segunda-feira, 1 de agosto de 2016

BOA NOITE!

No final dos anos de 1960, Julio Iglesias, já totalmente recuperado de um  acidente de carro, procurou uma produtora musical para oferecer suas canções aos intérpretes da empresa. Os empresários propuseram que ele defendesse sua canção, La vida sigue igual, no Festival de Benidorm. Sagrado como grande vencedor, assinou seu primeiro contrato com a Columbia Records.

Marcado pela voz e seu detalhismo nas canções, além de grande carisma, se tornou o mais bem sucedido artista latino em todos os tempos, com números impressionantes: 300 milhões de cópias vendidas, 2600 discos de ouro e de platina, quatro mil espetáculos em mais de quinhentas cidades do mundo e uma canção tocada a cada trinta segundos.

Selecionei, para começar a semana, um de seus grandes sucessos: Por El Amor De Una Mujer



Esquema Consist

Vaccari só fala se diretoria autorizar


Ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto sinalizou a interlocutores que precisaria do sinal verde do partido para falar o que sabe sobre o esquema Consist


O PT tem em seu ex-tesoureiro João Vaccari Neto um importante aliado. Preso desde abril de 2015, em Curitiba, quando foi capturado pela Operação Lava Jato, Vaccari tem se mantido em silêncio em todos os depoimentos à Polícia Federal. A cada pergunta, o ex-tesoureiro repete como um mantra: ‘Vou exercer o direito ao silêncio’.

Há alguns meses, no entanto, Vaccari foi questionado sobre o esquema Consist e disse a interlocutores. “Não posso falar, só se a diretoria executiva autorizar.”
Para contar o que sabe sobre o esquema Consist, empresa de software que teria desviado R$ 100 milhões de empréstimos consignados no âmbito do Ministério do Planejamento na gestão do marido da senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR), Vaccari sinalizou que precisava de um sinal verde do PT. O ex-tesoureiro do PT é acusado por organização criminosa, corrupção e lavagem.

Além da Custo Brasil, Vaccari é investigado na Lava Jato e no Caso Bancoop.
Na Lava Jato, Vaccari foi condenado em duas ações penais. Na primeira, o juiz federal Sérgio Moro condenou o ex-tesoureiro do PT a 15 anos e 4 meses de prisão por corrupção passiva, lavagem de dinheiro e associação criminosa. A sentença aponta que o ex-tesoureiro do PT intermediou repasse de R$ 4,2 milhões para o partido.

Em outro processo, por propina na Diretoria de Serviços da Petrobrás, Vaccari pegou 9 anos de prisão por corrupção. Nesta ação, também foi condenado o ex-ministro José Dirceu (Casa Civil/Governo Lula).

Vaccari presidiu a Cooperativa Habitacional dos Bancários (Bancoop) entre 2004 e 2008. Durante sua gestão verbas destinadas à construção dos edifícios de apartamentos dos cooperados teriam sido desviadas. Ele nega todas as acusações do Ministério Público Estadual, que lhe imputa os crimes de formação de quadrilha, estelionato e falsidade ideológica.
Agência Estado

RAPIDINHAS


Temer reafirma que não será candidato em 2018
O presidente em exercício Michel Temer abriu a reunião com líderes da base aliada da Câmara dos Deputados, na manhã desta segunda-feira, 1º, reafirmando que não será candidato à presidência da República em 2018. Segundo líderes, ele disse que não pretende se candidatar “em hipótese alguma”. O peemedebista já tinha soltado nota negando a intenção, após o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), afirmar que, se o impeachment de Dilma Rousseff for aprovado, Temer será candidato ao Palácio do Planalto em 2018, com apoio da coalizão.

