terça-feira, 18 de abril de 2017

➤BOA NOITE!


Dirty Dancing - Ritmo quente (Dirty Dancing) é um filme produzido nos Estados Unidos em 1987 , do gênero romance, dirigido por Emile Ardolino.

Na esperança de desfrutar sua juventude, uma jovem fica decepcionada ao descobrir que seus pais passarão o verão com ela em um resort na sonolenta Catskills. Sua sorte muda quando o instrutor de dança do resort, Johnny, a coloca como sua nova parceira e os dois acabam se apaixonando. Apesar do pai proibi-la de ver Johnny, ela não dá a mínima.

No elenco, entre outros, Patrick Swayze (Johnny Castle), Jennifer Grey (Frances Houseman), Jerry Orbach (Dr. Jake Houseman) e Kelly Bishop (Marjorie Houseman).

Para esta terça-feira selecionei a cena em que Johnny e Frances dançam ao som de The Time of My Life, com  Bill Medley e Jennifer Warnes


➤RAPIDINHAS


BC autoriza nome social de transexuais nos cartões bancários
A pedido da Defensoria Pública de SP, o BC determinou, em carta circular, que não há nenhum impedimento para que travestis e transexuais tenham reconhecida a sua identidade social na documentação de suas atividades bancárias.
A regra vale não só para cartões de débito ou crédito, mas também para talão de cheque, correspondências e telas de acesso virtual.
Essa providência, segundo os defensores Rodrigo Leal e Adriana Vinhas Bueno, vinha sendo rejeitada por vários bancos. No caso dos cartões, o texto do BC esclarece, porém, que o nome de registro civil deve estar mencionado no verso – uma fórmula já adotada nos cartões do SUS.

Câmara faz hoje nova tentativa de votar socorro financeiro a estados em crise
A Câmara dos Deputados realiza na tarde desta terça-feira (18) nova tentativa de votar o projeto  que representa um socorro financeiro aos estados endividados. A proposta é capitaneada pelo presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ), mas enfrenta grande resistência até mesmo de parlamentares da base aliada do governo. Por conta dos impasses, a votação do texto no plenário já foi adiada oito vezes somente neste mês. 
O projeto em discussão na Câmara prevê, por exemplo, a suspensão de três anos no pagamento das parcelas da dívida de entes federativos com a União em troca de contrapartidas – que são o pivô da discórdia entre os deputados. Entre as exigências previstas estão a venda de empresas públicas, o aumento da contribuição previdenciária de servidores (ativos e aposentados) e o congelamento de salários.

Coreia do Norte diz que há risco de uma guerra nuclear com os Estados Unidos
A tensão entre Estados Unidos e Coreia do Norte pode acabar em uma guerra nuclear entre as duas nações. O alerta sobre o risco foi dado nesta segunda-feira (17) pelo embaixador do país asiático na ONU (Organização das Nações Unidas), Kim In Ryong.
O diplomata afirmou que os Estados Unidos estão "perturbando a paz e a estabilidade globais, insistindo em uma lógica de gângster". Nos últimos dias, o governo do presidente Donald Trump deslocou um porta-aviões e navios antimísseis para a região e prometeu agir unilateralmente caso a Coreia do Norte continue realizando testes nucleares e balísticos.
As declarações do embaixador norte-coreano foram dadas poucas horas depois da visita do vice-presidente dos Estados Unidos , Mike Pence, à zona desmilitarizada na fronteira entre a Coreia do Sul e a do Norte, parada que não estava prevista na agenda de sua viagem de dez dias pela Ásia.

FMI eleva previsão de crescimento do PIB do Brasil em 2018
O Fundo Monetário Internacional (FMI) estima que neste ano o Brasil sairá da recessão ao crescer 0,2%, e que em 2018, a economia do país terá um desempenho ainda melhor, com elevação de 1,7%, ante previsão de 1,5% em janeiro.
No relatório "Perspectivas Econômicas Globais" divulgado nesta terça-feira, o FMI aponta que a melhora da situação do Brasil é fruto de "uma menor incerteza política, a distensão da política monetária e o avanço do programa de reforma".
Mas o FMI também advertiu que, no final de 2016, "o investimento e o PIB ainda não tinham chegado ao ponto mais baixo" e que em alguns dos estados do país" a crise fiscal continua se aprofundando".
Além disso, o FMI constatou que "a inflação continua surpreendendo por seu baixo nível, o que aumenta as perspectivas de aceleração da expansão monetária".
"Prevê-se que o crescimento se recupere gradualmente e se mantenha moderado. Com este pano de fundo, as perspectivas macroeconômicas do Brasil estão submetidas à implementação de ambiciosas reformas estruturais de caráter econômico e fiscal", acrescenta o relatório.

