terça-feira, 1 de novembro de 2016

BOA NOITE


Benito di Paula (Nova Friburgo, 28 de novembro de 1941) cujo nome verdadeiro é Uday Veloso é um dos grandes nomes da canção nacional dos anos 70Foi crooner de boates do Rio de Janeiro, e depois continuou tocando na noite paulistana.Iniciou carreira pela gravadora Copacabana no início dos anos 70.

Seu estilo musical é conhecido como "samba-jóia", ao combinar
o samba tradicional com piano e arranjos românticos e jazzisticos.

Colecionou inúmeros sucessos ao longo de sua carreira como "Retalhos de Cetim", "Charlie Brown", "Vai Ficar Na Saudade", "Se Não For Amor", "Amigo do Sol, Amigo da Lua" e "Mulher Brasileira". 

Espero que todos gostem do samba gravado por Benito di Paula, Retalhos de Cetim, que selecionei para hoje.


Escolas ocupadas

Enem para 191 mil alunos será em dezembro

Foto: Reprodução
Cerca de 191 mil alunos que prestariam o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) neste fim de semana terão a prova adiada para 3 e 4 de dezembro, confirmou nesta terça-feira, 1º, o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep). O motivo são as escolas ocupadas pelo movimento secundarista em todo o Brasil, 304 delas locais de prova. 

A nova prova, segundo ela, já está pronta - e foi elaborada a partir do banco de itens do órgão, vinculado ao Ministério da Educação (MEC). Será uma versão diferente da que será aplicada neste fim de semana, “mas absolutamente equivalente, com o mesmo formato”. 

O cronograma de inscrição no Sistema de Seleção Unificada (Sisu) será mantido, assim como os prazos para candidaturas ao Programa Universidade Para Todos (ProUni) e Fundo de Financiamento Estudantil (Fies), no ano que vem.

Maria Inês Fini afirma que os prejuízos financeiros de uma nova prova “ainda não foram calculados”. Porém, o próprio MEC divulgou nota, semana passada, estimando R$ 8 milhões de custos adicionais. “Lamentavelmente, quem paga a conta é o governo federal. Adoraríamos passar esse custo aos verdadeiros responsáveis, que, na minha visão não são os jovens”, disse ela, afirmando que os alunos estão sendo “orientados para invadir”.
Agência Estado

RAPIDINHAS


Governo diz ter arrecadado R$ 50,9 bilhões com repatriação
O secretário da Receita Federal, Jorge Rachid, informou nesta terça-feira (1º) que o governo arrecadou R$ 50,9 bilhões com a regularização de ativos mantidos por brasileiros no exterior, chamado de "repatriação". O prazo para adesão ao programa terminou na segunda-feira (31). Esses R$ 50,9 bilhões foram arrecadados com a cobrança de impostos e multas sobre R$ 169,9 bilhões em bens mantidos por contribuintes em outros países. Pelas regras, sobre o valor regularizado incidiu uma alíquota de 15% de Imposto de Renda e outros 15% de multa. No total, 25.011 contribuintes pessoas físicas e 103 empresas aderiram ao programa. A maior parte dos ativos (R$ 163,87 bilhões) foram declarados pelas pessoas físicas. As empresas, por sua vez, declararam R$ 6,06 bilhões em ativos no exterior. “Entendemos que o programa foi bem-sucedido", disse Rachid. "É um programa de adesão voluntária”, completou. A arrecadação ficou acima da expectativa inicial do Ministério da Fazenda, de R$ 50 bilhões

Botijão de gás deve ficar mais caro, diz presidente da Petrobras
O presidente da Petrobras, Pedro Parente, admitiu nesta terça-feira (1º) que a redução de subsídios ao GLP, o gás de cozinha, pode aumentar o preço do botijão para o consumidor. Ele considerou, no entanto, que o impacto deve ser "pequeno". "O impacto que a gente calcula que possa ter é de 50 centavos, em alguns lugares até menos que isso", disse Parente, enfatizando a expectativa de que o eventual reajuste no preço "seja contido nessa dimensão". Parente destacou ainda que a Petrobras não alterou o valor do GLP. "O que está sendo feito é uma mudança realizada na logística. Não houve reajuste do GLP, a tabela [de preços] é exatamente a mesma". O presidente da Petrobras explicou que o objetivo da companhia foi eliminar os subsídios cruzados no âmbito da logística do gás, viabilizando novos investimentos na própria logística.

