MEC prevê R$ 1,5 bi para tempo integral
O ministro da Educação, Mendonça Filho, anunciou nesta
quinta-feira (22) que o governo federal vai investir R$ 1,5 bilhão na expansão
do ensino médio em tempo integral em todo o país. A meta, segundo ele, é de
atender 500 mil jovens nessa "jornada estendida" até o fim do
mandato, em dezembro de 2018.
A medida faz parte do pacote de renovação do ensino médio
assinado nesta quinta pelo presidente Michel Temer, em cerimônia no Palácio do
Planalto. Ele também enviou ao congresso uma Medida Provisória (MP) que altera
o currículo, a carga horária e os eixos programáticos dessa etapa da educação
básica.
Durante a cerimônia, Mendonça Filho falou em
"falência do ensino médio brasileiro" e disse que o quadro atual
"justifica a relevância e a urgência" que caracterizam uma medida
provisória. Diferentemente do projeto de lei comum, a MP tem prazo limite de
120 dias para tramitar no Congresso Nacional.
"O Ideb está estagnado desde 2011. O desempenho em
português e matemática é menor hoje que em 1997. Temos 1,7 milhão de jovens
entre 15 e 24 anos que nem estudam, nem trabalham. Apenas 18% dos jovens de 18
a 24 anos ingressam no ensino superior, e a população jovem do Brasil entrará
em declínio após 2022", declarou.
Segundo o ministro, a proposta de renovação tem foco em
três eixos: ampliação gradual da carga horária, "que não se dará
imediatamente a partir do próximo ano"; flexibilidade do currículo com
possibilidade de cinco ênfases, e autonomia para os sistemas estaduais criarem
seus currículos e políticas.
O modelo atual de ensino médio prevê 13 disciplinas
obrigatórias: português, literatura, matemática, geografia, história, física,
química, biologia, filosofia, sociologia, língua estrangeira, artes e educação
física.
O texto da MP prevê "itinerários formativos
específicos", com ênfase em linguagens, matemática, ciências da natureza,
ciências humanas e formação técnica profissional. Além de português e
matemática, previstos para os três anos do ensino médio, o ensino do inglês se
torna obrigatório como primeira língua.
"É muito comum, quando conversamos com um jovem do
ensino médio, ouvir que aquela escola não dialoga com ele, que aquela escola
contraria o seu projeto futuro", disse Mendonça Filho.
Agência Globo