domingo, 14 de agosto de 2016

FUTEBOL - 2

20ª RODADA

SÁBADO - 13/08
16:00
Sport 1 X 0 Flamengo - Arena Pernambuco

18:30
Ponte Preta 2 X 0 Figueirense - Moises Lucarelli

DOMINGO - 14/08
11:00
Grêmio 3 X 0 Corinthians - Arena Grêmio
Fluminense 1 X 0 América MG - Kleber Andrade

16:00
Vitória 2 X 2 Santa Cruz - Barradão
Santos 3 X 0 Atlético MG - Vila Belmiro
Cruzeiro 2 X 2 Coritiba - Independência

16:15
São Paulo 0 X 1 Botafogo - Morumbi

18:30
Atlético PR 0 X 1 Palmeiras - Arena baixada

SEGUNDA - 15/08
20:00
Chapecoense _ X _ Internacional - Arena Condá

CLASSIFICAÇÃO

BOA NOITE!


Sérgio Bittencourt foi um compositor e jornalista brasileiro. Filho de Jacob do Bandolim foi criado em volta dos chorões e das rodas de choro. Na escrita, seu estilo era duro e desaforado, mas era considerado sentimentalista.

Elizeth Cardoso, conhecida como A Divina, é considerada uma das maiores intérpretes da música brasileira, além de uma das mais talentosas cantoras de todos os tempos.

Em 1974, Elizeth Cardoso e Sérgio Bittencourt gravaram o samba Naquela Mesa, feito por Sérgio em homenagem a seu pai, Jacob do Bandolim.


OPINIÃO

Conciliar o inconciliável*

Eliane Cantanhêde

Quanto mais perto de se tornar presidente de fato e de direito, mais Michel Temer fica diante de um desafio e tanto: conciliar dois objetivos inconciliáveis por definição. 
Ele precisa conquistar apoio popular e, ao mesmo tempo, tomar medidas consideradas pelo senso comum como “impopulares”. Não se trata de opção ou de vontade. Buscar popularidade e patrocinar reformas é fundamental – e urgente.

O ponto central desse desafio de Temer é a reforma da Previdência, um debate que percorre igualmente países desenvolvidos e emergentes e é uma exigência da realidade também no Brasil. Fernando Henrique começou, Lula continuou, Dilma anunciou antes de cair e Temer não tem alternativa: é fazer ou fazer.

Apesar da defesa, a torto e a direito, de quem tem responsabilidade de governo e tem noções de contabilidade, a questão da Previdência está no foco das relações entre capital e trabalho e deixa o governo Temer entre a cruz e a espada, fustigado pela percepção da sociedade, a versão das centrais sindicais e a pressão dos investidores. Mas a encruzilhada de Temer vai além da reforma da Previdência. Há a grave questão fiscal, a regulação das relações Estado-iniciativa privada e a flexibilização das regras trabalhistas – sem contar a reforma política, às avessas: exigência da sociedade, enfrenta resistências no Congresso.

Bastou o impeachment definitivo de Dilma entrar na reta final para Temer mergulhar em reuniões com empresários e banqueiros pesos pesados, obviamente indispensáveis para reaquecer a economia e gerar empregos. Mas, de outro lado, cinco centrais sindicais divulgaram nota curta e grossa, de dois parágrafos, convocando um ato na próxima terça-feira e mandando um recado: rejeitam qualquer negociação “que vise retirar direitos trabalhistas e previdenciários da classe trabalhadora, ou precarizar ainda mais as relações de trabalho”. E essa nota uniu duas velhas inimigas: a CUT (petista) e a Força Sindical (antipetista).

Nesse ambiente, ministros de Temer, líderes governistas e até o presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Robson Andrade, rebatem com o mesmo exemplo: a França, que, apesar de símbolo de democracia e de políticas sociais e trabalhistas, foi compelida a fazer reformas duras quando a crise na Grécia ameaçou cruzar fronteiras. “No mundo de hoje, não se pode governar a partir de dogmas, achando que as coisas são imutáveis”, diz Andrade.