Forças iraquianas entram na cidade de Mossul e enfrentam resistência
As forças iraquianas entraram pela primeira vez na periferia leste de Mossul nesta terça-feira (1º) e enfrentam forte resistência dos combatentes do Estado Islâmico, segundo a BBC. Falando em uma base aérea próxima de Mossul, o primeiro-ministro iraquiano, Haider al-Abadi, disse que as forças do governo estão se aproximando e "cortariam a cabeça da serpente". Mossul é simbólica para os jihadistas porque foi nessa cidade do norte do Iraque que o líder do Estado Islâmico, Abub Bakr al Baghdadi, proclamou a instauração de um califado em junho de 2014. Fontes americanas calculam que entre 3 mil e 5 mil extremistas estariam dentro da cidade. Na segunda-feira (31), o premiê, disse aos jihadistas que eles devem “se entregar ou morrer".  Quase 1,5 milhão de pessoas moram na região de Mossul, segundo a Organização das Nações Unidas (ONU).

Zeca Dirceu é investigado por corrupção e lavagem de dinheiro
Tal qual o seu pai, o deputado federal Zeca Dirceu (PT-PR), filho do ex-ministro-todo-poderoso José Dirceu, foi fisgado pela Operação Lava-Jato. O parlamentar é investigado pela suposta prática dos crimes de corrupção passiva, tráfico de influência e lavagem de dinheiro, segundo documentos obtidos por VEJA. O inquérito, que está em segredo de Justiça e será conduzido pela Polícia Federal em Brasília, foi instaurado no último dia 18 de outubro a partir de uma decisão proferida pelo ministro Teori Zavascki, relator dos processos do petrolão no Supremo Tribunal Federal (STF). De acordo com os investigadores da Lava-Jato, a Hope Recursos Humanos pagou para José Dirceu e seus aliados propinas de 1,5% dos contratos assinados com a Petrobras. A empresa faturou 3,5 bilhões de reais com a diretoria de serviços da estatal — que era comandada por Renato Duque, preso em Curitiba e apaniguado do ex-ministro da Casa Civil. Parte do dinheiro desviado, segundo procuradores, foram destinados à campanha de Zeca Dirceu à Câmara dos deputados em 2010.

Multas de trânsito sobem até 244% a partir de hoje

A partir desta terça-feira, as multas de trânsito sofrerão reajustes que variam de 52% a 244%. Com a mudança, infrações gravíssimas, cujo valor atual está em 191,54 reais, passarão a 293,47 reais. Já as multas por infração grave passarão de 127,69 reais para 195,23 reais. A multa por falar ou usar aplicativos de celular, por exemplo, mais do que triplica, reclassificada de média para gravíssima. As multas cobradas por infrações consideradas médias aumentarão de 85,13 reais para 130,16 reais. As leves serão reajustadas dos atuais 53,20 reais para 88,38 reais. Também a partir de novembro serão reajustados os valores das multas aplicadas a motoristas suspeitos de dirigir alcoolizados, que se recusarem a fazer o teste do bafômetro. Nesse caso, a multa passará de 1.915 reais para 2.934,70 reais. O motorista terá ainda a habilitação suspensa pelo prazo de 12 meses. Outra mudança é no tempo mínimo de suspensão do direito de dirigir, quando o condutor atinge 20 pontos na CNH, que aumenta de um para seis meses. Além disso, haverá mais rigidez com aqueles que usarem irregularmente vagas destinadas a idosos ou deficientes físicos em estacionamentos, até privados.

OPINIÃO

Amigos hoje, inimigos amanhã

Eliane Cantanhêde

O poder primeiro aglutina, depois corrói e a história é recheada de aliados que viraram inimigos, como PT e PSDB, unidos no combate à ditadura militar e adversários viscerais ao longo das muitas campanhas eleitorais e dos muitos governos pós-redemocratização. A pergunta que não quer calar é até quando vai o pacto de governabilidade entre o PMDB, que tem o governo federal, ramificação e ambição, e o PSDB, que foi o maior vitorioso das eleições municipais e é a única presença garantida na eleição para a Presidência em 2018. Esse pacto vai ou não durar até 2018?

O PSDB nasceu em 1988 de uma dissidência do PMDB de Orestes Quércia e nunca deixou de disputar as eleições presidenciais (1989, 1994, 1998, 2002, 2006, 2010 e 2014) com candidato próprio – e competitivo. O PMDB virou uma confederação estadual de partidos, sem protagonismo no Planalto e um fiel da balança entre tucanos e petistas. Ora se tornava importante para os governos do PSDB, ora para os do PT. Para onde ia o PMDB, ia o poder. Ou ao contrário: para onde ia o poder, ia o PMDB.

