sábado, 19 de novembro de 2016

BOA NOITE!


Sharon Jones (4 de maio de 1956 - 18 de novembro de 2016) foi uma cantora nascida nos Estados Unidos e que se tornou uma das maiores intérpretes da música soul . Foi vocalista da banda Sharon Jones and Dap-Kings.

Sharon morreu ontem (18) vítima de um câncer pancreático que lhe acompanhou por muitos anos, mas não impediu que ela realizasse shows espetaculares até pouco tempo antes de sua morte.

Em homenagem a esta cantora que ficará para sempre na memória de todos os que cultuam a música soul, Sharon Jones & The Dap-Kings em This Land is Your Land.


PARA EVITAR PRISÃO

Garotinho teria oferecido dinheiro a juiz

Juiz Glaucemir Silva de Oliveira
A Polícia Federal vai apurar a denúncia de que o ex-governador Anthony Garotinho e seu filho Wladimir Matheus ofereceram propinas de R$ 1,5 milhão e R$ 5 milhões para influenciar decisões do juiz eleitoral Glaucenir Silva de Oliveira, da 100ª Zona Eleitoral de Campos dos Goytacazes, que decretou a prisão preventiva do ex-governador na Operação Chequinho. O pedido de instauração de inquérito partiu da Procuradoria Regional Eleitoral. Ele pede a investigação da denúncia de que pai e filho teriam oferecido, “por intermédio de terceiros, ‘quantias milionárias’ a pessoas conhecidas pelo juiz” a fim de obter decisões favoráveis e evitar a prisão de ambos.

O procurador regional eleitoral Sidney Madruga encaminhou ofício à PF na noite de sexta-feira. Ele ressaltou a gravidade dos fatos apontados, “que configurariam caso explícito de corrupção”.

“Os fatos serão apurados, em caráter urgente, pelo Ministério Público e Polícia Federal, pois a situação retratada pelo magistrado é extremamente grave”, diz o procurador regional eleitoral Sidney Madruga. Segundo ele, as duas ofertas relatadas pelo juiz foram de entrega de propinas de R$ 1,5 milhão e R$ 5 milhões.

O procurador também expediu ofícios em caráter de urgência ao MP Estadual e para o Tribunal Regional Eleitoral (TRE/RJ), em que pede que a promotoria em Campos dos Goytacazes, no norte fluminense, “tome as medidas necessárias para reprimir possíveis ilícitos criminais e eleitorais cometidos por pai e filho”.

Agência Estado

RAPIDINHAS


Grupo de Cabral usava mochilas e carros para pegar propina, diz MPF
As investigações da Polícia Federal e do Ministério Público Federal (MPF) que deram origem à operação Calicute mostram que o recebimento de propinas de empresas e o repasse ao grupo do ex-governador do Rio Sérgio Cabral era feito pessoalmente pelos chamados operadores financeiros da quadrilha. Investigadores contaram que quatro operadores recebiam dinheiro e colocavam em mochilas antes de depositá-los em bancos ou adquirirem bens como lanchas ou joias. Outra prática utilizada pelo grupo, segundo o MPF, foi o recebimento de dinheiro vivo acomodado em carros. As investigações mostram, por exemplo, Wagner Jordão, assessor do então subsecretário de Obras do Rio, Hudson Braga, sendo pego pelo emissário da empreiteira Andrade Gutierrez nas proximidades da Secretaria Estadual de Obras. A pasta fica no prédio conhecido como Banerjão, no Centro do Rio. Enquanto, o veículo dava a volta no quarteirão, Jordão colocava o dinheiro em mochilas. As investigações indicam que, por, pelo menos, cinco vezes, entre 2010 e 2011, Rafael Campelo, responsável indicado pela empreiteira Andrade Gutierrez para acompanhar as obras do chamado PAC das favelas, na comunidade de Manguinhos, na Zona Norte do Rio, agiu assim para entregar a propina ao grupo. Os pagamentos totalizaram R$ 1,876 milhão. Campelo revelou o esquema em depoimentos ao MPF homologados pela Justiça.

