quarta-feira, 23 de setembro de 2015

Tá na hora de dormir!


"Tudo vale a pena quando a alma não é pequena"

        Fernando Pessoa


Rua Machadinho

Estou ficando famoso!


Meu filho, João Carlos Machado Neto, me mandou esta foto de uma placa de rua, identificando uma via que, depois fiquei sabendo, se localiza em Canoas.

Decidi postar a foto na minha página do Facebook e recebi não sei quantas homenagens. Algumas de pessoas que certamente estavam participando e entendendo a brincadeira, outras que levaram a sério o assunto.

Claro que fiquei feliz. Afinal, saber que tanta gente achou que eu merecia a homenagem, é muito bom.

Mas o Machadinho da rua é outro. Eu acho até que gostaria de ser nome de rua, mas, se for o caso, bem mais adiante. Aqui em Porto Alegre, só se dá nome de rua para pessoas falecidas e eu espero viver muitos anos ainda.

De qualquer forma, muito obrigado aos que, em algum momento, ficaram felizes, como eu fiquei, por saber que existe uma Rua Machadinho.

Valeu!

Opinião

Governo moribundo

Eliane Cantanhêde

É muito difícil e até doído escrever isso, mas as coisas estão se precipitando rapidamente em Brasília. O isolamento da presidente Dilma Rousseff está cada vez mais preocupante e que já se discute em corredores e gabinetes não é mais “se”, mas “quando” será votado o processo de impeachment. Não pela capacidade da oposição de pressionar, mas pela incrível capacidade de Dilma de errar.

Um velho aliado do governo, desses que não admitia nem falar da hipótese, achava que tudo não passava de jogo político da “ilha da fantasia” e exigia “uma prova material” contra Dilma, me ligou ontem às 8 da manhã (juro que já estava acordada...) para dizer que tinha mudado de ideia: “Acabou, não tem mais jeito”.

Ainda há uma forte resistência à troca da presidente, mas essa resistência está deixando de ser política para enveredar por um campo quase psicológico. Há grande temor diante do que possa acontecer depois, dos efeitos na economia e da ameaça belicosa dos movimentos aliados ao PT que ainda tentam proteger o governo do próprio governo. Mas isso está diminuindo na mesma proporção que Dilma se mostra incapaz de reagir na política, na economia, na gestão.

“Este ano, agosto vai ser em novembro”, disse ontem o tucano Aécio Neves, avaliando que o cronograma passa pela convenção do PMDB que vai decidir se o partido vai ou não abandonar um governo em que ocupa seis ministérios e a Vice-Presidência da República. Parece que vai. Dilma fez apelos ao vice Temer e aos presidentes da Câmara, Eduardo Cunha, e do Senado, Renan Calheiros, para que o PMDB indicasse nomes para a reforma ministerial. Ouviu um triplo “não”. O partido está endurecendo só para barganhar mais espaço ou está preparando o desembarque em novembro?

Outros partidos, como o PTB, já pularam fora. Mais uns tantos pularão. Ontem, as bancadas do PSB na Câmara e no Senado já discutiram abertamente o rompimento e a explicação do presidente do partido, Carlos Siqueira, foi arrasadora: “Entendemos que é um governo moribundo, temos que encontrar um meio de o País não sangrar por muito tempo”, disse ele, após reunião da qual participaram os governadores Rodrigo Rollemberg (DF), Paulo Câmara (PE) e Ricardo Coutinho (PB).

De fato, chegamos a setembro assim: a presidente não preside, o Executivo não executa e o Legislativo não legisla, enquanto o dólar vai a R$ 4, um recorde histórico, e a Lava Jato pega o PT de jeito. Já foram condenados pelo juiz Sérgio Moro o ex-deputado André Vargas, o primeiro político da Lava Jato, o ex-tesoureiro do partido João Vaccari Neto e o “operador” petista na Petrobrás, Renato Duque. E Henrique Pizzolatto, do mensalão, vem aí!

Dilma se debate muito, mas sem sair do lugar: enviou ontem ao Congresso o projeto de recriação da CPMF sem algumas medidas importantes já anunciadas; tentou adiar a votação de 32 vetos presidenciais porque temia perder; não consegue definir os cortes de ministérios; vê o PMDB e os aliados escorrerem pelos dedos; não ouve os apelos de Lula para chacoalhar tudo e começar de novo. 

Aliás, Dilma Rousseff não conseguia nem mesmo definir se e quando vai para Nova York, para cumprir um ritual que compete historicamente aos presidentes brasileiros, o de abrir a Assembleia Geral da ONU todos os anos, em setembro. Quarta? Quinta? Sexta? Ou nunca? Uma viagem dessas, numa hora dessas, tende a criar um constrangimento internacional. Dilma não pode falar do passado, não tem o que dizer sobre o presente e não sabe o que apontar para o futuro. A expectativa é de uma plateia atônita, com um pensamento fixo: até quando ela vai manter o mandato? 