Inflação deve cair mais no 3º trimestre, diz presidente do BC
O presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, disse que a inflação deve recuar ainda mais e fechar o ano abaixo do centro da meta estabelecida para o período. A avaliação foi feita durante evento com o setor financeiro nesta terça feira, em São Paulo. O chefe do BC afirmou também que a redução maior nos juros dependerá também da recuperação da economia.
Segundo Ilan, a redução da inflação vista no começo do ano — que recuou de 6,29% no acumulado de 12 meses em dezembro para 4,57% em março, segundo o IBGE — foi ajudada pela redução nos preços de alimentos e por efeitos estatísticos. A expectativa é a de que a queda se intensifique no próximos meses. “Deve chegar ao mínimo no 3º trimestre e voltar para cima no 4º, mas ainda abaixo de 4,5%”, disse.
O presidente do Banco Central também avaliou que os juros estão em queda no país. Mas sinalizou que uma redução em ritmo maior do que o 1 ponto percentual de corte feito na semana passada pelo Comitê de Política Monetária (Copom), órgão do BC, se houver, dependeria “da evolução da conjuntura da economia e dos riscos e incertezas que ainda pairam “.

➤Reforma da Previdência

Idade mínima progressiva da mulher irá de 53 aos 62 anos

Foto: Google/Reprodução
O relatório final da Reforma da Previdência, cujos detalhes estão sendo fechados nesta terça-feira pelo relator Arthur Maia (PPS-BA), prevê que a idade mínima progressiva das mulheres, dentro do regime geral do INSS, para solicitação de aposentadoria começará aos 53 anos. Ao fim do período de transição, todas as trabalhadoras terão de cumprir idade mínima de 62 anos.

Para os homens, a idade mínima progressiva vai começar aos 55 anos. Ao fim do período de transição, todos os trabalhadores que se aposentarem pelo regime geral do INSS terão de cumprir idade mínima de 65 anos para solicitar o benefício.

Antes, o piso havia sido negociado em 50 anos (mulheres) e 55 anos (homem), e tanto trabalhadoras quanto trabalhadores chegariam ao fim da regra de transição com idade mínima de 65 anos. Houve pressão dos parlamentares para que as mulheres mantivessem condições diferenciadas ao fim do período de transição, especialmente da bancada feminina. O governo então cedeu.

As idades mínimas iniciais começarão a subir a partir de janeiro de 2020, até fechar nos 65 anos para homens e 62 anos para as mulheres. Pela sistemática negociada, a idade inicial das mulheres será elevada em 11 meses a cada dois anos e a dos homens, em um ano a cada dois .

o serviço público, onde já existe idade mínima, o piso da aposentadoria começa aos 55 anos (mulheres) e e 60 anos (homens). Essas idades subirão 10 meses a cada dois anos.

Para professores da rede pública, o piso será de 50 (mulheres) e de 55 anos (homens) e do setor privado, de 48 anos (mulheres) e de 50 anos (homem).

No caso dos policiais federais, a idade mínima começa aos 48 anos (mulheres) e 50 anos (homens). Policiais e professores poderão se aposentar mais cedo, aos 60 anos.

Os detalhes constam do substitutivo da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 287, divulgado nesta terça-feira pelo relator, deputado Arthur Maia (PPS-BA).

Agência Globo

➤Operação Lava Jato

Palocci negocia delação com força-tarefa



O ex-ministro da Fazenda Antonio Palocci deu início às negociações para sua delação premiada. Há cerca de duas semanas ele teve uma reunião com a força-tarefa da Operação Lava Jato na Polícia Federal em Curitiba, onde está preso desde setembro de 2016. As informações são da edição desta terça-feira do jornal Folha de S. Paulo.

Pessoas ligadas a Palocci dizem que os principais temas que o político pretende tratar envolvem corrupção de empresas do sistema financeiro, como bancos, além de conglomerados que não integram grupos de empreiteiras. Na lista também há fatos ligados ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva – de quem ele defendeu interesses econômicos – e às campanhas do Partido dos Trabalhadores.

