terça-feira, 15 de agosto de 2017

➤Eleição 2018

Veja quem pode disputar

Principais candidatos às eleições de 2018, segundo cientistas políticos. Do topo, à esquerda: Geraldo Alckmin (PSDB), Marina Silva (Rede), Fernando Haddad (PT), João Doria (PSDB), Joaquim Barbosa (sem partido), Ciro Gomes (PDT), Lula (PT) e Jair Bolsonaro (PSC) Foto: Estadão/Reprodução

A aproximadamente um ano do período da propaganda eleitoral no rádio e na TV da próxima eleição presidencial, caso agosto seja mantido como o mês do início do horário ‘gratuito’, vários nomes da política brasileira começam a se apresentar como postulantes da disputa de 2018. De acordo com cientistas políticos ouvidos pelo Estado, ao menos oito candidatos gravitam com mais energia em torno desse calendário: Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Fernando Haddad (PT), Ciro Gomes (PDT), Marina Silva (Rede), Jair Bolsonaro (PSC-RJ), João Doria (PSDB), Geraldo Alckmin (PSDB) e Joaquim Barbosa (sem partido).

Os pesquisadores fazem comparações entre os contextos das disputas de 1989 e de 2018. Assim como hoje, aquele ano esteve marcado por forte crise econômica e política. Enquanto lá o eleitorado retornava às urnas depois do golpe militar em 1964, há pouco viu uma presidente ser afastada da Presidência. “Nem com (Fernando) Collor (presidente eleito em 1989), você teve um clima de partidos tão destroçados e uma política de tão pouca credibilidade como se tem hoje”, compara Carlos Melo, professor do Insper. A professora de Ciência Política da UFMG Mara Telles ressalta o sentimento impregnado nos dois momentos. “Em 1989, era a esperança, 2018 é a eleição do desalento”, diz.

Um dos aspectos mais relevante, no entanto, da disputa de 2018 é o que chamam “fator Lula”. O equilíbrio das forças seria alterado com a participação do ex-presidente nas eleições de 2018.

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Veja abaixo quais são os oito nomes levantados pela reportagem com os acadêmicos da ciência política para a disputa do ano que vem.

LULA
O ex-presidente lidera em intenções de voto nos levantamentos do Ibope. Lula, porém, foi condenado, em julho, pelo juiz Sérgio Moro por corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Caso a segunda instância confirme a sentença, Lula estará inelegível pela Lei da Ficha Limpa - que impede que condenados em segunda instância concorram. Tudo depende de quando e se o Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4) confirmar a decisão de Moro.

FERNANDO HADDAD
Apesar de lideranças petistas, inclusive o próprio Fernando Haddad, repetirem que Lula é “plano A, B e C”, o ex-prefeito de São Paulo é visto como nome viável caso Lula fique de fora da disputa. Haddad pode tanto representar um novo discurso de renovação, que seria bem-vindo ao partido, de acordo com Humberto Dantas, quanto capitalizar os votos de Lula, na avaliação de Carlos Melo. “A condenação (de Lula) pode dar o tom de vitimização necessário para reforçar o apoio dos militantes”, acrescenta o professor de Ciência Política da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Rodrigo Stumpf.

A professora Mara Telles, no entanto, relativiza. “Dilma não foi um bom teste e, com isso, ele (Lula) reduziu a possibilidade de transferir seus votos como antes. Acho que ele não consegue dialogar com eleitorado lulista”, calcula.

CIRO GOMES
Ex-ministro de Lula, Ciro já disse publicamente que uma chapa “dream team” seria composta por ele e Haddad como vice. A possibilidade é remota, avaliam os professores, porque PT não deve abrir mão de candidato próprio, e Ciro tampouco perderá a oportunidade de concorrer. Para Rodrigo Stumpf, Ciro leva alguma vantagem porque “já se candidatou antes, então demonstra uma certa viabilidade, se não de vitória, mas de estruturação de uma campanha”.

