terça-feira, 15 de dezembro de 2015

Já é hora de dormir!

 

                                                 “Com sorte você atravessa o mundo, sem sorte você não atravessa a rua.”

Nelson Rodrigues


STF nega habeas corpus

Odebrecht vai passar o Natal na cadeia

A Quinta Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) sepultou nesta terça-feira as esperanças do empreiteiro Marcelo Odebrecht e negou, por quatro votos a um, o pedido de liberdade do executivo. No mais aguardado julgamento da Lava Jato, os ministros do tribunal mandaram um recado aos empresários que usurparam contratos da Petrobras e distribuíram propina a agentes políticos. 

"Os brasileiros não aguentam mais serem apunhalados pelas costas de maneira sórdida. Já chega, basta. Esta sangria precisa ser estancada. Os limites da paciência já se esgotaram", resumiu o ministro Jorge Mussi.

Com a decisão de hoje, Odebrecht deve passar o Natal no Complexo Médico-Penal em Curitiba, onde divide cela com executivos acusados de integrar o esquema do petrolão. A defesa anunciou que vai recorrer ao Supremo Tribunal Federal (STF).

Em um voto exemplar, Mussi relembrou o bilionário esquema de arrombou os cofres da petroleira, disse que a estatal foi "manchada" pelo esquema criminoso e afirmou que o executivo tinha plena ciência do esquema criminoso e atuava em cumplicidade com seus subordinados na maior empreiteira do país. Ainda segundo o magistrado, empresários que atuaram no escândalo do petrolão buscavam lucros extravagantes com as fraudes sucessivas em contratos, sendo que a Marcelo Odebrecht caberia, por sua posição de liderança no grupo da família, "orientar" atividades criminosas.

O entendimento do STJ sobre o risco que representaria a liberdade de Marcelo Odebrecht coincide com a avaliação do juiz federal Sergio Moro, que decretou a prisão do executivo em 19 de junho. Mas antes de amargar os atuais 179 dias de cadeia, o executivo se considerava intocável e tinha a certeza de que seu amplo leque de contatos políticos o livraria dos temidos mandados de prisão assinados pelo juiz Sergio Moro.

Pesquisa

70% acham governo ruim ou péssimo

A pesquisa foi realizada entre 4 e 7 de dezembro, depois, portanto, da aceitação do pedido de impeachment da presidente pelo presidente da Câmara, Eduardo Cunha; foram ouvidas 2.002 pessoas em 143 municípios e a margem de erro máxima é de 2 pontos porcentuais

A porcentagem da população que considera do governo da presidente Dilma Rousseff ruim ou péssimo oscilou de 69% para 70% de setembro para dezembro, de acordo com pesquisa realizada pelo Ibope sob encomenda da Confederação Nacional da Indústria (CNI). A parcela dos entrevistados que avalia a atual gestão como ótima ou boa também oscilou de 10% para 9%. Já os que consideram o governo regular oscilaram de 21% para 20%.

De acordo com a pesquisa, 82% dos entrevistados desaprovam a maneira de governar de Dilma em dezembro, mesmo patamar de setembro. A proporção dos que aprovam também se manteve em 14%. Não souberam ou não responderam 4%.

A CNI e o Ibope também perguntaram sobre a confiança na presidente Dilma Rousseff. A parcela dos que não confiam nela oscilou de 77% em setembro para 78% em dezembro, enquanto o porcentual do que confiam na pessoa da presidente oscilou de 20% para 18%.(Agência Estado)

Conselho de Ética

Aprovada investigação contra Cunha

Foto: Agência Câmara
O presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), sofreu mais um revés nesta manhã, desta vez no Conselho de Ética da Casa. Por onze votos a nove o colegiado aprovou a abertura de investigação contra o deputado. Foram necessárias oito sessões para que o caso finalmente se movimentasse no colegiado. As reuniões até aqui haviam sido marcadas por sucessivas manobras de Cunha e seus aliados para protelar os trabalhos: até o primeiro relator do caso, Fausto Pinato (PRB-SP), acabou deposto do cargo na semana passada. Os deputados acabaram nesta terça por seguir o parecer de Marcos Rogério (PDT-RO), escolhido para o lugar de Pinato.

Com a abertura do processo, abre-se prazo de dez dias úteis para Eduardo Cunha apresentar sua defesa no colegiado. Como já na próxima semana o Congresso entra em recesso, essa etapa deve ficar para 2016.