Também estava na reunião com a força-tarefa da Lava Jato o delegado Felipe Pace, que conduziu investigações que prenderam o político. Desde 2016, a PF não participa de delações negociadas pelo Ministério Público Federal (MPF) e Procuradoria Geral da República (PGR).

Segundo o jornal, a sugestão para que a PF participasse das negociações partiu empreiteiro Marcelo Odebrecht, que assinou delação em dezembro. Ele e Palocci estão presos na carceragem de Curitiba. Há um ano, o procurador-geral Rodrigo Janot entrou com uma ação no Supremo Tribunal Federal (STF) para proibir a PF de negociar delação premiada.

Marcelo teria dito que enfrentou problemas em temas da delação sobre os quais os procuradores não tinham tanto conhecimento. Ele teria argumentado que a PF pode ajudar a dar foco em assuntos mais relevantes, daí a tentativa de Palocci de incluir os agentes federais em seu acordo.

A colaboração com o MPF é vista como mais vantajosa, já que nela pena e multa são determinadas na negociação. Porém, dividir as tratativas com outro órgão pode ajudar a reduzir a pressão dos procuradores sobre o potencial delator. Um delegado chegou a procurar o juiz Sergio Moro para informar que Palocci queria negociar com a PF, mas o magistrado disse que era preciso incluir o MPF. Nesta terça, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) marcou o julgamento do pedido de liberdade de Palocci.

O advogado Roberto Batochio, que além de Palocci defende o ex-ministro Guido Mantega e o ex-presidente Lula, disse que deixará o caso se o cliente tomar a decisão de firmar acordo de delação. “Ele não falou nada para mim nesse sentido”, afirmou ao jornal.
Com Portal VEJA/Conteúdo

➤Invasões do MST

Perguntar não ofende!


Foto: rsurgente/ reprodução
Durante as diversas campanhas que Lula fez, que os petistas participaram, umas das promessas não foi chegar ao poder para fazer a Reforma Agrária? Não prometeram acabar com o Movimento dos Sem Terra (MST) dando terra e trabalho? Ficaram mais de 13 anos governando o Brasil, tiveram a caneta na mão, o dinheiro no cofre e não fizeram?

Agora, quando o MST promove mais um abril vermelho e invade (para eles é ocupação) prédios públicos e terras produtivas, estão reclamando do que? Não foram eles responsáveis, em grande número, pela eleição de petistas em todos os níveis? Ou será que nos governos petistas foram incentivados a permanecer nas estradas, nos acampamentos, a invadirem a sede do Incra e do ministério da Fazenda , por exemplo, para exigir aquilo que os governos petistas não fizeram?

O Incra, cujo prédio foi invadido pelo MST, foi comandado pelos companheiros dos sem terra durante mais de 13 anos. Cadê a reforma agrária prometida? Perguntar não ofende!

➤OPINIÃO

Uma ideologia a serviço da corrupção*


O conteúdo da videoteca da Odebrecht aponta para a conclusão de que 
foram executados investimentos apenas para que gerassem propinas


Fonte que parece inesgotável de revelações de meios e maneiras de se fazer tráfico ilegal de dinheiro extorquido do contribuinte — por se originar do superfaturamento de contratos com estatais —, a videoteca das delações da Odebrecht mostra como a proliferação dessas empresas e a ideologia lulopetista estão na base do maior assalto já praticado aos cofres públicos.

Tudo foi facilitado pela visão intervencionista, terceiro-mundista, estatista do lulopetismo, radicalizada por Dilma Rousseff, somada à desmesurada participação do Estado na economia do país.

Com estatais-chave aparelhadas, assim como segmentos da administração direta, foi possível, por exemplo, Emílio Odebrecht, interlocutor direto de Lula, fazer pedidos insensatos ao ex-presidente — e ser atendido. Até por meio de intermediários. Um deles levou o BNDES a usar linha de crédito subsidiado pelo Tesouro — dinheiro do contribuinte — para financiar a construção do Porto de Mariel, em Cuba. Emílio relata que o caudilho venezuelano Hugo Chávez havia defendido, para ele, que a empresa executasse a obra. Ponderou o patriarca da Odebrecht que seria necessário, porém, o financiamento do banco estatal brasileiro. Sugeriu a Chávez que falasse com Lula; assim foi feito, e o BNDES entrou na operação. Contra suas normas operacionais, reconhece o empreiteiro.

