sábado, 10 de dezembro de 2016

➤BOA NOITE!


Yuja Wang  (Pequim, 10 de fevereiro de 1987) é uma pianista clássica chinesa que iniciou os estudos de piano com a idade de seis anos e logo ingressou no Conservatório Central de Música em Pequim.

Em 1998, Wang conquistou o terceiro lugar Prêmio de Ettlingen International Competition para píanistas jovens, em Ettlingen, Alemanha.

Em 2001, Wang venceu o Terceiro Prêmio e Special Jury Prize (oferecido a finalistas com menos de 20 anos de idade) em Sendai, Japão.

Em 11 de setembro de 2005, Wang foi indicada para o prêmio Gilmore Young Artist, oferecido aos mais promissores e talentosos pianistas com idade de 21 anos ou ainda mais jovens.

Selecionei, para este sábado, uma maravilhosa interpretação de Yuja Wang, na Walts, Opus 64 nº 2, de Chopin.


➤RAPIDINHAS


Sérgio Cabral é transferido para Curitiba
O ex-governador do Rio, Sérgio Cabral Filho, embarcou por volta das 13h em avião da Polícia Federal designado para levá-lo para Curitiba. Ele teve a transferência determinada pelo Ministério Público Federal, depois que o ministério Público do Rio de Janeiro recebeu denúncias de que Cabral tinha regalias no presídio onde estava preso desde o dia 17. Chegando a Curitiba, Cabral ficará preso na carceragem da Polícia Federal (PF), onde estão outros réus da Operação Lava Jato. Entre eles, o ex-ministro Antonio Palocci, o ex-deputado federal Eduardo Cunha e o empresário Marcelo Odebrecht, ex-presidente da empreitera que leva o seu sobrenome.



Assessor de Dilma recebia mesada da Odebrecht
A ligação do governo petista de Dilma Rousseff com o esquema de corrupção do qual participava a empreiteira Odebrecht está cada vez mais próxima. De acordo com a delação do lobista Claudio Melo Filho à Lava Jato, o departamento de propinas da empresa pagou sete mesadas, de 50 000 reais cada uma, a Anderson Dornelles, o “Las Vegas”, ex-secretário particular da ex-presidente da República. “Marcelo Odebrecht se reuniu com Anderson Dornelles, que trabalhava com a senhora presidente Dilma Rousseff e era responsável pela agenda de trabalho da mesma. Marcelo recebeu um pedido de apoio financeiro a Anderson, autorizando que se realizassem os pagamentos de 50 000 reais”, relatou o ex-executivo da empreiteira.

Odebrecht abasteceu caixa 2 de Eduardo Paes com R$ 30 milhões em dinheiro
A delação do diretor de Infraestrutura da Odebrecht no Rio, Leandro Andrade Azevedo, explode no peito do prefeito da cidade, Eduardo Paes, conhecido como “Nervosinho” pelos executivos da construtora. No anexo apresentado aos investigadores, Azevedo detalha como a companhia abasteceu o caixa 2 da campanha de Paes à reeleição, em 2012. De acordo com o executivo, a Odebrecht desembolsou R$ 11,6 milhões e US$ 5,7 milhões, não declarados. O esquema repetia o roteiro desenhado para as operações que engordaram o caixa paralelo da chapa de Luiz Fernando Pezão. Parte do dinheiro foi entregue em espécie no endereço da agência Prole, no Rio, e o restante, em contas no exterior indicadas pela mesma empresa de publicidade, que prestava serviços à campanha.

Delator diz que Temer pediu R$ 10 milhões à Odebrecht em 2014 no Jaburu
O executivo Cláudio Melo Filho, ex-vice-presidente de Relações Institucionais da Odebrecht, relatou ao Ministério Público Federal (MPF) que o presidente Michel Temer pediu, em 2014, R$ 10 milhões ao empreiteiro Marcelo Odebrecht. Melo Filho é um dos 77 executivos da empreiteira que assinaram acordo de delação premiada com o MPF. A informação de que Temer solicitou dinheiro à Odebrecht está em material entregue pelo executivo nos termos de confidencialidade – espécie de pré-delação que antecede a assinatura do acordo.Em nota, o Palácio do Planalto informou que o presidente Michel Temer "repudia com veemência" o conteúdo da delação de Melo Filho.

Odebrecht delata caixa dois para Lula


Delatores da Odebrecht afirmaram em depoimento que as campanhas presidenciais de Lula tiveram caixa dois em 2002 e 2006. Nos dois casos foram pedidos pessoais de Lula para Emílio Odebrecht. Os repasses ilegais foram coordenados pelos tesoureiros das campanhas.

➤Renan e Maia

Atuação em favor da Odebrecht


A delação do ex-executivo da Odebrecht Cláudio Melo Filho relata a atuação dos presidentes das duas Casas do Congresso em favor da empreiteira. O deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ) e o senador Renan Calheiros (PMDB-AL), respectivamente, presidente da Câmara e do Senado, são citados na proposta de delação enviada à Procuradoria.

Maia aparece atrelado a pagamentos indevidos por atuação em favor da empresa na aprovação de uma medida provisória. Já Calheiros seria um dos interlocutores da empresa no Senado e teria recebido para legislar a favor da Odebrecht. As citações estão no anexo entregue por Melo Filho no âmbito das tratativas do acordo de delação.

Apelidado de “Justiça” no chamado departamento de propina da Odebrecht, Calheiros é dono de um capítulo específico na delação de Melo Filho. O ex-executivo narra ter conhecido o peemedebista em maio de 2005, quando foi solicitar uma reunião com o presidente de Angola em uma audiência. Além de relatar pagamentos diretos ao senador, o executivo conta como os negócios com o senador eram intermediados por Romero Jucá (PMDB-RR), que centralizava as tratativas entre os alguns senadores do PMDB e a empresa. 

