quarta-feira, 15 de abril de 2015

Tesoureiro do PT

Sibá diz que 'prisão é política'


O líder do PT na Câmara, deputado Sibá Machado (AC), disse considerar que o tesoureiro de seu partido, João Vaccari Neto, foi alvo de "prisão política" na manhã desta quarta-feira, 15, em São Paulo.

"Eu acho que é uma prisão política", afirmou o petista ao deixar reunião de líderes governistas sobre o projeto de regulamentação da terceirização. "O Vaccari não fez nenhum tipo de arrecadação fora do que determina a legislação brasileira".

"Estamos extremamente desconfiados de que existe uma orientação deliberada nessas delações premiadas para prejudicar o Partido dos Trabalhadores", afirmou o líder. Para ele "quem quer dizer que PT pegou dinheiro de corrupção também pegou".

"Os partidos com poucas inserções recebem dinheiro das empresas que hoje estão sendo investigadas na Lava Jato. De papel passado, de recibo aprovado no TSE (Tribunal Superior Eleitoral)". "Não há milagre, não há mão divina nesta história".

Bem, pelo menos desta vez, o líder do PT não colocou a culpa nos Estados Unidos. Só não entendi bem a história do "milagre" e da "mão divina". Mas, em se tratando de Sibá Machado, tudo é possível!

Opinião

FHC, Lula e a história

Eliane Cantanhêde

O Estado de São Paulo
15 Abril 2015 

Manifestações em verde e amarelo, tendo como trilha sonora o Hino Nacional, são sempre emocionantes, mexem com a alma, remetem às Diretas-Já. Mas, depois de 30 anos assistindo ao PT banhando o País com sua estrela, suas bandeiras vermelhas e seu combate à corrupção, há também uma sensação de amargura, de melancolia, quando se veem e ouvem hoje milhares ou milhões de pessoas nas ruas gritando vigorosamente: "Fora PT, fora Lula!".

É uma pena. O partido teve suas décadas de glórias, subiu a rampa do Planalto, alçou Lula à condição de campeão de popularidade e capotou. Inebriados, o partido e Lula meteram os pés pelas mãos, perderam a compostura, lambuzaram-se nos palácios, nas estatais, nas mamatas e boquinhas. É por essas e outras que, em geral, a alternância no poder é um princípio tão salutar.

De certa forma, e por motivos diferentes, Lula deve agora repetir a trajetória de Fernando Henrique Cardoso. FHC sai do inferno, Lula despenca do paraíso, e as imagens dos dois, que se distanciaram tanto na opinião pública nos 12 anos de PT, começam lentamente a se aproximar.

O tucano brilhou com o Plano Real, elegeu-se duas vezes em 1.º turno e elevou orgulhosamente o patamar do Brasil no cenário internacional, mas foi ferido por sucessivas crises econômicas externas e crises políticas internas e acabou atingido em cheio por um slogan capcioso: "a herança maldita", uma mentira criada por Lula que ganhou pernas, rodou o País e se cristalizou como verdade. O próprio PSDB escondeu o seu grande legado em três campanhas presidenciais consecutivas.

Lula foi aos píncaros com uma conjuntura econômica externa e interna muito favorável, aprofundou ao máximo a inclusão social, abriu o paraíso à classe média com o aquecimento do crédito e da demanda e iluminou o Brasil no mundo como nunca antes se teve notícia. Mas, no submundo, produziam-se o mensalão, o petrolão, as maracutaias do PT e, dali, emergiam sabe-se lá quantos Andrés Vargas, Valdomiros, Erenices, Roses. A corrupção goteja, vem do alto e se espalha em solo raso.

Tanto quanto FHC, Lula foi ao céu e, do céu, começa a descer ao inferno. Ele e os militantes renitentes ainda sonham com a volta por cima em 2018, mas o Datafolha apurou que Lula perdeu 21 pontos de popularidade entre novembro de 2010 e este abril e, pela primeira vez, se houvesse uma eleição hoje, ele perderia para o tucano Aécio Neves. É uma guinada e tanto, considerando-se que Lula é Lula. Será que Lula era Lula?