No exercício da Presidência, Michel Temer tem a obrigação de ficar mudo, cego e surdo, sem fazer qualquer movimento ou dizer qualquer palavra que possa comprometê-lo. Só esperando novembro chegar.

Publicado no Estadão.com

Dívida com a União

RS entra com ação no STF

Foto: Agência RBS
Para questionar o acordo sobre a divida com a União, firmado durante o governo de Antonio Brito, o governador José Ivo Sartori determinou o ingresso de uma ação no Supremo Tribunal Federal (STF), na manhã de hoje (23).

O governador justifica que, depois de alguns anos, o refinanciamento da dívida tornou-se insustentável, pois não prevê qualquer possibilidade que permita o reequilíbrio econômico-financeiro pactuado.

No mês de agosto, o governo já havia anunciado que questionaria a dívida. Na ocasião, entrou com ação cautelar com a intenção de não permitir o bloqueio das contas do Estado, caso a parcela da dívida não fosse paga.

Editorial

Limites ultrapassados*

Sob o pretexto de protestar contra a elevação do ICMS, servidores e sindicalistas bloquearam o trânsito na Capital e em outras cidades do Estado, provocando transtornos de toda ordem à população numa manhã já complicada pelo mau tempo. Mais uma vez, configurou-se um conflito de direitos: o de uma minoria que queria exercer a sua liberdade de manifestação e o de uma maioria igualmente legitimada pela Constituição para ir e vir sem ser obstaculizada. 

Prevaleceu, por mais de duas horas, o arbítrio dos que se impuseram pela força e pelo desrespeito aos interesses dos outros.

Ainda que a democracia contemple o livre exercício do protesto, não há como admitir que grupos de pessoas imponham prejuízos a outras que nada têm a ver com seus pleitos. Quem vai reparar os danos do cidadão que perdeu o voo, do operário que teve descontado o seu dia de trabalho, dos alunos e professores que chegaram tarde à escola e de outras tantas pessoas que não puderam cumprir seus compromissos?

O mais desconcertante do episódio é o fato de os manifestantes estarem protestando contra uma das poucas alternativas propostas pelo governo para colocar os salários dos servidores em dia. Mais: fica difícil de entender que os servidores tenham optado por provocar a indignação de cidadãos que até então eram simpáticos à sua causa — pois não há quem concorde com o pagamento atrasado e parcelado de salários.

Ainda que se reconheça o comportamento adequado da maioria dos manifestantes, tanto os abusos no bloqueio do trânsito quanto os excessos na tentativa de invasão da Assembleia evidenciam desrespeito a limites e aos direitos dos demais.

*Publicado na ZH de 23/09/2015

Protesto

Manifestantes invadem ministério e
são retirados com spray de pimenta


O Dia Nacional de Mobilização dos Servidores Públicos Federal começou com confronto entre a Polícia Militar e manifestantes. Além de funcionários públicos de várias categorias, representantes de movimentos ligados aos sem-teto, que pedem por moradia, participam do ato. Eles invadiram o Ministério da Fazenda, no Bloco P, e foram retirados do local com spray de pimenta que, segundo eles, teria sido jogado por policiais militares.

Segundo informações da Polícia Militar, o spray foi disparado por seguranças do ministério e não pela PM. Trinta profissionais fazem a segurança do local. Eles calculam que cerca de 200 pessoas participem da mobilização.

O presidente do Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes-SN), Paulo Rizzo, justificou a entrada no prédio sob a alegação de que o grupo entregaria um documento ao ministro da Fazenda, Joaquim Levy, contra o ajuste fiscal. (Correio Braziliense)

23/09/2015


Congresso mantém veto de Dilma ao fim do fator previdenciário 
(O Globo)
Outros 25 vetos também foram mantidos. Após obstrução, sessão foi encerrada sem apreciação do veto ao reajuste do Judiciário.

Governo suspende abertura de vagas no Ciência sem Fronteiras neste ano (Gazeta do Povo)
O governo federal admitiu publicamente na terça-feira, 22, que suspendeu, por tempo indeterminado, a abertura de vagas para o Ciência sem Fronteiras (CsF), uma das principais bandeiras da presidente Dilma Rousseff.

Manifestantes invadem ministério e são retirados com spray de pimenta (Correio Braziliense)
Cerca de 200 pessoas estão no local, incluindo integrantes de movimentos ligados aos sem-teto

Sem-teto e servidores protestam contra medidas (Estadão)
Atos estão previstos em ao menos 10 capitais nesta quarta-feira, 23

Novo delator da Lava Jato diz que recebia mesada de R$ 100 mil para ficar calado (Folha de S. Paulo)
O lobista Fernando Moura afirmou que chegou a receber, por mês, propina de até R$ 100 mil no exterior de fornecedoras da Petrobras para manter segredo sobre o esquema de corrupção na estatal.

