quarta-feira, 28 de outubro de 2015

Já é hora dormir!




                           "Passei a vida tentando corrigir os erros que cometi na minha ânsia de acertar."

Clarice Lispector


Carne processada

Não é preciso banir, diz especialista em câncer


Especialistas brasileiros em câncer afirmam que, embora esteja correta a recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS) de diminuição no consumo de carnes processadas e vermelhas, a ingestão desses alimentos não deve ser tratada como único fator responsável pelo desenvolvimento da doença.

"Não é preciso banir o alimento da dieta. O surgimento do câncer tem fatores genéticos e ambientais, como a alimentação, mas também o cigarro, a obesidade. Não é só comer ou não comer carne Não é uma matemática", afirma Fábio Guilherme Campos, professor da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP) e presidente da Sociedade Brasileira de Coloproctologia.

Segundo o especialista, estudos já mostraram que carnes processadas ou vermelhas aumentam o risco de câncer colorretal, mas outros fatores devem ter o mesmo peso na prevenção. "Já está provado, por exemplo, que o consumo de 25 a 35 gramas diários de fibras protege contra o câncer de intestino. Tão importante quanto reduzir a carne é ingerir mais legumes, frutas e verduras", diz o médico. Para alcançar a quantidade recomendada de fibras é necessário comer um prato de legumes e uma fruta diariamente.

Já quanto aos limites no consumo de carne, especialistas indicam que a carne vermelha tem valor nutritivo e está liberada em três refeições por semana. "Já a carne processada não deveria ser consumida mais de duas vezes por mês", diz Carlos Gil, diretor institucional do Grupo Oncologia D’Or.

Ele diz que as carnes processadas são mais prejudiciais ao organismo por conter componentes que favorecem a produção de substâncias que causam lesão no DNA das células, favorecendo a formação de tumores. "Quem tem casos da doença na família deve ficar ainda mais atento", diz Gil.

Campos, da Sociedade Brasileira de Coloproctologia, ressalta que, embora comum no País, o câncer de intestino demora anos para se desenvolver e que uma grande arma para prevenir a doença é a realização da colonoscopia. "Nesse exame, você consegue retirar o pólipo antes que ele se transforme em câncer", diz. O exame deve ser iniciado aos 50 anos para a população em geral e aos 40 para pessoas com casos na família.

Parece piada!

CCJ propõe mais R$ 600 milhões 
ao fundo partidário

Deputado Ricardo Barros (PP-PR)
A Comissão de Constituição e Justiça da Câmara (CCJ) apresentou uma emenda à proposta de Orçamento da União para 2016 em que propõe um aumento de R$ 600 milhões na verba prevista para o fundo partidário no ano que vem. Na peça orçamentária enviada ao Congresso Nacional, o governo federal propôs o repasse de R$ 311 milhões para financiar os partidos políticos. Se a emenda da CCJ da Câmara for aprovada, serão distribuídos no ano que vem R$ 911 milhões entre as agremiações partidárias.

A proposta orçamentária de 2016 está sob análise da Comissão Mista de Orçamento, que reúne deputados e senadores. Se a emenda do fundo partidário for aprovada pelos congressistas, a presidente Dilma Rousseff terá de decidir se sanciona ou veta o texto.

O fundo partidário é um repasse da União para as legendas políticas. De acordo com as regras eleitorais, 5% do total são distribuídos, em partes iguais, a todos os partidos que tenham seus estatutos registrados no Tribunal Superior Eleitoral. Os outros 95% do bolo são distribuídos às siglas na proporção dos votos obtidos na última eleição geral para a Câmara dos Deputados.

De acordo com a assessoria do deputado Ricardo Barros (PP-PR), relator do Orçamento de 2016, a CCJ apresentou a emenda a partir de um pedido do próprio Barros e de líderes partidários na Câmara.

A equipe do relator alegou que lideranças partidárias procuraram Barros para solicitar a manutenção, no Orçamento de 2016, do mesmo valor que havia sido aprovado para o fundo partidário na peça orçamentária deste ano: R$ 867,5 milhões. O valor proposto pela CCJ, no entanto, ultrapassa em cerca de R$ 44 milhões a verba reservada aos partidos em 2015.

A proposta de aumento do fundo partidário vai contra a intenção do governo de cortar gastos para evitar um rombo no Orçamento de 2016. Inicialmente, o projeto enviado pelo Palácio do Planalto previa déficit de R$ 30 bilhões, mas a equipe econômica elaborou propostas para tentar aumentar fontes de receita e cortar gastos. Entre essas propostas está a volta da CPMF, que ainda precisa ser aprovada na Câmara e no Senado.