MARINA SILVA
Ex-ministra com recall de 20 milhões de votos da última eleição presidencial como candidata do PSB, sua maior fragilidade, apontam, é a ausência dela no debate político. “Quando o País se dividiu entre petistas e anti-petistas, ela não conduziu seu eleitor. Foi atropelada pela polarização”, diz o professor Carlos Melo. Como o “Brasil é o País das vacas que tossem”, segundo ele, ainda é possível que ela reverta a imagem e consiga se colocar mais como uma protagonista política. Mas, por indícios, ele conclui que é pouco provável.

JOAQUIM BARBOSA
Um nome que também aparece nas sondagens e no noticiário, por vezes associado à Rede, é o do ex-ministro do STF Joaquim Barbosa. Inicialmente, Barbosa admitiu ter sido sondado por siglas, como a Rede de Marina, e o PSB, e que estava analisando uma possível candidatura. Depois, em jantar promovido por artistas que torciam por sua candidatura, negou essa possibilidade.

TUCANOS DE SÃO PAULO
O prefeito de São Paulo, João Doria (PSDB), preenche o campo do candidato antilulista, ainda que reitere interesse em terminar seu mandato na Prefeitura. Para a professora Mara Telles, o PSDB precisa que Lula seja candidato. “É um discurso pragmático, o partido precisa do antilulismo para aglutinar o eleitorado com o voto útil contra Lula”, diz. Se o ex-presidente for impedido, o discurso de Doria morre. “Ele pode reinventar o discurso, voltar a focar no gestor, no trabalhador, mas o discurso anti-Lula é melhor para ele”, afirma Humberto Dantas. Doria, no entanto, tem reiterado o quanto é leal ao padrinho político, o governador Geraldo Alckmin, que já manifestou desejo de voltar a disputar a Presidência.
 “Se Lula estiver na disputa, Alckmin vai entrar atacando o petismo. Mas não sei se funcionaria. Ele foi ‘jantado’ em 2006 (quando Alckmin perdeu votos que já tinha para Lula no segundo turno)”, diz Humberto Dantas.

Já um dos principais adversários de Doria é o deputado Jair Bolsonaro (PSC-RJ. “Na França, o Nicolas Sarkozy (ex-presidente) teve que começar a dialogar com a extrema direita, para conseguir votos que estavam indo para Jean Marie Le Pen (candidato da Front National). Acho que isso vai acontecer com João Doria aqui também”, aponta Mara Telles.

BOLSONARO
Bolsonaro, apesar de estar no Congresso há 26 anos, se desponta como um crítico do sistema político. O paulista de Campinas se coloca como pré-candidato e tem surpreendido os adversários com seu bom desempenho nas últimas pesquisas. Na avaliação de Mara Telles, há dois principais motivos para ascensão de Bolsonaro. “A emergência de Bolsonaro é um fruto da desconfiança na política, principalmente pelo modo como foi conduzida a Operação Lava Jato, criminalizando a classe política, indistintamente”, diz a professora. O segundo motivo, defende, seria o crescimento do discurso de intolerância no contexto internacional, com Donald Trump na presidência dos Estados Unidos e Le Pen chegando no segundo turno da corrida presidencial francesa.

Agência Estado

➤Distritão e fundo eleitoral

Comissão aprova relatório que vai para Câmara

Foto: G1/Reprodução
A comissão especial da Câmara que analisou nos últimos meses uma proposta de reforma política concluiu nesta terça-feira (15) a votação do relatório que estabelece o "distritão" para as eleições de 2018 e cria um fundo para bancar as campanhas com dinheiro público (veja mais abaixo as mudanças propostas pela reforma).

O texto agora seguirá para análise do plenário da Câmara. Por se tratar de uma proposta de emenda à Constituição, deve passar por dois turnos e obter em cada um o apoio mínimo de 308 dos 513 deputados. Se for aprovada, a reforma seguirá para o Senado.

Para as mudanças passarem a valer já nas eleições de 2018, precisam ser aprovadas na Câmara e no Senado até 7 de outubro. Por isso, o Congresso corre contra o tempo.