Sergio Moro solta Monica Moura e estipula fiança de R$ 28,7 milhões
O juiz Sérgio Moro mandou soltar Monica Moura, mulher do ex-marqueteiro do PT João Santana. A decisãofoi confirmada pelo advogado de defesa Fábio Tofic Simantob. Segundo Moro, Monica Moura está proibida de atuar em campanhas eleitorais no Brasil até nova decisão. Monica deverá entregar o passaporte à Justiça e não pode manter contato com outros acusados da Operação Lava Jato. O benefício deve ser estendido a João Santana, de acordo com Moro. "Pretendendo João Cerqueira de Santana Filho a extensão do benefício, deverá peticionar nos mesmos termos e condições, observando, como fiança, os valores bloqueados em suas contas correntes (cerca de R$ 2.756.426,95). Se apresentada petição nesse sentido, faça a Secretaria os autos conclusos para deliberação".

Eliseu Padilha é o ministro mais influente do governo
O ministro com mais poderes e influência, e mais próximo de Michel Temer também, por enquanto, é Eliseu Padilha, da Casa Civil. O político gaúcho entra no gabinete do presidente interino, sem bater, fala com ele várias vezes no viva voz e sabe de tudo o que ocorre no governo. Os superpoderes de Padilha, no entanto, incomodam alguns deputados. Eles desconfiam de que o ministro centraliza as nomeações no governo e não transmite seus pedidos a Temer. Alguns já pensam em procurar o presidente diretamente para se queixar. 

Relatório final será lido nesta terça na comissão de impeachment
Com o encerramento, nesta segunda-feira (1°), do recesso branco no Congresso Nacional, o Senado inicia a semana com o processo de impeachment da presidente afastada Dilma Rousseff como uma das prioridades. Nesta segunda é o último dia para que o relator da Comissão Especial do Impeachment, senador Antônio Anastasia (PSDB-MG), conclua seu relatório que dirá se a denúncia por crime de responsabilidade contra Dilma é procedente ou não e se ela deve ser levada a julgamento final. A leitura do parecer na comissão e a vista coletiva estão marcadas para nesta terça-feira (2). 

Temer pede esforço da base na Câmara para aprovar projeto da dívida dos estados
O presidente interino pediu a deputados de sua base aliada na Câmara que concentre esforços na aprovação do projeto de lei que trata da renegociação da dívida dos estados. Em reunião realizada hoje (1°), no Palácio do Jaburu, o grupo listou as dificuldades previstas, entre as quais a questão do quórum na Câmara, que pode ser baixo, em decorrência das convenções para as eleições municipais, e a pressão que algumas corporações como Judiciário e Ministério Público têm feito por benefícios que podem prejudicar o cumprimento da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) pelo poder público.

Eduardo Cunha devolve chaves da residência oficial da Câmara
O deputado afastado e ex-presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), devolveu hoje (1°) as chaves da residência oficial da presidência da Casa. Cunha renunciou ao cargo no dia 7 de julho e tinha até o próximo dia 6 para deixar o imóvel. Ele deve ocupar um apartamento funcional cedido pela Câmara. O recibo de entrega das chaves do imóvel, com data desta segunda-feira, foi assinado pela administradora da residência oficial.

Cunha foi afastado da presidência da Câmara e do mandato de deputado pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Com a renúncia à presidência da Casa, em julho, ele perdeu o direito de usar a residência oficial e regalias como avião da Força Aérea Brasileira e segurança pessoal.

Propina de R$ 100 milhões

MPF denuncia Paulo Bernardo

Mais 19 pessoas foram denunciadas, entre elas o ex-tesoureiro Vaccari. Político é suspeito de integrar organização que fraudava crédito consignado

O Ministério Público Federal em São Paulo denunciou o ex-ministro Paulo Bernardo e mais 19 pessoas acusadas de montar organização criminosa no Ministério do Planejamento, entre 2009 e 2015. O grupo, segundo o MPF, era responsável por lavagem de dinheiro e pagamento de propinas para o PT e agentes públicos e privados que superam R$ 100 milhões.