Opinião

Fim de festa

Eliane Cantanhêde

Luis Inácio Lula da Silva completou 70 anos ontem sem festa, sem choro nem vela, vendo seu legado ir para o ralo pela enxurrada da Lava Jato e pelo desastre do governo Dilma Rousseff e, não bastasse, esperneando e se rebelando contra a primeira batida policial nas empresas de um dos filhos. Podem vir outras. E podem atingir outros filhos. Não haveria um presente mais amargo de aniversário.

Quanto mais Lula afunda nos próprios erros, mais o antecessor Fernando Henrique Cardoso emerge e se livra do carimbo da “herança maldita”, sem esconder a mágoa nem demonstrar clemência contra o antigo algoz.
Em entrevista ao Roda Viva, da TV Cultura, justamente no dia da busca e apreensão na empresa de Luís Cláudio Lula da Silva, FHC voltou a dizer que considera Dilma “pessoalmente honrada”, mas fez uma ressalva em relação a ela e lançou uma rede de suspeição em direção a Lula. Segundo ele, Dilma tem “responsabilidade política” por tudo isso. E ele negou-se a defender Lula: “Tenho de esperar para ver. Tem saído muita coisa que tem de ser passada a limpo”.

A entrevista foi a propósito do primeiro volume de Diários da Presidência, que reproduz o relato oral de Fernando Henrique sobre o seu dia a dia nos dois primeiros anos de governo, 1995 e 1996. Na página 502, de março de 1996, ele fala algo que continua extraordinariamente atual, quase vinte anos depois. Algo que tanto Dilma quanto o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, poderiam repetir quando “acusados” de lavar as mãos diante da pressão da PF sobre o filho (ou os filhos) de Lula.

Abordado pelos senadores aliados José Sarney, Gilberto Miranda e Jader Barbalho, incomodados por multas aplicadas a suas empresas por órgãos do governo, FHC dava de ombros: “Sei lá como foi...” E argumentava, como cabe hoje a Dilma e a Cardozo fazer, em defesa própria junto a Lula e ao PT: “O problema é que eles (parêntesis meus: os de ontem e os de hoje) não estão entendendo que o Brasil mudou mesmo e que, ainda que eu quisesse abafar esses casos, não conseguiria. E não quero. Não quero perseguir, mas também não quero encobrir”.

Sem defesa para esse monte de empresas e de histórias de seus filhos, Lula parte para o ataque. Não só contra a imprensa, também contra Dilma e contra Cardozo, que “não controlam a PF”. Como se fosse simples. E como se fosse certo.

Em entrevista ao Estado, depois de depor na PF sobre eventuais relações com lobistas, o ex-ministro e fiel lulista Gilberto Carvalho disse, em outras palavras, que “quem não deve não teme”: “Estou muito sereno. Deixei o governo com o mesmo patrimônio que tinha quando entrei”. Será que Lula está sereno? E será que seus filhos saíram do governo dele com o mesmo patrimônio que tinham quando o pai entrou?

Quem vai à minha casa encontra logo na sala um livro quadrado, com a foto de um garoto de olhar vivo, esperto. Trata-se de O menino Lula, escrito pelo jornalista Audálio Dantas, um dos mais respeitados do País, contando a história da criança pobre, nascida nos rincões do Nordeste, que cruzou o País num pau de arara, comeu o pão que o diabo amassou e virou tudo o que virou.

O livro está ali, à mão, para tentar um equilíbrio entre o homem público e a pessoa, o presidente endeusado e o ex-presidente demonizado. Talvez esteja em cada linha, em cada momento, em cada desgraça, uma explicação para tudo o que Lula fez, permitiu fazer e induziu os filhos a fazerem no usufruto do poder. Obviamente, explica, mas não justifica. Nada justifica que Lula tenha cedido a todas as tentações e arriscado o próprio legado (da inclusão social) pelo descaramento, megalomania, ambição. O menino Lula e o grande líder sindical Lula não mereciam que o presidente Lula fizesse isso com eles.