A sessão da reforma política nesta terça começou com 1h30 de atraso. Depois que foi aberta, no entanto, os deputados concluíram a votação do relatório em menos de 15 minutos. Com o texto-base aprovado na última semana, restava apenas a análise de duas sugestões de mudanças na proposta.

Veja como ficou a versão final da proposta da reforma política aprovada pela comissão:

'Distritão'

A proposta estabelece o "distritão" para as eleições de 2018 e de 2020.
Hoje, deputados federais, estaduais e vereadores são eleitos no modelo proporcional com lista aberta.

Somados os votos válidos nos candidatos e no partido ou coligação, é calculado o quociente eleitoral, que determinará o número de vagas a que esse partido ou coligação terá direito.

Os eleitos são os mais votados dentro do partido ou coligação, de acordo com o número de vagas.

Com o "distritão", cada estado ou município vira um distrito eleitoral

·                   São eleitos os candidatos mais votados dentro do distrito;
·                   Não são levados em conta os votos para partido ou coligação.
·                   Na prática, torna-se uma eleição majoritária, como já acontece na escolha de presidente da República, governador, prefeito e senador.
·                    
O "distritão" é criticado por PT, PR, PSB, PRB, PDT, PCdoB, PPS, PHS, Rede, PV, PEN e PSOL, que argumentam que esse formato enfraquece as legendas.

Os partidos dizem entender que a medida vai encarecer as campanhas individuais e somente os candidatos mais conhecidos conseguirão se eleger, dificultando o surgimento de novos nomes na política.

Partidos que defendem o "distritão" afirmam, porém, que o modelo acabará com os chamados "puxadores de votos", candidatos com votação expressiva que ampliam o quociente eleitoral do partido ou coligação e garantem vagas para outros candidatos, mesmo que esses "puxados" tenham votação inexpressiva.

O "distritão" já foi rejeitado pelo plenário da Câmara, em 2015, quando a Casa era comandada por Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Nos últimos dias, porém, o sistema ganhou força entre parlamentares e lideranças partidárias.

Fundo de campanha

O projeto institui o Fundo Especial de Financiamento da Democracia, mantido com recursos públicos previstos no Orçamento. O valor do fundo será de 0,5% da Receita Corrente Líquida do governo em 12 meses, o que corresponderá a cerca de R$ 3,6 bilhões em 2018.

Outra comissão da Câmara que discute a reforma política pode votar, também nesta terça, o relatório de um projeto de lei que, entre outros pontos, regulamenta a distribuição dos recursos do fundo entre partidos e candidatos.

Eleições de 2022

A partir de 2022, conforme o texto aprovado na comissão, será adotado o sistema "distrital misto" nas eleições para deputado federal, deputado estadual e vereador. O modelo é uma mistura dos sistemas proporcional e majoritário.

No "distrital misto", a eleição dos deputados federais, por exemplo, seria assim:
O eleitor vota duas vezes: em um candidato do distrito e em uma lista fechada de candidatos estabelecida pelos partidos.

Metade das vagas vai para os candidatos mais votados nos distritos.

A outra metade é preenchida pelos candidatos da lista partidária.

Vacância da Presidência

No caso de vacância da Presidência da República, será feita eleição 90 dias após a vaga aberta.

Se a vacância ocorrer no último ano do mandato presidencial, será feita eleição indireta, pelo Congresso, até 30 dias após a abertura da vaga.

A regra também valerá para governadores e prefeitos.

Mandato nos tribunais

O texto prevê mandato de dez anos para integrantes de tribunais superiores, como o Supremo Tribunal Federal (STF) e o Superior Tribunal de Justiça (STJ).

Atualmente, ministros de tribunais superiores e do Tribunal de Contas da União (TCU) não têm mandato, mas são obrigados a se aposentar compulsoriamente aos 75 anos.

