terça-feira, 28 de abril de 2015

Editorial

Roubar, só na medida certa!

O ESTADO DE S.PAULO
28 Abril 2015 


Para quem ainda tinha alguma dúvida sobre a honestidade do governo do PT, alguém que sabe o que está falando esclareceu o assunto: "A gente não acha que o PT inventou a corrupção, mas roubaram demais. Exageraram". É o que garante um dos principais aliados do PT, o presidente nacional do PDT, Carlos Lupi, que foi ministro do Trabalho de Lula e por indicação deste permaneceu à frente da pasta no início do primeiro mandato de Dilma, até ser forçado a demitir-se pela "faxina" que atingiu vários outros ministros sob suspeita da prática de "irregularidades". As declarações de Lupi foram gravadas durante encontro com correligionários na última quinta-feira, em São Paulo, e confirmadas ao Estado pelo próprio. Não obstante, o presidente do PT, Rui Falcão, declarou na segunda-feira que Lupi desmentiu essas declarações, alegando que "foram pinçadas" fora do contexto. E o líder do PT no Senado, Humberto Costa (PE), reagiu acusando Lupi de ser "boquirroto".

A declaração de Lupi, na verdade, não revela segredo nenhum, mas é alarmante pela falta de pudor que demonstra. Das palavras do ex-ministro do Trabalho a seus liderados, pode-se inferir que roubar até que pode, desde que não se roube "demais", com exagero. É mais um exemplo cínico da relativização dos valores éticos que passou a predominar ostensivamente na cena política a partir da chegada do lulopetismo ao poder.

Como não podem contestar o fato de que estão envolvidos até o pescoço no assalto aos cofres públicos, os petistas argumentam em defesa própria que seus antecessores, em governos federais e estaduais, também são alvos de acusações de corrupção. Invertem o senso comum, querem fazer crer que um erro justifica outro. Invertem também a proposta original de serem "um partido diferente", para se eximir de culpas sob o argumento de que o PT "faz apenas o que os outros também fazem". A mais recente manifestação nesse sentido coube ao ministro das Comunicações, Ricardo Berzoini, em entrevista ao Estado publicada no domingo.

Respondendo a perguntas sobre o escândalo do petrolão, Berzoini, que priva da intimidade tanto de Lula como de Dilma, insinuou que o PT é perseguido pela mídia, pela PF e pelo Ministério Público: "As notícias existem, não há invenções. Mas há, evidentemente, uma seletividade da divulgação ou uma seletividade na investigação". E acrescentou: "O curioso é que ninguém se pergunta: será que isso acontece só na Petrobrás? Será que grandes estatais estaduais de governos de outros partidos não estiveram envolvidas também nisso? Será que não cabe um paralelo entre o que aconteceu no Metrô de São Paulo, o que aconteceu no governo de Minas em anos anteriores?". Cabe, então, perguntar ainda: caso as investigações em curso venham a comprovar corrupção no Metrô de São Paulo ou no governo de Minas, isso eximirá ou diminuirá a responsabilidade do governo do PT pelo assalto de mais de R$ 6 bilhões aos cofres da Petrobrás? Definitivamente, um erro não justifica outro.

Enquanto isso, Lula continua agindo como se não tivesse nada a ver com a corrupção no governo, cuja existência chega a negar em ocasiões e ambientes propícios. Muito bem protegido em espaços blindados contra vaias e preocupado em vender saúde com exibições de halterofilismo, Lula prefere cuidar de sua escancarada ambição de voltar à Presidência da República em 2018, exercitando sua conhecida habilidade de dizer o que as pessoas querem ouvir. Falando a correligionários reunidos no 3.º Congresso de Direções Zonais do PT-SP, na sexta-feira em São Paulo, Lula reiterou o mantra de que o governo precisa se dedicar a uma "agenda positiva": "Nós temos de dizer em alto e bom som para a companheira Dilma ouvir (...) que nós precisamos começar a dizer o que nós vamos fazer neste segundo mandato". Faz sentido, já que aquilo que prometeu na campanha Dilma renegou até mesmo antes da posse.

Abusando da imodéstia, Lula proclamou em tom triunfante: "Se Dilma fracassar é o PT quem fracassa (...) e eu não vim ao mundo para fracassar". Como diria Carlos Lupi: menos, Lula!

Redenção

Cercamento: sim ou não?
A Rádio Gaúcha realizou pesquisa de opinião entre 600 frequentadores do Parque Farroupilha (Redenção) no último final de semana, para saber quem é favorável, ou não, ao cercamento do parque. 
O resultado apontou que 338 pessoas (56,3%) querem a Redenção cercada, enquanto que 258 (43,0%) disseram que não. Outros 4 (0,7%) não opinaram.
O principal motivo alegado pelos que desejam o parque cercado, é a falta de segurança, principalmente no período da noite.
Na tarde de ontem (27), o vereador Nereu D'Avila (PDT), autor de um projeto que autoriza um plebiscito entre a população para saber se o Parque Farroupilha deve ser cercado ou não, solicitou adiamento da votação.