O Plano Real elegeu Fernando Henrique Cardoso em 1994 e garantiu ao PSDB um peso que nenhuma outra sigla teve antes, nem depois, em tempos de normalidade democrática: de 1995 a 1999, o partido acumulou a Presidência da República e os governos de São Paulo (Mário Covas), do Rio de Janeiro (Marcello Alencar) e de Minas Gerais (Eduardo Azeredo). Um verdadeiro “strike”, que nunca mais se repetiu. Enquanto o PSDB crescia “para cima”, o PMDB crescia “para os lados”, tornando-se o partido mais ramificado no País.

Por uma dessas coisas da política, o PMDB só chegou ao poder, sem intermediários, surfando na guerra entre PSDB e PT, na crise política e econômica do desastre Dilma e na implosão da imagem ética do PT, inclusive de Lula. Não há vácuo de poder. Abriu espaço, alguém entrou. E quem entrou foi o PMDB, resguardado pela Constituição e pela posição de vice de Michel Temer.

Apesar de decisivo para parir o impeachment de Fernando Collor, o PT foi o único partido que não embalou o governo Itamar Franco, mas é aquela velha história: “Quem pariu Matheus que o embale”. A alternativa do PSDB com o impeachment de Dilma foi embalar ou embalar o governo Michel Temer. Mas isso não significa um casamento perfeito, nem mesmo harmonioso. E, quanto mais próximo de 2018, mais a tensão entre tucanos e pemedebistas tende a piorar.

Há uma diferença crucial, porém, entre os dois parceiros: o PMDB não tem nenhum nome evidente para a sucessão de Temer e o PSDB tem pelo menos dois. Como se sabe, o de Geraldo Alckmin, o maior vitorioso das eleições municipais, e o de Aécio Neves, que acumula três grandes derrotas desde 2014, mas tem munição e tropa: presidente do partido, controla a máquina tucana e a maioria das bancadas no Congresso.

Nas eleições municipais, o PMDB venceu em número de prefeituras, com 1.038 em todo o País, incluindo quatro capitais, e o PSDB ganhou em 803, mas 28 estão entre as 92 com mais de 200 mil eleitores e sete delas são capitais. Vai governar 23,7% da população (um em quatro eleitores), com orçamento de R$ 158,5 bilhões. Conclusão: o PMDB pode ter vencido quantitativamente, mas o PSDB venceu qualitativamente e é hoje o partido mais forte para 2018.

O casamento é de conveniência e, com ou sem amor, nenhum dos dois tem para onde correr. O PMDB precisa do PSDB, dos seus votos no Congresso e de um certo lustre de seus quadros. E o PSDB não pode, simplesmente, bater a porta na cara do PMDB e largar Estados, empresas e desempregados na mão – ou na amargura da crise. Logo, os dois estão no mesmo barco, mas isso não é para sempre e dificilmente irá até 2018. Se Temer naufragar, o PMDB estará fora. Se navegar bem, terá candidato próprio, contra o PSDB.

*Publicado no Portal Estadão em 1º/11/2016

PRÊMIO PRESS


A revista PRESS divulga a relação de finalistas do PRÊMIO PRESS 2016. São cinco nomes em cada uma das 17 categorias de premiação e resultam de um processo de votação que durou 60 dias e registrou mais de 440 mil indicações, tanto no Voto Popular quanto no Voto Profissional.

Essa lista quíntupla vai agora à apreciação de um júri formado por 60 personalidades convidadas pela revista, entre autoridades, líderes institucionais, jornalistas especializados, entre outros.

Os nomes dos vencedores serão conhecidos na noite de 22 de novembro, na grande festa da imprensa gaúcha marcada para o Teatro Dante Barone, que deverá receber mais de 500 convidados.


ESTAGIÁRIO DE JORNALISMO DO ANO – Troféu CIEE-RS
- Catharina Signorini - Jornal do Comércio
- Eduardo Pinzon - TV Record
- Guilherme Chaves - Rádio Band
- Matheus Moraes - Jornal Diário da Manhã/ Passo Fundo
- Yasmin Luz - Rádio Gaúcha

REPÓRTER DE RÁDIO DO ANO – Troféu STICC
- Bruno Ravazzolli - Rádio Band
- Cid Martins - Rádio Gaúcha
- Lucas Rivas - Rádio Guaíba
- Mateus Ferraz - Rádio Gaúcha
- Voltaire Porto - Rádio Guaíba

