quarta-feira, 9 de agosto de 2017

➤Atuação na área de oncologia

Ana Amélia recebe prêmio do Instituto do Câncer de SP


A senadora Ana Amélia (PP-RS) recebeu nesta terça-feira (8), em São Paulo, o prêmio Octavio Frias de Oliveira/Instituto do Câncer de SP (Icesp), na categoria "Personalidade de Destaque em Oncologia". A premiação visa reconhecer e estimular contribuições na área oncológica. O valor do prêmio será doado ao Instituto do Câncer Infantil de Porto Alegre.

Ana Amélia atua em vários projetos nessa área. É autora da lei que obriga os planos de saúde a oferecer quimioterapia oral aos pacientes com câncer e da lei que assegura mamografia adaptada a mulheres com deficiência, pelo SUS. Foi relatora da lei que determina o início do tratamento do câncer em até 60 dias após o diagnóstico e da lei que autoriza a cirurgia para implantação de prótese mamária no mesmo procedimento para a retirada do tumor, ambas pelo SUS.

A senadora ainda é autora do projeto que agiliza pesquisas clínicas com novos medicamentos no Brasil, cuja ideia surgiu a partir do caso de paciente de câncer de pulmão de Ijuí/RS que enviou uma carta pedindo à senadora que mais pessoas tenham o direito de participar de pesquisas clínicas para ter a esperança de cura ou prolongamento de vida.

Por cinco anos, Afonso foi voluntário de pesquisas clínicas, coordenadas pelo oncologista do Hospital de Caridade de Ijuí, Fábio Franke. Essa carta resultou na apresentação do projeto de lei (PLS 200/2015) para agilizar a liberação de pesquisas clínicas no Brasil, cujo processo hoje chega a demorar mais de um ano, enquanto em outros países é inferior a três meses. A matéria já foi aprovada no Senado e tramita atualmente na Câmara dos Deputados. 

— Foi um dos reconhecimentos mais honrosos em sete anos de mandato no Senado. Uma inesperada recompensa que conforta, gratifica e estimula a continuar trabalhando ainda mais. Compartilho essa distinção com minha equipe, com a consultoria do Senado e, especialmente, com todos os pacientes de câncer — avaliou a parlamentar.

Categorias
Também receberam o prêmio a doutora e pesquisadora Clarissa Ribeiro Rocha, na categoria Pesquisa em Oncologia, responsável por estudo para ampliar a eficácia do tratamento contra o glioma (tipo mais comum de câncer de cérebro), e a equipe da Faculdade de Medicina da USP, liderada pela médica Adriana Vaz Safatle-Ribeiro, na categoria Inovação Tecnológica, por conta de estudo que avaliou o uso de sonda a laser na endoscopia para rastrear tumores de esôfago em pacientes que tiveram câncer de cabeça e pescoço.

➤DESTAQUES

Comece o dia bem informado

J&F X Doleiro
Executivos da J&F passaram os últimos dias revisando todos os documentos que têm sobre o relacionamento que mantiveram com o doleiro para entregar ao Ministério Público Federal. Eles temem que Funaro se lembre de algo que possa ter sido esquecido por eles e que comprometa toda a delação da empresa. (Folha S.Paulo)

Reajuste no STF
Ministros do Supremo se reúnem para decidir sobre o Orçamento do STF para 2018. Presidente Cármen Lúcia já adiantou que é contra reajuste para magistrados. (G1)

Distritão ganha força
Na reforma política, deputados articulam permanência de sistema que beneficia políticos com mandato. (O Globo)

Raquel Dodge
Sucessora de Janot se reuniu com Temer às 22h, fora da agenda. Palácio do Planalto diz que foram discutidos os termos da posse de Raquel Dodge, que assumirá a PGR a partir de 18 de setembro. (Veja)

Reforma da Previdência
Depois de Temer sinalizar que pretende aprovar uma reforma da Previdência mais branda, Marcelo Caetano defendeu o texto que passou na comissão especial da Câmara, em maio. Ele afirmou que caso aquela versão não seja seguida, o rombo nas contas do INSS no ano que vem pode chegar a R$ 205 bilhões. (Estadão)

