quinta-feira, 21 de maio de 2015

"Corrupção sistêmica!

Entrevista do Juiz Sérgio Moro


Em entrevista concedida ao jornal O Estado de São Paulo, o Juiz Sérgio Moro, da Operação Lava Jato, revela detalhes importantes do que chama de "corrupção sistêmica".
Selecionei alguns trechos da entrevista, que é longa, mas demonstra claramente o alto grau da corrupção que tomou conta de setores do governo brasileiro.

Ao mandar prender lobista que repassou R$ 1,45 milhão para empresa de José Dirceu, juiz da Lava Jato revela pagamentos para ‘agentes políticos e financiamento político

A Operação Lava Jato “tem cotidianamente se deparado com um quadro de corrupção e lavagem de dinheiro sistêmicas”. Ao mandar prender o lobista Milton Pascowitch, que pagou R$ 1,45 milhão para uma empresa de consultoria do ex-ministro José Dirceu (Casa Civil do governo Lula), o juiz assinalou que a investigação revela “indícios da prática sistemática e habitual de crimes de cartel, de fraude à licitação, de corrupção e de lavagem de dinheiro”.

“A gravidade concreta da conduta de Milton Pascowitch é ainda mais especial, pois há indícios de que propinas também foram pagas, por seu intermédio, para agentes políticos e para financiamento político, o que compromete a integridade do sistema político e o regular funcionamento da democracia”, destacou o juiz da Lava Jato.

Para Moro, “o mundo do crime não pode contaminar o sistema políticopartidário”. O juiz argumenta que a participação de Pascowitch “é mais análoga a dos profissionais que se dedicaram, diferentemente dos empreiteiros, exclusivamente à prática delitiva, intermediando propinas, ocultando e dissimulando o produto do crime, em operações complexas de lavagem de dinheiro, inclusive com transações e contas secretas no exterior”. Moro cita depoimento do empreiteiro Gerson de Mello Almada, segundo o qual a função de Pascowitch “era equivalente” a do doleiro Alberto Youssef – peça central da Lava Jato.
“Ou seja, profissional dedicado ao pagamento de propina e de lavagem de dinheiro”, afirma o juiz que vê aí, a necessidade da prisão preventiva do lobista ante “a presença do risco à ordem pública”.

O juiz ressalta a existência de materialidade dos crimes atribuídos ao pagador de José Dirceu e o risco de Pascowith destruir ou ocultar provas. “No caso de Milton Pascowitch há provas de que manteria contas secretas no exterior (pelo menos a MJP International Group e a Farallon Investing Ltd), com recursos milionários, a partir das quais efetuou o pagamento de propinas a empregados públicos, como Pedro Barusco (ex-gerente de Engenharia da Petrobrás que devolveu US$ 97 milhões recebidos em propinas)). As contas secretas ainda constituem indício de risco à aplicação da lei penal, pois não sendo imediatamente acessíveis às autoridades brasileiras, tem o investigado condição de dissipar os ativos nelas mantidos, impedindo, com eficácia, a recuperação do produto do crime, oferecendo ainda um risco concreto de fuga, pois, com conexões e recursos milionários no exterior, tem o investigado condições de nele refugiar-se, mantendo-se a salvo da ação da Justiça brasileira.”

“Milton Pascowitch teria participado por longo período do esquema criminoso, sendo apontado como intermediador das propinas de 2004 a 2014 entre dirigentes da Engevix e empregados da Petrobrás e da Sete Brasil, além de haver indícios de que atendeu outras empreiteiras”, assinala o juiz na decisão que deflagrou a 13.ª fase da Lava Jato. Para Sérgio Moro, “em um contexto de criminalidade desenvolvida de forma habitual, profissional e sofisticada, não há como não reconhecer a presença de risco à ordem pública, a justificar a prisão preventiva para interromper o ciclo delitivo”.