Bernardo e mais 21 pessoas haviam sido indiciadas pela Polícia Federal no esquema, desbaratado na Operação Custo Brasil em 23 de junho, desdobramento das fases 17 e 18 da Lava Jato. O ex-ministro foi denunciado por corrupção passiva, lavagem de dinheiro e integrar organização criminosa.
De sexta-feira (29) a segunda-feira (1º), o MPF ofereceu três denúncias. Na primeira, Paulo Bernardo e mais 12 pessoas foram denunciadas, entre elas João Vaccari Neto, ex-tesoureiro do PT, em ação que trata do contrato fraudulento da empresa Consist no Ministério do Planejamento. No total, essas 13 pessoas respondem por integrar organização criminosa, corrupção ativa, corrupção passiva, lavagem de dinheiro e obstrução da investigação.

Na segunda denúncia, colaboradores eventuais e funcionários de Paulo Bernardo foram denunciados por lavagem de dinheiro.
"Paulo Bernardo tem ciência de tudo no esquema, ele nomeia as pessoas chaves para os cargos e ele tem ciência de tudo e participa ativamente nos bastidores, ele não aparece formalmente, mas tomava as decisões", disse o procurador Andrey Borges de Mendonça.

Na terceira denúncia, aparece o fundador da Consist, que foi denunciado por organização criminosa, corrupção ativa e lavagem de dinheiro. "O Ministério Público  tem a perspectiva que as denúncias sejam recebidas e que até o fim do ano tenhamos as sentenças condenatórias em relação à Operação Custo Brasil", diz o procurador Rodrigo de Grandis.

A Operação Custo Brasil foi deflagrada em 23 de junho para apurar o pagamento de propina a pessoas ligadas a funcionários públicos e agentes públicos ligados ao Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão – MPOG, relacionado a contratos de prestação de serviços de informática, entre os anos de 2010 e 2015. 

Paulo Bernardo, que foi ministro do Planejamento do governo Lula e das Comunicações no primeiro governo Dilma Rousseff, é suspeito de integrar uma organização formada para fraudar um serviço de gestão de crédito consignado a funcionários públicos.

ELEIÇÕES 2016

FIM DE SEMANA DE DEFINIÇÕES
O final de semana praticamente definiu nomes e coligações para as eleições de outubro. Durante a semana que está começando, os ajustes finais serão feitos, principalmente a partir das convenções do PP, hoje, do PMDB dia 4 e do PSDB e PSTU dia 5 de agosto.

A convenção do PP começa às 18 horas e nela se ficará sabendo se o partido acompanhará Sebastião Melo ou Nelson Marchezan. Entre o peemedebista e o tucano, balança o coração dos progressistas.

Dá quase para apostar que o PP decidirá por apoiar Nelson Marchezan Jr, já que o PDT deverá indicar o vice de Melo. Assim, o partido de Ana Amélia deverá indicar o segundo na chapa de Marchezan. Só não se sabe, ainda, o nome de quem poderá, pelo PP, ser o vice do tucano.

Até agora, oito candidaturas já estão definidas: Sebastião Mello (PMDB), Raul Ponto (PT), Nelson Marchezan Jr (PSDB), Luciana Genro (PSOL), Mauricio Dziedricki (PTB), Marcelo Chiodo (PV), João Carlos Rodrigues (PMN) e Fabio Ostermann (PSL). O PSTU poderá lançar Júlio Flores ou apoiar Luciana Genro.

PT CONFIRMA PONT E SILVANA
Com a apresentação de vídeos da presidente afastada, Dilma Rousseff e do ex-presidente Lula, a convenção do PT, que reuniu cerca de mil militantes, confirmou os nomes de Raul Pont (PT) como candidato à prefeito e o da comunista Silvana Conti (PC do B) como vice.

Pont, que foi prefeito entre 1997 e 200, diz que quer “trazer de volta a experiência da democracia participativa, onde cidadãos tenham papel decisivo em obras e na organização dos espaços urbanos”. Para a comunista Silvana Conti, a prioridade é “saneamento básico, fortalecimento do SUS, educação sem mordaça e política de regularização fundiária”

Petistas e comunistas presentes ao ato de indicação do candidato Raul Ponto, deram o tom que será empregado durante a campanha, falando da administração de Sartori, de Temer e no que chamam de “golpe”, referindo-se ao impeachment de Dilma.