É sob essa pressão do mercado e das forças trabalhistas que Temer tenta driblar os dogmas e atender a realidade, exercitando sua experiência política e discutindo como azeitar a comunicação. Assim como negociou o “Ponte para o Futuro” com o capital, ele precisa convencer o trabalho e a opinião pública de que a flexibilização trabalhista não é contra os trabalhadores e que a reforma da Previdência não é contra os velhinhos, mas exatamente para que os assalariados tenham emprego e que todos os velhinhos tenham direitos cada vez mais iguais. Aliás, que continuem tendo direitos. Como? Com novos limites de idade, equilíbrio entre contribuição e idade e um sistema único para o serviço público e o privado.

Como presidente efetivo, Temer terá mais condições de apresentar uma “atualização” do País nas áreas previdenciária, trabalhista e regulatória, e de negociar com o Congresso tendo na retaguarda o apoio do setor produtivo, a recuperação da confiança e a volta do investimento interno e externo. Mas ele também precisa da opinião pública e das centrais, sem se esquecer de que o maior problema estrutural do Brasil continua sendo a desigualdade e que populismo barato é uma coisa, justiça social é outra, obrigatória. Atualização do País, sim. Retroceder na inclusão, nunca. Isso acabaria com o governo dele e com o seu verbete na história.

*Publicado no estadão.com em 14/08/2016

BOM DIA!

Eu sou teu sangue, meu velho!

Bem cedo da manhã a gente escutava os passos firmes do pai, muitas vezes mais fortes pelo barulho provocado pelo taco das botas militares, pela casa de soalho de madeira. Ficava no ar o perfume de seu informe impecavelmente limpo e passado, quase que todos os dias, pela mãe que, orgulhosa, levava meu pai até a porta para que ele fosse para o quartel.

Não sei por quantos anos acordei com o barulho do salto do sapato, ou das botas, que meu pai usava quando se preparava para sair de casa. Meu pai era um soldado e jamais deixou de ser exatamente aquilo que aprendeu da rígida disciplina militar.

Mais tarde, quando já era um moço, deixei de ouvir os passos firmes do pai pela casa. Vítima de uma trombose, meu pai deixou o quartel e, no máximo, se escutava o barulho quase imperceptível de sua bengala quando ele ainda tentava caminhar pela casa. Foram muitos anos sem o barulho do salto dos sapatos ou das botas, depois da bengala do meu pai, até que silenciassem definitivamente.

Meu pai, um soldado que nos deixou quando foi promovido a Coronel, já não andava pela casa, mas sua figura nunca deixou de estar presente em nossas vidas.

Hoje, depois de não sei quantos anos, sem ele, sem a Dona Célia, minha mãe, sem meus outros sete irmãos, sinto um vazio enorme dentro do peito quando lembro deles. Um vazio que, eu sei, é a saudade imensa que deixaram na minha vida.

Ficaram as noras, os netos e os bisnetos do meu pai. Ficaram, comigo, meus filhos e meus netos. Eles, de alguma forma, substituem o vazio que o “velho Capitão Machado” deixou.

Sentado no meu escritório, olhando para as fotos que tenho nas paredes, vejo a figura dele, da minha mãe, dos meus filhos, dos meus netos e dos meus irmãos e tenho a certeza absoluta que valeu a pena ter vivido até aqui. Que nunca fiquei sozinho!

Meu pai deixou um exemplo de vida, de superação, de sabedoria, que, de alguma forma, tento sempre passar para meus filhos e peço que passem para meus netos. Não sei se consigo, mas sei que jamais poderei deixar herança maior para eles do que aquilo que me pai me ensinou.

Se neste Dia dos Pais eu tivesse que cantar uma música que define muito daquilo que ficou em mim deixado pelo meu pai, eu cantaria que “Eu sou teu sangue, meu velho, teu silêncio e teu tempo. Velho, meu querido velho”.

Feliz Dia dos Pais!