A votação foi precedida de momentos de tensão e, como de praxe, por tentativas de aliados de Cunha de adiar a decisão sobre o caso. O deputado Júlio Delgado (PSB-MG) chegou a afirmar que foi procurado por aliados de Cunha, entre eles Carlos Marun (PMDB-MS), André Moura (PSC-SE) e Hugo Motta (PMDB-PB), que teriam prometido desistir do 'kit obstrução' em troca do adiamento da sessão para quarta-feira.

"É verdade que começa a rolar um acordo com o presidente para ele renunciar o mandato e eleger um novo presidente que tenha legitimidade pra tocar essa bandeira. Esse acordo de querer jogar para frente é arriscado. Quem é que garante que até lá ele ainda será presidente dessa Casa?", afirmou o petista José Geraldo (PT-PA). Pouco antes, ele afirmou que Cunha renunciaria ao cargo ainda nesta terça.
Aliados de Cunha mudaram de estratégia ao longo da votação. Depois de tentar mais uma vez adiar a deliberação do relatório, eles decidiram retirar todos os requerimentos protelatórios e enfim votar o parecer. Agora, eles falam em recorrer à Comissão de Constituição e Justiça com um recurso para derrubar a votação que impediu um novo pedido de vista ao processo, o que já havia acontecido na apresentação do parecer do deputado Fausto Pinato. Se a CCJ, comandada por Arthur Lira (PP-AL), aliado de Cunha, acatar a ação, todo o processo no colegiado volta à estaca zero.

Operação Catilinárias

PF encontra táxi na casa de Cunha


Dentro da casa de Eduardo Cunha, na Barra da Tijuca, está estacionado um táxi de Nilópolis placa LSM 1530. O carro, um Touareg modelo 2014, está registrado em nome de Altair Alves Pinto, que, segundo o delator Fernando Falcão Soares, o Fernando Baiano, é homem de confiança de Cunha.

Num de seus depoimentos, Baiano, disse que fizera diversas entregas de dinheiro a Altair. Os valores, segundo ele, eram destinados a Eduardo Cunha. Segundo o delator, uma das remessas, entre R$ 1 milhão e R$ 1,5 milhão, era referente a propina relacionada à contratação de navio-sonda da Petrobras.

Fabricado na Eslováquia, um Touareg zero quilômetro custa em torno de R$ 230 mil.

Blog do Camarotti

Governo teme reflexos políticos da
Lava Jato depois que PMDB virou alvo

No Palácio do Planalto, há o reconhecimento de que a nova fase da operação Lava Jato deve agravar a situação política no Congresso Nacional, desestabilizando também o Senado.

Isso porque, ao atingir também o entorno do presidente da Casa, senador Renan Calheiros (PMDB- AL), a investigação da Polícia Federal deixa apreensivos integrantes do PMDB no Senado.

Até o momento, a presidente Dilma Rousseff tem no Senado um ambiente mais favorável, principalmente para tentar barrar um processo de impeachment. O governo ainda não sabe qual será a reação do grupo mais próximo do senador Renan Calheiros, mas teme que haja uma instabilidade maior também no Senado.

O governo tem trabalhado para amenizar as dissidências do PMDB. Mas, nesta nova fase, com dois ministros do partido como alvo, Henrique Eduardo Alves (RN), do Turismo, e Celso Pansera (RJ), da Ciência e Tecnologia, além do ex-ministro Edson Lobão, o Planalto teme uma reação desses setores mais alinhados com a presidente Dilma.

O governo viu com preocupação o fato de pessoas próximas a Renan - como o ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado e o deputado Aníbal Gomes -, além da própria sede do PMDB de Alagoas, estarem no foco da PF nesta fase da Lava Jato.

"Não há como controlar esta investigação, mas, não há dúvidas que ambiente político ficará mais instável neste final de ano", admitiu um auxiliar direto da presidente Dilma.

Publicado no Portal G1 em 15/12/2015

15/12/2015


Correio Braziliense – Manobras de aliados devem levar processo contra Cunha à estaca zero
Em mais uma sessão para avaliar a admissibilidade do processo contra Eduardo Cunha, aliados do presidente da Câmara devem apresentar pedido de vistas. Ministra do STF nega pedido do PRB para mudança de relator

Estadão – Operação Lava Jato atinge todas as áreas do PMDB
Foram alvos de ação de busca e apreensão dois atuais ministros de Dilma que vinham dando suporte a ela contra o impeachment: Celso Pansera (Ciência e Tecnologia) e Henrique Eduardo Alves (Turismo)

Folha de São Paulo – PF faz buscas em casas de Cunha, de dois ministros e do senador Lobão
Além de Henrique Alves e Pansera e do ex-ministro, ação que cumpre 53 mandados mira Fábio Cleto (ex-Caixa) e Sergio Machado (ex-Transpetro), ligados ao PMDB