O slogan da chapa Pont/Silvana será “Porto Alegre-se, volta Raul”


PTB e mais cinco apoiam Dziedricki
Reunindo PTB, PR, Solidariedade, PSC, PT do B e PRB, a coligação denominada “Novas Ideias”, oficializou o nome do deputado Mauricio Dziedricki como candidato à prefeito. Coube ao PR indicar o Coronel Arlindo Bonete para a vaga de vice-prefeito. Também ficou definido que o PTB terá 54 candidatos a vereadores, ficando aos demais partidos da coligação, as demais 54 vagas.

- Até agora acompanhamos muitas ações e obras que foram entregues para a cidade, mas chegou a hora de cuidar das pessoas, com uma cidade mais moderna, colaborativa e eficaz. Cegou o momento de defender as comunidade, afirmou Dziedricki.

O prefeito José Fortunati, presente como convidado, agradeceu a parceria do PTB em seu governo.

QUEM SERÁ O VICE DE MELO    
Com a desistência de Vieira da Cunha, provavelmente o PDT indicará o vice de Sebastião Melo na disputa pela prefeitura de Porto Alegre. Haverá, no caso, uma inversão no comando da Capital, caso Melo seja eleito. Até aqui, José Fortunati (PDT) é o prefeito e Melo (PMDB), o vice. As posições se inverterão caso o peemedebista vença o pleito.

No PDT, a disputa pela vaga está entre a deputada estadual Juliana Brizola e o vereador Mauro Zacher. Os vereadores já manifestaram o desejo de ver Zacher na chapa, mas a bancada do PDT na Assembleia já anunciou que vai lançar manifesto em defesa da candidatura de Juliana.
Ao mesmo tempo, lideranças do PDT e do PMDB começaram um movimento em favor do nome de Vieira da Cunha para compor a chapa como vice de Melo. O pedetista resiste pois não deseja ser vice depois de ter se lançado candidato a prefeito.

A convenção do PP, hoje, também, poderá trazer novidades. Os presidentes dos 13 partidos que apoiam Sebastião Melo, além do PMDB, entregaram ao presidente Kevin Krieger uma carta apelando para que o PP se alinhe ao bloco. Lembraram, na carta, que o partido integra o governo de Fortunati desde 2004, quando José Fogaça ocupava a prefeitura.

Os aliados de Marchezan Jr argumentam que “nessa aliança o partido não será apenas mais um, mas terá protagonismo na chapa, na campanha e no governo”. Caso o PP venha a apoiar Sebastião Melo, a candidatura de Marchezan pode ficar inviabilizada pois os tucanos não tem a força necessária na Capital.

Eu volto amanhã!

1º/08/2016


Estadão - Custo com partidos chega a R$ 9,4 bilhões em 10 anos
Recursos são do Fundo Partidário e de renúncias fiscais da União para bancar horário eleitoral gratuito na TV e no rádio; siglas ‘nanicas’ ficaram com 20% das verbas

Folha de São Paulo - Multinacionais já  veem crise brasileira mais próxima do fim
Transição no governo, com afastamento de Dilma, é um dos pontos citados para melhora do cenário econômico nacional

O Globo - Nas cidades com 10 piores IDHs, corrupção e descaso
Prefeituras acumulam investigações sobre falta de transparência, desvios e má gestão

Estado de Minas - Convenções indicam disputa acirrada pela Prefeitura de BH
A duas semanas do início da campanha eleitoral, partidos escolhem candidatos a prefeito e vice da capital em clima tenso, com troca de farpas, críticas e até briga de militantes

Tribuna da Bahia - 50 já foram presos por vandalismo no RN após série de ataques a ônibus
A polícia localizou 30 coquetéis-molotovs em uma casa abandonada em Natal