Na prática, todos os membros do Supremo Tribunal Federal, do Superior Tribunal Militar e dos Tribunais de Contas da União, estados e municípios terão mandatos de 10 anos.

Nos casos dos outros órgãos, como Superior Tribunal de Justiça (STJ), Tribunal Superior do Trabalho (TST) e tribunais federais, a limitação valerá apenas para aqueles que forem indicados pelo Ministério Público ou que sejam representantes dos advogados.

O mandato dos membros dos tribunais eleitorais será de quatro anos, sem possibilidade de recondução. Na regra atual, eles têm mandato de dois anos, que podem ser prolongados por mais dois anos.

A regra não valerá para os atuais membros dos tribunais. Somente aqueles indicados após a possível promulgação da proposta passarão a ter o limite de mandato.

Posses no Executivo

As datas das posses dos eleitos passarão a ser as seguintes:
6 de janeiro: governadores e prefeitos;
7 de janeiro: presidente da República;
1º de fevereiro: deputados e vereadores.
Agência Globo

➤Operação Lava Jato

Moro defende efetivo maior para PF

Foto: Estadão/Reprodução
O juiz federal Sérgio Moro, símbolo da Operação Lava Jato, afirmou nesta terça-feira, 15, que ‘não é momento de vacilações’. No Fórum Mitos e Fatos, da rádio Jovem Pan, o magistrado declarou que ‘valeria a pena ter um efetivo maior da Polícia Federal’.

Sob o governo do presidente Michel Temer (PMDB) e suspeitas de interferência política, a Polícia Federal reduziu a equipe destacada para a força-tarefa da Lava Jato, em Curitiba, e contingenciou 44% do orçamento de custeio previsto para 2017. Em julho, a PF extinguiu o Grupo de Trabalho da Lava Jato, criado em Curitiba em 2014 para atuar exclusivamente nas investigações do mega esquema de cartel e corrupção, descoberto na Petrobrás.

“Eu penso que num quadro como esse, é preciso ter um enfrentamento, principalmente por parte da Polícia e do Ministério Público, sem vacilações. Eu respeito muito o diretor Leandro Daiello, acho que ele faz um excelente trabalho como diretor, os delegados que trabalham em Curitiba são muito dedicados, coragem do superintendente da Polícia Federal em Curitiba”, afirmou.

“Mas eu entendo realmente que era apropriado um aumento de efetivo, não no sentido de que há uma ação deliberada de enfraquecer a operação, mas eu acho que não é o momento de vacilações, é preciso investir para chegar com esse caso até o seu final. Valeria a pena ter um efetivo maior da Polícia Federal. Claro que não é tão simples assim, é preciso ter bons profissionais no âmbito da polícia federal. Claro que existem vários, mas precisa ter o perfil adequado e dar condições para eles realizarem o trabalho deles em Curitiba.”

O grupo de trabalho da Lava Jato e o grupo da Operação Carne Fraca – que apura corrupção no Ministério da Agricultura -, passaram a integrar a Delegacia de Combate à Corrupção e Desvio de Verbas Públicas (Delecor).

Moro afirmou que o enfrentamento da corrupção ‘não é tão caro’. “Para se ter uma boa equipe, não precisa de grandes dispêndios financeiros”, disse. “Os ganhos da recuperação de ativos são muito expressivos. É um investimento barato.”

Agência Estado

➤Delação

Joesley escondeu crimes

Procurador diz que empresa ocultou informações sobre empréstimos do 
BNDES à empresa, que são alvo de investigação da Polícia Federal


O procurador Ivan Marx, do Ministério Público Federal (MPF) em Brasília, afirmou que o empresário Joesley Batista e executivos do Grupo J&F esconderam, em suas delações premiadas, crimes praticados no Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Apesar da imunidade penal obtida pelos delatores no acordo com o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, Marx disse que pretende apresentar denúncia pelos delitos e cobrar 1 bilhão de reais a mais da companhia por prejuízos ao erário.

