país combateu com vigor nas trincheiras da Europa na 2.ª Guerra e que violenta de maneira cabal o próprio espírito americano. O que provoca especial dissabor, para os amantes do mundo livre, é que o presidente dos Estados Unidos, de quem se espera sempre a defesa intransigente dos valores democráticos, se permita vincular-se a esses notórios liberticidas.

*Publicado no Portal Estadão em 17/08/2017