Correio Braziliense - Levantamento feito pelo Correio mostra tendência favorável ao impeachment
Dos 57 senadores que já declararam o voto, 39 estão decididos pela cassação da petista - 18 são contra. Decisão deve sair até 2 de setembro

Gazeta do Povo - Eleição municipal é 1.º passo para a conquista do governo do Paraná
Grupos que visam ao Palácio Iguaçu apostam na conquista de prefeituras para ter cabos eleitorais fortes na disputa de 2018

Diário de Pernambuco - Temer reitera que não será candidato à reeleição
O presidente interino divulgou nota informando que não pretende disputar a reeleição em 2018

Revista VEJA - Procuradores acreditam que recurso de Lula para a ONU é semente de pedido de asilo político
Procuradores que atuam na Lava-Jato entendem que o recurso de Lula à ONU nada mais é que uma semente para um futuro pedido de asilo político a algum país estrangeiro

Revista IstoÉ - TCU vê ilegalidade na venda de ‘créditos podres’ da Caixa
O Tribunal de Contas da União (TCU) exigiu que a Caixa suspendesse a venda de carteiras de “créditos podres” – dívidas consideradas de difícil recuperação – por encontrar indícios de ilegalidade nas operações efetuadas nos últimos dois anos, quando o banco estatal passou a adotar a prática para limpar o balanço

Revista ÉPOCA -  Até mesmo senadores do PT reclamam de defesa apresentada por Dilma em comissão
Avaliação de petistas é que peça trouxe 'mais do mesmo' e que poderia ser mais 'politizada'

Portal G1 - STF retoma atividade e inicia etapa da saída de Lewandowski da presidência
Em seu último mês, ministro dividirá tempo com julgamento do impeachment. Temas polêmicos pendentes deverão ficar para a gestão de Cármen Lúcia

Agência Brasil - Operação Acrônimo: STJ retoma hoje julgamento de recurso do governador de Minas
Pimentel foi denunciado em maio deste ano pelos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro na Operação Acrônimo, da Polícia Federal (PF)

Portal IG - Fluxo de estrangeiros na Olimpíada pode trazer doenças ao país
Poliomielite e sarampo estão entre as maiores preocupações dos médicos

Aécio Neves

Campanha deste ano será 'franciscana'
Conforme o senador, a disputa eleitoral, com novas regras que impedem, 
por exemplo, doações de empresas, terá de ser na "sola do sapato"

O presidente do PSDB, senador Aécio Neves (MG), afirmou que o Fundo Partidário não será suficiente para as despesas das legendas nas campanhas para as eleições deste ano e que, com isso, os gastos terão de ser "franciscanos". Aécio participou da convenção municipal do PSDB que anunciou o deputado estadual João Leite como candidato à prefeitura da capital mineira.

Conforme o senador, a disputa eleitoral, com novas regras que impedem, por exemplo, doações de empresas, terá de ser na "sola do sapato". "Vai ser uma grande novidade em todo o Brasil. Temos conversado muito em Brasília. É preciso que todos os candidatos saibam que essa eleição será absolutamente diferente", disse.

Para o presidente do PSDB, "será uma campanha franciscana em que a sola do sapato terá um valor muito mais relevante que em outras vezes". "Vamos aprender com essa campanha. O Fundo Partidário será um apoio aos candidatos, mas não será, em nenhuma cidade, acredito, suficiente. Os candidatos vão ter que buscar contribuições pessoais, dentro do que determina a lei", disse.

Segundo Aécio, "poucos belorizontinos e poucos mineiros conhecem a cidade com a profundidade e sensibilidade de João Leite". O tucano amenizou o fracasso nas negociações com o prefeito Márcio Lacerda (PSB), que lançou Paulo Brant (PSB) na disputa. Aécio e Lacerda estiveram juntos nas duas últimas eleições municipais. "(Lacerda) optou por outro caminho e nós respeitamos", disse.

BOM DIA!