O Globo – Paes defende Dilma e ataca PMDB ligado a Temer
Prefeito assina carta de repúdio ao impeachment da presidente, expõe racha e afirma que partido tem de chegar ao poder pelo voto

Gazeta do Povo – PF busca provas de lavagem de dinheiro de Cunha na Suiça
Parte do dinheiro seria do esquema de desvios de recursos da Petrobras, segundo investigações

Estado de Minas – PF cumpre mandado de busca e apreensão na casa de Cunha
A operação de busca e apreensão na casa do presidente da Câmara, Eduardo Cunha, foi pedida pela Procuradoria-Geral da República e teve a autorização do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Teori Zavascki

Portal IG – PF apreende celular de Eduardo Cunha
Operação, denominada Catilinárias, tem como alvo políticos do PMDB e é mais uma fase da Lava Jato. O principal objetivo da Polícia Federal é impedir a destruição de provas

Agência Brasil – PF Faz buscas na Diretoria Geral da Câmara e no gabinete do deputado Aníbal Gomes
Agentes da Polícia Federal (PF) fazem operação de busca e apreensão de documentos na Diretoria-Geral da Câmara dos Deputados e procuram provas no gabinete do deputado Aníbal Gomes (PMDB-CE), que também é alvo da Operação Catilinárias, deflagrada hoje (15) pela PF no Distrito Federal e em sete estados, entre eles o Rio de Janeiro, São Paulo, Alagoas e o Ceará

Portal IG – PF faz apreensões em apartamento do ministro do Turismo em Natal
Agentes deixaram o imóvel de Henrique Eduardo Alves com um malote em mãos

Carta Capital – Operação Catilinárias: PMDB é o alvo
Buscas da PF em desdobramento da Lava Jato incluem residências de Eduardo Cunha, de dois ministros do governo Dilma Rousseff e de dois senadores. Renan Calheiros também é alvo

Veja – Conselho de Ética se reúne pela oitava vez para analisar o caso Cunha
O novo relator do caso, Marcos Rogério (PDT-RO) deve ler seu parecer sobre o prosseguimento das investigações

Época – FIESP anuncia apoio formal ao impeachment de Dilma
A decisão é resultado de uma pesquisa interna realizada pela entidade, que constatou que a maior parte do empresariado paulista é favorável ao impeachment

Operação lava Jato – 2

PF rastreia ligações da Odebrecht para assessor do Instituto Lula


Alexandrino Alencar (Foto: Veja.com)
Preso pela Operação Lava Jato em junho, o ex-diretor da Odebrecht Alexandrino Alencar atuava em parceria com o ex-presidente Lula para tentar desmoralizar a cobertura da imprensa sobre o petrolão e as investigações do Ministério Público Federal sobre as relações do petista com a empreiteira. Perícia realizada pela Polícia Federal no iPhone de Alexandrino revela que um dos assessores de Lula, José Chrispiniano, era o responsável por informar o ex-diretor da empreiteira sobre cada passo dado pelo Instituto Lula ao divulgar notas oficiais e versões favoráveis ao ex-presidente e à empreiteira. Entre janeiro e junho desse ano, Chrispiniano e Alexandrino Alencar trocaram 58 telefonemas. O ex-diretor da Odebrecht também telefonou 16 vezes para o Instituto Lula. No auge das revelações das relações comerciais de Lula com a Odebrecht, em abril, o assessor de Lula e Alexandrino se encontraram em São Paulo. Alexandrino chegava a dar a palavra final sobre alguns dos textos que o instituto iria divulgar à imprensa.

No aplicativo de mensagens usado por Alexandrino, os investigadores também encontraram várias conversas entre o assessor de Lula e o ex-diretor. Em uma das trocas de mensgaens, ocorrida em abril deste ano, Chrispiniano relata para Alexandrino a resposta que enviaria à imprensa sobre reportagens que mostravam a relação de proximidade de Lula e a Odebrecht. "Gostei muito", diz Alexandrino. Em outro trecho, Alexandrino diz ao assessor de Lula que o "chefe ligou p..." ao ler uma reportagem sobre as relações da empreiteira com Lula. 

Não fica claro se Alexandrino se refere a Marcelo Odebrecht ou Lula, a quem ele também costumava chamar de "chefe". Ainda no mesmo mês, o assessor de Lula combina com Alexandrino as respostas que deveriam ser enviadas a VEJA, sobre os pagamentos milionários da empreiteira pelas palestras do ex-presidente Lula.