Responsável pela Operação Bullish, que investiga os negócios do banco com o grupo, Marx afirmou que as fraudes em aportes bilionários feitos no conglomerado estão demonstradas na investigação. “Onde eu digo que eles estão mentindo é no BNDES. A Bullish apontou mais de 1 bilhão de reais de problemas em contratos. Os executivos vão lá, fazem uma delação, conseguem imunidade e agora não querem responder à investigação”, disse à reportagem.

As delações dos executivos da J&F, que controla a JBS, serviram de base da denúncia contra o presidente Michel Temer por corrupção passiva. A Câmara vetou o prosseguimento da acusação. Janot, porém, deverá oferecer uma outra denúncia contra o peemedebista, com as delações como um dos elementos, por obstrução da Justiça e organização criminosa.

Entre 2005 e 2014, o BNDES aportou R$ 10,63 bilhões na J&F para viabilizar a aquisição de outras companhias, o que a transformou em líder mundial no segmento de proteína animal. A política foi amplamente adotada nos governos Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff.

Em delação, homologada pelo Supremo Tribunal Federal (STF), executivos da J&F disseram ter pago propina ao ex-ministro da Fazenda Guido Mantega para não atrapalhar os trâmites das operações no BNDES. O ex-ministro nega. Laudos da Bullish, deflagrada em maio, apontam, porém, fraudes em ao menos seis aportes.

Marx disse que as investigações mostram, no mínimo, a ocorrência de gestão temerária nas operações. Para ele, isso justifica processar tanto os gestores do banco quanto os executivos, na condição de coautores. “O BNDES não fez isso sozinho. Foi sempre por demanda deles (JBS)”, afirmou, ressaltando que os crimes estão “muito bem detalhados” no inquérito. “A empresa errou quando se ‘esqueceu’ que o problema dela é o BNDES.” A operação avalia agora se houve outros delitos, além da gestão temerária. Não há prazo para eventual denúncia.

Marx avalia também ajuizar ação de improbidade administrativa para cobrar da JBS prejuízos causados pelas operações do BNDES, por ora calculados em 1 bilhão de reais. Segundo ele, esse valor não foi compensado pelo acordo de leniência de 10,3 bilhões de reais firmado pelas Operações Greenfield, Sépsis, Cui Bono?, Carne Fraca e também Bullish. O acordo foi divulgado, em nota do MPF, no dia 31 de maio.

A negociação foi conduzida pelos procuradores da Greenfield, que apura desvios em fundos de pensão. Marx disse que não participou da proposta. “Nós (da Bullish) não aderimos a esse acordo”, afirmou.
VEJA/Estadão

➤Jornalista agredido

Ex-presidente do Inter é punido

Jornalista Julio Ribeiro
A Comissão de Ética do S. C. Internacional decidiu, por unanimidade, na noite desta segunda-feira, 14 de agosto, punir o ex-presidente Fernando Miranda pela agressão ao jornalista Julio Ribeiro, ocorrida em 12 de dezembro, durante um programa de televisão, em Porto Alegre..
A pena imposta pela Comissão é de suspensão de 8 meses de seus direitos como sócio e conselheiro do Clube. Neste período, ele que é membro nato do Conselho Deliberativo, por ser ex-presidente, não poderá participar de nenhuma reunião do Clube e não poderá fazer check-in em jogos do Internacional. A punição começa a contar em 30 dias, caso não haja recurso ao Conselho Deliberativo.
O jornalista Julio Ribeiro foi representado, nesta ação interna no Internacional, pelos advogados Charles Tizato e Tito Montenegro Barbosa Jr., que também o representam em ação cível por reparação de danos morais, que tramita na Justiça gaúcha.
Para o jornalista, a pena imposta ao ex-presidente foi branda, uma vez que foi pedida a sua exclusão do quadro de sócios do Internacional, "mas, pelo menos, não deixa passar em branco uma agressão gratuita de um ex-dirigente do clube, contra um profissional de imprensa".
Segundo Julio Ribeiro, a imagem do clube foi prejudicada pelo ato do ex-presidente, uma vez que o ocorrido foi notícia em todo o mundo e os vídeos que mostram a agressão já tiveram mais de um milhão de visualizações no Youtube.