Na perspectiva histórica, bem mais adiante é possível que Fernando Henrique e Lula se acomodem em patamares mais realistas, menos passionais, com o espaço de grandes líderes que são, sem a demonização de FHC nem endeusamento de Lula. Ambos tiveram êxitos e fracassos, e, nem tanto ao céu nem tanto ao mar, deixaram uma marca indelével no País. Sessenta anos depois de sua morte, Getúlio Vargas merece uma pilha de biografias que o recolocam no patamar real de político e homem que acertou tremendamente e errou na mesma proporção.

E a história, com interessante rapidez, já começa a resgatar a real importância de FHC e tende a fazer depois o mesmo com Lula, que no poder jogou os escrúpulos às favas e passou a ver o mundo a partir do próprio umbigo, mas será para sempre, de gerações em gerações, o menino pobre de Garanhuns, o grande líder sindical, o encantador de massas que acreditava piamente incluir as pessoas e preparar o futuro com geladeira, fogões e viagens.

Mas a história tem seu tempo. Hoje, no calor de tantas emoções e tantas crises, o sentimento das ruas é de "fora Dilma, fora PT", o que, na essência, significa "fora Lula". Na narrativa cotidiana atual, ele é o santo de pés de barro, derretendo com o insaciável PT e com os desastres de Dilma - que, por essas ironias da vida e da política, nem era Lula nem era PT, mas é decisiva para apagar do horizonte o "Lula 2018"

Operação Lava Jato - 2

Vaccari ordenou lavagem de dinheiro 


Uma gráfica de São Paulo foi usada para lavar pelo menos R$ 1 milhão da Petrobras. O pagamento foi feito a pedido do tesoureiro do PT , João Vaccari Neto, preso na manhã desta quarta-feira (15/4) na 12ª fase da Operação Lava-Jato. Segundo afirmou o procurador Carlos Fernando Lima, o valor foi usado para campanhas eleitorais e  gira na casa de R$ 1 milhão a R$ 1,5 milhão.

Segundo Lima, os recursos saíram da Petrobras. Quem pagou foi o executivo da Setal Augusto Mendonça. Ele disse que Vaccari pediu para o dinheiro ser pago para a empresa Editora e Gráfica Atitude. Entretanto, não houve prestação de serviços e o Ministério Público suspeita de ter sido uma operação de lavagem de dinheiro. Segundo ele, as notas fiscais são genéricas e mencionam apenas “serviços gráficos”. A gráfica Atitude sofreu uma multa em uma campanha presidencial, de acordo com Lima. Ele não soube, no momento da entrevista, precisar se a infração aconteceu na campanha de 2010, período várias vezes mencionado por outros delatores da Operação Lava-Jato.

Vaccari já foi denunciado em 2010 por desvios na cooperativa habitacional dos bancários (Bancoop). Segundo o delegado da PF Igor Romário de Paula, o motivo da prisão de Vaccari hoje é a continuidade criminosa do tesoureiro, identificada de 2004 a até pelo menos 2014. “A característica da situação dele é bem clara e até em tom de desafio à Justiça”, afirmou o policial. Para os investigadores, o tesoureiro mantém o hábito de fazer operações financeiras suspeitas usando contas correntes de parentes.

Carlos Fernando Lima diz que Vaccari está envolvido em indícios de crime de corrupção, contra o sistema financeiro e desvios de recursos, incluindo o episódio do Bancoop, em que também pesa a suspeita de que parte do dinheiro da cooperativa alimentou o caixa do PT. “Esses fatos vêm sendo repetidos. Essa reiteração é que nos levou a pedir a prisão preventiva.”

O Ministério Público e a PF também observaram uma série de depósitos não identificados em contas de parentes do tesoureiro, como sua filha e sua esposa, Giselda Rousie de Lima. A mulher do tesoureiro recebeu R$ 300 mil em três anos de origem não esclarecida. Giselda foi ouvida pelos policiais, que cumpriram um mandado de condução coercitiva contra ela. 