Luto

Morreu Antônio Abujamra


Apresentador do programa "Provocações" tinha 82 anos

O ator, diretor e apresentador Antônio Abujamra morreu nesta terça-feira (28), aos 82 anos. A notícia foi divulgada pela TV Cultura, emissora na qual ele apresentou o programa "Provocações" durante 14 anos. De acordo com a rede, ele morreu em sua casa, enquanto dormia. 

Abujamra começou no teatro amador, na peça Assim é se lhe parece, atuando no Teatro Universitário de Porto Alegre.

Maior taxa em 4 anos

Desemprego sobe para 6,2% 
em março e renda cai


Foi a terceira alta seguida do índice, que foi divulgado nesta terça-feira pelo IBGE

O mercado de trabalho voltou a apresentar alta do desemprego. Em março, a taxa de desocupação nas seis regiões metropolitanas (Rio, São Paulo, Belo Horizonte, Recife, Salvador e Porto Alegre) pela Pesquisa Mensal de Emprego (PME), do IBGE de Emprego, ficou em 6,2%. A expectativas de analistas de mercado ouvidos pela agência Bloomberg variavam entre 5% e 6,4%, com o centro das projeções em 6,1%. Foi a terceira alta consecutiva do desemprego. É a maior taxa para o mês desde março de 2011, quando foi de 6,5%, e, considerando todos os meses, a mais alta desde maio de 2011 (6,4%).

A renda média do trabalho ficou em R$ 2.134,60, em queda real de 2,8% frente ao mês anterior. E 3% em relação a março de 2014. A renda caiu em todas as regiões na comparação com fevereiro. A maior queda percentual ocorreu em Salvador (-6,8%). No Rio, o rendimento médio ficou em 2,6% menor.

O contingente de desocupados nas seis regiões era de 1,5 milhão de pessoas em março. Houve queda na ocupação — a quarta consecutiva em relação ao mês anterior —, enquanto a força de trabalho registrou alta de 0,1% frente a fevereiro e de 0,3% em relação a março de 2014, o que o instituto considera estatisticamente estável.

Houve recuo no emprego com e sem carteira assinada, ao passo que aumentou número de trabalhadores por conta própria: frente a fevereiro, alta de 2% e a março de 2014, de 2,3%.(Agência Globo)

Bom Dia!

Medo de mais um panelaço


Pela primeira vez, desde que me lembro, um (uma, no caso) presidente da República não utilizará espaços de rádio e TV para um pronunciamento aos trabalhadores no seu dia, 1º de maio. Dilma Rousseff (PT), informou que vai utilizar as redes sociais para, nas palavras de seu ministro de Comunicação, Edinho Silva, abrir mais um espaço de conversas diretas com os trabalhadores.

Faço questão de reproduzir o que foi publicado nos jornais de hoje, da fala de Edinho na TV.

Inicialmente, ele fez questão de destacar que não se trata de nenhum temor pela reedição do panelaço ocorrido quando a presidente ocupou a televisão para saudar o Dia Internacional da Mulher.

“A presidenta não teme nenhum tipo de manifestação da democracia. Toda manifestação que é oriunda da construção de um Brasil democrático a presidenta não tem temor com isso”, disse Edinho. “A presidente vai dialogar com o trabalhador pelas redes sociais.”

Dialogar com os trabalhadores ou com militantes devidamente agendados e convocados, ministro?

Quem assistiu o pronunciamento do ministro na TV, certamente deve ter notado seu constrangimento ao explicar a decisão. Edinho Silva tentou passar a imagem de tranquilidade e de que a mudança era uma coisa normal, tomada pela unanimidade dos que participaram de uma reunião decisiva para a tomada de posição da presidente.

"Segundo o ministro, a necessidade de uma nova estratégia de comunicação foi “unânime”. “A presidenta só está valorizando um outro modal de comunicação. Ela já valorizou as rádios, valoriza todos os dias a comunicação impressa, ela valoriza a televisão e ela resolveu, desta vez, valorizar as redes sociais”, afirmou o ministro, escalado para falar ao final da reunião no Palácio do Planalto."

Em momentos assim, fico pensando no quanto os ocupantes de cargos importantes no governo, seguem pensando que somos todos um bando de idiotas, que não temos um mínimo de inteligência e que acreditamos em todas as mentiras que tentam nos passar.

Será que o ministro Edinho Silva imagina que a maioria dos brasileiros, sufocada por uma onda nunca vista de corrupção e de mentiras, acredita que Dilma simplesmente resolveu trocar o tradicional pronunciamento do presidente da República no dia 1º de maio por uma ação nas redes sociais? Nada contra elas, mas querer que alguém dotado de um cérebro pense que é normal o fato anunciado, é debochar da maioria dos brasileiros.

Todos sabemos que Dilma Rousseff, no caso aconselhada por seus assessores e marqueteiros, está fugindo de mais um panelaço como o diabo da cruz. Ela sabe, e todos seus companheiros de governo também sabem, que, caso ela aparecesse na TV, haveria um movimento muito maior do que o que ocorreu no último pronunciamento.

Desculpe, ministro Edinho, mas o que o senhor, seus companheiros de governo e principalmente a presidente Dilma estão mostrando, é um tremendo medo de mais um panelaço.

Tenham todos um Bom Dia!