Acabou a greve nos bancos!
Os bancários, reunidos em assembleia por todo o Brasil,
decidiram retomar o trabalho na manhã desta sexta-feira, depois de 31 dias
parados. A volta ao serviço era uma das condições da Fenaban para que os dias
parados não fossem descontados. Assim, como os bancários retomam o trabalho
hoje, os 31 dias de greve não serão descontados de seus salários.
Depois de 10 rodadas de negociações, a Federação Nacional
dos Bancos ofereceu reajuste de 8%, acrescido de um abono salarial de R$3,5
mil, mais a garantia de reposição da inflação e 1% de aumento real em 2017. O vale-alimentação dos bancários será
reajustado em 15%, o vale-refeição e o auxilio creche/babá em 10% além de
implantação de licença paternidade de 20 dias.
Tudo devidamente acertado entre Fenaban e Sindibancários,
os trabalhadores voltam, hoje, a atender normalmente nas agências que estavam
fechadas, incluindo os bancos públicos e privados.
Ressalte-se que, nos 31 dias de greve, as agências de
bancos particulares e, pelo que sei algumas do Banrisul, permaneciam com
atendimento interno a clientes, além do sistema eletrônico que não deixou de
funcionar nunca. Nas agências da Caixa Econômica em que estive para retirar
dinheiro, inclusive de meu salário, somente os terminais estavam funcionando.
Não havia um único funcionário trabalhando. Repito, pelo menos nas agências em
que estive, mas tenho informações que muitas pessoas viram a mesma coisa.
Se tudo for assim mesmo, sou obrigado a concluir que a
maioria dos bancários, que me desculpem os que mantiveram atividades de
protesto, esteve em férias por 31 dias. Juntando-se ao período obrigatório,
alguns terão 61 dias de descanso remunerado em 2016.
Uma constatação não pode passar desapercebida por quem
utilizou serviços bancários neste período de greve. Fora casos em que a
intervenção humana era extremamente necessária, os caixas eletrônicos
desempenharam uma função que não deixou nada a desejar. Quem precisou de
dinheiro, fazer transferências, pagar contas e saber o saldo, não teve nenhum
problema com a greve de 31 dias.
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Esta foto, distribuída pelo SindiBancários, mostra o número de participantes da assembleia geral realizada ontem. Com muito boa vontade, vamos contar 50 pessoas decidindo sobre um serviço que atende milhares de pessoas. |
O fato, salvo melhor juízo, prova que a presença de
pessoas como funcionários de bancos, está cada vez mais se tornando
desnecessária. A grande quantidade de servidores já não parece tão fundamental,
visto que as máquinas eletrônicas substituem, em alguns casos sem cara de má
vontade e desrespeito, aos funcionários em greve.
Lamentável para quem ainda insiste em paralisar um
serviço pelo qual pagamos muito caro, na maioria das vezes, sem vantagens
financeiras. O patrão faz um depósito automático de nossos salários e nós, nos
caixas eletrônicos, movimentamos nossas contas.
Se eu fosse bancário, começaria a pensar melhor sobre
entrar em greve e colocar meu emprego em risco. A não ser os concursados que, se não for por justa causa, podem parar pelo tempo que desejarem. Não acontecerá
nada, como não vai acontecer com os grevistas que retomam os trabalhos nesta
sexta-feira. Falando nisso, servidores da Caixa Econômica Federal permanecem em greve em sete estados. Pode ser que voltem segunda-feira.
Só fiquei com uma grande dúvida na cabeça. Se os
bancários ficaram parados por 31 dias, será que em algum momento sugeriram
transformar a paralisação em férias? Dirão os mais experientes em paralisações: santa
inocência!
Tenham todos um Bom Dia!