Outra frente de apuração da PF é a compra de um apartamento pela cunhada do tesoureiro petista, Marice Correa de Lima. Ela está foragida. A PF tem uma ordem de prisão temporária contra a cunhada do petista. Na casa de Marice, a polícia cumpriu um mandado de busca e apreensão.

Bom Dia!

A cara do Brasil


Até tento, algumas vezes, falar em amenidades, deixando de lado os problemas que estamos enfrentando todos os dias. Mas nem sempre é possível.

Hoje, bem cedo, dei uma passada pelos jornais e fui para o computador para saber sobre a greve que paralisa boa parte do País. Fiquei espantado. Vou por partes para não sobrecarregar meus queridos leitores.

A capa do Correio do Povo, reflete o comentário da minha mulher quando me entregou o jornal: "É a cara da situação que vivemos".

A manchete principal é; Contra terceirização - Dia de paralisações - Trensurb, ônibus, bancos, serviços e escolas.

Mais acima, duas fotos com os seguintes títulos: Magistrados fazem protestos - Rodoviários pedem segurança. 

Como se não bastasse, bem abaixo, a informação: A partir de domingo, 118 cidades com luz mais cara.

Nos jornais do centro do País, a coisa não é muito diferente, e o destaque principal é para a prisão do tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, e de sua cunhada, Marice Corrêa, acusados de envolvimento no recebimento de propinas no esquema Petrolão.

Também fiquei sabendo que a mesma agência de publicidade que abastecia empresas frias do petista André Vargas com propinas de publicidades do Ministério da Saúde e da Caixa Econômica Federal, recebeu R$ 4,7 milhões do Tribunal Superior Eleitoral entre 2010 e 2015. Para o juiz Sérgio Moro, da Operação Lava Jato, o esquema de publicidade descoberto em várias estatais, "era milionário".

Tenho plena consciência de que a idade pode fazer com que a memória falhe e eu acabe escrevendo alguma coisa que não corresponda a realidade, mas não lembro de um tempo em que tantos políticos de um único partido estivessem envolvidos em tanta corrupção. Acho que já perdi a conta de quantos petistas estão na cadeia por roubo de dinheiro público. E querem me convencer que as investigações e prisões são determinação do governo petista. 

A situação chegou num ponto, que não dá mais para evitar que tudo seja descoberto. A Polícia Federal e o Ministério Público, não necessitam receber ordens de ninguém para investigar denúncias de envolvimento de políticos ou correligionários em ações de corrupção e roubo. E o pior, é que quanto mais se descobre, quanto mais se prende, mais se aumenta o tamanho do poço. Os promotores da Operação Lava Jato, mesmo depois da 12ª etapa da operação, ressaltam que tudo está no começo. Imagino o que vem pela frente, já que nem começou a investigação no BNDES.

Mesmo profundamente envergonhado, sou obrigado a confessar que tudo o que li, mostra bem a atual cara do Brasil.

Tenham todos um Bom Dia!

Operação Lava Jato

PF prende tesoureiro do PT


O tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, foi preso nesta quarta-feira (15) na 12ª etapa da Operação Lava Jato, de acordo com informações da Polícia Federal, que realizou a prisão. Ele é investigado por suspeita de receber propina em esquema de corrupção na Petrobras. O mandado contra Vaccari é de prisão preventiva e ele foi detido em casa, em São Paulo.

A polícia prendeu também a cunhada de Vaccari, Marice Correa. O mandado dela  é de prisão temporária. Marice também aparece em invetigações sobre o pagamento de propina no esquema da Petrobras.

Além da prisão de Vaccari e da cunhada, a PF executa mandado de condução coercitiva contra a mulher dele, que está sendo ouvida pelos policias em casa. Na condução coercitiva, a pessoa presta depoimento e é liberada.

A atual fase da Lava Jato, alem dos dois mandados de prisão e do de condução coercitiva, executa um de busca e apreensão, também na cidade de São Paulo.
Todos os presos serão levados para a superintendência da PF em Curitiba.