Gripe

Mais duas semanas de vacinação


A Secretaria Municipal de Saúde (SMS) informa que Porto Alegre vai prorrogar por mais duas semanas a vacinação contra a gripe, disponível em todas as unidades de saúde da prefeitura. De acordo com o secretário Fernando Ritter, a população pode procurar os postos com tranquilidade, pois a SMS garantirá o abastecimento de vacinas nesse período.

A meta do Ministério da Saúde para a Capital é de imunizar no mínimo 80% da população de 381.847 pessoas, dos grupos prioritários, mais as pessoas com comorbidades (206.642), totalizando cerca de 590 mil pessoas no município. De acordo com as últimas informações, a Capital contabiliza um percentual de 49,7% de pessoas dos grupos prioritários vacinadas (189.897 pessoas), além de 76.504 doentes crônicos com comorbidades (diabetes, cardiopatias, doenças respiratórias, etc.), totalizando 266.401 pessoas imunizadas.

Lava Jato - 13ª fase

PF prende empresário Milton Pascowitch



Desde a madrugada desta quinta-feira (21/5), a Polícia Federal cumpre seis mandados judiciais na 13ª fase da Operação Lava-Jato, que investiga um grande esquema de corrupção na Petrobras. As ações ocorrem em Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo. São quatro de busca e apreensão, um de condução coercitiva – quando a pessoa é levada para depoimento – e um de prisão preventiva, contra o empresário Milton Pascowitch, que presta serviços à Ecovix, empresa do ramo de construção naval e offshore. Ele foi preso em casa, em São Paulo, e será encaminhado para a Superintendência da PF, em Curitiba.

Dos quatro mandados de busca, um será cumprido em Itanhandu (MG), outro no Rio de Janeiro e dois em São Paulo. Os mandados de condução e de prisão serão cumpridos em São Paulo. Segundo a PF, o objetivo é apurar fatos criminosos atribuídos a dois operadores financeiros. Segundo a investigação, eles atuavam junto a contratos firmados por empreiteiras com a estatal. Dezesseis policiais federais foram destacados para a operação de hoje. 

Bom Dia!

Yo no creo en brujas...

Minha avó, que era uruguaia, sempre repetia um velho ditado: "yo no creo en brujas, pero que las hay, las hay". Em sua sabedoria de mais de oitenta anos, ela deixava uma opção para o caso de ser verdade: "eu não acredito em bruxas, mas que existem, existem".

Lembrei dela ao ler o noticiário sobre as declarações do presidente da CPI da Petrobras, deputado Hugo Motta (PMDB-PB), que acredita ser possível que o ex-deputado José Janene (PP), uma das figuras principais, se não a principal, da Operação Lava Jato, não tenha morrido. Motta, inclusive, se diz interessado em ouvir a viúva de Janene, Stael Fernandes Janene, sobre o caso.

Informou o deputado que a viúva teria dito que o caixão com o corpo de Janene, estava lacrado e que ela não teria visto o corpo do marido, o que poderia determinar um pedido de exumação dos restos mortais que seriam de Janene.

Imediatamente familiares do falecido investiram contra o presidente da CPI, considerado "mentiroso e desrespeitoso" por Danielle Janene, filha do falecido. Ela esclareceu que morava em São Paulo e viu o corpo do pai colocado em caixão aberto, sendo cumprido todo o ritual da religião dele, a muçulmana.

Hugo Motta, mesmo assim, disse que só desistirá do pedido de exumação, depois de ouvir a viúva de Janene, o morto que, segundo informações, "vive hoje na América Central".

Por mais absurdo que possa parecer ou ser a informação, fico imaginando no quanto ela causaria de perplexidade caso fosse verdade. A reviravolta seria tão grande que nem sei que rumos tomariam as coisas no Brasil.

Até que tudo seja devidamente esclarecido, fico com o ditado de minha vó: "yo no creo en brujas...."

Tenha todos um Bom Dia!