Dólar vira e volta a bater máxima histórica nesta quarta-feira 
(Portal G1)
Na terça-feira, a moeda teve alta de 1,83%, vendida a R$ 4,0538. 
No ano, o dólar já tem alta acumulada de 52,47%

Conselho do FGTS adia reunião por falta de detalhes do governo para o Minha Casa (Portal IG)
Para membros do conselho, governo precisa indicar como recurso do FGTS será usado para que colegiado discuta tema

Dilma intensifica negociação com PMDB em reforma administrativa (Portal UOL)
Com a manutenção pelo Congresso Nacional da maioria dos vetos presidenciais, a presidente Dilma Rousseff informou a assessores e auxiliares que dedicará esta quarta-feira (23) para definir o espaço do PMDB na nova configuração da Esplanada dos Ministérios

Sem quórum, Renan adia votação de veto a reajuste do Judiciário (Veja.com)
Parlamentares adentraram a madrugada, mantiveram 26 vetos de Dilma, mas sessão caiu antes da votação de seis vetos

TSE autoriza criação do Rede Sustentabilidade (Época)
O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) aprovou nesta terça-feira (21), por 7 votos a 0, o registro da Rede Sustentabilidade, partido idealizado pela ex-senadora Marina Silva. Este é o 34º partido do país.

Bom Dia!

O berro dos inconformados!

Nem precisaria dizer o que já disse tantas vezes, mas vou repetir até para não permitir que os menos avisados tentem me chamar daquilo que não sou. Não sou a favor de aumento de impostos. Não sou a favor do parcelamento de salários. Nem no município, nem no Estado e nem no Brasil. Sou contra.

Mas não consigo ser cego e surdo diante da realidade econômica que tomou conta, principalmente do Brasil e que se espalhou por estados e municípios.

Estamos vivendo, em todos os níveis, uma situação de calamidade com governantes sem nenhuma possibilidade de administrar os parcos recursos que sobram, se é que sobram, no fundo dos cofres públicos.

Tanto é verdade, que o governo federal enviou na tarde de ontem (22) uma PEC recriando a CPMF, ou seja, um imposto que será pago por todos os brasileiros. Ao mesmo tempo, criou uma série de impostos que se refletirão ainda mais nos já exauridos bolsos dos contribuintes.  

A posição da presidente Dilma Rousseff (PT) e seus assessores, deixa claro que não existe outra saída para conseguir tapar o rombo econômico a não ser a criação de novos tributos. Vão buscar dinheiro de onde? Coitado do contribuinte, que sempre acaba pagando por erros que não cometeu.

Aqui no Estado, não é diferente. O governador José Ivo Sartori (PMDB) parcelou o salário do funcionalismo e mandou para a Assembleia Legislativa um pacote de medidas incluindo o aumento de 1% no ICMS. Avisou, inclusive, que se o aumento não fosse concedido, não conseguiria pagar, nem parceladamente, o salário do funcionalismo no próximo mês.

Depois de muita confusão, muita briga, muita greve, os deputados gaúchos aprovaram, com a diferença mínima, o aumento do tributo. Foram 27 votos favoráveis e 26 contra, com o governo contando com votos de dois deputados que foram exonerados momentaneamente de secretarias que ocupam no governo e assumiram suas cadeiras no Legislativo. Uma manobra absolutamente comum, que alguns não entendem assim, em qualquer votação de interesse do governo. Ou será que foi a primeira vez que isso foi feito?

A bancada do PDT, que se manifestou contrária ao aumento, condicionou seu voto ao aceite de um prazo determinado para a vigência do aumento do ICMS. Atendida em sua reivindicação, votou favoravelmente. Alguma irregularidade nisso?

Hoje pela manhã, quando vinha para o Centro, ouvi um programa de uma emissora que pertence a uma empresa que tem feito campanha sistemática contra o Sartori, única e exclusivamente por não ter sido beneficiada com as gordas verbas publicitárias do Estado. Confesso que chegou a ser ridículo o jogral feito pelos apresentadores enquanto informavam quem votou a favor e quem votou contra. Desesperados para cumprir uma possível determinação superior, usaram todo o tipo de argumentos para tentar provar que estavam certos e que se consideravam superiores aos que são contra o aumento de impostos. Ridículos.

Aliás, falando em se posicionar contra o aumento de impostos, achei interessante que um deputado do PT, durante a discussão sobre a matéria, indagado por um peemedebista se ele, que era contra o aumento do ICMS aqui, era favorável ao aumento da CPMF, ofereceu uma resposta no mínimo estapafúrdia. Disse o petista que “o aumento do ICMS era para salvar um governador, diferente da CPMF que é para salvar o Brasil”. Cara de pau ele, não?

A se concretizar o que disse o governador, com a aprovação do aumento do ICMS, os salários dos servidores serão pagos integralmente. Mas que as reclamações e protestos seguirão, não tenham dúvidas. Reclamar faz parte do DNA de alguns.

Desliguei o rádio e fiquei matutando sobre o que diziam os apresentadores e concluí que se tratava do berro dos inconformados.

Tenham todos um Bom Dia!