REPÓRTER DE TELEVISÃO DO ANO
- Luciane Kohlmann - SBT
- Jonas Campos - RBS TV
- Leo Saballa Junior - RBS TV
- Paloma Poeta - TV Record
- Ticiano Kessler – Band TV

REPÓRTER DE JORNAL/REVISTA DO ANO – Troféu Sistema FECOMÉRCIO-RS
- Carolina Hickmann - Jornal do Comércio
- Humberto Trezzi - Zero Hora
- Luciamen Winck - Correio do Povo
- Renato Dorneles - Diário Gaúcho
- Roberta Mello - Jornal do Comércio

COLUNISTA DE JORNAL/REVISTA DO ANO – Troféu Fernando Albrecht
- Claudia Laitano - Zero Hora
- David Coimbra – Zero Hora
- Marco Antonio Birnfeld - Jornal do Comércio
- Paulo Germano - Zero Hora
- Taline Oppitz- Correio do Povo

COMENTARISTA DE TELEVISÃO DO ANO
- André Machado – Band TV
- Carolina Bahia - RBS TV
- José Antonio Pinheiro Machado - SBT
- Mauricio Saraiva – RBS TV
- Nando Gross - TV Record

COMENTARISTA DE RÁDIO DO ANO – Troféu Ruy Carlos Ostermann
- Adroaldo Guerra Filho – Rádio Gaúcha
- Carlos Guimarães – Rádio Guaíba
- Gustavo Fogaça - Rádio Gaúcha
- Luiz Carlos Reche – Rádio Band
- Nando Gross – Rádio Guaíba

APRESENTADOR DE TELEVISÃO DO ANO – Troféu SICREDI
- Carla Fachim - RBS TV
- Daniela Ungaretti - RBS TV
- Débora de Oliveira - SBT
- Lúcia Mattos – Band TV
- Simone Santos - TV Record

APRESENTADOR DE RÁDIO DO ANO
- Daniel Scola - Rádio Gaúcha
- Milton Cardoso - Rádio Band
- Rafael Marconi - Rádio Pampa
- Rogério Mendelski – Rádio Guaíba
- Stephany Sander - Rádio ABC 900/NH

JORNALISTA DE WEB DO ANO
- Demian Diniz - www.blogdodemian.com.br
- Eduardo Pires - www.onzefutebol.com.br
- Jairo Kuba - www.rdgalera.com
- José Luiz Prévidi - previdi.blogspot.com.br
- Ricardo Wortmann - cornetadorw.blogspot.com.br

REPÓRTER FOTOGRÁFICO DO ANO
- Alina Souza - Correio do Povo
- Freddy Vieira - Jornal do Comércio
- João Mattos - Freelancer
- Itamar Aguiar – Agência Freelancer
- Robson Alves - Brigada Militar

REPÓRTER CINEMATOGRÁFICO DO ANO
- Emanuel Da Ros - RBS TV
- Gerson Paz – TV Record
- Hugo Ramires - TV Record
- Marcelo Theil - RBS TV
- Tiarles Martins – RBS TV

LOCUTOR/APRESENTADOR DE NOTÍCIAS – Troféu Milton Ferreti Jung
- Arthur Chagas - Rádio Gaúcha
- Fernando Zanuzo – Rádio Gaúcha
- Marcelo Coelho - SBT
- Maria Luiza Benitez - Rádio Guaíba
- Sinara Félix – Rádio Guaíba

JORNALISTA DESTAQUE DO INTERIOR – Troféu SICREDI
- Dalcira de Oliveira - Rádio Fandango/Cachoeira do Sul
- Halder Ramos - Correio do Povo/Gramado
- Lisiane Sackis - RBS TV/ Santa Rosa
- Lourenço Graiz - Jornal De Fato/Nova Santa Rita
- Rodrigo Giacomet - Rádio ABC 900/Novo Hamburgo

MELHOR PROGRAMA DE RÁDIO DO ANO
- Esfera Pública - Rádio Guaíba
- Pampa na Noite - Rádio Pampa
- Rádio Livre – Rádio Band
- Repórter Bandeirantes - Rádio Band
- Timeline - Rádio Gaúcha

MELHOR PROGRAMA DE TELEVISÃO DO ANO
- Atualidades Pampa – TV Pampa
- Balanço Geral - TV Record
- Jornal do Almoço – RBS TV
- Os Donos da Bola - Band TV
- Rio Grande no Ar – TV Record

JORNALISTA DO ANO (Grand Prix) – Troféu SINDUSCON-RS
- Alexandre Mota - TV Record
- Daniel Scola - Rádio Gaúcha
- Milton Cardoso - Rádio Band
- Patricia Comunello- Jornal do Comercio
- Rosane Marchetti - TV Globo

BOM DIA!