➤DESTAQUES


Ponto final, de novo
Numa nova etapa da operação Ponto final, policiais federais fizeram busca e apreensão na casa de Rodrigo Bethlem. Em outra operação, o alvo era o governador do Rio Grande do Norte, Robinson Faria. (O Globo)

Meta fiscal
anúncio da nova meta fiscal ficou para hoje, após ser adiada outras duas vezes. A previsão para 2017 deve subir de R$ 139 bi para R$ 159 bi. Ontem, o ministro-chefe da Casa Civil negou no Twitter que o novo teto poderia ser de déficit de até R$ 170 bilhões. (G1)

Reforma política
comissão especial da Câmara que analisa a reforma política poderá concluir hoje a votação do relatório que estabelece o 'distritão' para as eleições de 2018 e cria um fundo para bancar as campanhas com dinheiro público. (Correio Braziliense)

Nova procuradora
Raquel Dodge propõe manter integrantes do GT da Lava Jato. Futura procuradora-geral da República se reuniu nesta segunda-feira (14) com Rodrigo Janot, atual titular da PGR; posse da jurista será em 18 de setembro. (IG)

Não falou tudo
Joesley escondeu crimes em delação, diz procurador. Ivan Marx afirma que executivo da JBS omitiu delitos praticados no BNDES; empresário pode pagar mais R$ 1 bilhão por prejuízos aos cofres públicos. (Estadão)

Mudanças no IPE
Piratini anuncia separação de IPE Saúde e Previdência. Duas autarquias seriam criadas com a separação. Medida parece andar na contramão da política do governo Sartori, que extinguiu órgãos públicos. (clicRBS)

Prefeitura
Projeto de lei para rever IPTU prevê alta na receita de até R$ 70 milhões.  Cerca de 440 mil imóveis terão reajuste acumulado entre os anos de 2018 e 2021. (Correio do Povo)

Restam 33 dias
Com estoque de quase mil processos, Rodrigo Janot manterá prioridade sobre a Lava-Jato até o fim do mandato. (O Globo)

Governador
Nome de Janot já é colocado por partidos em pesquisas internas sobre disputa para o governo de Minas. (Estado de Minas)

Ganho menor
Após delação de executivos e Carne Fraca, lucro da JBS tem queda de 79,8% no segundo trimestre. (Exame)

Maia no ataque
Presidente da Câmara critica secretário de segurança do Rio e diz que ele quer transferir responsabilidades a terceiros. (O Dia)

Reação
Maduro mobiliza Forças Armadas contra ameaça de Trump.  Em resposta à ameaça do presidente americano e usar a "opção militar", governo venezuelano diz que "fuzis chegariam à Casa Branca". (VEJA)

Não adiantou falar grosso
A resposta clara de Donald Trump a grupos racistas e neonazistas não foi o suficiente para reduzir a pressão após os conflitos em Charlottesville. (Reuters)

Trump Tower
O presidente dos EUA, Donald Trump, enfrentou protestos em Nova York ao voltar à Trump Tower pela 1ª vez desde sua posse. Mais de mil manifestantes se concentraram no local antes de sua chegada. Alguns exibiam cartazes contra o movimento de supremacistas brancos que no final de semana chocou o mundo e acabou com uma morta em um atropelamento intencional. (AFP)

Previsão do tempo

Deve chover forte em MS, SP e PR e moderadamente em partes de MT, BA, MA e Norte do país. Pode gear no sul do RS. 

➤OPINIÃO

Acordão pró-PSDB*

Seja Alckmin, seja Doria, nome tucano arrasta 
DEM, PMDB e maioria do Centrão

Eliane Cantanhêde

A eleição presidencial de 2018 começa a tomar corpo. Aliás, a ganhar caras, vozes, partidos e ideologias e está embicando para um acordão em torno do PSDB, que atrai o ascendente DEM, o paquiderme PMDB e parte do Centrão. O problema é definir quem será o candidato e, desta vez, as disputas internas são de vida ou morte – ou de ficar ou sair do partido.