Melo Filho diz que, em 2010, houve uma primeira contribuição financeira para Calheiros efetuadas, segundo uma planilha entregue pela empresa, em duas parcelas de R$ 250 mil em agosto e setembro daquele ano. 

Em outra ocasião, no ano de 2014, conta o ex-executivo, em um reunião entre ele e Calheiros, em um determinado momento, o senador disse que seu filho seria candidato ao governo de Alagoas e “pediu que verificasse se a empresa poderia contribuir”. Para o delator, o pedido deu-se em momento de edição de uma MP de interesse da Odebrecht e “esses pagamentos, caso não fossem realizados, poderiam vir a prejudicar a empresa de alguma forma.” Após relatar o receio em não efetuar os pagamentos, o executivo elenca os repasses da Braskem de R$ 320 mil e de R$ 1,2 milhão da Odebrecht para a campanha de Renan Filho (PMDB). Segundo eles, os pagamentos estariam atrelados à atuação do senador na aprovação das medidas provisórias.

“Participei da realização de pagamentos de campanha ao grupo político do Senador Renan Calheiros que giram em torno de R$ 22 milhões de reais.”
Botafogo. Segundo Melo Filho, em relação a Maia, apelidado de “Botafogo”, foi acordado o pagamento de R$ 7 milhões para diversos políticos para facilitar a tramitação de uma MP de interesse da Odebrecht.

Segundo o ex-executivo, na fase final da aprovação da MP, Maia o procurou para pedir apoio no pagamento de pendências da campanha para a prefeitura do Rio, em 2012. “Solicitou-me uma contribuição e decidi contribuir com o valor aproximado de R$ 100 mil,que foi pago no início do mês de outubro de 2013. Referido parlamentar era visto por mim como ponto de interlocução dentro da Câmara dos Deputados na defesa dos interesses da empresa.”

Agência Estado

➤BOM DIA!

Em defesa do interesse nacional*

Algumas questões se impõem: a quem interessa um ambiente de instabilidade institucional alimentada pelo conflito aberto entre os Poderes da República? A situação política, econômica e social em que o País se encontra já não é suficientemente grave? Há saída plausível para a crise que não seja a concentração das energias da sociedade brasileira na discussão e implantação de um amplo e ousado plano de recuperação nacional? A quem cabe, senão ao governo legalmente constituído, por meio da ação articulada dos Três Poderes, a responsabilidade de estimular e coordenar o debate e dar consequência prática a esse plano de recuperação? Agiu bem, portanto, o Supremo Tribunal Federal (STF) ao colocar o interesse nacional acima da imponderabilidade das paixões e, com coragem e bom senso, colocar em prática a convicção recentemente manifestada pela ministra Cármen Lúcia, presidente da Corte, de que “a missão da Justiça é pacificar”.

Inegavelmente, o senador Renan Calheiros (PMDB-AL) – beneficiado pela decisão do STF de mantê-lo na presidência do Senado – é um político cujos precedentes na vida pública custam-lhe o repúdio praticamente unânime dos brasileiros. É réu em uma ação no Supremo e investigado em outras onze. Mas as circunstâncias de um sistema político-partidário reconhecidamente em descompasso com os melhores padrões de representação popular colocam o senador alagoano na condição de peça-chave na discussão e aprovação das urgentíssimas medidas propostas pelo governo para debelar a crise que corta a produção, empregos e renda. É o mínimo que Renan Calheiros poderá fazer pelo País no exercício de um mandato de presidente do Senado que expira em menos de 60 dias. Depois disso, terá o senador alagoano que se haver, em outras circunstâncias, com os ministros do Supremo.

O governo que o País tem é o que está aí, com as imperfeições e fraquezas que são de conhecimento público, mas essas circunstâncias não justificam a tentativa irresponsável de desestabilizar o Executivo, de quem a Nação exige ação pronta e eficaz. Além disso, por detrás dessa tentativa se abrigam forças políticas que foram expelidas do poder exatamente por se terem revelado incompetentes para governar – e, pior que isso, jogaram o País nessa crise descomunal, da qual não querem que saia.

Pode-se discordar, no todo ou em parte, das medidas que o governo está propondo, como a emenda constitucional que estabelece teto para os gastos públicos ou o projeto de reforma da Previdência. Quem tiver ideias melhores que cumpra o dever patriótico de apresentá-las. O que não se pode é tentar imobilizar o governo, sabotando a tramitação parlamentar das medidas que propõe, para depois acusá-lo de inoperância.

A responsabilidade dos agentes públicos, nesses momentos conturbados, é manter-se a uma cautelosa distância do jogo das paixões políticas e do clamor das ruas. No caso do Supremo Tribunal Federal, os últimos acontecimentos demonstram que nem todos os seus ministros conseguem pautar-se por essa diretriz óbvia que se aplica, com particular rigor, à atividade judicante. Mas o plenário da Suprema Corte ousou trafegar na contramão dos humores populares e aprovou uma decisão conciliadora que permitirá que continue harmônico o entendimento entre os Poderes – condição essencial, repetimos, para que o País encontre as saídas da crise.

Aos desavisados, e também aos inconformados, cumpre lembrar que, mantendo Renan Calheiros na presidência do Senado por mais dois meses, a Suprema Corte não absolveu o senador alagoano dos malfeitos em que está envolvido. Apenas adiou para ocasião mais oportuna – em nome do bom direito e do interesse nacional – esse inevitável ajuste de contas. Ao fazê-lo, os ministros do Supremo Tribunal Federal pacificaram as crispadas relações entre o Legislativo e o Judiciário, impedindo que se agravasse um confronto que só interessa aos pescadores em águas turvas.

*Publicado no Portal Estadão em 10/12/2016