Agora, reconstruir o País*

O pleito municipal se encarregou de varrer do mapa o PT e demais facções de “esquerda” que, na falta de competência e credibilidade para propor medidas concretas para tirar o País da crise, vinham apelando para o escapismo irresponsável do “fora Temer”. A partir de agora, sob o risco de em 2018 serem condenados ao mesmo destino que amargam hoje os vendedores de ilusões, os representantes do povo terão que mostrar serviço e interagir positivamente com as outras forças sociais para enfrentar os gravíssimos problemas decorrentes do legado do lulopetismo. E terão que agir levando em conta que a paciência dos brasileiros tem limites, como acaba de ficar claramente demonstrado nas urnas.

O resultado do pleito nas duas maiores cidades do País ajuda a entender o sentimento com que os brasileiros foram, ou não foram, às urnas. No Rio de Janeiro, num universo de 4,9 milhões de eleitores, mais de 1,86 milhão – a soma, em números absolutos, da abstenção com os votos nulos e brancos, que superou o número de sufrágios dados ao candidato vencedor – se recusou a optar por um dos dois candidatos que representavam os extremos do espectro político-ideológico: de um lado o conservadorismo ancorado nos preconceitos do fundamentalismo religioso e de outro o voluntarismo “esquerdista” e “libertário” engajado na luta contra os “inimigos do povo”. Ao negar voto aos dois candidatos, o eleitor carioca deixou claro que repudia o radicalismo político e demonstrou, como ocorreu em maior ou menor medida em todo o País, insatisfação e descrença na política e nos políticos.

Em São Paulo, onde o eleitorado é quase duas vezes maior que o do Rio (8,9 milhões contra 4,9 milhões), o não voto foi menor em números relativos, 34,7%, mas confirmou a tendência nacional de insatisfação e descrença. E essa tendência se evidencia também pelo fato de o tucano João Doria ter sido eleito, já no primeiro turno, com um total de 3,08 milhões de votos, superior à soma dos votos de todos os outros 10 candidatos, como resultado de uma campanha em que vendeu competentemente a imagem do não político. O mesmo ocorreu em Belo Horizonte, onde, no segundo turno, a soma de abstenções e votos nulos e em branco superou o número de votos dados a qualquer dos dois candidatos.

Está claro, portanto, o recado das urnas: além de quererem ver na cadeia os corruptos que se valem de seus cargos e mandatos para assaltar os cofres públicos – anseio que se traduz no apoio ao combate à corrupção simbolizado pela Operação Lava Jato –, os brasileiros não estão dispostos a continuar apoiando políticos inebriados pelo poder que não entregam o que prometem. Aqueles que acenaram com o Paraíso e depois de 13 anos no poder deixaram o Brasil em ruínas hoje estão reduzidos à condição de políticos sem voto.

Além da retumbante derrota do PT, que só ganhou em uma capital, Boa Vista, e não venceu em nenhuma das 57 cidades em que houve segundo turno, chama a atenção o bom desempenho eleitoral do PSDB. Um em cada 4 eleitores de todo o País estará a partir do ano que vem sendo governado por prefeitos tucanos. Esse bom desempenho ocorreu de modo especial no Estado de São Paulo, onde os tucanos e seus aliados expulsaram os petistas de seus tradicionais redutos na região metropolitana e ainda conquistaram as prefeituras das principais cidades do interior. Conquistas que reforçam o cacife político do governador Geraldo Alckmin na luta interna do partido pela candidatura presidencial em 2018.

Um destaque negativo do pleito municipal é o fato de os ex-presidentes petistas Lula da Silva e Dilma Rousseff – que estava em Belo Horizonte, atendendo a mãe doente – terem deixado de votar. Lula alegou que, com 71 anos, não está mais obrigado a comparecer às urnas. Evitou, assim, o constrangimento de se expor publicamente numa secção eleitoral de São Bernardo do Campo, onde o candidato que tinha seu apoio não chegou ao segundo turno. Observe-se que o mesmo Lula que tem percorrido o Brasil em “campanha cívica” na defesa dos interesses “populares” – na verdade, cuida de sua própria sobrevivência política – não teve ânimo para se deslocar até uma urna eleitoral e praticar o mais básico e elementar ato cívico da vida democrática.

*Publicado no Portal Estadão em 1º/11/2016