‘O mais pesado’*

Eliane Cantanhêde

A “fonte” é quente: o que já saiu não é nada leve, mas as denúncias “mais pesadas” contra o ex-presidente Lula ainda estão por vir. É por isso que Lula e seus advogados se antecipam, em busca de uma duvidosa proteção no Comitê de Direitos Humanos da ONU. No ambiente político, a sensação é de que foi um ato de desespero, indicando que Lula sabe que pode ser preso e estaria aplainando terreno para um futuro pedido de asilo político.

Obstrução de Justiça ao tentar evitar delações premiadas contra amigos e contra si, ocultação de patrimônio no caso do sítio e do triplex, suspeita de palestras fictícias para empreiteiras, envolvimento do filho na Zelotes... tudo isso, que já não é pouco, é apenas parte da história. Os investigadores estão comendo o mingau pelas bordas, até chegar ao centro, fervendo.

No centro, podem estar as perigosas relações de Lula com o exterior, particularmente com Portugal, Angola, Cuba e países vizinhos. E o calor vem da suspeita – com a qual a força-tarefa da Lava Jato trabalha – de que Lula seja o cérebro, ou o chefe da “organização criminosa”. No mensalão, ele passou ao largo e José Dirceu aguentou o tranco. No petrolão, pode não ter a mesma sorte – nem escudo.

Lula tornou-se réu pela primeira vez, na sexta-feira, pelo menor dos seus problemas com a Justiça: a suposta tentativa de evitar a delação premiada do ex-diretor da Petrobrás Nestor Cerveró, para que ele não abrisse o bico sobre as peripécias de seu amigo José Carlos Bumlai. Peripécias essas que seriam para atender a interesses, conveniências e possivelmente pedidos de Lula.
Digamos que tentar obstruir a Justiça é um “crime menor”, quando Lula é suspeito de ter ganho fortunas e viver à custa de empreiteiras, numa rede de propinas, de toma lá, dá cá. Menor, mas impregnado de simbologia e de força política.

Os fatos embolaram-se de quinta para sexta-feira, num ritmo de tirar o fôlego. Lula entra com a petição no Comitê da ONU, acusando o juiz Sérgio Moro de “abuso de poder” e “falta de imparcialidade”. Ato contínuo, sai o laudo da PF mostrando, até com detalhes constrangedores, como o ainda presidente e Marisa Letícia negociaram cada detalhe da reforma de um sítio que juram não ser deles e cujo dono oficial é um íntimo amigo que não tem renda para tal patrimônio. E, já no dia seguinte, explode a decisão da Justiça Federal do DF tornando Lula réu.

O efeito prático da petição à ONU é remoto, ou nenhum. O comitê tem 500 casos, só se reúne três vezes por ano e está esmagado por guerras, atentados que matam dezenas e golpes de Estado sangrentos. Além disso, só acata pedidos semelhantes quando todas as instâncias se esgotaram no país de origem e Lula ainda está às voltas com a primeira instância. Conclusão: a ação é mais política do que jurídica.

Já o laudo da PF é minucioso e bem documentado, criando uma dificuldade adicional para Lula: ele é suspeito de mentir sobre suas propriedades não apenas em seu depoimento às autoridades, mas à própria opinião pública. Difícil acreditar que não é dono do sítio que frequenta regularmente com a família, que recebeu uma reforma feita ao gosto do casal, que abriga os barcos para os netos e parte da mudança do Alvorada após o governo. Se mentiu, por que mentiu?

Mais: Lula atacou Moro na ONU, mas se torna réu por um outro juiz, a muitos quilômetros de Curitiba. Vai alegar que há um complô dos juízes brasileiros contra ele? Porque são todos “de direita”? Ou são todos “tucanos”? Lula parece dar murro em ponta de faca, sem argumentos concretos para se defender e esgotando suas possibilidades não só de disputar em 2018, mas de liderar uma grande e saudável renovação da esquerda brasileira. “Cansei”, reagiu. Mas, se a “fonte” estiver correta, o “mais pesado” ainda vem por aí.

Publicado no estadão.com em 1º/08/2016