Gastos bilionários bancados pelo Tesouro, a partir da vontade dos poderosos de ocasião (Lula e Dilma), também ocorreram na Petrobras. Caso já clássico é o da Refinaria Abreu e Lima, outro projeto em que Chávez interveio para que fosse executado de qualquer jeito. Desta vez, com a promessa de ajudar no investimento, para que a unidade processasse petróleo pesado venezuelano. Depois, não desembolsou um bolívar. E a refinaria foi um dos projetos usados para o saque à Petrobras, por meio do superfaturamento de contratos com empreiteiras, esmiuçados pela Lava-Jato. A estimativa inicial de investimentos terminou multiplicada por dez, a ponto de ser impossível a Abreu e Lima um dia se pagar.

A afinidade pessoal entre Lula e Emílio deve ter custado bilhões ao Tesouro. Marcelo Odebrecht confessa que não concordava com negócios impostos pelo petista. Um em que entrou a contragosto foi o da Sete Brasil, consórcio engendrado dentro da Petrobras para que, numa sociedade entre bancos privados, públicos, fundos de estatais e empreiteiras, se fabricassem no Brasil sondas para explorar o pré-sal, a serem arrendadas para a Petrobras.

Mas, dentro da política de substituição de importações, como a do presidente Geisel, na ditadura: estabeleceu-se que o conteúdo nacional teria de ser de 60%. Uma política “meio burra”, disse o empreiteiro na sua delação. Em que fez uma comparação fulminante: a Coreia do Sul, com longa experiência neste tipo de equipamento, usa apenas 35% de componentes e serviços coreanos. E, como esperado, a Sete Brasil foi para os estaleiros de recuperação judicial.

O conteúdo da videoteca da Odebrecht aponta para a conclusão de que a ideologia foi usada para a rapinagem de dinheiro do Tesouro, a fim de financiar a perpetuação no poder e a boa qualidade de vida de altos comissários, como o mais graduado deles, Lula, além José Dirceu, Palocci e outros. Fez, então, todo sentido não haver qualquer preocupação com a viabilidade técnica dos investimentos.
*Editorial do jornal O Globo de 18/04/2017

➤18/04/2017


Estadão - Lava Jato mapeia executivos da Odebrecht no gabinete de Jucá
Ministro Fachin, do Supremo, autoriza, a pedido de Janot, acesso aos registros de entrada nos domínios do senador peemedebista que, segundo delatores, teria exigido R$ 5 milhões da empreiteira

Folha de São Paulo - Padilha gerenciou propinas nos três últimos governos, relatam delatores
Ministro de Temer teria arrecadado R$ 11,5 mi durante as gestões FHC, Lula e Dilma; questionado sobre as acusações, ele se limitou a dizer que confia nas instituições do país

O Globo - Governo aceita reduzir período de contribuição para mulheres
Tempo mínimo para elas deverá ser de 23 anos, dois a menos que o dos homens; idade mínima de 65 anos é mantida

Correio Braziliense - Restrição de foro privilegiado vai a julgamento no mês que vem no STF
Supremo deve decidir no mês que vem se políticos terão privilégio de ser julgados pela Corte em qualquer caso ou apenas por crimes cometidos durante o mandato

Estado de Minas - Texto negociado para a reforma da Previdência vai hoje à Câmara
Relator abrigou mudanças já submetidas ao governo na transição para a aposentadoria e no tempo de acesso ao benefício integral. Temer fala de mais alterações em 10 a 15 anos

Tribuna da Bahia - Cunha rebate Temer sobre impeachment de Dilma
O deputado cassado, porém, não contesta a versão de que não se falou de valores. O Planalto informou que não vai se manifestar

Diário do Nordeste - Mais da metade da população de Fortaleza está acima do peso; 3º pior índice do Nordeste
Os reflexos da má alimentação e da falta de exercícios estão comprovados em pesquisa do Ministério da Saúde

Gazeta do Povo - Lula chama 87 testemunhas e Moro exige sua presença em cada audiência
Petista é acusado de praticar os crimes de corrupção passiva e de lavagem de dinheiro

Diário Catarinense - Senador de SC apresenta projeto para acabar com horário eleitoral no país
Paulo Bauer sugere o fim do horário eleitoral gratuito no rádio e na TV

Revista VEJA - Supremo cria força-tarefa para acelerar processos da Lava Jato
Objetivo é priorizar os inquéritos da operação e garantir celeridade na análise dos casos

Revista EXAME - Premiê convoca novas eleições no Reino Unido
De surpresa, a primeira-ministra, Theresa May, propôs um novo pleito para 8 de junho para manter o Brexit

Revista ÉPOCA - A Odebrecht expõe a corrupção como ela é
Chegou a hora de os políticos sofrerem e prestarem contas à lei pelo que fizeram

➤BOM DIA!