Publicado no jornal O Estado de São Paulo em 28/10/2015

Rapidinhas


Preso desde maio, Marin aceita extradição para os EUA
José Maria Marin, o ex-presidente da CBF preso em Zurique, aceita ser extraditado para os EUA. Nesta quarta-feira, o Departamento de Justiça da Suíça informou que o brasileiro fechou um acordo para simplificar o processo, depois de cinco meses preso. Ele pretende permanecer em prisão domiciliar em Nova Iorque, com uma fiança avaliada em R$ 40 milhões.
A decisão é também uma má notícia para Marco Polo del Nero, atual presidente da CBF, e que também está sendo investigado pelo FBI.  O dirigente não sai há quatro meses do Brasil, temendo ser preso. Advogados consideravam que Del Nero estava aguardando uma sinalização no caso de Marin para decidir como lidaria com o cerco que se fecha contra ele.

Suspeitos de comprar MPs tinham elos no Planalto
Relatório da Polícia Federal diz que lobistas investigados por “comprar” medidas provisórias, entre elas a MP 471/2009, tinham contatos no Palácio do Planalto e ao menos dois ministérios para, supostamente, negociar benefícios fiscais de interesse de montadoras de veículos. A análise da MP 471 passou pelos ministérios do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, na época comandado pelo ministro Miguel Jorge; Fazenda (Guido Mantega), Ciência e Tecnologia (Sérgio Machado Rezende), além da Casa Civil da Presidência (Dilma Rousseff). O relatório cita como possíveis contatos dos lobistas Erenice Guerra, secretária-executiva da Casa Civil entre 2005 e abril de 2010; e Dyogo Henrique de Oliveira, então secretário-adjunto da Secretaria de Política Econômica, ligada ao Ministério da Fazenda, e hoje secretário-executivo do Planejamento. Além deles, os investigadores mencionam o ex-ministro Gilberto Carvalho, chefe de gabinete do ex-presidente Lula entre 2003 e 2010 e titular da Secretaria-Geral da Presidência entre 2011 e 2014, na gestão Dilma; Nelson Machado, ex-secretário-executivo da Fazenda; e Lytha Battiston Spíndola, ex-secretária-executiva da Câmara de Comércio Exterior (Camex).

TIM entra no radar da Operação Zelotes
A Operação Zelotes avança sobre a TIM Brasil. A Polícia Federal e o Ministério Público têm informações que comprovariam a participação da companhia no esquema de pagamento de propinas a conselheiros do Carf. Novas revelações sobre o caso deverão ser divulgadas em breve por uma revista nacional de grande circulação. O alvo das investigações seria o processo em andamento no Carf relativo à compra da Tele Nordeste Celular Participações , negociação fechada pela operadora no fim dos anos 90. A TIM não se pronunciou, alegando estar em período de silêncio.

Receita recomenda quebra de sigilo de firma do filho de Lula
A Receita Federal recomendou ao Ministério Público Federal que peça a quebra dos sigilos bancário e fiscal da LFT Marketing Esportivo, que tem como sócio Luís Cláudio Lula da Silva, filho do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Os auditores que trabalham nas investigações da Operação Zelotes também sugerem que as mesmas medidas sejam adotadas em relação ao restaurante Sanfelice Comércio de Massa Artesanal, que está em nome de Myriam Carvalho, filha de Gilberto Carvalho, ex-ministro e ex-chefe de gabinete de Lula. Nos dois casos, a recomendação é que as quebras sejam feitas entre 2008 e 2015, abarcando todo o período de funcionamento das empresas. Ambas foram abertas em 2011. As solicitações, da área de Inteligência da Receita, foram encaminhadas aos procuradores da República que atuam na força-tarefa da Zelotes. Cabe a eles enviar os pedidos à Justiça Federal

SUS terá novo medicamento para pacientes com HIV
Os portadores do vírus HIV poderão contar com um novo medicamento para seu tratamento pelo Sistema Único de Saúde (SUS). A Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias (Conitec) deu aval para que seja disponibilizado aos pacientes o Dolutegravir Sódico, produzido pela multinacional britânica GSK. O medicamento era amplamente aguardado, pois faz parte do tratamento de primeira linha em países como Estados Unidos, França, Espanha e Portugal. Por lá, costuma ser ministrado assim que o paciente inicia o tratamento. No Brasil, será utilizado principalmente para o tratamento de segunda linha, quando o soropositivo vem apresentando resistência ao tratamento inicial. Entre as vantagens reportadas por médicos e pacientes está a maior potência do princípio ativo, a conveniência de ser ministrado em uma dose diária e poucas interações com outros medicamentos.

