domingo, 22 de março de 2015

Luto

Morreu o ator Claudio Marzo

Morreu na manhã deste domingo, aos 74 anos, o ator Cláudio Marzo. Internado desde o dia 4 de março, ele enfrentava uma série de problemas de saúde há alguns anos.

O ator teve três filhos: Bento, do casamento com Xuxa Lopes; Alexandra, com a atriz Betty Faria, e Diogo, fruto da relação com Denise Dumont.

O último trabalho de Cláudio Marzo na TV Globo foi na novela Desejo Proibido, em 2007. Um dos trabalhos mais importantes da carreira do ator foi na novela Irmãos Coragem. Ele também fez sucesso no cinema, em filmes como "O Homem Nu" e "A Dama do Lotação".

Bom Dia!

O primeiro domingo do outono, nos trouxe temperaturas agradáveis e um sol dos mais lindos. Não há, pelo menos até aqui, o que reclamar do dia. Pode ser que mude, mas então é melhor aproveitar bem esta manhã outonal de domingo.

Um dos editoriais do jornal Estado de São Paulo - Peça de propaganda - mostra exatamente o que significa mais um "pacote contra a corrupção" que o governo tenta empurrar como resposta aos manifestantes do último dia 15. Leia e comprove.
Tenham todos um Bom Dia!

Peça de propaganda
O ESTADO DE S.PAULO
22 Março 2015

O alardeado pacote anticorrupção do governo federal é mais uma mostra de que a presidente Dilma Rousseff não entendeu a voz das ruas. A população não está pedindo mais leis - a população quer que as leis sejam cumpridas. Mas Dilma faz questão de não ouvir. Como já está ficando habitual, ela simplesmente repete o mesmo discurso. "Somos um governo que não transige com a corrupção e temos o compromisso e a obrigação de enfrentar a impunidade que alimenta a corrupção", disse na cerimônia de lançamento do pacote anticorrupção.

O pacote anunciado pelo Palácio do Planalto inclui propostas de alteração na atual legislação - dois projetos de lei, uma proposta de emenda à Constituição e dois pedidos de urgência na votação de projetos já existentes no Congresso - e o decreto que regulamenta a Lei Anticorrupção, bem como a criação de um grupo de trabalho coordenado pelo Ministério da Justiça para estudar formas de acelerar os processos relacionados com a prática de ilícitos contra o patrimônio público.

À primeira vista, a quantidade de medidas pode impressionar. Mas elas não trazem propriamente nenhuma novidade. É simplesmente um jogo de cena, na tentativa de vender uma imagem de rigor contra a corrupção. A imagem, portanto, não se sustenta.

Por exemplo, o Palácio do Planalto pede ao Congresso urgência na votação de dois projetos de lei. Ora, há um bom tempo o governo tem maioria nas duas Casas legislativas, e não se viu nenhum esforço do Palácio do Planalto para dar celeridade a esses projetos. Tarde o governo se apressa.

Pressa, no entanto, que não se viu na regulamentação da Lei Anticorrupção. A lei foi aprovada após as manifestações de junho de 2013 e entrou em vigor seis meses depois. Mas a presidente Dilma Rousseff levou mais de 13 meses para regulamentá-la. O Palácio do Planalto dizia que estava estudando detidamente o assunto que, a seu ver, era complexo e exigia uma longa ponderação. E o que se encontrou no decreto agora publicado? Uma longa e enfadonha repetição do conteúdo da própria Lei Anticorrupção, que a rigor exigia regulamentação apenas do inciso VIII do art. 7.º.

Os projetos de lei anunciados no pacote também estão longe de significar um novo paradigma no combate à corrupção. Como a própria presidente disse, ao comentar o projeto de lei que criminaliza o caixa 2, estamos "transformando esse crime em crime", ou seja, mudando bem pouca coisa.

Ainda que o conteúdo marqueteiro seja explícito em todo o pacote anticorrupção, há um projeto de lei que escancara a finalidade enviesada do Palácio do Planalto. É a proposta para que se exija ficha limpa dos ocupantes de cargos em comissão e de confiança na administração pública direta e indireta, incluindo os diretores de estatais. Em primeiro lugar, chama a atenção a incongruência da proposta com a prática lulopetista nos seus anos de poder no governo federal. Pois o poder público dispõe de meios para avaliar a competência e a honradez de quem vai ocupar cargo na administração. Depois, se a inquilina do Palácio do Planalto não quer ver corruptos ocupando cargos em comissão ou sendo diretores de estatal, basta que ela não os nomeie. No entanto, a presidente Dilma prefere propor uma lei - o resto continua como está.

O pacote anticorrupção contém um grande sofisma. Sendo um conjunto de propostas de mudança da legislação - que na prática pouco mudam -, a presidente Dilma tenta colocar a responsabilidade pelo combate à corrupção nas costas do Congresso, dando a entender que ela já fez a sua parte. É um tremendo equívoco achar que a impunidade reinante no País se deva à falta de leis adequadas. Obviamente, sempre é possível aperfeiçoar a legislação penal, e cabe ao Poder Legislativo fazê-lo. Mas também é verdade que o Poder Executivo pode e deve fazer muito no combate à corrupção. A começar por não estimular a corrupção nem institucionalizá-la, por exemplo, nas estatais - o que, segundo o Ministério Público Federal, o partido da presidente e pessoas por ele indicadas fizeram com grande competência na Petrobrás.