Renan antecipa data de julgamento
Foto: Agência Senado/Reprodução |
O julgamento final do processo de impeachment contra a
presidente afastada, Dilma Rousseff, deve ter início em 25 ou 26 de agosto, e
poderá durar até cinco dias.
A informação foi dada nesta terça-feira (2) pelo
presidente do Senado, Renan Calheiros. Ele explicou que a duração do julgamento
final irá depender dos procedimentos a serem adotados na sessão, além do tempo
a ser usado pelas cinco testemunhas de defesa e cinco testemunhas de acusação,
e nas eventuais manifestações dos senadores em Plenário.
Renan adiantou que, a exemplo do que ocorreu antes da
sessão de admissibilidade do processo, fará uma reunião na quinta-feira (4)
para definição dos procedimentos a serem adotados no julgamento final, a ser
conduzido pelo presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Ricardo
Lewandowski.
- Se for necessário, o Senado trabalhará sábado e
domingo, se nós estabelecermos princípios para a oitiva das testemunhas, o
prazo para a defesa e a acusação, o número de questões de ordem que vamos ter
que responder, se cada senador vai usar ou não a palavra. Vamos ter mais ou
menos dados para planejamento. Enquanto não soubermos desses dados, não
saberemos dizer a hora exata da votação. Pode-se suspender a sessão para dormir
e para comer, e eu acho que isso seria recomendável – afirmou.
O senador Lindbergh Farias (PT-RJ), no entanto, disse que
o julgamento final estava previsto para o dia 29, e que a antecipação para o
dia 25 é resultado de “pressão política” exercida pelo presidente interino,
Michel Temer.
- Se não abrir mão disso, vamos aumentar o número de
testemunhas. Se ele [Temer] está fazendo pressão parar acelerar o processo,
vamos usar os direitos regimentais, e o nosso direito é ter 40 testemunhas no
Plenário. Queremos discutir nos prazos certos, que o julgamento seja um
julgamento justo, não estamos nessa correria para encerrar tudo. O que o
presidente interino quer é um julgamento célere, rápido – afirmou.
Renan, porém, negou divergência de datas, e observou que
qualquer delonga será ruim para todos os lados, uma vez que as datas do
julgamento são aquelas já previstas no final do semestre passado. O presidente
do Senado negou ainda que ele e Lewandowski estejam exercendo “pressão em
função de interesses menores”, em relação à conclusão do processo movido contra
Dilma.
- Nunca existiu e não existirá. Vamos priorizar o
interesse nacional. Esse processo está sendo conduzido com absoluta isenção
pelo presidente do Senado e pelo presidente do STF, e isso será observado até o
momento final – afirmou.
Agência Senado