STF autoriza 12º inquérito contra Renan Calheiros
O ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal (STF), autorizou a abertura de mais um inquérito, o 12º, contra o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), em razão de uma movimentação financeira suspeita de R$ 5,7 milhões. Procurada, a assessoria de Renan divulgou a seguinte nota: "O senador já esclareceu todos os fatos relativos a esta questão e é o maior interessado no esclarecimento definitivo do episódio. Senador lembra ainda que foi o autor do pedido de investigação das falsas denúncias  em 2007, há quase dez anos". O pedido para investigar o senador foi apresentado em fevereiro pela Procuradoria Geral da República. Após o término da investigação, o órgão poderá apresentar uma denúncia (acusação fomal) e, se o STF aceitá-la, Calheiros se tornará réu numa ação penal. Com a decisão de Toffoli, Calheiros passa a ser alvo de 12 inquéritos no STF, incluindo oito relacionados à Operação Lava Jato.

Promotoria investiga ‘tratamento privilegiado’ a Garotinho no Souza Aguiar
O Ministério Público do Rio informou nesta sexta-feira, 18, que a 7ª Promotoria de Justiça de Tutela Coletiva de Defesa da Cidadania da Capital instaurou um procedimento preparatório de inquérito civil para investigar suposto tratamento privilegiado recebido pelo ex-governador Anthony Garotinho (PR) e seus familiares no Hospital Municipal Souza Aguiar, no centro da capital fluminense. A Promotoria vai apurar se houve improbidade administrativa, com violação do princípio constitucional da impessoalidade. A Promotoria do Rio determinou que o secretário municipal de Saúde, Daniel Soranz, e a diretoria do hospital prestem esclarecimento sobre o caso. Também solicitou o envio do prontuário médico do ex-governador, no prazo de 20 dias. Requer ainda, entre outras medidas, que o Grupo de Apoio Técnico Especializado do Ministério Público do Rio (GATE Saúde) realize diligência no hospital para indagar profissionais sobre o tratamento dispensado a Garotinho. As informações foram passadas pelo assessoria de comunicação do Ministério Público do Rio nesta sexta-feira, 18.

Roberto Freire assumirá Cultura após demissão de Calero
O Palácio do Planalto informou que o deputado federal Roberto Freire (PPS-SP) será o novo ministro da Cultura, após Marcelo Calero pedir demissão do cargo. Presidente nacional do PPS, Freire foi convidado pelo presidente Michel Temer para assumir o cargo nesta sexta-feira (18). À tarde, Calero telefonou a Temer, que está em São Paulo, pedindo para deixar o cargo e alegando razões pessoais.  Marcelo Calero assumiu o cargo em maio deste ano, após Temer assumir interinamente a Presidência da República. Inicialmente, ele havia sido nomeado secretário nacional de Cultura, órgão que foi vinculado ao ministério da Educação por algumas semanas, mas que voltou a ter autonomia depois de movimentos de grupos culturais contra a medida. Roberto João Pereira Freire foi senador entre 1995 e 2002, quando voltou a assumir novamente uma cadeira na Câmara. Ele foi deputado por vários mandatos consecutivos, cinco ao todo, e já passou pelo PMDB e PCB antes de se filiar ao PPS, em 1992.

Segunda aplicação do Enem custará R$ 10,5 milhões, diz Inep

A reaplicação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) nos dias 3 e 4 de dezembro custará R$ 10.512.564,33, segundo nota divulgada hoje (18) pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep). Os cálculos incluem os gastos com impressão, aplicação, correção e distribuição das provas e materiais administrativos. O valor é inferior ao inicialmente projetado pelo Ministério da Educação (MEC), de R$ 15 milhões. Ao todo, 271.033 candidatos tiveram a prova adiada devido a ocupações de escolas, universidades e institutos federais. Além desses estudantes, também farão as provas em dezembro candidatos que tiveram a aplicação das provas prejudicadas por problemas de infraestrutura, como interrupção temporária do fornecimento de energia elétrica. Na próxima terça-feira (22), o Inep divulgará os novos locais de prova e o número final de inscritos habilitados a fazer as provas em dezembro.