PSDB
Executiva do PSDB se reúne em Brasília para discutir a convocação de Congresso Nacional e convenções partidárias para as eleições em todos os níveis, com fixação de calendário eleitoral, revisão e atualização do programa e estatuto partidários. (G1)

Imposto de Renda
Governo recua e diz que não encaminhará proposta de elevação do IRpresidente Michel Temer havia dito mais cedo na terça-feira que a equipe econômica do governo estudava uma alíquota maior para o imposto. (Exame)

Inflação
O IBGE divulga a inflação oficial do mês passado. Em julho, o IPCA teve deflação de 0,23%, a primeira em 11 anos e o resultado mais baixo desde o início do Plano Real. Segundo os economistas, deflação foi reflexo da recessão. (G1)

Cabral, de novo
MPF-RJ ofereceu hoje mais duas denúncias contra o ex-governador por corrupção ativa e passiva, centenas de crimes de lavagem de dinheiro e contra o sistema financeiro e participação em organização criminosa. (Correio Braziliense)

Guerra?
Coreia do Norte ameaça lançar mísseis em Guam, dos EUA. A ameaça vem em resposta aos comentários de Trump, feitos ontem. Segundo o republicano, a Coreia do Norte encontrará “fogo e fúria nunca vistos antes”. (AFP)

Venezuela
Chanceleres condenam “ruptura democrática” na  Venezuela. Na chamada 
“Declaração de Lima”, com 16 pontos, os diplomatas das Américas ainda questionaram “a violação sistemática” dos direitos humanos no país. (Reuters)
  
Futebol
Libertadores
19h15: Grêmio x Godoy Cruz
21h45: Atlético-MG x Jorge Wilstermann
21h45: Palmeiras x Barcelona de Guayaquil
20 h: Ponte Preta x Fluminense
Copa Sul-Americana
21h45: Flamengo x Palestino

Previsão do tempo
Vai esquentar muito e seguir seco no Centro-Oeste. Tempo firme – e também seco – no Sudeste e em boa parte do Nordeste. Chove entre a BA e o RN, em partes do Sul e no norte do Maranhão.

➤OPINIÃO

A utopia como blindagem da realidade*

Como o socialismo já virou uma seita ideológica ou uma religião política, nenhum fracasso histórico impede o crente de abraçar a causa

Rodrigo Constantino**


O que leva alguém a defender o comunismo e o socialismo? Quando excluímos o puro rancor e a inveja mesquinha de quem não suporta o sucesso alheio, ou o oportunismo canalha e a sede de poder de quem só quer se dar bem, o que sobra? Basicamente, o romantismo, uma sensibilidade mal calibrada, a ignorância a serviço de boas intenções. O sujeito olha o mundo real, com tantas injustiças, e conclui que é preciso pregar maior igualdade, defender os pobres e oprimidos. Escorrega no escuro até chegar ao socialismo no fundo do poço.

É o monopólio das virtudes, dos fins nobres. O sujeito não precisa refletir muito sobre como chegar aonde quer chegar, não tem de estudar economia e história para verificar o que aconteceu em outras experiências socialistas e o que explica a riqueza das nações, nada disso. Basta ele aderir ao socialismo e pronto: ele sente que está lutando por todas as minorias injustiçadas e contra as elites insensíveis.

Como o socialismo já virou uma seita ideológica ou uma religião política, e como há uma máquina de propaganda por trás dessa utopia, nenhum fracasso histórico impede o crente de abraçar a causa. China, União Soviética, Coreia do Norte, Camboja, Cuba, Alemanha Oriental, Angola, Moçambique, Iugoslávia, os países do Leste Europeu e tantos outros casos, todos terminando basicamente da mesma forma trágica.

Não importa. O comunismo continua protegido do mundo real, do “socialismo real”, e a culpa é transferida para aquelas lideranças que se desviaram do curso e da revolução, que traíram a causa, que se venderam. Deturparam Marx, dizem. E logo parecem prontos para uma nova tentativa, para usar novas cobaias em seus experimentos, para criar o “novo homem” e o “novo mundo possível”.