Nervos de aço*


Com a enxurrada de revelações, o governo se agarra às 
reformas trabalhista e previdenciária para sobreviver
        
Eliane Cantanhêde


Se há alguma tentativa de pacto no mundo político é para manter sangue frio e nervos de aço, enquanto todos afundam juntos sob o peso das delações dos donos e executivos da Odebrecht. A enxurrada de revelações continua, mas Planalto e Congresso querem se agarrar às votações consideradas fundamentais para o País, como se fossem uma boia de salvação, particularmente, para o presidente Michel Temer.

Na prática, esse pacto é para dividir a pauta do Brasil em dois: a da Lava Jato, com seus horrores, e a do “mundo real”, que convive com a expectativa de pífios 0,4% de crescimento neste ano e uma população de 13,5 milhões de desempregados. Assim, o STF, o STJ, as demais instâncias da Justiça, a PGR, a PF e a Receita continuam as investigações sobre corruptores e corruptos, enquanto o governo e o Congresso tentam manter o fôlego e a agenda.

Não é fácil, com todos tão embolados. O presidente da República é citado nas delações, os presidentes da Câmara e do Senado, oito ministros, quase 10% dos deputados e 30% dos senadores são investigados. Mais até do que nervos de aço, eles todos precisam ter também vontade, de um lado, e credibilidade, do outro, para tocar reformas que, apesar de realmente fundamentais, são questionadas por setores poderosos e muitas vezes mal compreendidas pela sociedade.

Foi por isso que Temer reuniu ministros e líderes em pleno domingo de Páscoa, para discutir a reforma da Previdência, criando grande expectativa sobre o que vai acontecer hoje no Congresso. A previsão é de que o parecer da reforma seja lido na Comissão Especial, mas numa semana espremida entre as delações na TV e um feriado na sexta-feira?

Hoje, portanto, será um grande teste sobre a capacidade do governo e dos seus líderes para tocar a reforma da Previdência, que o Planalto está louco para aprovar ainda em maio, mas também a reforma trabalhista e a renegociação das dívidas do Rio de Janeiro – onde, aliás, todos, exatamente todos, os governadores desses últimos 18 anos estão no turbilhão da Lava Jato.

O Planalto conta com dois fatores a seu favor, enquanto a popularidade de Temer não está apenas abaixo de índices minimamente confortáveis como continua caindo sob a pressão dos vídeos dos delatores da Odebrecht sobre os financiamentos das campanhas do PMDB, partido que presidiu durante muitos anos. Um desses fatores é o tempo, o outro é o tamanho do estrago.

Quanto ao tempo: depois de Emílio e Marcelo Odebrecht e dos principais executivos do grupo, os palacianos acham que o impacto das revelações tende a diminuir. Quanto ao tamanho do estrago: com essa multidão de delatados e investigados, em que não sobra quase ninguém, mais as responsabilidades e culpas se diluem e eles vão virando “apenas mais um”.

Somando os dois fatores, os atingidos imaginam que as votações vão se contrapor às manchetes negativas e manter alguma confiança no chamado mercado na fase aguda da crise, enquanto eles vão se aguentando até o processo entrar em fase de normalidade. Se o mensalão demorou tanto para produzir efeitos, imagine-se o petrolão, que envolve investigações muito mais complexas, um número muitíssimo maior de alvos e uma decantação imensa pelos 27 Estados, DF e provavelmente também Judiciário. 

Governo e líderes do Legislativo argumentam que isso tudo pode levar dez, 15 anos, até a limpeza que é preciso fazer, levar à prisão quem tem de levar, recuperar valores que deve recuperar... Até lá, o País não pode parar. O problema maior, porém, é aqui e agora, porque nenhum pacto entre FHC, Lula e Temer nem nervos de aço vão salvar mandatos e peles. Falta o essencial, que é combinar com o adversário: a força-tarefa da Lava Jato.
*Publicado no Portal Estadão em 18/04/2017