OPINIÃO

Os males da corrupção*

A edição do Estado de domingo passado trouxe mais uma reportagem da série A Reconstrução do Brasil, desta vez tratando do combate à corrupção. Mais do que um assunto entre outros da agenda nacional, pôr fim à impunidade é uma necessidade prioritária, já que a corrupção afeta negativamente todas as esferas da vida da sociedade e do Estado.

A corrupção não é um mal menor. Ela aumenta a desigualdade social, afasta os investimentos, piora o ambiente de negócios, dificulta a criação de empregos, prejudica a qualidade dos serviços públicos, entre outros danos.

Faz-se necessário relembrar os males da corrupção, pois – de forma similar ao que ocorreu nos anos 1960, com o bordão “rouba, mas faz”, dos apoiadores de Ademar de Barros, ex-governador de São Paulo – observa-se atualmente nova tentativa de justificar a corrupção. “Com a descoberta do mensalão, em meados da década passada, e de maneira mais enfática agora, com o petrolão, um contingente expressivo de militantes e simpatizantes do PT fechou os olhos para as acusações de corrupção sofridas pelo partido e continuou a apoiá-lo, com o argumento de que o principal é o que ele faz pelos mais pobres. Numa adaptação livre do velho bordão de Ademar, é como se dissessem que o PT ‘rouba, mas distribui’. Ou, então, que ‘rouba, mas faz obra social’. Na essência, são duas maneiras semelhantes de tentar justificar o mesmo fenômeno, que contamina o País e afeta a vida dos cidadãos e das empresas – a pilhagem de dinheiro público”, dizia a reportagem de José Fucs.

Felizmente, nas ruas e nas urnas, a população não tem concordado com esse tipo de lassidão ética, manifestando clara oposição a qualquer sinal de tolerância com a corrupção. Sintoma desse cansaço com a impunidade é a adesão popular a toda proposta de combate à corrupção, como se viu com os mais de 2 milhões de assinaturas a favor das medidas anticorrupção propostas pelo Ministério Público Federal. Mais do que um aval definitivo e integral ao conteúdo da proposta – que exige cuidadoso estudo pelo Congresso Nacional –, o massivo apoio indica o grau de ojeriza da sociedade em relação à corrupção.

O clamor social pelo fim da impunidade não é uma reação histérica ou desproporcional. As investigações da Lava Jato dão inequívocas mostras de como a corrupção se instalou no Estado brasileiro, permeando de forma sistemática as relações entre a administração pública, os partidos políticos e a iniciativa privada. Segundo a Polícia Federal, o propinoduto montado na Petrobrás, envolvendo PT, PMDB e PP, deixou um prejuízo de R$ 42,8 bilhões.
Um estudo do Fórum Econômico Mundial indicou que o Brasil só fica à frente da Venezuela e do Chade, empatado com a Bolívia, na lista dos países mais corruptos do mundo. E os números internos corroboram a classificação internacional. Segundo estimativa da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), feita em 2010, as perdas geradas por corrupção no País alcançam entre 1,38% (R$ 80 bilhões) e 2,3% (R$ 140 bilhões) do Produto Interno Bruto (PIB).

“Em comparação com outros países, a corrupção no Brasil é bem diferente, por ser altamente concentrada na esfera política”, afirmou o professor Matthew M. Taylor, da Universidade Americana, em Washington, nos Estados Unidos. Longe de significar uma desculpa para a corrupção – coisa que, de forma nada isenta, agora desejam os adeptos do lulopetismo –, sua proximidade com a esfera política revela a profunda injustiça social que comporta todo e qualquer desvio de dinheiro público.

Ao diminuir a eficiência do setor público e desviar recursos dos contribuintes do destino que deveria ser dado a eles, a corrupção prejudica especialmente quem mais precisa dos serviços públicos. Por exemplo, ela afeta a qualidade da escola pública e do sistema público de saúde dos quais mais dependem os que dispõem de menos recursos. O combate à impunidade não é, portanto, uma bandeira elitista. Deve ser uma prioridade para todos que anseiam pela reconstrução do Brasil.
*Publicado no Portal estadão em 19/11/2016