Processos de cassações

Cássio Trogildo perdeu o mandato

Foi anunciada pela Câmara Municipal, a cassação do mandato do vereador Cássio Trogildo (PTB)atendendo decisão da juíza Deborah de Moraes, reestabelecendo decisão do TER.
Trogildo havia sido cassado em 2013 por abuso de poder político e econômico, tendo sido acusado, em 2012, pelo Ministério Público Eleitoral de utilização da Secretaria de Obras de Porto Alegre, da qual foi titular, de prestar serviços em desaco0rdo com a lei para angariar votos.
Entre as obras denunciadas, está uma de asfaltamento de uma estrada até uma propriedade no Bairro Ponta Grossa, de sua propriedade.
Cássio Trogildo será substituído, na Câmara de Vereadores, por Carlos Casartelli, ex-secretário municipal da Saúde.

Diógenes Bassegio não

Diante de um empate em cinco votos, do relatório do deputado Elton Weber (PSB) que pedia a cassação do mandato do deputado Diógenes Basségio (PDT), com desempate a seu favor, o parlamentar tem garantida sua permanência na Assembleia Legislativa do RS.

Basségio foi acusado por um ex-assessor de reter salários de seus funcionários , empregar fantasmas e mandar adulterar o odômetro de seu veículo para receber valores maiores como reembolso pela quilometragem rodada.

O novo relator, deputado Ciro Simoni, companheiro de bancada de Basségio, deverá pedir uma pena mais branda para seu colega.

Bom Dia!

Um rombo de R$ 100 bilhões!

Eu estava assistindo ao Jornal das 10, na Globonews, quando entrou o comentarista de economia, Carlos Sardenberg para falar do déficit oficial anunciado, ontem (27) pelo governo federal. Conforme os números admitidos pela presidente e sua equipe econômica, o déficit em 2015 será de R$ 51,8 bilhões. São números oficiais o que significa que, menos do que isso, não teremos. Muito pelo contrário.  

Ao analisar o número gigantesco, Sardenberg lembrou que, não sei em nome do que, o governo deixou de lado as famigeradas pedaladas, que representam R$ 40 bilhões e que terão que ser pagas ainda em 2015, no máximo em 2016.
Pois bem, se temos um déficit (rombo) oficial nas contas públicas de quase R$ 52 bilhões, somando-se o valor das pedaladas, chegaremos a uma dívida de mais de R$ 90 bilhões. Um valor realmente assustador e, sejamos realistas, impagável.

Mas a coisa pode ser ainda pior. Nos R$ 52 bi, não estão computados os R$ 11,1 bilhões que o governo espera arrecadar com o leilão de 29 usinas hidrelétricas, programado para novembro. 

Se tal arrecadação não acontecer, bem, aí a vaca literalmente vai pro brejo, já que o rombo oficial nas contas será de quase R$ 65 bilhões, fora as pedaladas.

Mas o que está ruim, certamente pode piorar. Paralelamente ao anúncio do déficit, o governo anunciou que a retração do PIB em 2015, será de 2,8%, contra os 2,44% anunciados no mês passado.Estamos encolhendo cada vez mais!

Para se ter uma ideia mínima do desastre econômico do governo da presidente Dilma Rousseff (PT), temos que lembrar que em março deste ano, o orçamento aprovado no Congresso previa alta de 0,77% no PIB e uma economia de R$ 66,3 bilhões para pagamento da dívida pública.

Quando começamos a cair na realidade, ou seja, quando as mentiras usadas na campanha para garantir a reeleição da petista começaram a dar as caras, o superávit previsto baixou para R$ 8,7 bilhões. O resto da história a gente ficou conhecendo ontem, quando o governo anunciou o rombo oficial de R$ 51,8 bilhões, fora as pedaladas fiscais.

Mesmo para um leigo, como eu, entender os motivos que levaram ao descalabro total na economia brasileira, basta imaginar como tratamos de nosso orçamento familiar. Se alguém ganha R$ 5 mil por mês e gasta R$ 4, estará com suas finanças controladas. Mas, se ganhar R$ 15 mil e gastar R$ 17, estará enfrentando sérias dificuldades para sobreviver.

É exatamente isso o que acontece com o governo. Para sustentar os programas que garantem os votos nas eleições (e não pensem que sou contra o Bolsa Família, só acho que está sendo mal aplicado) o governo abriu o cofre e jogou a chave fora. Gastou, e vem gastando, muito mais do que pode e, do jeito que está, jamais vai conseguir pagar a conta.

O que me apavora é que, diante da realidade dos números mostrados, corremos o sério risco de sermos esmagados por uma série de impostos, que começara com a CPMF, ou por uma inflação incontrolável. Estou muito assustado.

Tenham todos um Bom Dia!