Chegamos, então, à Venezuela. O caos é total. A miséria se espalhou pelo país, apesar das vastas reservas de petróleo. A violência saiu de controle, e o governo partiu para a opressão sem qualquer respeito pelo cidadão e pela democracia. Opositores são sequestrados e desaparecem, jovens estudantes que protestam pedindo liberdade são mortos. A Venezuela já é uma ditadura, a nova ditadura socialista, e se junta à extensa lista acima. O “socialismo do século 21”, afinal, não difere tanto de seu antecessor.

Mas o que vemos na narrativa presente nos principais jornais, nas universidades, na política? Aqueles que não apoiam mais Maduro, os que culpam apenas Maduro e nada mais. É como se um maluco tivesse adotado tais práticas tirânicas do nada, destruindo a democracia, e esse fosse o grande problema. É como se houvesse febre sem doença, efeito sem causa.

É por isso que vemos Jean Wyllys, do PSol – que oficialmente ainda defende o regime venezuelano –, tecendo críticas a Maduro, mas sem conseguir chegar ao verdadeiro culpado: o socialismo, que está no nome de seu partido. A esquerda fez a mesma coisa com o terrível legado do PT: aceitou condenar Dilma para poupar o próprio esquerdismo. Mas isso é desonestidade, e pode até enganar alguns iludidos, mas não pode passar despercebido por gente séria.

Crianças focam apenas em pessoas, mas adultos falam de ideias. Sabem que o destino de nações não é definido apenas pelo voluntarismo de Fulano ou Sicrano, e sim pelas ideias vigentes, que apontam para qual direção as medidas serão tomadas. Em outras palavras: as pessoas maduras não falam só de Maduro, mas do socialismo; não focam apenas nos fins, mas nos meios.

Enquanto o sujeito infantil ignora os métodos para salvar sua crença, aquele mais sábio vai justamente questionar os métodos, para checar se funcionam ou não. E quem agir assim chegará invariavelmente à conclusão de que o DNA do grande culpado está em todas as cenas do crime, tanto na Venezuela como nos demais exemplos. O culpado é o socialismo.

E o que se entende por socialismo aqui? Ora, é simples: basta ver quais são os meios que os socialistas pregavam e ainda pregam. Comecemos pelo discurso segregacionista, que joga uns contra outros, pobres contra ricos, mulheres contra homens, negros contra brancos. Todo socialista parte dessa premissa: oprimidos e opressores, num jogo de soma zero. Logo, é preciso tirar de uns para dar a outros. Isso seria “justiça social”.

Como mecanismo para tanto, vale expandir os gastos públicos como se austeridade fosse um palavrão repetido apenas por “neoliberal”, impor controle de preços, nacionalizar e estatizar empresas, abolir o império das leis em troca do arbítrio do governante, rasgar a Constituição, usar o Banco Central como instrumento para imprimir moeda e crédito e fomentar o consumo das massas, adotar práticas protecionistas contra o capital estrangeiro, punir os empresários independentes lucrativos e subsidiar outros que se tornam aliados políticos, aparelhar o Estado e controlar a “imprensa golpista”. Essa é a pauta socialista, seja de Chávez e Maduro, seja dos soviéticos, seja dos petistas e do PSol.

E, quando tais meios são adotados, o único resultado possível é esse: miséria, escassez generalizada, filas e racionamento, opressão e terror, ditadura. Não existe socialismo democrático justamente por isso: os métodos socialistas produzem inflação e depressão, a população fica revoltada e o governo, que passou a acumular muito poder, usa sua força para impedir a troca de comando que seria inevitável dentro da democracia.

O desarmamento da população também é outra bandeira socialista exatamente para facilitar essa tomada plena de poder, sem muita resistência, ou ao menos sem resistência armada. Defender as políticas de extrema-esquerda, portanto, é o mesmo que defender o destino venezuelano, por mais que esquerdistas finjam agora não existir ligação alguma entre uma coisa e outra.

Alain Besançon resumiu com perfeição, em A infelicidade do século: “O comunismo é mais perverso que o nazismo porque ele não pede ao homem que atue conscientemente como um criminoso, mas, ao contrário, se serve do espírito de justiça e de bondade que se estendeu por toda a terra para difundir em toda a terra o mal. Cada experiência comunista é recomeçada na inocência”.

*Publicado no Portal Gazeta do Povo em 09/08/2017

**Rodrigo Constantino, economista e jornalista, é presidente do Conselho do Instituto Liberal.