Mesmo muito feridos pela Lava Jato, os tucanos ainda têm ressonância, ou recall, em São Paulo, no Sul e no Centro-Oeste, pelo menos, mais do que seus parceiros tradicionais ou potenciais. E tem dois nomes fortes: Geraldo Alckmin e João Doria.

Alckmin pode se considerar “natural”, como governador do principal Estado e o único ex-candidato a sobreviver (até agora) depois das delações premiadas. Doria, por ter ousadia, estratégia, marketing e dinheiro para sair por aí fazendo campanha de norte a sul.

Antes de se tornar de fato candidato do PSDB, Doria precisa passar por cima do cadáver, ops!, das pretensões do seu padrinho Alckmin e dos próprios adversários tucanos de Alckmin em São Paulo e fora de São Paulo. Fernando Henrique, José Serra e Tasso Jereissati, por exemplo, têm fortes resistências ao prefeito.

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Mas, seja Doria ou seja Alckmin, o nome do PSDB deve atrair o DEM, cujo discurso e os novos líderes apontam para o futuro, e o PMDB, que tem a Presidência da República, as maiores bancadas do Congresso e a maior ramificação nacional, mas não tem um único nome para disputar em 2018.

Aliás, o PMDB já não tem nomes há tempos e ora oferecia o vice aos tucanos (como Rita Camata para Serra), ora aos petistas (como Michel Temer para Dilma Rousseff). Em 2018, essa opção deixa de existir. O PMDB, definitivamente, não irá com o PT. Quem sobra? O PSDB. Quando Temer “abriu a porta” para Doria entrar no PMDB, também estava abrindo para o PMDB entrar na campanha de Doria.

O DEM, que joga para fortalecer seus quadros em 2018 e disputar a Presidência em 2022, também não tem muita alternativa. Ficar a reboque mais uma vez do PSDB, não, mas usar o PSDB como alavanca faz sentido. E, convenhamos, os tucanos são melhor alavanca para o DEM do que as demais forças políticas. PT? Rede? Bolsonaro?

Por falar nisso, o Centrão, que reúne vários partidos e nenhum candidato, é outro que não tem muito para onde correr. Vai com o PSDB por exclusão, apesar de ceder combatentes para a aventura Bolsonaro. Não para vencer, mas sim por comunhão de ideias e pelo perfil de eleitores.

E na outra ponta, da esquerda? Que Doria tinha largado na frente das viagens pelo País e na ocupação de terreno na internet, todo mundo sabia. O que não se sabia – apesar de anunciado aqui em 25/4 – é que seu antecessor Fernando Haddad também está se mexendo, e muito.

Para levar a legenda do PT, Haddad tem de torcer para Lula ser soterrado pelos seus seis inquéritos, com uma condenação, e para Ciro Gomes parar de sonhar com a bênção de Lula. Entre seu pupilo Haddad e o multipartidário Ciro, com quem vocês acham que Lula fica?

É assim que, se o tabuleiro de 2018 estava vazio, as peças começaram a se colocar e a se mexer freneticamente. Lula retomou a “caravana da cidadania”, de ônibus, pelo Nordeste. Doria cruza os ares com avião próprio. Alckmin corre atrás do prejuízo. Marina sai da toca. Ciro Gomes mete a cara. Bolsonaro faz a festa em palanques improvisados. E Haddad se move como gato, sem fazer ruído.

Sempre podem aparecer novos nomes, ou um grande nome, inesperadamente. Mas, a um ano e dois meses da eleição, e diante da percepção de que Temer conclui o mandato, o processo está afunilando para esses nomes já colocados. É em torno deles que o mundo político se move. E é bom o senhor e a senhora começarem a fazer suas apostas.

*Publicado no Portal Estadão em 15/08/2017