José Chrispiniano e Andrés Sanchez (Foto: PF)
No material analisado pela Polícia Federal, Alexandrino também conversa com o deputado federal Andrés Sanchez, ex-presidente do Corinthians e amigo de Lula. O deputado se diz "um soldado" da Odebrecht e mostra que também fazia a ponte da empreiteira com Lula. Numa troca de mensagens de março, Alexandrino fala com o deputado sobre uma reunião com Lula. "O instituto ainda não confirmou a reunião de sexta-feira, estou cobrando. Se não puder, pode ser segunda-feira?", pergunta Alexandrino ao deputado. "Pode", diz Sanchez que então sugere que a reunião com Lula seja no sábado. "Não sei, acho difícil porque acho que vai pro sítio", diz Alexandrino, possivelmente se referindo ao sítio usado por Lula em Atibaia. Em outra conversa, o deputado petista e Alexandrino falam sobre o doleiro Adir Assad, também preso na Lava Jato: "Como chama o doleiro?", pergunta Sanchez. "Assad", responde o ex-diretor.

Alexandrino foi preso na 14ª fase da Lava Jato, junto com o dono da empreiteira, Marcelo Odebrecht. O ex-diretor é acusado de ser o responsável por organizar com o doleiro Alberto Youssef o esquema de pagamento de propina no exterior para os corruptos do petrolão. Alexandrino era o diretor mais próximo do ex-presidente Lula. As investigações do petrolão já revelaram conversas telefônicas em que o ex-presidente Lula trata com o ex-diretor dos movimentos da Odebrecht para tentar evitar a prisão do seu então presidente Marcelo Odebrecht. (Com veja.com)

Bom Dia!

Tenho vários assuntos para comentar na manhã de hoje, mas nada que não possa esperar diante de mais uma operação da Polícia Federal que, hoje pela manhã, cumpre mandatos de busca e apreensão nas casas de Eduardo Cunha, presidente da Câmara. Celso Pansera, ministro da Ciência e Tecnologia, senador Edson Lobão, deputado Anibal Gomes, todos do PMDB e do ex-presidente da Transpetro, Sérgio Machado.

Volto, logo depois, com as informações e comentários que quero dividir com vocês.




PF cumpre mandato de busca e apreensão
nas residências do deputado Eduardo Cunha

Foto: Estadão
Em mais uma fase da Operação Lava Jato, a Polícia Federal faz nesta terça-feira, por ordem do Supremo Tribunal Federal (STF), uma operação de busca e apreensão na residência oficial do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), em Brasília, e na casa do parlamentar, no Rio. Três viaturas da PF, com cerca de doze agentes, isolam o local e ralizam as buscas na casa localizada na área conhecida como Península dos Ministros, no Lago Sul, região nobre de Brasília.

Além de Eduardo Cunha, também são alvos de busca e apreensão o ministro da Ciência e Tecnologia, Celso Pansera (PMDB-RJ), o senador Edison Lobão (PMDB-MA), o deputado Anibal Gomes (PMDB-CE) e o ex-presidente da Transpetro Sergio Machado. Ao todo, a PF cumpre 53 mandados de busca e apreensão em oito Estados - Distrito Federal (9), São Paulo (15), Rio de Janeiro (14), Pará (6), Pernambuco (4), Alagoas (2), Ceará (2) e Rio Grande do Norte (1).

A busca na residência de Cunha foi autorizada pelo ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal (STF), a pedido do procurador-geral da República, Rodrigo Janot. O objetivo é coletar provas para os inquéritos que apuram se Cunha cometeu os crimes de lavagem de dinheiro e corrupção passiva.
O peemedebista foi denunciado pelo Ministério Público Federal por ter recebido suposta propina de 5 milhões de reais para viabilizar a construção de navios-sonda da Petrobras, entre junho de 2006 e outubro de 2012.

Não há até o momento prisões nessa fase da Lava Jato batizada de Catilinárias, que se restringe a autoridades políticas com foro privilegiado. Catilinárias é o nome dado a um dos mais célebres discursos do orador romano Cícero contra um senador que planejava tomar o poder. O trecho mais famoso do discurso é: "Quo usque tandem abutere, Catilina, patientia nostra", ou "Até quando, ó Catilina, abusarás da nossa paciência".

Nesta terça-feira, o Conselho de Ética da Câmara pode votar o parecer sobre a representação contra Eduardo Cunha por suposta quebra de decoro parlamentar. O novo relator da representação movida pelo PSOL e pela Rede, o deputado Marcos Rogério (PDT-RO), deve apresentar o parecer favorável ao prosseguimento das investigações.(Com veja.com)